segunda-feira, 21 de agosto de 2017
As 3 Espadas de Zorro
Título Original: Le Tre Spade di Zorro
Ano de Produção: 1963
País: Itália, Espanha
Estúdio: Hispamer Films, Rodes Cinematografica
Direção: Ricardo Blasco
Roteiro: Mario Amendola
Elenco: Guy Stockwell, Gloria Milland, Mikaela, Giuseppe Addobbati, Franco Fantasia, Juan Luis Galiardo
Sinopse:
A história se passa em 1830, no ano da independência do México. Um grupo de tirânicos governantes decide impor à população mais pobre e humilde um governo de opressão e tirania. Apenas um homem parece disposto a lutar pelos mais humildes, um cavaleiro de capa e espada chamado Zorro! Mas quem estaria por trás daquela máscara?
Comentários:
O famoso personagem Zorro também foi explorado dentro do western spaghetti! Esse filme é uma adaptação italiana de suas aventuras. Para dar uma impressão de que se tratava de um filme feito em Hollywood os produtores contrataram o ator norte-americano Guy Stockwell. Com longa experiência na TV, onde atuou em várias séries ao longo dos anos, Stockwell resolveu cruzar o Atlântico para dar vida a esse justiceiro negro, de capa e espada, tão cultuado dentro da cultura pop. Até que não ficou tão mal. O filme obviamente não pode ser comparado às produções americanas da mesma época, que contavam com maiores recursos e orçamentos mais milionários. Mesmo assim esse filme funciona até muito bem se você é fã do Zorro. Curiosamente em 1972 um filme chamado "Les aventures galantes de Zorro" usou várias cenas desse filme como pano de fundo! A produtora Hispamer Films estava indo à falência, por essa razão usou vários cenas rodadas para essa produção para suprir a falta de dinheiro para um novo filme sobre o Zorro. Oportunismo puro, claro.
Pablo Aluísio.
A Marca do Zorro
Título Original: Zorro
Ano de Produção: 1975
País: França, Itália
Estúdio: Les Productions Artistes Associés
Direção: Duccio Tessari
Roteiro: Giorgio Arlorio
Elenco: Alain Delon, Stanley Baker, Ottavia Piccolo
Sinopse:
Don Diego (Alain Delon) chega em uma nova província espanhola na Califórnia. O lugar está sob poder do tirano e corrupto Coronel Huerta. Para despitar ele se mostra perante todos como um sujeito fraco e que não representa ameaça, mas durante as noites se transforma no Zorro, um justiceirot implacável contra os crimes do Coronel.
Comentários:
Que tal ver o famoso galã francês Alain Delon como o Zorro? Pois foi justamente isso que aconteceu em meados dos anos 70. Com uma produção muito boa, bem acima da média, os produtores franceses cobriram o mais popular ator do país com a capa e a máscara do Zorro. O resultado ficou muito bom. Para muitos fãs do Zorro aliás esse é certamente um dos melhores filmes feitos sobre o personagem. Embora tenha sido intitulado como "A Marca do Zorro" essa não é uma refilmagem do clássico com Tyrone Power e nem tampouco uma adaptação literal do livro original que deu ínicio a saga do famoso mascarado. Na verdade o filme traz uma história própria, muito bem escrita, mostrando o Zorro lutando contra a corrupção e a tirania de uma caudilho local. Como toda produção europeia desse estilo o filme tem um acentuada dose de bom humor, mas que não chega a atrapalhar. Como diversão o filme funciona excepcionalmente bem e passa longe de decepcionar os fãs de longa data do Zorro. Um filme que realmente fez jus a esse famoso personagem da cultura pop, com ótimas cenas de luta de espadas, mostrando que Delon era também um bem treinado espadachim. Enfim, "A Marca do Zorro" é diversão garantida para todas as idades.
Pablo Aluísio.
domingo, 20 de agosto de 2017
Drácula - Bram Stoker
O enredo é clássico. Jonathan Harker é um jovem, ainda começando em sua carreira, que decide acertar de todas as maneiras. Para isso ele geralmente é enviado para serviços que ninguém mais quer em seu escritório, como ir na distante Romênia acertar os detalhes de compra e venda de um imóvel com um conde misterioso e recluso. O que ele nem desconfia é que o nobre é na verdade um ser da noite, um vampiro que vive nas sombras em busca de sangue humano para continuar vivo. O detalhe importante aqui é que Stoker criou um novo monstro, uma mistura de referências históricas, folclore e terror de sua época. Drácula tem um pouco de Jack, o Estripador, da condessa Elizabeth Báthory e de lendas do leste europeu envolvendo corpos sendo desenterrados com sangue escorrendo por suas bocas. Um toque de mestre que tornou sua criação imortal.
Como já escrevi o livro Drácula é muito sensual. Veja essa passagem escrita por Stoker onde ele recria o diário pessoal do personagem Harker. Após ser atacado por três vampiras em uma parte antiga do castelo de Drácula ele escreve: "Eu podia sentir o toque macio de dois dentes afiados, com tremores dos lábios, na pele muito sensível da minha garganta. Eu fechei meus olhos e num êxtase sensual esperei e esperei, com o meu coração batendo". É a descrição de um ataque de uma vampira mas também poderia servir para descrever o encontro de dois amantes no meio da noite. Nesse momento do livro Stoker demonstra que o horror pode ser tão sensual como uma cena de amor. O suspense não provém da picada do dente do vampiro mas sim de sua aproximação e da ansiedade que isso causa no personagem.
Outro ponto interessante do texto de Stoker é que ele nunca poupa o leitor das cenas mais fortes, repletas de sangue. Isso ia de certa forma contra o bom gosto da era vitoriana, onde tudo era muito pudico, recatado e casto. Tornar algo assim tão explícito e visceral era algo completamente novo na literatura. Ele descreve tudo com riqueza de detalhes, inclusive no momento em que Lucy vai se transformando também em uma vampira: "Ela se contorcia dentro do caixão. Um grito de gelar o sangue veio então de seus lábios vermelhos abertos. O corpo tremia e tremia em selvagens contorções. Seus dentes agora afiados cortavam a carne de seus lábios. Sua boca surgia com uma espuma de carmesim". Como se pode perceber nenhum detalhe é deixado de lado.
Outro aspecto interessante do livro é que Stoker faz questão de desenvolver muito bem suas personagens femininas. Mina Murray é um exemplo perfeito disso. Ela tem força e personalidade marcante e sua presença é vital no desenvolvimento da trama. Ela não está lá apenas para ser atacada pelo conde, muito pelo contrário. Stoker lhe dá voz, atitudes e a coloca no centro de tudo, de forma privilegiada. Também é retratada como uma mulher inteligente e com muita desenvoltura se torna uma das principais narradoras dos acontecimentos.
De muitas maneiras Mina é a verdadeira heroína do enredo. Ela tem plena consciência que seus registros serão importantes e por isso compartilha todas as informações que pode sobre Drácula. O vampiro é praticamente seu objeto de estudo. Quando ela é mordida e começa a se tornar uma vampira seus textos se tornam uma valiosa contribuição para os que começam a caçar a criatura da noite. Essas informações se tornam valiosas pois permitem aos caçadores do vampiro anteceder seus movimentos, quando finalmente o encurralam no momento mais crucial do livro.
Nesse aspecto Mina é um belo contraste com sua amiga Lucy, que se caracteriza por sua falibilidade. Mina luta, combate, enquanto Lucy é a típica personagem feminina que está ali para ser atacada pelo vampiro. Lucy é o símbolo de uma vítima indefesa, a donzela em perigo, tão típica dos romances da era vitoriana. Mina é a nova mulher, ciente de si e de seu potencial, Lucy é a mocinha que cai nas garras do monstro cruel.
Assim Bram Stoker conseguiu trazer inovações em seu romance Drácula ao mesmo tempo em que mantinha um padrão que não assustasse demais seus leitores. Foi inovador e conservador com raro brilhantismo. O escritor nunca quis dar continuidade para seu livro, que para ele era uma obra pronta e acabada, bem fechada em seus objetivos. O que ele não anteviu é que na realidade havia criado toda uma nova mitologia de terror, todo um universo que iria se expandir infinitamente nos anos que viriam. Seu texto é muito rico porque consegue atrair tanto os leitores modernos de hoje, como seus contemporâneos quando o livro foi lançado. Por sua qualidades intemporais e atemporais, Drácula vai permanecer pelos séculos que virão como um clássico do horror eterno.
Pablo Aluísio.
Tex
De fato o personagem foi criado pela dupla formada por Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini. Eles aproveitaram a moda dos chamados filmes italianos de western (Western Spaghetti) e lançaram as estórias do Tex nas bancas, em revistas em branco e preto, com enredos simples e uma arte realmente caprichada. O sucesso na Itália fez com que os quadrinhos fossem publicados em outros países, inclusive o Brasil, onde fez sucesso imediato. O preço promocional (atualmente uma revistinha custa menos de 10 reais) também ajudou no êxito de vendas.
No Brasil também tivemos o sucesso dos chamados bolsos de livros (bolsilivros) que tinham praticamente o mesmo preço de capa dos quadrinhos de Tex, mas ao contrário desse, não era baseado na nona arte, mas sim em pura literatura, em um tipo de publicação que foi também muito popular no Brasil. Hoje em dia o jovem fã de faroestes pode-se perguntar se valeria a pena começar a ler Tex, já que suas publicações estão mais do que avançadas (afinal já foram lançadas mais de 500 edições só no Brasil). Não há problemas. As estórias de Tex não seguem uma cronologia fixa e geralmente seus arcos narrativos são fechados, sem a preocupação da continuidade (que atinge praticamente todos os super-heróis da DC e Marvel).
Há recentes publicações no Brasil de bonitos encadernados, com enredos compilados, facilitando bastante a vida dos que desejam acompanhar as aventuras do ranger dos quadrinhos. Esses encadernados são obviamente bem mais caros do que as tradicionais revistas mensais, porém valem a pena pela praticidade e também pela beleza pois ficam extremamente bonitos dentro de uma coleção de quadrinhos. Assim deixamos a dica para você também começar a acompanhar Tex e suas histórias, uma tradição que se mantém e firme e forte, apesar de todos esses anos passados.
Pablo Aluísio.
Ed Gein
Ed Gein foi criado numa fazenda isolada na pequena cidade onde ele nasceu. Meio-oeste americano, lugar de gente desconfiada e arredia. Sua mãe era uma fanática religiosa. Sempre colocando o jovem Ed embaixo de suas asas, falando de forma ininterrupta sobre pecado, culpa e inferno.
Quando ela morreu, alguns anos depois, Ed Gein ficou completamente sozinho no mundo. Ele já aparentava ter sinais de doença mental, porém enquanto a mãe era viva ele se mantinha na linha. Após a morte dele não houve mais limites ou barreiras. Ele então começou a apresentar atitudes de gente maluca. Desenterrava corpos de mulheres no cemitério local, durante as madrugadas, e levava para casa, para sua coleção de pedaços de corpos humanos. Gein passava dias desmembrando esses corpos, arrancando pedaços para usar numa espécie de artesanato da morte!
Sem distinguir entre realidade e loucura ele logo começou a matar. Matou uma senhora que trabalhava em um pequeno comércio de sua cidade. A esquartejou e depois a pendurou como se fosse uma carcaça de gado em um frigorífico. A sua fama de louco atroz aconteceu quando a política chegou em sua fazenda e encontrou um show de horrores. Abajures feitos de pele humana, corpos em pedaços por todas as partes, rostos de suas vítimas costurados como se fossem uma máscara e utensílios de uso doméstico que eram na verdade crânios de suas vítimas. Ed Gein foi levado e ficou preso até o fim de seus dias. E deixou um legado de horror que foi depois capturado pela cultura do cinema, da literatura e dos livros de pulp fiction.
Pablo Aluísio.
sábado, 19 de agosto de 2017
O Cinema de Steven Spielberg
Com roteiro escrito por Richard Matheson e um bom elenco que contava com os atores Dennis Weaver, Jacqueline Scott e Eddie Firestone, a trama de "Encurralado" (Duel, 1971) não parecia grande coisa. Um técnico em computação que de repente se via em uma situação limite ao ser perseguido por um enorme caminhão pelas estradas. Basicamente tudo se resumia em ser um thriller de ação. Para Spielberg porém esse enredo trazia muitas possibilidades, principalmente em usar takes e enquadramentos fora do comum. Assim ele foi para a estrada com sua equipe técnica e realizou um ótimo filme - sem exagero algum! É a tal coisa, se Spielberg queria chamar a atenção com seu primeiro filme, ele conseguiu. A crítica adorou, a tal ponto que Spielberg conseguiu uma indicação ao prêmio de Melhor Telefilme do ano no conceituado Globo de Ouro. Era uma estreia acima da média. Chegou inclusive a ser exibido nos cinemas brasileiros na época.
Depois desse primeiro telefilme Steven Spielberg tinha planos de tentar algo no cinema, finalmente, mas enquanto um bom roteiro não chegava em suas mãos ele aceitou o convite para dirigir "A Força Do Mal", outra produção a ser exibida na televisão. Era um filme de terror, usando elementos mais tradicionais, mostrando um jovem casal tendo que lidar com forças sobrenaturais na casa para onde se mudaram. Ecos de Poltergeist se viam em todo o desenrolar da história, mas obviamente era uma produção bem mais modesta, com pouca semelhança do famoso filme de terror que iria ser produzido pelo próprio Spielberg dez anos depois.
Ainda houve mais um telefilme no ano seguinte chamado "Savage". Esse último telefilme de Spielberg já tinha traços maiores de inovação. A trama era baseada na estória de um repórter investigativo que descobria a existência de fotos comprometedoras de um juiz que acabara de ser indicado para a suprema corte do país. No elenco estava o grande ator Martin Landau, em mais um boa interpretação. Foi uma boa experiência, mas Spielberg queria deixar o espaço reduzido da TV, para dirigir seu primeiro filme no cinema. Algo que em breve iria finalmente acontecer.
Pablo Aluísio.
Al Pacino e Michelle Pfeiffer
Ele esperava que o terceiro filme dessa franquia marcasse a história do cinema como os dois filmes anteriores. Só que isso não aconteceu. O filme também foi menosprezado pela Academia. Quem estava esperando uma chuva de premiações no Oscar ficou realmente a ver navios. Nada aconteceu como era previsto.
Por isso o ator decidiu por um filme bem leve depois da experiência de fazer "O Poderoso Chefão III". A nova produção se chamava "Frankie & Johnny" e era sobre um romance envolvendo um cozinheiro e uma garçonete de uma lanchonete daquelas bem populares nos Estados Unidos. Gente comum retratada no cinema.
Para contracenar ao seu lado o estúdio contratou a linda Michelle Pfeiffer. Todos ainda tinham na cabeça sua performance como a Mulher-Gato, lançado nesse mesmo ano. O sucesso do filme do Batman, acabou, quem diria, levantando e muito a bilheteria desse filme despretensioso, um mero romance sobre duas pessoas do dia a dia. Pacino ficou duplamente feliz com o resultado do filme. E adorou trabalhar novamente ao lado de Michelle Pfeiffer. Afinal eles já tinham feito uma ótima parceria no começo dos anos 80 no filme "Scarface" de Brian De Palma.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
Nicole Kidman - Primeiros Filmes
Terror a Bordo (1989)
O primeiro filme com Nicole Kidman a ter sucesso internacional foi essa produção australiana chamada "Terror a Bordo". Era um suspense dirigido pelo cineasta veterano Phillip Noyce. O roteiro contava a estória de suspense e terror passada em um veleiro, no meio do oceano. O filme chamou a atenção da crítica internacional, ganhou status de cult movie e abriu as portas de Hollywood para a atriz.
Dias de Trovão (1990)
O primeiro filme de repercussão internacional que a atriz participou foi esse "Dias de Trovão". Foi a primeira grande produção da carreira da atriz que contracenava com o astro e ídolo Tom Cruise. O romance dos personagens acabou passando para fora das telas e Nicole e Cruise começaram a namorar, em um dos romances mais badalados dos anos 90. Romance esse que iria virar casamento que infelizmente não iria terminar muito bem, anos depois. "Dias de Trovão" foi dirigido por Tony Scott que em suas próprias palavras quis realizar um "Ases Indomáveis com carros de corrida"
Flertando - Aprendendo a Viver (1990)
Depois do blockbuster "Dias de Trovão", ao lado do namorado Tom Cruise, Nicole resolveu alisar seus cabelos que chamavam a atenção por causa de seus longos cachos ondulados, para atuar nesse pequeno filme independente chamado "Flirting", dirigido por John Duigan. O filme se passava todo em um ambiente escolar nada saudável. A produção australiana foi premiada em seu país, pelo Australian Film Institute, ganhando uma boa receptividade por parte da crítica internacional de um modo em geral.
Billy Bathgate: O Mundo a Seus Pés (1991)
Filme passado na era dos grandes gangsters americanos. Nicole Kidman interpretou uma personagem chamada Drew Preston, em um papel não muito significativo. Foi complicado para a atriz se sobressair em um elenco com tantos astros como Dustin Hoffman e Bruce Willis. Dirigido pelo cineasta Robert Benton, o filme não conseguiu fazer sucesso, ficando no meio do caminho. Com orçamento milionário o filme foi mal nas bilheterias. Uma das poucas coisas boas, segundo a crítica da época de lançamento da produção, era justamente a presença de Kidman, que com figurino de época ficou ainda mais bonita e glamorosa.
Pablo Aluísio.
Tobe Hooper
O primeiro grande sucesso de sua filmografia foi "O Massacre de Serra Elétrica" de 1974. Como se diz hoje em dia esse é um filme terror de raiz! O diretor aproveitou um caso real (acredite, o roteiro é baseado em acontecimentos reais ocorridos no Texas) e criou essa sangrenta fita, onde psicopatas cruéis matavam suas vítimas com requintes de crueldade. O filme, feito com orçamento mínimo, se tornou um cult movie e colocou Hooper no radar dos fãs de horror. Depois disso o diretor começou uma fase áurea, tudo culminando com o sucesso de "Poltergeist" de 1982. O diretor foi escolhido a dedo por Steven Spielberg, que produziu a fita. Nas palavras de Spielberg ninguém mais poderia dirigir aquela história tão bem como Hooper.
Na década de 80 Hooper colecionou filmes mais do que interessantes. Produções B de terror que com o tempo se tornaram pequenas obras primas do gênero. Em "Pague Para Entrar, Reze Para Sair" o diretor usou um parque de diversões, esse lugar tão infantojuvenil, para explorar o máximo em termos de sangues e tripas. Já em "Força Sinistra" Hooper levou o terror para o espaço. Misturando filmes de terror com Sci-Fi ele criou uma espécie de alienígena que sugava a força vital dos seres que encontrava pela frente. Um tipo de "vampiros espaciais" como bem definiu Hooper. Nem é preciso dizer que a fita caiu no gosto dos fãs de filmes trash (mas aqui feitos com bons orçamentos).
Hooper repetiu a dose em "Invasores de Marte", mais um filme que misturava os dois gêneros mais populares entre os adolescentes dos anos 80. Essa aliás era uma característica interessante da obra do diretor. Ele sempre procurava misturar o gênero terror com outros gêneros cinematográficos. Assim levou humor ao horror em "O Massacre da Serra Elétrica 2", onde no meio da matança desenvolveu momentos de puro humor negro como poucas vezes visto no cinema da época. O diretor também trabalhou na TV, em séries como "Histórias Maravilhosas" ao lado de Spielberg novamente. O diretor continuava na ativa, intercalando seus trabalhos de direção com produção, sempre no estilo que o consagrou: o terror. Para quem levou sustos no cinema com suas obras (ora divertidas, ora assustadoras) fica assim a sensação de vazio de um mestre que nos deixou. Descanse em paz, Tobe Hooper.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
The Beach Boys: Uma História de Sucesso
John Cusack dá vida a Brian Wilson já completamente destruído pela esquizofrenia. Ele passa a ser dominado por um médico que acaba se revelando mais maluco do que ele. Um sujeito que o explora e o coloca sob um coquetel de drogas pesadas para tentar ficar com sua fortuna. Quem o salva da morte é uma ex-modelo, vendedora de carros, chamada Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks). Wilson se apaixona por Melinda e ela tenta de todas as formas ajudá-lo a sair daquela prisão em que ele se encontra. O roteiro do filme se foca completamente em Brian Wilson, por isso se você estiver em busca de algo mais relacionado ao grupo The Beach Boys é melhor procurar por outro filme, algum documentário musical. Aqui só temos mesmo os dramas pessoais de Wilson, seus problemas de saúde, seus traumas, suas lutas contra o estigma da doença mental e outros dramas mais pesados. No final é um filme muito bom, mas também muito triste para quem nunca conheceu em maiores detalhes os problemas enfrentados por esse genial músico.
The Beach Boys: Uma História de Sucesso (Love & Mercy, Estados Unidos, 2014) Direção: Bill Pohlad / Roteiro: Oren Moverman, Michael A. Lerner / Elenco: John Cusack, Paul Dano, Elizabeth Banks, Paul Giamatti / Sinopse: O filme conta a história real do cantor e compositor Brian Wilson. Líder do famoso grupo de rock e surf music The Beach Boys. Ele acabou tendo que lutar contra a doença mental, no auge do sucesso, após ser diagnosticado como esquizofrênico e paranoico. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Paul Dano) e Melhor Música Original ("One Kind of Love" de Brian Wilson e Scott Montgomery Bennett).
Pablo Aluísio.