Para suportar o tédio e aquela vida absurdamente opressora para uma garotinha de sua idade, a Anne Frank começou a escrever seus pensamentos em um diário, igual a muitos outros de meninas de sua idade. Esse diário sobreviveu ao horror do nazismo e se tornou um dos livros mais importantes da história, porque deu voz e rosto para uma vítima do holocausto. Uma coisa é afirmar que seis milhões de judeus foram mortos em campos de concentração. Outra completamente diferente é mostrar essa adolescente, cheia de esperanças no futuro, ser morta de forma tão covarde e desumana como foi.
Não se sabe exatamente o que aconteceu, mas a família Frank acabou sendo descoberta pelos nazistas. Historiadores dizem que muito provavelmente eles foram denunciados aos nazistas por alguém que sabia de tudo - onde eles se escondiam. Um empregado? Um amigo da família? Quem foi o traidor? Não há como dizer. Porém é fato que os Frank foram descobertos, presos e enviados para um campo de concentração. Anne Frank foi enviada para o complexo da morte de Bergen-Belsen, Alemanha.
É muito complicado saber com exatidão como ela morreu. Até a data de sua morte é incerta, mas presume-se que ela morreu doente (e não executada na câmara de gás) em fevereiro ou março de 1945. Uma dupla tragédia já que a guerra não iria durar muito mais do que isso. Em poucos meses os aliados iriam destruir a máquina de guerra do III Reich e os nazistas iriam se render incondicionalmente. Se tivesse sobrevivido por mais algum tempo naquele inferno, Anne Frank, a menina cheia de sonhos, teria ficado viva. Ela foi transferida de campo em campo durante um certo tempo, trabalhando como mão de obra escrava, até ficar doente com sarna.
Já em Bergen-Belsen contraiu tifo e essa doença foi fatal. Muitos sobreviventes dizem ter encontrado Anne nos campos de concentração. Uma amiga disse que ela estava pálida, tremendo e com fome. Outros que ela sofreu muito em seu isolamento nas celas, chorando muito. A uma conhecida disse que seus pais estavam mortos e que não queria mais viver. De uma forma ou outra ela não resistiu e morreu. Seu pai achou o diário no chão do esconderijo da família e resolveu publicá-lo, até como uma homenagem à curta vida da filha. Tornado best-seller "O Diário de Anne Frank" é leitura obrigatória para quem deseja entender a tragédia humana que se abateu sobre o mundo durante o horror nazista.
Pablo Aluísio.