segunda-feira, 23 de maio de 2011

Madonna - Blond Ambition

Madonna - Blond Ambition
Documentário que acompanha a cantora Madonna durante sua turnê mundial "Blond Ambition" durante o ano de 1990. O principal foco do filme é mostrar os shows da famosa cantora pop nos palcos japoneses, onde lotou estádios e levou centenas de milhares de fãs ao delírio. "Blond Ambition" foi uma das turnês mais bem sucedidas de Madonna em sua carreira. Ela estava realmente em ótima forma e com ousadas performances chamava a atenção da imprensa e do público. Cada show foi um acontecimento e tanto no mundo do show business. Aqui temos um documentário muito bem realizado mostrando a passagem da turnê pelo Japão. 

É curioso notar como essa cultura secular se rendeu facilmente à invasão cultural americana durante aqueles anos. Por essa época Madonna adotou o visual ao estilo Marilyn Monroe, o que sempre achei muito interessante e curioso. Os shows são movimentados, com ótimas coreografias e passos de dança. Sinceramente falando acredito que nesse nicho pop nenhuma cantora ainda hoje conseguiu superá-la, tanto em termos de sucesso como em impacto na mídia. Assim fica a dica para os curiosos e a lembrança para os fãs de que se trata de um item essencial em suas coleções, não vá perder!

Madonna - Blond Ambition
Ano de Produção: 1990 / País: Estados Unidos, Japão / Estúdio: Sony Pictures / Direção: Mark Aldo Miceli / Roteiro: Mark Aldo Miceli, Madonna / Elenco: Madonna, Donna DeLory, Niki Harris.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de maio de 2011

Michael Jackson - Invincible

Esse foi o último álbum da carreira de Michael Jackson. Na época de seu lançamento houve uma grande ansiedade por parte de fãs e imprensa pois já fazia quatro anos que o cantor não lançava material realmente inédito no mercado. Nem é preciso lembrar que a vida de Michael continua caótica, enfrentando problemas de toda ordem, inclusive complicados processos envolvendo acusações de pedofilia. Por isso Michael se considerava naquela altura de sua vida uma pessoa realmente invencível, uma vez que havia conseguido sobreviver a todos esses problemas. Jackson estava em uma nova gravadora, a Sony, e tinha grandes expectativas em relação ao disco mas logo se mostrou desapontado com os resultados comerciais. Três singles foram lançados, "You Rock My World", "Cry" e "Butterflies" mas nenhum deles conseguiu ser efetivamente um impacto nas paradas como os antigos sucessos de sua carreira. O álbum também se mostrou tímido em termos de vendagens, vendendo meras cinco milhões de cópias nos Estados Unidos, um número bom para qualquer artista mas não para Michael Jackson que conseguira vender estimadas 100 milhões de cópias por Thriller. Em vista disso o rótulo de "fracasso" comercial começou a rondar Invincible. Em represália Michael culpou a Sony pelos resultados fracos. Chegou ao ponto de acusar a gravadora de ser racista e ter boicotado seu material por ele ser um astro afro-americano. O rompimento depois de acusações tão pesadas logo se tornou inevitável.

Eu sempre digo que quando o artista perde o foco de sua arte se preocupando apenas com números ele acaba perdendo sempre o que tem de melhor. É isso é algo bem claro nesse "Invincible". De repente todos estavam falando das poucas cópias vendidas, esquecendo de analisar o CD apenas por seus méritos artísticos. Olhando sobre esse ângulo considero "Invincible" um bom trabalho de Jackson. Não é uma obra prima mas certamente é um trabalho acima da média. Talvez sua preocupação em flertar com artistas do estilo rap tenha ofuscado um pouco o conjunto das canções do álbum mas há outros estilos presentes no disco que o salvam da mediocridade. R&B, hip hop e dance-pop estão presentes na seleção musical para amenizar esse aspecto negativo. Curiosamente Jackson só volta a brilhar mesmo quando retoma seu bom e velho estilo em faixas como "You Are My Life", "Break of Dawn" ou até mesmo a ótima "Speechless" que tem uma linda melodia. Já quando tenta se auto imitar como em "Threatened" derrapa feio pois definitivamente os dias de Thriller estavam há muito superados. A participação de grandes músicos, como Slash, o mitológico guitarrista do Guns and Roses, em "Privacy" também ajudam a manter o interesse. Michael também não deixou o lado mais social de lado dedicando o disco para o garoto negro Benjamin "Benny" Hermansen, morto por grupos neonazistas na Noruega em 2001. Assim no final das contas não importa se o álbum foi ou não um estouro de vendas pois hoje em dia isso não tem qualquer importância. O que é relevante é a música de Jackson, que aqui ressurge não tão brilhante como um dia foi, mas mesmo assim mantendo um nível de qualidade digno de sua posição dentro da música mundial. Sem dúvida ele foi um artista que deixou uma lacuna que dificilmente será preenchida. Era um cantor e compositor realmente fora de série.

Michael Jackson - Invincible (2001)
Unbreakable / Heartbreaker / Invincible / Break of Dawn / Heaven Can Wait / You Rock My World / Butterflies / Speechless / 2000 Watts / You Are My Life / Privacy / Don't Walk Away / Cry / The Lost Children / Whatever Happens / Threatened.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2011

Michael Jackson - HIStory

Michael Jackson foi um grande artista de nosso tempo. Era ótimo cantor, dançarino e compositor. Certamente sua imensa popularidade é plenamente justificada pelo grande talento que tinha. Sobre isso acredito que não haja grandes controvérsias. Infelizmente isso não bastava ao cantor e ele se envolveu em uma enorme quantidade de confusões ao longo da vida, fatos esses que nem preciso aqui entrar em detalhes pois já é demais sabido por todos, ainda mais depois de sua morte quando somos bombardeados diariamente com aspectos de sua vida pessoal. Michael Jackson não foi apenas um grande astro musical mas uma celebridade elevada à nona potência. Nesse ponto é que reside todo o problema. Como prestar atenção no artista Michael Jackson no meio de tanto barulho causado por sua persona sui generis? É algo complicado de se alcançar. Ainda mais agora, após sua morte. De repente Michael, que era mal visto por muita gente, virou uma espécie de santidade imaculada. Incrível como tantas pessoas mudaram de opinião tão rapidamente apenas pelo fato de seu falecimento. Certamente a mídia mostrou, como poucas vezes se viu, a sua enorme capacidade de mudar a opinião pública na direção de onde bem entender. O mesmo Michael que foi massacrado pela indústria de informação hoje é canonizado num evento sem proporções, mostrando realmente que a massa está totalmente nas mãos dos grandes meios de comunicação.

Mas isso é um assunto para se discutir com mais calma em outra ocasião. Como afirmei antes, se focar apenas no músico Michael Jackson nos dias de hoje é algo complicado. Esse CD, HIStory, lançado bem no meio das acusações de pedofilia, mostra como o lado musical de Michael foi soterrado pelas toneladas de tablóides sensacionalistas. Ouvir HIStory agora é algo revelador. Ao longo de suas várias faixas podemos tranquilamente notar o grande artista que o mundo perdeu recentemente. Na verdade o álbum, tal como foi concebido, vem fazer um levantamento sobre a trajetória de Michael ao longo dos anos. Assim no CD 1 temos seus maiores sucessos, com todos aqueles clássicos que tão bem conhecemos (e que por isso não vou tecer maiores comentários). Já o CD 2 traz material inédito gravado por ele naquele ano. O ponto alto é justamente o CD2 de inéditas. Nessas quinze faixas facilmente reconhecemos o que de melhor (e pior) existia na carreira de Jackson. De positivo temos ótimas baladas cantadas por Michael, mostrando mais uma vez o ponto forte de sua voz. "Stranger In Moscow", uma faixa estranhamente intimista mostra esse seu lado vocal, que depois é confirmada na bela "You Are Not Alone" (feita em homenagem a sua esposa de então, a filha de Elvis, Lisa Marie Presley). Para quem gosta do lado mais agitado do astro, duas faixas tentam, sem muito êxito é bom salientar, reviver os dias de Bad e Thriller. Em Scream temos um dueto pouco inspirado ao lado de sua irmã Janet e em 2 Bad constatamos que a velha fórmula havia se desgastado um pouco.

Já "HIStory", a faixa que dá nome ao CD, é no mínimo curiosa, mas pelo sua própria estrutura dificilmente se destacaria nas paradas. O lado ruim do CD vem da regravação desnecessária de Come Together dos Beatles (afinal os direitos eram dele mesmo) e da constrangedora "Childhood" (depois de todas as acusações Michael deveria ter evitado o tema infantil no CD). "Money" tem uma estrutura rítmica muito rica, assim como o vocal de Michael, excelente. "Earth Song" por sua vez se destaca não só pela bonita melodia mas também pela mensagem de tenta passar (Pois é, até na terra do Peter Pan havia consciência com nosso meio ambiente). "Little Susie" é tão estranha quanto curiosa. Não sei onde ele estava com a cabeça ao se envolver com esse tipo de canção. Por fim temos "Smile", que era a sua canção preferida. Aqui temos o grande momento do CD pois não há como negar que se trata de uma das mais lindas releituras dp grande clássico de Charles Chaplin. É um momento primoroso, acima de qualquer crítica, que fez jus ao talento genial de seu criador. É isso, HIStory mostra as facetas de um ser humano complexo, difícil de entender e compreender, mas que no final deixou uma grande obra, essa sim, imortal.

Michael Jackson - HIStory (1995)
HIStory Begins (Disc 1): 01. Billie Jean 02. The Way You Make Me Feel 03. Black Or White" 04. Rock With You 05. She's Out Of My Life 06. Bad 07. I Just Can't Stop Loving You 08. Man In The Mirror 09. Thriller 10. Beat It 11. The Girl Is Mine 12. Remember The Time 13. Don't Stop 'Til You Get Enough 14. Wanna Be Startin' Somethin' 15. Heal The World.

HIStory Continues (Disc 2): 01. Scream 02. They Don't Care About Us 03. Stranger In Moscow 04. This Time Around 05. Earth Song 06. D.S. 07. Money 08. Come Together 09. You Are Not Alone 10. Childhood (Theme from Free Willy 2) 11. Tabloid Junkie 12. 2 Bad 13. HIStory 14. Little Susie.

Pablo Aluísio.

Michael Jackson - Bad

Esse álbum realmente tinha uma tarefa impossível de cumprir, a de superar o sucesso e as vendas do disco anterior de Michael Jackson, "Thriller", até hoje o LP mais vendido de todos os tempos. Claro que jamais iria alcançar aquele tipo de êxito comercial mas a indústria fonográfica tinha esperanças que aquilo ainda era possível de se repetir. No final das contas não deu. Na verdade "Bad" vendeu pouco mais da metade das cópias de "Thriller". Além disso não conseguiu a façanha de transformar praticamente todas as suas faixas em hits, como havia acontecido no disco anterior. Mesmo assim vendeu horrores, ganhando 20 discos de platina por suas vendas. Também consolidou Michael Jackson como o maior astro da música de seu tempo.

Infelizmente aspectos bizarros de sua vida pessoal começaram também a pipocar nos jornais por essa época, isso foi ruim pois ofuscou o lado artístico de Jackson, dando margem ao aspecto mais sensacionalista de sua vida. Revisando "Bad" nos dias de hoje chegamos na conclusão que a boa sonoridade ainda resiste, embora algumas faixas tenham perdido relevância com o tempo justamente por terem se rendido em demasia aos padrões meramente comerciais dos anos 80. / Estúdio Selo: CBS / Produção: Michael Jackson, Quincy Jones / Formato Original: Vinil  / Músicos: Michael Jackson, Steve Wonder, Eric Gale, Maxi Anderson, David Williams entre outros.

Michael Jackson - Bad (1987)
Bad / The Way You Make Me Feel / Speed Demon / Liberian Girl / Just Good Friends / Another Part of Me / Man in the Mirror / I Just Can't Stop Loving You / Dirty Diana / Smooth Criminal / Leave Me Alone.   

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Michael Jackson – Thriller

Só quem viveu os anos 80 consegue ter uma noção completa do impacto que Thriller teve no mundo musical. Esse é um álbum que realmente merece o rótulo de fenomenal. É incrível que um artista como Michael Jackson – que mesmo após o lançamento de seu disco de estréia ainda tentava se desvincular de seu passado no Jackson Five – tenha conseguido atingir tamanho êxito. E não estou falando apenas em sucesso de vendas, já que Thriller foi o álbum mais vendido de todos os tempos, mas sim de sucesso do ponto de vista artístico, musical. Mesmo que você não goste do cantor por causa de seus inúmeros problemas pessoais que o atingiram depois, é quase impossível negar a importância que Thriller teve para o mundo da música nos anos 80. Fruto do trabalho de Michael com o produtor Quincy Jones, Thriller tem um ar de jovialidade e originalidade que até hoje impressiona quem o ouve. Foi o auge de Michael Jackson, a sua obra prima, o pico – que nem ele mais conseguiria atingir depois!

Uma das características que sempre me chamaram atenção em “Thriller” era o incrível número de grandes sucessos presentes em sua seleção musical. Alíás todo o disco foi sucesso, da primeira à última faixa, sem exceções. Eu me recordo bem que nas festinhas de adolescentes da época Thriller era tocado na íntegra porque além de ser um disco extremamente popular não havia faixas ruins ou apagadas – que estavam ali apenas para completar o disco, por exemplo. Pelo contrário, Thriller só tinha sucesso, um atrás do outro, e todas as canções eram extremamente bem trabalhadas e produzidas, mostrando todo o perfeccionismo de Michael Jackson e Quincy Jones nos estúdios. Canções como “Billy Jean”, “Beat It” e a própria “Thriller” viraram verdadeiros hinos de uma geração. Para completar os videoclips (novidade para uma época ainda muito primitiva nesse aspecto) ajudaram a popularizar ainda mais as músicas. Olhando para trás podemos perceber que no fundo “Thriller” foi a glória e a desgraça de Michael Jackson. A glória porque nenhum outro artista conseguiu superá-lo nos números absurdos de cópias vendidas que esse álbum conseguiu alcançar e desgraça porque depois desse avassalador sucesso Michael Jackson nunca mais conseguiu superar o fato dele ter sido literalmente esmagado por sua própria fama e sucesso.

Michael Jackson - Thriller (1982)
1. Wanna Be Startin' Somethin 2. Baby Be Mine 3. The Girl Is Mine 4. Thriller 5. Beat It 6. Billie Jean 7. Human Nature 8. P.Y.T. (Pretty Young Thing) 9. The Lady in My Life.

Pablo Aluísio.

Michael Jackson - Off the Wall

Não é o primeiro disco solo da carreira de Michael Jackson como muitos escrevem por aí. Na verdade Michael já tinha gravado discos solos  antes, quando era apenas um garoto como por exemplo "Got to Be There" e "Ben", ambos de 1972 ainda no selo Motown. Aqui o que temos é o primeiro álbum solo da fase mais magnífica da carreira do cantor quando ele começou a se tornar um artista ícone do mundo pop. Não resta dúvida que a musicalidade desse disco marcou toda uma época. Praticamente todas as faixas viraram hits e Michael começou sua escalada rumo ao Olimpo dos deuses do mundo da música. Seu álbum seguinte, "Thriller" de 1982, se tornaria o disco mais vendido de todos os tempos.

Importante chamar a atenção para o fato de que todos os maneirismos vocais e de performance que Michael iria polir à perfeição no disco seguinte já podem ser encontrados aqui nessas faixas. Em termos de composição Michael ainda se utiliza de outros compositores como o aclamado Stevie Wonder (que escreveu a ótima "I Can't Help It") e Paul McCartney (que tem sua simpática "Girlfriend" do disco "London Town" regravada em excelente versão de Jackson). É um disco coeso, ainda com nuances do movimento Disco que imperava nas paradas daquela época. Um álbum feito para tocar nas rádios e fazer sucesso, algo que Michael Jackson sabia fazer muito bem. / Estúdio Selo: Epic / Produção: Quincy Jones, Michael Jackson / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Randy Jackson, Larry Carlton, David Foster, Louis Johnson, John "JR" Robinson, Phil Upchurch, David Williams, entre outros.

Michael Jackson - Off the Wall (1979)
Don't Stop 'Til You Get Enough / Rock with You / Working Day and Night /  Get on the Floor / Off the Wall / Girlfriend / She's Out of My Life / I Can't Help It / It's the Falling in Love / Burn This Disco Out.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Janis Joplin - Verdades e Mentiras

O Que Matou Janis Joplin?
Ela sofreu uma overdose de heroína. Janis comprou um tipo de heroína preta mexicana com pureza de cinquenta por cento, uma química fatal para qualquer pessoa. Sozinha em seu quarto, ela se injetou e poucos segundos depois apagou, desmaiou. Caiu ao lado da cama, no chão, mas antes disso bateu com a boca no criado mudo. Ela vinha lutando para deixar a droga, mas após uma fase de abstinência não resistiu e voltou a comprar heroína de seu traficante. Foi seu maior erro. Morreu com apenas 27 anos de idade.Seu corpo só foi encontrado 18 horas depois. Quando os paramédicos chegaram já era tarde demais.

Janis Joplin fez um aborto?
Sim, há confirmação de pelo menos um aborto. Ela ficou grávida e não sabia com certeza quem era o pai, já que tinha uma vida sexual promíscua. O aborto foi mal realizado e trouxe complicações. No camarim, antes de um show, acabou desmaiando por causa do procedimento mal feito em uma clínica clandestina. Foi hospitalizada e por pouco escapou de sofrer um processo criminal pois o aborto era proibido por lei. O pior porém foi o trauma psicológico pois ela levou uma culpa pesada pelo resto de sua vida, como confidenciou a uma amiga algumas semanas antes de sua morte.

Janis Joplin sofria de alcoolismo?
Segundo um amigo muito próximo ela sempre terminava seu dia completamente bêbada. Além de ser viciada em drogas pesadas ela também tinha um problema muito sério com bebidas alcoólicas. Isso atrapalhou sua carreira. Nas gravações causava inúmeros problemas pois quando estava muito alcoolizada, não conseguia cantar. Nos palcos levava um litro de whisky de sua marca preferida para ir tomando entre uma música e outra. Por isso nos finais dos concertos tinha que ser retirada do palco nos braços dos produtores de seus shows.

Janis Joplin esteve no Brasil?
Sim, após o lançamento de um disco que foi bastante criticado ela decidiu dar um tempo. Fugiu dos Estados Unidos e veio parar no Rio de Janeiro, bem no meio de uma comunidade de hippies. Aqui conheceu um americano chamado David que decidiu ajudá-la a ficar limpa. A levou para uma região afastada e fez com que ela ficasse longe das drogas. Foi uma recuperação. Só que de volta aos Estados Unidos sucumbiu de novo ao abuso de drogas. David, o namorado, ficou tão decepcionado que resolveu acabar o breve namoro.

Como foi sua infância e juventude?
Janis era uma mulher fora dos padrões. Texana, rejeitou o padrão que era imposto às mulheres de sua época. Vestia roupas ousadas, algumas masculinas e por isso era alvo de piadas e gozações. Certa vez, na universidade, a elegeram como o "homem mais feio do campus". Isso a magoou bastante, por isso decidiu deixar o Texas para ir para a Califórnia, onde abraçou de vez o movimento hippie, da geração paz e amor. Nas entrevistas sempre reclamava disso, de como tudo havia destruído sua auto estima por anos.Também sofreu bastante com insônia e ansiedade. Nunca conseguiu superar esses dois problemas.

Janis Joplin era lésbica?
Na verdade ela era bissexual, ou seja, se envolvia tanto com homens como com mulheres. Janis fazia da contracultura dos anos 60 uma prática em sua vida pessoal. Com o lema do "amor livre" entre os hippies não havia limites e nem barreiras para esse tipo de comportamento sexual mais liberal. Afinal esse era o lema dessas jovens da Califórnia nos anos 60.

Quanto tempo durou sua carreira e quantos discos lançou?
A carreira musical de Janis Joplin foi extremamente breve. Ela começou a cantar profissionalmente aos 24 anos e morreu aos 27, assim sua carreira mal durou três anos! Nesse período ela só gravou dois discos solos e quando o segundo chegou nas lojas ela já havia morrido de uma overdose de drogas. Esse segundo e último álbum se chamou "Pearl" e chegou ao primeiro lugar nas paradas, afinal sua morte ainda era muito recente e todos estavam chocados pelo fato dela ter morrido tão jovem! Claro, depois a gravadora aproveitou a comoção e lançou inúmeras coletâneas para faturar alto com o mercado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de maio de 2011

The Beatles - Os Beatles no Cinema

Assim como Elvis Presley os Beatles também tiveram uma carreira no cinema. Em dez anos eles participaram de três filmes convencionais e uma animação. O primeiro filme dos Beatles foi feito no auge da Beatlemania e se chamou "Os Reis do Ié, Ié, Ié" no Brasil. Esse foi considerado o melhor momento do grupo na sétima arte. É um filme muito bem bolado, escrito e dirigido, que basicamente tenta mostrar de forma bem humorada o cotidiano deles mesmos. Os Beatles interpretam os próprios Beatles.

"Help!", o segundo filme do grupo, rendeu uma maravilhosa trilha sonora (com direito a ter "Yersterday" no lado B do álbum) mas paradoxalmente um péssimo filme. Revisto hoje em dia tudo soa terrivelmente datado e mal feito. Os próprios membros do grupo não levaram o filme à sério, uma bobagem sobre um vilão de caricatura que vai atrás de um dos anéis do Ringo Starr. É um filme bem ruim que no final só foi salvo mesmo pela música maravilhosa do quarteto de Liverpool.

"Yellow Submarine", o terceiro filme da banda no cinema, foi uma animação. Eles tinham que cumprir um contrato, mas não estavam a fim de atuar, nem de passar por um novo e cansativo processo de filmagem. Assim contrataram animadores e o resultado saiu melhor do que era esperado. Hoje em dia é considerado um clássico psicodélico. O resultado ficou tão bom que o grupo deu uma canja, em carne e osso, na cena final. A trilha sonora também era boa, mesmo que recheada de reprises e restos de estúdio da discografia deles.

O último filme dos Beatles foi um documentário chamado "Let It Be". Era para ser dividido em duas partes. Na primeira o grupo seria mostrado em estúdio, ensaiando. Depois eles seriam mostrados nos palcos, em grandes shows. Essa era a ideia inicial de Paul McCartney. No meio do caminho porém houve muitas brigas e a ideia de uma grande turnê foi cancelada. Assim o filme que chegou aos cinemas só mostrou mesmo os ensaios, as brigas e a tensão que culminaria no fim da banda. Lançado em 1970 o filme, por mais contraditório que isso possa parecer, acabou até mesmo sendo prestigiado pela academia de Hollywood, sendo premiado com o Oscar de melhor trilha sonora original. Nada mais justo, afinal eram os Beatles!

Pablo Aluísio.

Paul McCartney - Primeiros Shows

Wings University Tour
No final da carreira dos Beatles quando tudo estava desmoronando, Paul tentou convencer os demais membros da banda a voltarem para a estrada. Ele queria que os Beatles voltassem a tocar ao vivo para capturar o velho sentimento que os unira no passado. Não deu certo. George Harrison não sentia saudades das turnês dos Beatles e John Lennon acreditava que não havia mais como retornar ao velho espírito pois os Beatles já não eram mais garotos de vinte e poucos anos tomados pela febre da Beatlemania. Assim, para desapontamento de Paul, tudo foi deixado de lado.

Ele porém não queria desistir e quando os Beatles implodiram e ele foi para a carreira solo não pensou duas vezes antes de cair na estrada. Foi em 1972 que Paul finalmente voltou aos shows ao vivo. Ele tinha formado uma nova banda chamada Wings e queria sentir novamente a emoção de tocar ao vivo, algo que não fazia há anos por causa da decisão dos Beatles de pararem de fazer concertos. Como Paul ainda se sentia um pouco inseguro de voltar aos palcos ele optou em realizar pequenos shows por universidades da Inglaterra. Nada da loucura das apresentações dos Beatles em grandes estádios.

Outra decisão de Paul McCartney (que ele logo abandonaria) era a de que não tocaria músicas dos Beatles nos concertos, mas apenas faixas de seus três recentes discos solos. Assim os Wings se apresentariam em lugares mais culturalmente relevantes, com um público formado basicamente por universitários ingleses. Nessa primeira turnê ele montou a primeira formação dos Wings, com apenas quatro músicos, ele próprio, Linda, Denny Laine e Denny Seiwell.

A turnê foi batizada de "Wings University Tour" e foi realizada entre os dias 9 e 22 de fevereiro de 1972. Apenas 11 shows foram realizados. O primeiro foi feito na Universidade de Nottingham e o último na prestigiada e internacionalmente conhecida Oxford University. Curiosamente bem no final da agenda Paul decidiu levar os Wings para realizar uma apresentação surpresa no País de Gales, na Swansea University, um dia antes de ir para Oxford. Foi quase um teste para acertar todos os detalhes para o último show dos Wings naquela turnê.

O resultado foi bem positivo, mas Paul percebeu que não dava para fazer shows sem as músicas dos Beatles. O público estava sempre pedindo "Yesterday", "Hey Jude", entre outras e Paul sempre tinha que interromper os pedidos explicando que a apresentação era apenas com canções de sua carreira solo. A cara de decepção dos fãs o fez mudar rapidamente de opinião, afinal de contas todas aquelas músicas maravilhosas tinham sido compostas por ele e não havia muito sentido as deixar de fora dos concertos. Ele, para alegria dos fãs dos Beatles, mudaria tudo para os próximos shows que realizaria em breve. Os Wings estavam lá, mas os Beatles pela grandeza de sua obra jamais poderiam ser ignorados. Essa foi a grande lição que Paul tirou desses concertos iniciais.

Wings Over Europe Tour
No verão de 1972 Paul resolveu partir para sua primeira grande turnê, por toda a Europa, levando seu grupo Wings para a estrada. Entre junho e agosto Paul McCartney e os Wings encararam uma turnê puxada, com shows praticamente diários. A turnê começou na França, onde Paul se apresentou em cinco diferentes cidades, encerrando em Paris no Olympia no dia 16 de julho. Depois de conquistar corações e mentes francesas o grupo seguiu para a Alemanha, onde se apresentaram em Munique e Frankfurt com lotação esgotada. A correria não parou mais e Paul foi cumprir sua agenda na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Bélgica e Holanda. Foram excelentes apresentações onde Paul McCartney pôde sentir que o nome Beatles ainda tinha uma força incrível perante o público. Deixando os pudores da primeira excursão Paul resolveu trazer vários sucessos dos Beatles para os palcos, com ampla aprovação da platéia.

No geral os concertos foram considerados um grande sucesso de público e crítica. Não houve grandes incidentes a não ser uma prisão de Paul e Linda na Suécia, em 10 de agosto, na cidade de Gothenburg. Alertados por uma denúncia anônima investigadores resolveram averiguar o quarto de Paul na cidade e encontraram maconha em sua bagagem. Paul McCartney e sua esposa foram imediatamente detidos, pagaram uma pequena fiança e seguiram em frente. Perguntado pela imprensa local se ele havia ficado chateado com o acontecimento Paul falou que não, que isso poderia acontecer, e que de certa forma era um tipo de "boa publicidade" para os Wings. Por via das dúvidas, tentando fugir de maiores problemas legais, Paul e banda deixaram o palco direto para o aeroporto depois de seu concerto na cidade. Seria a primeira prisão de Paul por posse de maconha em sua carreira solo mas não a última, pois outras viriam nos anos seguintes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

The Beatles ‎– The Beatles Ballads

Oficialmente os Beatles se separaram em 1970. Havia toda uma máquina industrial, fonográfica e comercial que girava em torno do grupo. Com o fim houve uma quebra generalizada nesse esquema. Assim a gravadora EMI precisou se virar para colocar anualmente algum título dos Beatles no mercado. Os anos 70 e 89 foram férteis nesse novo marketing que visava basicamente promover coletâneas temáticas da obra do conjunto. Assim a gravadora criou discos apenas com rocks, outros mostrando o melhor dos Beatles em seus anos iniciais e finais e por aí vai. Esse "The Beatles Ballads" como seu próprio nome já entregava, era uma coletânea das melhores baladas dos Beatles, com total destaque para o clássico absoluto "Yesterday".

É curioso que dentro da discografia inglesa oficial dos Beatles essa que é considerada a maior música romântica do quarteto, foi relegada para o lado B do disco "Help!". Nos anos 60 esse espaço era reservado nos discos para as músicas com menor potencial comercial. Até mesmo a expressão "Lado B" tinha exatamente esse significado. Era o lado do vinil que apenas os fãs mais ardorosos conheciam, com músicas que não faziam sucesso nas rádios e nem se tornavam hits. Assim "Yesterday" em seu lançamento original vinha para quebrar esse estigma. 

Sobre o conteúdo do disco em si não há maiores novidades. Um aspecto interessante porém vem de sua capa. Essa ilustração iria ser usada na capa do "Álbum Branco", só que John Lennon achou que uma capa completamente branca com o nome "The Beatles" em relevo seria algo mais inovador, mais artístico. Com isso a ilustração criada pelo artista John Byrne em 1968 foi arquivada e finalmente 12 anos depois foi finalmente usada pela EMI para essa coletânea que reunia as melhores músicas românticas do quarteto de Liverpool. 

"The Beatles Ballads" foi lançado em 1980 como parte dos lançamentos da EMI-Odeon relembrando os dez anos da separação do grupo. Pois é, não é de hoje que as gravadoras perceberam que datas redondas acabam gerando interesse renovado no mercado. Geralmente várias reportagens e notícias na mídia acabam lembrando aos fãs de momentos importantes na biografia de uma banda e a gravadora sabendo da publicidade grátis que esse tipo de matéria traz, acaba indo atrás. Já em termos de repertório "The Beatles Ballads" não traz muito interesse para aquele colecionador que já tem todos os discos oficiais. É basicamente uma coletânea de baladas feita para um público mais ocasional, que tem poucos ou nenhum disco dos Beatles em sua casa.  Por isso também se destaca mais as composições de Paul McCartney na seleção musical, uma vez que ele foi de fato o grande criador das melhores músicas românticas dos Beatles. Enfim, um item dispensável, a não ser que você seja um ouvinte de primeira viagem dos Beatles ou então um colecionador compulsivo que quer absolutamente tudo que já foi lançado pela EMI sobre eles.

The Beatles Ballads (1980)
Lado A: Yesterday / Norwegian Wood (This Bird Has Flown) / Do You Want to Know a Secret / For No One / Michelle / Nowhere Man / You've Got to Hide Your Love Away / Across the Universe / All My Loving / Hey Jude / Lado B: Something / The Fool on the Hill / Till There Was You / The Long and Winding Road / Here Comes the Sun / Blackbird / And I Love Her / She's Leaving Home / Here, There and Everywhere / Let It Be./ Data de lançamento: outubro de 1980 / Lançamento no Brasil: abril de 1981 / Selo: EMI Odeon - Parlophone / Produção: George Martin e Phil Spector / Número de cópias vendidas: 400.000.

Pablo Aluísio.