quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Comando Para Matar
Título Original: Commando
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mark L. Lester
Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya, Vernon Wells, David Patrick Kelly, Alyssa Milano
Sinopse:
Jenny Matrix (Alyssa Milano) é sequestrada por um grupo paramilitar. Um ex-ditador latino-americano tenta usar a garota como meio de troca para que seu pai, o Coronel John Matrix (Arnold Schwarzenegger), mate um rival político que atualmente está no poder em seu país. Como descobrirá depois essa definitivamente não foi uma boa ideia.
Comentários:
De certa forma era para ser mais um genérico de "Rambo". Realmente era essa a intenção da produtora. Usar um ator musculoso como um militar imbatível, um exército de um homem só. Acabou virando sensação do verão americano de 1985. Afinal tinha como grande atração aquele ator austríaco de nome impronunciável que o público americano só conhecia mesmo de dois recentes sucessos, "Conan" e principalmente "O Exterminador do Futuro". O filme acabou sendo importante para a carreira de Arnold Schwarzenegger porque provou que ele poderia segurar um filme sozinho, tornando ele um sucesso de bilheteria. Afinal de contas em "Conan" ele virava coadjuvante do próprio personagem, que já tinha fama entre os leitores de quadrinhos e em "Terminator" ele era suplantado pelo roteiro bem escrito e pela direção impecável de James Cameron. Já aqui ele contava apenas com ele mesmo, com as cenas de ação e com o apelo publicitário de aparecer no poster do filme já devidamente camuflado, pronto para a guerra. Revisto hoje em dia o filme soa como um exemplo do exagero do cinema de ação dos anos 80, onde apenas um super soldado era capaz de matar dez, vinte ou cinquenta inimigos sem maior problema. O que importavam eram as cenas com as metralhadoras cuspindo chumbo quente para todos os lados. Sem perda de tempo e sem sentimentalismos baratos. Sem firulas. Puro cinema para macho! Nada mais do que isso. Se nunca assistiu não deixe de ver para ter uma ideia do que imperava nos cinemas na época.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
Ghoul
Título Original: Ghoul
Ano de Produção: 2015
País: República Tcheca, Ucrânia
Estúdio: J.B.J. Film
Direção: Petr Jákl
Roteiro: Petr Bok, Petr Jákl
Elenco: Jennifer Armour, Alina Golovlyova, Jeremy Isabella
Sinopse:
Um grupo de amigos americanos, estudantes de cinema, decide ir até a Ucrânia para filmar um pequeno documentário sobre um homem que ficou vários anos preso após ser condenado por canibalismo. A intenção dos jovens é produzir uma entrevista com o criminoso e depois ligar sua história a várias lendas sobrenaturais da região que nasceram durante a ditadura soviética de Stálin, na década de 1930. Na ocasião se deu um grande surto de fome no país e a população sem ter o que comer começou a praticar em massa o canibalismo. Filme vencedor do Grossmann Fantastic Film and Wine Festival na categoria de Melhor Filme de terror.
Comentários:
Inicialmente você pensa estar assistindo a mais um daqueles filmes ao estilo mockumentary, que anda tão popular nos Estados Unidos. Há diferenças porém. A primeira e mais óbvia é que o filme foi produzido na Europa. Os produtores inclusive fizeram questão de filmar na Ucrânia, algo até perigoso nos dias de hoje por causa dos inúmeros conflitos que existem por lá. A segunda diferença substancial é que o roteiro fez uma bem bolada ligação do enredo com a vida do infame serial killer ucraniano Andrei Chikatilo. Esse foi um dos mais violentos psicopatas da história, acusado de ter matado mais de 50 pessoas e depois praticar canibalismo com seus corpos. Era um louco perigoso que ficou muito conhecido pelas atrocidades que cometeu em sua vida miserável. Tão violento que agora acabou virando vilão de filmes de terror. A ideia não é ruim, embora Chikatilo tenha conseguido ser mais sanguinário e monstruoso do que qualquer tipo de história ficcional que se possa imaginar. Infelizmente a criatividade também não vai muito além disso. Um mockumentary que usa uma história real, a utilizando como ponto de partida para a pura ficção é uma boa sacada, porém seu desenvolvimento fica no lugar comum. As mocinhas gritando, as imagens sem foco, tremendo e o caos e a gritaria imperando de forma banal. Mesmo com tantas ressalvas ainda vale a pena conferir, nem que seja para mudar um pouco, vendo um filme realizado no leste europeu; se bem que na verdade qualquer documentário que conte a história do verdadeiro Chikatilo é bem mais aterrorizante do que esse filme.
Pablo Aluísio.
2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.
Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse!
Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
A Forca
Título Original: The Gallows
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Blumhouse Productions
Direção: Travis Cluff, Chris Lofing
Roteiro: Travis Cluff, Chris Lofing
Elenco: Reese Mishler, Pfeifer Brown, Ryan Shoos
Sinopse:
Vinte anos depois de um evento trágico, quando um jovem estudante morreu em uma encenação de uma peça escolar chamada "A Forca", ela volta a ser encenada pelo grupo teatral da escola. Os atores são todos estudantes que querem dar o melhor de si no palco. O jovem Ryan Shoos resolve então gravar os bastidores da peça e acaba descobrindo que existe algo muito sinistro por trás de tudo o que está acontecendo.
Comentários:
Uma produção praticamente amadora que acabou caindo nas graças da Warner Bros que resolveu distribuir o filme nos cinemas (inclusive no Brasil). Os atores do filme usam seus próprios nomes para seus personagens e tudo é muito caseiro mesmo. Como era de esperar a linguagem e a estética seguem a linha do estilo mockumentary (uma verdadeira praga que assola o gênero terror nos Estados Unidos). Assim o espectador acaba acompanhando todos os acontecimentos em péssimas imagens feitas naquelas pequenas câmeras de mão usadas por um dos personagens. Uma tremenda chateação. Além de não vermos praticamente quase nada do que acontece, a sensação de tontura também estará garantida (já que a câmera não para de balançar de um lado para o outro). Além da experiência nauseante você ainda será presentado (presente de grego é bom salientar) por uma trama bobinha e sem novidades. Como era de se esperar o tal fantasma do ator morto no passado volta para se vingar, com uma corda na mão e uma roupa de carrasco (fala sério!). São apenas quatro atores em cena (dois rapazes e duas garotas) que se revezam entre gritos e sustos dentro de um teatro na madrugada sem fim. Tudo muito chatinho e sem graça. As mortes não são assustadoras e nem criativas e vamos ser sinceros, quem ainda vai se assustar com esse tipo de fitinha B completamente sem originalidade? No final você vai procurar por uma corda mesmo, mas para se enforcar, com tanta raiva de ter perdido seu precioso tempo assistindo a essa bobagem nada arrepiante. É melhor pular do cadafalso do que assistir a essa bomba.
Pablo Aluísio.
Dark Was the Night
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Jack Heller
Roteiro: Tyler Hisel
Elenco: Kevin Durand, Lukas Haas, Steve Agee, Nick Damici,
Sinopse:
O xerife e seu assistente precisam investigar uma série de aparições inexplicáveis nas redondezas de uma pequena cidade americana. Os moradores relatam ter visto estranhas criaturas, com cascos de cavalos, mas que andam sobre duas pernas, algum tipo de animal desconhecido da ciência. Em pouco tempo todos os mais antigos moradores relembram velhas lendas, de demônios que supostamente habitariam as profundezas da floresta local, mas o xerife considera esse tipo de coisa uma grande bobagem, uma crendice sem qualquer tipo de fundamento. Os acontecimentos que virão irão demonstrar que ele está redondamente enganado em pensar assim. Filme vencedor do Screamfest na categoria de Melhores Efeitos Visuais.
Comentários:
Bom, se você curte Criptozoologia (o estudo de espécies animais lendárias, mitológicas, hipotéticas ou avistadas por poucas pessoas) certamente vai ao menos se interessar por esse terror. A história se passa numa daquelas cidadezinhas sonolentas do interior dos Estados Unidos. O xerife local não tem muito o que fazer até que algo incomum acontece. Durante uma expedição floresta adentro um grupo de madeireiros é brutalmente assassinada. Ao mesmo tempo em que ocorrem as mortes inexplicáveis, as pessoas da cidade começam a contar avistamentos fantásticos, como animais estranhos e o surgimento de aparições de pessoas falecidas (o próprio xerife começa a ver seu jovem filho, morto alguns meses antes). Não demora muito e o policial toma conhecimento de velhas lendas. Os mais antigos afirmam que existem demônios ancestrais dentro da escura floresta e agora eles estão de volta para expulsar os moradores que invadiram o território de seu antigo lar. "Dark Was the Night" prioriza bastante o suspense, por essa razão não vá esperar um show de computação gráfico a todo momento. Sim, os monstros surgem nas cenas finais, mas até lá o diretor Jack Heller se mostra mais interessado em criar todo um clima antes do surgimento dos estranhos seres. Como é um filme de curta duração não há como se aborrecer com a ausência explícita dos monstros. Para falar a verdade quando finalmente eles surgem algo se perde, já que o mais interessante era imaginar como seriam. São bem feitos, mas eram melhores em nossa pura imaginação. Quando eles começam a atacar uma velha igreja católica grande parte do suspense também se vai. Não faz mal, é uma boa fita que diverte e consegue manter a atenção, mesmo com a presença de clichês aqui e acolá. Vale conhecer.
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de setembro de 2015
Everly - Implacável e Perigosa
Título no Brasil: Everly - Implacável e Perigosa
Título Original: Everly
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Vega, Baby!
Direção: Joe Lynch
Roteiro: Yale Hannon
Elenco: Salma Hayek, Hiroyuki Watanabe, Laura Cepeda
Sinopse:
Ao abrir seus olhos Everly (Salma Hayek) percebe que está em uma situação extrema. Há corpos espalhados por todos os cantos, sangue nas paredes e sinais de que houve um grande tiroteio em seu apartamento. Sequestrada no passado e levada para servir de escrava sexual de um chefão da máfia japonesa, ela agora precisa sobreviver de todas as formas. Depois de descobrir uma mala cheia de dinheiro nos fundos de um quarto ela decide deixar o lugar, algo que definitivamente não será nada fácil pois o apartamento está cercado por todos os tipos de criminosos. A única chance dela é usar todo o arsenal que está a sua disposição para abrir caminho, mesmo que seja no meio de uma chuva de balas!
Comentários:
Um filme bem violento, sangrento e sem medo de mostrar todo tipo de cena com torturas e assassinatos, alguns bizarros causados por espadas de samurai e uso intenso de armas pesadas, de grosso calibre. De certo modo "Everly" chegou a me lembrar até mesmo em seu jeito exagerado de ser dos filmes de Tarantino, em especial "Kill Bill", mas isso claro colocando tudo em seu devido lugar. Isso porque temos que realmente tirar as devidas proporções para comparar essa produção com qualquer obra assinada pelo diretor Tarantino. Agora em termos de estética cinematográfica é tudo realmente bem semelhante. Nunca descobrimos, por exemplo, a razão de tanto ódio dirigido contra a personagem interpretada por Salma Hayek, tudo o que é informado, da forma mais sucinta possível, é que ela teria "traído" seu mentor na máfia japonesa. E isso é só.
Como um filme que está mais preocupado em explorar a violência insana e sem limites de seus rasos personagens do que descer a detalhes de seu enredo, "Everly" aposta todas as suas fichas na mais pura e descerebrada ação. Não que isso implique que o filme não seja divertido, muito pelo contrário, ao se assumir como tal a produção acaba prendendo a atenção do espectador, sempre na expectativa do próximo absurdo que surgirá na tela. Tudo se passa praticamente dentro de um apartamento onde Everly está impossibilidade de fugir. Lá fora e lá embaixo no térreo do edifício há uma verdadeira legião de capangas armados até os dentes. Sem condições de ir até sua filha e sua mãe, Everly as traz para o meio desse campo de batalha onde elas acabam protagonizando cenas do mais puro nonsense. Embora bem violento o filme curiosamente não chega a chocar porque tudo surge bem caricato, nada muito realista ou verossímil. O final em aberto deixa claro que "Everly" seguirá em frente, provavelmente na forma de uma franquia de ação daquelas bem exageradas mesmo. É esperar para ver.
Pablo Aluísio.
Um Domingo de Chuva
Título Original: Like Sunday, Like Rain
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: BB Film Productions
Direção: Frank Whaley
Roteiro: Frank Whaley
Elenco: Leighton Meester, Julian Shatkin, Debra Messing, Billie Joe Armstrong
Sinopse:
A jovem Eleanor (Leighton Meester) tem uma vida complicada. Depois de ir embora da casa dos pais ela vai até Nova Iorque tentar realizar seu sonho de entrar na conceituada escola de música da Juilliard, mas sem dinheiro ou bolsa de estudos acaba se tornando garçonete para sobreviver na grande cidade. Para piorar ela tem um relacionamento tumultuado com o namorado, o músico Dennis (Billie Joe Armstrong). Após brigar com ele em seu trabalho acaba sendo demitida. Precisando de um novo emprego acaba aceitando uma vaga como babá em um rico apartamento do Upper East Side. Lá conhece o pequeno garoto prodígio Reggie (Julian Shatkin), um jovem com um QI acima da média que criará um laço de amizade e afeição com ela.
Comentários:
Esse filme é especialmente recomendado para os fãs da série "Gossip Girl". Isso porque ele é estrelado pela atriz Leighton Meester que interpretava a patricinha malvada Blair Waldorf. Curiosamente aqui ela retorna para o mesmo bairro chique de Upper East Side onde a série se passava, mas ao invés de dar vida a uma mimadinha da região ela vive uma garota da classe trabalhadora que precisa ganhar a vida com os empregos que vão lhe surgindo pela frente. Entre eles está justamente a de ser a babá de um garoto de 12 anos que apesar da idade é um pequeno gênio. Ele toca violoncelo, tem uma mente sofisticada e pensamentos de uma pessoa com uma idade bem superior a da sua faixa etária. Em pouco tempo ele vai se apegando emocionalmente com a nova babá, até porque vive praticamente solitário em um grande apartamento de Manhattan. Sua mãe é uma executiva estressada que vive viajando, jogando a educação de seu filho todo nas mãos de um grupo de empregados da casa. Debra Messing, a Grace Adler da série Will & Grace, interpreta esse papel. Outro destaque interessante do elenco é a presença do roqueiro Billie Joe Armstrong da banda Green Day tentando se dar bem como ator. Ele até que não se sai mal, apesar do personagem ser pequeno e de pouco destaque. No geral é um bom filme, com uma história interessante, que só peca mesmo por não assumir abertamente o amor platônico que o garoto começa a sentir por sua babá. Em tempos tão politicamente corretos a impressão que fica é a de que os produtores tiveram receio ou medo de mostrar um quase romance entre uma jovem garota adulta e um menino de 12 anos. Assim ao invés de explicitar esse aspecto preferiram apenas sugerir tudo. A saída foi um pouco covarde, mas também trouxe uma inegável sofisticação ao enredo.
Pablo Aluísio.
sábado, 5 de setembro de 2015
O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)
Esse novo filme é tão decepcionante, tão decepcionante! Não que a marca Terminator tenha gerado algo que preste nos últimos anos, mesmo sob o ponto de vista dos filmes ruins anteriores esse se supera no quesito porcaria. Na verdade vamos colocar as cartas na mesa. Só existe um filme realmente bom, o primeiro. Era uma produção sem muitos recursos, porém souberam criar um enredo bem bolado e ágil, que caiu como uma luva para o inexpressivo ator austríaco Arnold Schwarzenegger, um fisiculturista que tentava a sorte como ator em Hollywood lá no distante ano de 1984. Com o sucesso houve uma (praticamente) refilmagem, dessa vez com muito dinheiro e recursos, o que resultou em uma ótima produção, com trilha sonora assinada pelo Guns N' Roses (quando eles eram realmente bons e não hoje, quando mais se parecem com um grupo de velhinhos cansados). Depois disso nada mais deu muito certo. A verdade é que a trama básica de Terminator é simples e fácil de entender e por essa razão funcionou que foi uma beleza nos anos 80 e 90. Sem ideias novas e sem renovação, aliado ainda ao desejo de levantar a carreira do Scharza, então foi realizado essa saturada, cansada e confusa quarta parte (ou seria quinta?) da série. Não deveriam ter revirado esse ferro velho!
Gente, vamos ser sinceros. Que coisa chata! Ficou tudo muito fraco, do enredo que é ruim e mal bolado (embora ao contrário do que muita gente vem dizendo até seja mais ou menos fácil de entender) ao elenco, que em muitos casos é sim bizonho. A começar pelo próprio Arnold Schwarzenegger. Quem conhece algumas fotos recentes da férias do ator que foram tiradas na praia já sabe que a velha boa forma física já era, claro, causada pela idade avançada dele. Tudo bem, é a vida, o tempo passa para todo mundo. Para contornar isso o estúdio trouxe um Arnold Schwarzenegger novinho em folha, completamente digital, vindo diretamente de 1984. Ficou bacana, mas também melancólico por vermos as marcas que o tempo deixa nas pessoas. A nova Sarah Connor, a atriz Emilia Clarke, é bonitinha e faz um esforço danado para agradar. Nesse ponto temos que reconhecer. O problema é que o que antes era bem desenvolvido agora sai truncado, enrolado. Nesse processo ela acabou ficando presa (literalmente) numa verdadeira teia de idas e vindas entre passado, presente e futuro que chegou ao ponto de me fazer perder a paciência com o que estava acontecendo. Toda hora a mocinha tinha que dizer "Estou em 2007", "Estou em 1984", "Estou em 1973"... Ah, vá procurar outro para aborrecer! Cansei, não quero mais saber em que ano você está... se ao menos eu pudesse voltar ao passado e não entrar no cinema, isso sim seria uma boa viagem no tempo!
O pior é encarar o bombado e inexpressivo Jai Courtney tentar trazer algum carisma para seu Kyle Reese. Vamos reconhecer que o sujeitinho é chato além da conta. Fora isso existem alguns poucos efeitos especiais realmente interessantes e muita conversa mole para enrolar o espectador que vai bocejar mais de uma vez, por puro tédio. Está na hora de juntar toda essa parafernália de robôs, viagens no tempo e guerras entre máquinas e homens e jogar tudo de volta para o fundo do baú. Já está tudo ultrapassado, enferrujado e cheirando a mofo mesmo. Diante de tantas cenas do Exterminador dizendo que vai voltar toda hora não posso deixar de fazer apenas um pequeno pedido: Não volte mais, por favor! Quem diria que o Terminator seria vítima do próprio passar dos anos? Desce o pano... /
O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys, Estados Unidos, 2015) Direção: Alan Taylor / Roteiro: Laeta Kalogridis, Patrick Lussier / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke. / Sinopse: Temos aqui mais um exemplar cinematográfico da famosa franquia de filmes de ação e ficção "Terminator".
Pablo Aluísio. .
96 Minutos
Título Original: 96 Minutes
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: First Point Entertainment
Direção: Aimee Lagos
Roteiro: Aimee Lagos
Elenco: Brittany Snow, Evan Ross, Sharon Conley, David Oyelowo
Sinopse:
Dois jovens, um negro e o outro branco, acabam sequestrando duas estudantes com a intenção de roubarem seu carro. Uma delas se desespera no momento da abordagem e acaba levando um tiro na cabeça. A outra entra em desespero, mas é levada para o banco de trás do veículo sob ameaças. Dirigindo a esmo os dois criminosos tentam bolar uma forma de saírem daquela situação extrema sem irem parar atrás das grades pelo resto de suas vidas. Filme premiado no Boston Film Festival nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz (Brittany Snow).
Comentários:
Basta um pequeno momento, uma decisão errada, para colocar toda uma vida a perder. Veja o caso de um dos personagens desse filme. Ele é conhecido no bairro como Dre (Evan Ross). Ele é negro e mora num bairro barra pesada na cidade onde nasceu. Tentando fugir do destino da maioria de seus amigos, que acabaram entrando em gangues de criminosos da vizinhança, ele resolveu optar por ir em outra direção, estudando e se esforçando no colégio para ter um futuro melhor. Inteligente e cheio de esperanças ele pretende ir embora um dia daquele lugar para quem sabe cursar uma boa universidade. Seu maior problema talvez seja ser amigo do branco Kevin (J. Michael Trautmann), um sujeitinho marrento, filho de uma prostituta, que deseja virar um gangster, bem o oposto do que almeja para sua vida o próprio Dre. Tentando levar o rapaz para o bom caminho ele resolve levar o amigo para um bairro frequentado por estudantes universitários, para que talvez ele venha a se inspirar em estudar no futuro, quem sabe. Criar uma boa influência em sua mente. O tiro porém sai pela culatra. Num ato impensado Kevin resolve roubar um carro, sequestrando duas estudantes e o pior de tudo, atirando na cabeça de uma delas. A partir daí começa um verdadeiro inferno para Dre. Ele que sempre almejou ter uma vida mais promissora se vê encurralado justamente numa situação que ele mais temia ter que enfrentar um dia em sua vida. O desfecho dessa sucessão de erros é simplesmente brutal (e não poderia ser diferente pois foi um caso real). O roteiro desse filme deixa muitas lições, entre elas a de que não podemos brincar com o destino pois as consequências poderão ser bem trágicas, mais do que poderíamos supor. A outra grande lição é a de demonstrar que nem sempre o chamado "bandido social" é puramente fruto do meio. Muitas vezes atalhos errados na vida levam para esse triste caminho e nesse processo mais uma vida promissora é destruída para sempre.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Quarteto Fantástico
Título no Brasil: Quarteto Fantástico
Título Original: Fantastic Four
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Josh Trank
Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg
Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell
Sinopse:
Amigos desde a infância, Reed (Miles Teller) e Ben (Jamie Bell), decidem criar uma máquina revolucionária, que consegue transportar matéria entre dimensões diversas. Assim logo chamam a atenção de um órgão governamental que os leva para um laboratório de última geração. Lá a ideia inicial de Reed é desenvolvida e eles conseguem finalmente criar a ferramenta tecnológica perfeita para essa viagem interdimensional. Os problemas começam quando um grupo deles resolve realizar uma travessia para a outra dimensão sem autorização, o que desencadeia uma série de eventos que mudará suas vidas para sempre. Filme premiado na CinemaCon, EUA.
Comentários:
Desde o seu lançamento esse novo filme sobre o Quarteto Fantástico tem sido massacrado pela crítica e pelos fãs de quadrinhos em geral. Muita coisa foi dita e escrita sobre a produção e por essa razão fui assistir esperando encontrar uma bomba, um verdadeiro abacaxi cinematográfico pela frente. Sinceramente falando não vi nada do que foi tão alardeado por aí. Tudo bem, passa longe de ser uma obra prima ou de ser considerado algum filme marcante. Longe disso. Na verdade é um filme que não vai além do que se vê de forma cotidiana por aí, mas também não desce a níveis abissais em termos de qualidade como foi afirmado por alguns. A maior crítica que faria seria mesmo em relação ao roteiro. Como se trata de um filme de origens percebi que os roteiristas perderam muito tempo com certos detalhes menores, fazendo com que o ritmo da história seja mais lenta do que seria esperado pelos fãs dos personagens. O filme vai avançando e pouca coisa de importante acontece. Como é pequeno (pouco mais de 90 minutos de duração) muita coisa fica pelo meio do caminho.
Além disso a própria origem deles foi modificada, o que levou muitos dos fãs mais radicais a criarem um tipo de indignação desproporcional com o que se vê na tela. Tudo bobagem. A fita é na média, volto a afirmar. Não chega a decepcionar completamente como foi dito por alguns. Apenas acredito que o próprio Quarteto Fantástico seja algo meio fora de moda nos dias de hoje. Eles foram criados na década de 1960 e na época até poderia ser legal ver um sujeito cujo poder era se esticar, tal como se fosse um homem de borracha. Hoje em dia será que algo assim ainda vai interessar a alguém? O mesmo pode-se dizer do jovem que se torna uma tocha humana e da garota que fica invisível. O único personagem que poderia render algo a mais no cinema atualmente seria justamente a coisa, mas ele surge nesse filme até mesmo apagado, como uma figura soturna e abalada pelo seu próprio destino inglório. Enfim, tudo isso são meros devaneios. A questão principal é que realmente não estamos na presença de algo tão ruim como foi amplamente noticiado desde o seu lançamento. "Fantastic Four" versão 2015 é cinema pipoca plenamente digerível, sem maiores problemas.
Pablo Aluísio.