O relacionamento entre Elvis e Linda não foi isento de problemas e dramas. Desde o começo ela percebeu que Elvis continuava a ver outras mulheres. A palavra fidelidade não parecia fazer parte do dicionário pessoal do cantor. As traições de Elvis foram ficando cada vez mais notórias, públicas e humilhantes. Linda se sentia sufocada em não dizer nada, em não enfrentá-lo sobre isso, até que uma noite, ao saber da existência de mais uma amante de Elvis em Las Vegas, ela resolveu explodir!
Ela confrontou Elvis diretamente e ficou lá, falando e falando sobre suas traições. Elvis estava em sua cama, comendo um prato de espaguete. Aos poucos ele foi ficando nervoso com Linda por ela não parar de falar, falar e falar, exigindo explicações... Quando de repente, em um acesso de fúria, Elvis também decidiu explodir de raiva - Ele pegou seu prato e jogou contra a parede e depois partiu para cima de Linda - ele estava realmente furioso! Linda correu em direção ao banheiro e Elvis a empurrou...
Aquilo era um novo limite que Linda não estava disposta a aceitar. Apanhar de Elvis estava completamente fora de cogitação para Linda! Ela até poderia tolerar suas traições em série, mas sofrer uma agressão física por parte dele, absolutamente não! Pior é que Elvis também começou uma série de ofensas verbais contra ela... Era demais... Linda nem pensou duas vezes, desceu as escadas e pediu a Joe Esposito que reservasse passagens para o primeiro avião em direção a Los Angeles. Para ela tudo estava acabado de uma vez por todas! E assim foi feito, Joe comprou a passagem e Linda foi embora, para nunca mais voltar. Seu caso amoroso com Elvis Presley estava acabado!
Alguns dias depois o telefone tocou! Era Elvis. Ele tinha ficado completamente surpreso com a atitude de Linda. Ir embora daquele jeito, o deixando a ver navios, era algo inesperado para Elvis. Ele não queria ser abandonado de novo, como aconteceu com Priscilla, sua ex-esposa. Elvis tentou então convencer Linda a voltar, imitando uma voz de bebê na ligação, pedindo perdão, dizendo que estava arrependido, que queria ela de volta aos seus braços.
Linda não quis ceder, então falando mais sério Elvis lhe explicou a situação. Disse que sair com outras mulheres não significava nada. Que nem sempre ele tinha sexo com essas garotas, algumas vezes ele só ficava lendo livros religiosos para elas. Elvis também tentou explicar a Linda que homens e mulheres tinham ideias diferentes sobre casos fugazes. Uma noite não significava nada para um homem, ao contrário de uma mulher, que segundo Elvis, estava sempre pronta a se apaixonar. Elvis suplicou a Linda que ela então retornasse para Memphis, que aquela briga havia sido uma exceção e que ele nunca mais faria nada como aquilo. Linda resolveu pensar, mas ao mesmo tempo manteve-se em alerta pois ela tinha visto uma faceta da personalidade de Elvis que realmente a tinha deixada assustada.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2005
quinta-feira, 22 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 4
Depois do divórcio de sua esposa Priscilla Presley Elvis se relacionou com Linda Thompson. Esse foi o relacionamento mais duradouro do cantor após o fim de seu casamento. O começo do romance foi muito bom, Elvis e Linda pareciam se dar muito bem, tanto que ele, pela primeira vez em anos, ficou bastante tempo sem procurar outra mulher. Elvis sentia-se plenamente satisfeito ao lado dela. Linda também se mostrou muito adaptável ao estilo de vida de Elvis. Pela primeira vez o astro sentia que tinha alguém ao lado com quem poderia desabafar, contar seus mais bem guardados segredos.
Embora o namoro tivesse tido um começo promissor, logo nos primeiros meses de 1973 alguns problemas começaram a surgir no horizonte. Elvis começou a ser infiel, como sempre. O pior é que ele era publicamente infiel, não se importando em ser fotografado ao lado de outras mulheres em Las Vegas e nas viagens que fazia para realizar concertos em outras cidades pelos Estados Unidos. Agindo assim Elvis não demonstrava muito respeito por Linda, que muitas vezes ficava chocada com o modo de agir do namorado. Em certos aspectos Elvis levava uma vida moral completamente ridícula, onde fidelidade não fazia parte do cardápio.
O pior é que sempre após ostentar ao lado de mulheres bonitas em público, Elvis voltava para Linda como se nada tivesse acontecido. Ele havia aparecido em jornais e colunas de fofocas curtindo seu novo romance e depois retornava aos braços de Linda, sem dar a menor satisfação. Linda também se sentia intimidada em confrontar Elvis em Graceland. O cantor era temperamental, dado a explosões de raiva quando confrontado, assim Linda começou a agir também como se nada tivesse acontecido.
O deslumbramento de Linda com Elvis também foi passando com o tempo. Ao invés de apenas enxergar o mito da música e do cinema ela começou a ver o outro lado de Elvis. Um homem que passava por momentos depressivos, que tinha problemas com drogas e que parecia nunca superar completamente o fim de seu casamento com Priscilla. Elvis pedia para que Linda lhe aplicasse injeções em seu banheiro de Graceland, dizendo que eram vitaminas, o que não era verdade. Com o tempo as aplicações foram deixando marcas na pele de Elvis, algo que seguramente não soava atrativo para uma mulher. Ele também ficava falando com frequência de seus anos ao lado da ex-esposa, outro tipo de coisa que deixava Linda constrangida e consternada. Viver ao lado de Elvis tinha um preço e Linda estava começando a entender isso.
Pablo Aluísio.
Embora o namoro tivesse tido um começo promissor, logo nos primeiros meses de 1973 alguns problemas começaram a surgir no horizonte. Elvis começou a ser infiel, como sempre. O pior é que ele era publicamente infiel, não se importando em ser fotografado ao lado de outras mulheres em Las Vegas e nas viagens que fazia para realizar concertos em outras cidades pelos Estados Unidos. Agindo assim Elvis não demonstrava muito respeito por Linda, que muitas vezes ficava chocada com o modo de agir do namorado. Em certos aspectos Elvis levava uma vida moral completamente ridícula, onde fidelidade não fazia parte do cardápio.
O pior é que sempre após ostentar ao lado de mulheres bonitas em público, Elvis voltava para Linda como se nada tivesse acontecido. Ele havia aparecido em jornais e colunas de fofocas curtindo seu novo romance e depois retornava aos braços de Linda, sem dar a menor satisfação. Linda também se sentia intimidada em confrontar Elvis em Graceland. O cantor era temperamental, dado a explosões de raiva quando confrontado, assim Linda começou a agir também como se nada tivesse acontecido.
O deslumbramento de Linda com Elvis também foi passando com o tempo. Ao invés de apenas enxergar o mito da música e do cinema ela começou a ver o outro lado de Elvis. Um homem que passava por momentos depressivos, que tinha problemas com drogas e que parecia nunca superar completamente o fim de seu casamento com Priscilla. Elvis pedia para que Linda lhe aplicasse injeções em seu banheiro de Graceland, dizendo que eram vitaminas, o que não era verdade. Com o tempo as aplicações foram deixando marcas na pele de Elvis, algo que seguramente não soava atrativo para uma mulher. Ele também ficava falando com frequência de seus anos ao lado da ex-esposa, outro tipo de coisa que deixava Linda constrangida e consternada. Viver ao lado de Elvis tinha um preço e Linda estava começando a entender isso.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 3
O fim do casamento com Priscilla Presley representou também o fim de velhos sonhos para Elvis, um deles o de ter uma família unida e feliz. Mesmo que o casamento estivesse falido há anos, Elvis jamais pensaria em se divorciar de Priscilla por vontade própria. Ele tinha uma visão conservadora sobre esse tipo de relacionamento, além disso passou anos e anos moldando Priscilla para o que ele considerava ser a mulher ideal. Quando Priscilla arranjou um amante, Elvis entendeu que não havia como moldar ninguém na verdade. Não importava as boas intenções, o fim sempre dependeria única e exclusivamente da vontade do outro.
Para Elvis o pior do fim de seu casamento foi saber dos novos casos amorosos envolvendo sua esposa. Já era devastador saber que ela estava morando com Mike Stone, mas pior era ficar sabendo, por fofocas, que Priscilla continuava a também namorar outros homens, principalmente após o fim de seu romance com Stone. O golpe mortal em seu ego porém aconteceu depois quando Elvis tentou uma reconciliação com Priscilla e ela recusou. Ser recusado por Priscilla feriu ainda mais Elvis do ponto de vista emocional.
Essa crise só não teve um desfecho trágico porque curiosamente a carreira de Elvis começou a entrar em um ritmo alucinante de shows, filmes e discos. Parecia que sua carreira havia voltado a um pique de auge, como havia acontecido nos anos 50. Depois de anos em Hollywood o público queria ver novamente Elvis ao vivo e ele se entregou completamente aos anseios de seus fãs. Cumprindo uma agenda puxada, com muitas viagens e apresentações por todas as cidades da América, Elvis começou a ter sua mente ocupada pelos compromissos da profissão. Se ao contrário disso tivesse ficado trancado em casa, algo muito sério poderia ter acontecido.
Assim a pura verdade é que o trabalho salvou Elvis do pior. Embora ele já começasse a apresentar sinais de depressão por esse período, a necessidade de seguir em frente, fazendo concertos e shows, gravando músicas em estúdio. manteve Elvis em atividade, se ocupando sempre de seus afazeres profissionais. Tanto isso é uma verdade que a depressão de Elvis só começou a se manifestar com maior ênfase justamente nos intervalos de seus compromissos, quando ficava no ócio, sem ter o que fazer. Era uma confirmação da máxima que dizia "Mente vazia, instrumento do diabo". Percebendo isso o Coronel Parker começou a arranjar cada vez mais shows e shows, em uma agenda lotada, para que Elvis jamais ficasse de bobeira, pensando sobre os dramas de sua vida.
Pablo Aluísio.
Para Elvis o pior do fim de seu casamento foi saber dos novos casos amorosos envolvendo sua esposa. Já era devastador saber que ela estava morando com Mike Stone, mas pior era ficar sabendo, por fofocas, que Priscilla continuava a também namorar outros homens, principalmente após o fim de seu romance com Stone. O golpe mortal em seu ego porém aconteceu depois quando Elvis tentou uma reconciliação com Priscilla e ela recusou. Ser recusado por Priscilla feriu ainda mais Elvis do ponto de vista emocional.
Essa crise só não teve um desfecho trágico porque curiosamente a carreira de Elvis começou a entrar em um ritmo alucinante de shows, filmes e discos. Parecia que sua carreira havia voltado a um pique de auge, como havia acontecido nos anos 50. Depois de anos em Hollywood o público queria ver novamente Elvis ao vivo e ele se entregou completamente aos anseios de seus fãs. Cumprindo uma agenda puxada, com muitas viagens e apresentações por todas as cidades da América, Elvis começou a ter sua mente ocupada pelos compromissos da profissão. Se ao contrário disso tivesse ficado trancado em casa, algo muito sério poderia ter acontecido.
Assim a pura verdade é que o trabalho salvou Elvis do pior. Embora ele já começasse a apresentar sinais de depressão por esse período, a necessidade de seguir em frente, fazendo concertos e shows, gravando músicas em estúdio. manteve Elvis em atividade, se ocupando sempre de seus afazeres profissionais. Tanto isso é uma verdade que a depressão de Elvis só começou a se manifestar com maior ênfase justamente nos intervalos de seus compromissos, quando ficava no ócio, sem ter o que fazer. Era uma confirmação da máxima que dizia "Mente vazia, instrumento do diabo". Percebendo isso o Coronel Parker começou a arranjar cada vez mais shows e shows, em uma agenda lotada, para que Elvis jamais ficasse de bobeira, pensando sobre os dramas de sua vida.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 2
A nova namorada de Elvis, Linda, conseguiu se adaptar muito bem ao estilo de vida do cantor. Ela entrou na vida de Elvis em um período muito nebuloso de sua vida, logo após o fim de seu casamento com Priscilla, mas conseguiu seu espaço no coração de Elvis sendo leal, divertida e amorosa. A própria Priscilla viu a aproximação de Elvis com Linda como algo positivo pois ela tinha uma personalidade extrovertida, que ajudaria Elvis a sair da depressão. Linda não deixava o cantor afundar completamente na tristeza e na melancolia. Quando percebia que ele ia ficando mal propunha viagens de turismo a ele, procurando tirar Elvis de sua reclusão social.
"Vamos viajar Elvis!" - Estava sempre propondo Linda ao cantor. De vez em quando ele realmente aceitava as sugestões, juntava a turma e ia passear um pouco, afinal a vida não poderia se resumir apenas a trabalho e problemas. Um pouco de diversão vinha muito bem a calhar. Linda também se mostrou muito compreensiva com as escapadas de Elvis durante seu namoro. O cantor já havia dito várias vezes que não conseguia se adequar ao casamento porque não havia sido feito para ele. "Eu não gosto, eu não fui feito para o casamento" - costumava repetir Elvis. Indiretamente ele deixava claro também que nunca fora um homem de uma mulher só. Depois da separação de Priscilla, Elvis começou a ter vários casos amorosos com outras mulheres e Linda topou o desafio de aceitar isso para manter seu relacionamento em pé.
Anos depois Joe Esposito reconheceria esse mérito em Linda ao dizer: "Poucas mulheres aguentariam o que Linda aguentou e ela só ficou firme ao lado de Elvis porque realmente o amava. Havia muitas coisas erradas acontecendo na época e Linda não precisava passar por muitas delas, mas ela resolveu apostar em Elvis e pagou um preço bem alto por isso!". Linda, bem ao contrário de Priscilla, também aceitou naturalmente que Elvis estivesse rodeado o tempo todo pelos membros da Máfia de Memphis. Priscilla sempre achou que ter um monte de homens ao redor não fazia bem a um relacionamento, mas Linda também topou esse jeito de ser do namorado.
Por fim havia ainda o problema das drogas. Elvis estava começando a exagerar no uso de medicamentos, algo que colocava sua vida em risco na época. Linda procurou ajudar da melhor forma possível, muitas vezes sendo não apenas sua namorada, mas também sua enfermeira. Priscilla comentaria anos depois: "Linda era uma presença importante ao lado de Elvis porque conseguia dormir ao seu lado, mas sempre com um olho aberto, pronta para qualquer problema! Ela salvou a vida de Elvis algumas vezes, disso tenho certeza". Manter o olho aberto significava ficar atenta. Um simples problema na respiração de Elvis na cama poderia se tornar algo bem mais sério. De fato Linda salvaria a vida de Elvis depois do Aloha From Hawaii, quando ele teve um desmaio, um surto que quase custou sua vida. Esse porém é um assunto para o nosso próximo texto. Até lá!
Pablo Aluísio.
"Vamos viajar Elvis!" - Estava sempre propondo Linda ao cantor. De vez em quando ele realmente aceitava as sugestões, juntava a turma e ia passear um pouco, afinal a vida não poderia se resumir apenas a trabalho e problemas. Um pouco de diversão vinha muito bem a calhar. Linda também se mostrou muito compreensiva com as escapadas de Elvis durante seu namoro. O cantor já havia dito várias vezes que não conseguia se adequar ao casamento porque não havia sido feito para ele. "Eu não gosto, eu não fui feito para o casamento" - costumava repetir Elvis. Indiretamente ele deixava claro também que nunca fora um homem de uma mulher só. Depois da separação de Priscilla, Elvis começou a ter vários casos amorosos com outras mulheres e Linda topou o desafio de aceitar isso para manter seu relacionamento em pé.
Anos depois Joe Esposito reconheceria esse mérito em Linda ao dizer: "Poucas mulheres aguentariam o que Linda aguentou e ela só ficou firme ao lado de Elvis porque realmente o amava. Havia muitas coisas erradas acontecendo na época e Linda não precisava passar por muitas delas, mas ela resolveu apostar em Elvis e pagou um preço bem alto por isso!". Linda, bem ao contrário de Priscilla, também aceitou naturalmente que Elvis estivesse rodeado o tempo todo pelos membros da Máfia de Memphis. Priscilla sempre achou que ter um monte de homens ao redor não fazia bem a um relacionamento, mas Linda também topou esse jeito de ser do namorado.
Por fim havia ainda o problema das drogas. Elvis estava começando a exagerar no uso de medicamentos, algo que colocava sua vida em risco na época. Linda procurou ajudar da melhor forma possível, muitas vezes sendo não apenas sua namorada, mas também sua enfermeira. Priscilla comentaria anos depois: "Linda era uma presença importante ao lado de Elvis porque conseguia dormir ao seu lado, mas sempre com um olho aberto, pronta para qualquer problema! Ela salvou a vida de Elvis algumas vezes, disso tenho certeza". Manter o olho aberto significava ficar atenta. Um simples problema na respiração de Elvis na cama poderia se tornar algo bem mais sério. De fato Linda salvaria a vida de Elvis depois do Aloha From Hawaii, quando ele teve um desmaio, um surto que quase custou sua vida. Esse porém é um assunto para o nosso próximo texto. Até lá!
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Divórcio e Depressão - Parte 1
O fim do casamento com Priscilla significou também o começo de uma forte depressão para Elvis. Embora publicamente ele procurasse demonstrar que tudo estava bem, na realidade ele mal conseguia encontrar forças para se levantar da cama para mais um dia de agenda puxada. De certo modo o trabalho ajudou em termos ao cantor superar o pior período de sua vida sentimental, com o fim de se casamento. Porém passados os grandes concertos como o realizado no Madison Square Garden ou o show transmitido via satélite no Havaí, tudo o que sobrava para Elvis era um quarto escuro e frio de hotel, onde ele enfrentava seu maior desafio, a depressão.
O quadro depressivo de Elvis era bastante óbvio para os que viviam seu lado. Ele deixou de procurar pelas coisas que lhe davam prazer. Ao invés de socializar ao lado dos caras da máfia de Memphis, Elvis parecia cada vez mais isolado, sem vontade de ver ninguém e nem fazer nada. Um sintoma claro de um quadro depressivo. Ele também parou de se importar com seus discos, suas gravações, tudo se resumia a trabalhar para garantir sua sobrevivência, nada mais. Elvis não opinava mais sobre o repertório de seus álbuns, a capa de seus LPs, as canções que iam ou não fazer parte de seus singles. Tudo lhe era indiferente. Ele apenas procurava cumprir seus contratos com sua gravadora RCA, fazer as sessões e isso lhe bastava, era tudo.
Foi em 1973, durante sua primeira turnê no ano em Las Vegas, que o público finalmente começou a perceber que havia algo de errado com o psicológico de Elvis. Ele fez shows bem ruins nessa temporada, onde subiu ao palco com claros problemas sendo percebidos pela plateia. Os críticos também não gostaram nada do que viram e ouviram. Acusaram Elvis de estar desinteressado, disperso, sem vontade de cantar. Ele, para alguns, apenas se arrastava em Las Vegas. Sem desafios concretos ele se deixou abater e isso foi percebido por quem o viu ao vivo naquela temporada.
O único sinal de felicidade parecia vir de uma nova companheira que Elvis havia encontrado. Ela se chamava Linda Thompson. Ela era a Miss Tennessee 1972. Obviamente que esse foi o principal motivo que levou Elvis a conhecê-la. Ele tinha uma preferência por jovens premiadas em concursos de beleza. Porém a beleza logo ficou em segundo plano pois Elvis foi cativado pela personalidade de Linda pois ela era engraçada, espirituosa e disposta a encarar todos os desafios que surgiam pela frente, principalmente nessa fase mais depressiva da vida de Elvis. Por causa dessa adaptabilidade ela logo se tornou presença constante ao lado do cantor, dando início a um longo relacionamento com o magoado e ferido Elvis.
Pablo Aluísio.
O quadro depressivo de Elvis era bastante óbvio para os que viviam seu lado. Ele deixou de procurar pelas coisas que lhe davam prazer. Ao invés de socializar ao lado dos caras da máfia de Memphis, Elvis parecia cada vez mais isolado, sem vontade de ver ninguém e nem fazer nada. Um sintoma claro de um quadro depressivo. Ele também parou de se importar com seus discos, suas gravações, tudo se resumia a trabalhar para garantir sua sobrevivência, nada mais. Elvis não opinava mais sobre o repertório de seus álbuns, a capa de seus LPs, as canções que iam ou não fazer parte de seus singles. Tudo lhe era indiferente. Ele apenas procurava cumprir seus contratos com sua gravadora RCA, fazer as sessões e isso lhe bastava, era tudo.
Foi em 1973, durante sua primeira turnê no ano em Las Vegas, que o público finalmente começou a perceber que havia algo de errado com o psicológico de Elvis. Ele fez shows bem ruins nessa temporada, onde subiu ao palco com claros problemas sendo percebidos pela plateia. Os críticos também não gostaram nada do que viram e ouviram. Acusaram Elvis de estar desinteressado, disperso, sem vontade de cantar. Ele, para alguns, apenas se arrastava em Las Vegas. Sem desafios concretos ele se deixou abater e isso foi percebido por quem o viu ao vivo naquela temporada.
O único sinal de felicidade parecia vir de uma nova companheira que Elvis havia encontrado. Ela se chamava Linda Thompson. Ela era a Miss Tennessee 1972. Obviamente que esse foi o principal motivo que levou Elvis a conhecê-la. Ele tinha uma preferência por jovens premiadas em concursos de beleza. Porém a beleza logo ficou em segundo plano pois Elvis foi cativado pela personalidade de Linda pois ela era engraçada, espirituosa e disposta a encarar todos os desafios que surgiam pela frente, principalmente nessa fase mais depressiva da vida de Elvis. Por causa dessa adaptabilidade ela logo se tornou presença constante ao lado do cantor, dando início a um longo relacionamento com o magoado e ferido Elvis.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 40
Joe Esposito continua a relembrar os acontecimentos: "Então finalmente os paramédicos chegaram. Logo perceberam que Elvis tinha que ser levado às pressas ao hospital. Seus sinais de vida eram mínimos. Charlie Hodge e eu ajudamos os paramédicos a levantar o pesado corpo de Elvis. O colocamos numa maca e descemos as escadas, duas pessoas de cada lado. A confusão era enorme, pessoas chorando, gritando por Elvis. O colocamos na ambulância e fomos com ele ao hospital. Estávamos apreensivos, no caminho não conseguíamos pensar em nada, falar em nada. O Dr. Nick chegou bem a tempo e entrou na ambulância. O caminho em direção ao hospital pareceu durar uma eternidade. Eles o retiraram rapidamente quando chegamos ao centro de emergência. Fomos então escoltados por um oficial para fora do local onde iriam tentar ressuscitar Elvis. Aquilo parecia não ter mais fim, porém só durou trinta minutos. Finalmente os médicos reuniram todos, os familiares e amigos que tinham chegado junto com Elvis, numa sala do lado e comunicaram que ele havia falecido e que não haveria mais nada do que se pudesse fazer!"
Esposito relembra aquela hora terrível, quando finalmente todos souberam que não havia mais esperanças para Elvis pois ele estava clinicamente morto: "Numa hora dessas você fica rezando para que tudo fique bem mas sabe que acabou. Ele estava morto há um bom tempo. Não foi como se ele ainda estivesse quente ou algo assim. Ele estava frio e o tremor da morte já se manifestava. Mas você sempre tem aquela pequena centelha de esperança, mas infelizmente eu já sabia que ele estava morto. Nós ficamos pálidos, rezando para que tudo ficasse bem. Não posso dizer a você o que se passava na minha mente naquele momento. Realmente é algo difícil até mesmo para relembrar. Eu não sabia o que fazer. Após saber de sua morte fiquei desorientado. Então eu disse: 'Esta é a apresentação final de Elvis, vamos nos certificar de que seja feito direito. Não sei de onde tirei essa força. Voltei a Graceland e falei com seu pai sobre a organização do funeral de Elvis. Apenas entrei na organização do seu funeral e me certifiquei de que tudo seria feito de forma certa, com a segurança e outras coisas, para que tudo fosse muito respeitoso. É complicado dizer isso agora mas acho que se Linda ainda estivesse com Elvis as coisas teriam sido diferentes. Ginger simplesmente não sabia. Ela era muito jovem e imatura. Não sabia muito sobre a vida. Acho que Linda teria notado sua falta bem antes de Ginger e teria ido atrás de Elvis e assim teríamos salvo sua vida. Mas Linda não estava lá. Ginger adormeceu e Elvis muito provavelmente ficou horas sem socorro. Quando chegamos já era tarde demais."
Elvis Aaron Presley foi declarado oficialmente morto às 15:30 hs do dia 16 de agosto de 1977. Talvez quem melhor tenha feito um balanço final da morte de Elvis tenha sido sua ex esposa Priscilla Presley em seu livro autobiográfico: "A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso. Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara."
Fazendo uma avaliação sobre os problemas que levaram Elvis para seu triste fim, sua esposa, ainda procurando por explicações, concluiu: "Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial. Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas Músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes. Ele era um homem, um homem muito especial..."
Pablo Aluísio.
Esposito relembra aquela hora terrível, quando finalmente todos souberam que não havia mais esperanças para Elvis pois ele estava clinicamente morto: "Numa hora dessas você fica rezando para que tudo fique bem mas sabe que acabou. Ele estava morto há um bom tempo. Não foi como se ele ainda estivesse quente ou algo assim. Ele estava frio e o tremor da morte já se manifestava. Mas você sempre tem aquela pequena centelha de esperança, mas infelizmente eu já sabia que ele estava morto. Nós ficamos pálidos, rezando para que tudo ficasse bem. Não posso dizer a você o que se passava na minha mente naquele momento. Realmente é algo difícil até mesmo para relembrar. Eu não sabia o que fazer. Após saber de sua morte fiquei desorientado. Então eu disse: 'Esta é a apresentação final de Elvis, vamos nos certificar de que seja feito direito. Não sei de onde tirei essa força. Voltei a Graceland e falei com seu pai sobre a organização do funeral de Elvis. Apenas entrei na organização do seu funeral e me certifiquei de que tudo seria feito de forma certa, com a segurança e outras coisas, para que tudo fosse muito respeitoso. É complicado dizer isso agora mas acho que se Linda ainda estivesse com Elvis as coisas teriam sido diferentes. Ginger simplesmente não sabia. Ela era muito jovem e imatura. Não sabia muito sobre a vida. Acho que Linda teria notado sua falta bem antes de Ginger e teria ido atrás de Elvis e assim teríamos salvo sua vida. Mas Linda não estava lá. Ginger adormeceu e Elvis muito provavelmente ficou horas sem socorro. Quando chegamos já era tarde demais."
Elvis Aaron Presley foi declarado oficialmente morto às 15:30 hs do dia 16 de agosto de 1977. Talvez quem melhor tenha feito um balanço final da morte de Elvis tenha sido sua ex esposa Priscilla Presley em seu livro autobiográfico: "A morte de Elvis tornou-me muito mais consciente de minha própria mortalidade e das pessoas que eu amava. Compreendi que era melhor começar a partilhar mais com as pessoas com quem me importava, cada momento que tinha com minha filha ou meus pais se tornou mais precioso. Aprendi com Elvis, muitas vezes – lamentavelmente – com seus erros. Aprendi que ter muitas pessoas ao redor pode minar suas energias. Aprendi o preço de tentar fazer todos felizes. Elvis dava presentes a alguns e deixava outros ciumentos, freqüentemente criando rivalidades e ansiedades no grupo. Aprendi a confrontar as pessoas e os problemas – duas coisas que Elvis sempre evitara."
Fazendo uma avaliação sobre os problemas que levaram Elvis para seu triste fim, sua esposa, ainda procurando por explicações, concluiu: "Aprendi a assumir o controle da minha vida. Elvis era tão jovem quando se tornara um astro que nunca fora capaz de manipular o poder e o dinheiro que acompanhavam a fama. Sob muitos aspectos, ele foi uma vítima, destruído pelas próprias pessoas que atendiam a todos os seus desejos e necessidades. Foi também uma vítima de sua imagem. O público queria que ele fosse perfeito, enquanto a imprensa implacavelmente exagerava os seus defeitos. Nunca teve a oportunidade de ser humano, de crescer para se tornar um adulto amadurecido, experimentar o mundo além de seu casulo artificial. Quando Elvis Presley morreu, um pouco de nossas próprias vidas nos foi tirado, de todos que conheciam e amavam Elvis Presley, que partilharam suas Músicas e filmes, que acompanharam sua carreira. Sua paixão era divertir os amigos e os fãs. O público era seu verdadeiro amor. E o amor que Elvis e eu partilhamos foi profundo e permanente. Elvis foi uma alma gentil, que emocionou e proporcionou felicidade a milhões de pessoas no mundo inteiro e continua a ser respeitado por seus semelhantes. Ele era um homem, um homem muito especial..."
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 39
Olhando para trás Rick Stanley, como uma das últimas pessoas que viram Elvis com vida, tem sua própria teoria sobre os últimos momentos do cantor. Ele relembra: "Muitas vezes eu tinha visto Elvis fora de si quando ia ao banheiro, ficava sentado e caía. Eu tinha que levantá-lo quando aquilo acontecia. Muitas vezes. E esta é a minha teoria sobre a morte de Elvis. Veja, aquele tapete grosso amarfanhado. Grande, grosso. Naquela noite, quando ele caiu para frente, sendo tão pesado, e estando fora de si, não conseguiu levantar-se com suas próprias forças. E sufocou no tapete. Se voltasse lá eu o teria encontrado e salvo sua vida. Mas ele estava abusando muito das drogas. Eu penso que posso dizer que tinha comigo Demerol suficiente para topar Whitehaven (um subúrbio de Memphis) inteiro. Mas em vez de voltar eu fui para meu quarto e afundei. Daí em diante fiquei meio entorpecido. Para o meu padrasto, quando Elvis morreu, era o fim de nosso relacionamento. Bem depressa eu recebi um pedido para deixar a mansão. "Nós não precisamos mais de você!" foi o que Vernon disse. Ele avisou que me daria o salário de duas semanas e que eu podia ir embora de uma vez. Alguém disse uma vez que as três palavras que ele mais ouviu no mundo civilizado eram Jesus, Elvis e Coca-cola. Hoje dou palestras para jovens que sofrem de problema de dependência química e lhes conto a história de Elvis. Quando você pára e pensa em usar toda a fama de Elvis para algo nesse sentido, bem aí está um final feliz. Eu penso que ele gostaria disso".
Voltemos no tempo. Manhã de 16 de agosto de 1977. O sol do amanhecer já está alto, a luz solar entra pela pequena fresta da janela do banheiro e desliza suavemente sobre um corpo que jaz no chão do pequeno ambiente. O corpo está retorcido, em posição fetal. O rosto está congestionado de sangue, a expressão é de intensa dor, com o semblante registrando o exato momento em que seu organismo sofreu o ataque fulminante, o instante final congelado no tempo em sua hora fatídica. Não há reação aparente, não há som, nada se ouve, apenas a doce e suave vibração do último suspiro. O último grito abafado de socorro não foi ouvido. Tragicamente e ironicamente o ambiente luxuoso em que aquele homem sempre viveu abafou o barulho de sua queda ao sofrer o colapso cardíaco. Nenhum som fora do normal foi notado, ninguém percebeu, ninguém saiu de seus afazeres cotidianos para lhe socorrer, sua queda final passou despercebida. Assim como muitos de sua idade o sujeito caído no chão encontrou sua hora final ao sofrer um ataque do coração fulminante, que sequer lhe deu a chance de lutar por sua vida. Em questão de segundos ele perdeu a consciência e foi ao chão, retorcido de dor. A língua trincada entre os dentes é apenas a manifestação física de um colapso do qual quase nunca se volta. O último segundo de vida lhe fugiu de forma fugaz, efêmera. O Tempo deixa de existir e não tem mais sentido. Era o fim.
Tudo seria banal se aquele homem que acabara de sofrer um ataque não fosse uma das pessoas mais famosas do século XX: Elvis Presley. Sim, aquele corpo que lutava pela sobrevivência e que agora sentia o último sopro de vida lhe escapar em questão de segundos era o do outrora afamado Rei do Rock. O silêncio reinante só foi quebrado quando a namorada de Elvis na ocasião, Ginger Alden, bateu levemente na porta do banheiro. "Elvis?" - perguntou ela. Sem resposta abriu a porta e se deparou com a cena adversa. Em um primeiro momento ela não entrou em pânico. Apesar de Elvis estar estendido no chão Ginger teve uma reação típica de quem já havia passado por essa situação antes. Para aqueles que conviveram com Elvis em seus anos finais, o fato dele perder a consciência em razão do uso abusivo de remédios já não significava nenhuma novidade. Apesar de ser uma situação aflitiva e fora do normal, para Elvis em sua última etapa de dependência química, isso havia virado uma macabra rotina. "Será que bateu com a cabeça?" - perguntou a si mesma Ginger enquanto tentava virar o corpo inerte do cantor. Quando finalmente ela conseguiu visualizar seu rosto congestionado, roxo, sem nenhuma reação ou sinal de vida, percebeu finalmente a gravidade da situação e saiu em busca de socorro.
A partir daí a confusão foi generalizada como bem relembra Joe Esposito: "Estava em Graceland naquele dia 16 de agosto de 1977. Me lembro perfeitamente quando Ginger nos chamou no andar de cima. Eu entrei imediatamente na suíte e encontrei Ginger já bastante abalada. Entrei no banheiro e me deparei com Elvis no chão, caído. A posição sugeria que ele havia perdido a consciência e caíra pra frente de onde estava sentado. Quando o toquei senti um frio percorrer minha espinha. Percebi que não havia mais o que fazer, a impressão que tive foi que Elvis já estava morto por um bom tempo. Mesmo assim resolvi agir imediatamente. A primeira providência foi chamar uma ambulância a Graceland, urgentemente!". Quando a ligação chegou ao conhecimento dos paramédicos eles pensaram seriamente que Vernon, o pai de Elvis, sofrera mais um ataque cardíaco.
Um dos motoristas ao saber que se tratava de Graceland comentou com seu amigo ao lado: "Deve ser o pai de Elvis!". Enquanto o socorro médico não chegava em Graceland Esposito tentava em vão prestar os primeiros socorros em Elvis, como ele mesmo relembra: "Em poucos segundos as pessoas começaram a chegar no quarto de Elvis. Seu pai veio correndo, subindo as escadas e chegou ao quarto ofegante. 'Onde está meu filho?' - gritou o pobre Vernon. Nesse momento pedi para que dessem espaço pois estava tentando fazer algo por Elvis. Vi que Lisa entrava no quarto e pedi que Ginger a tirasse de lá imediatamente, para que assim ela não visse seu pai estendido no chão de seu banheiro. A confusão era muito grande, pessoas indo e vindo, tive que tirar muitos de dentro do local, precisava ajudar Elvis. Eu tentei dar alguns CPR no coração de Elvis, porque eu não conseguia abrir sua boca e fazer um procedimento de respiração boca a boca, pois ela estava fechada e congelada. Então resolvi girar o corpo de Elvis, o vesti e continuei trabalhando nele até a ambulância chegar. Apesar de lutar muito logo percebi que era tarde demais."
Pablo Aluísio.
Voltemos no tempo. Manhã de 16 de agosto de 1977. O sol do amanhecer já está alto, a luz solar entra pela pequena fresta da janela do banheiro e desliza suavemente sobre um corpo que jaz no chão do pequeno ambiente. O corpo está retorcido, em posição fetal. O rosto está congestionado de sangue, a expressão é de intensa dor, com o semblante registrando o exato momento em que seu organismo sofreu o ataque fulminante, o instante final congelado no tempo em sua hora fatídica. Não há reação aparente, não há som, nada se ouve, apenas a doce e suave vibração do último suspiro. O último grito abafado de socorro não foi ouvido. Tragicamente e ironicamente o ambiente luxuoso em que aquele homem sempre viveu abafou o barulho de sua queda ao sofrer o colapso cardíaco. Nenhum som fora do normal foi notado, ninguém percebeu, ninguém saiu de seus afazeres cotidianos para lhe socorrer, sua queda final passou despercebida. Assim como muitos de sua idade o sujeito caído no chão encontrou sua hora final ao sofrer um ataque do coração fulminante, que sequer lhe deu a chance de lutar por sua vida. Em questão de segundos ele perdeu a consciência e foi ao chão, retorcido de dor. A língua trincada entre os dentes é apenas a manifestação física de um colapso do qual quase nunca se volta. O último segundo de vida lhe fugiu de forma fugaz, efêmera. O Tempo deixa de existir e não tem mais sentido. Era o fim.
Tudo seria banal se aquele homem que acabara de sofrer um ataque não fosse uma das pessoas mais famosas do século XX: Elvis Presley. Sim, aquele corpo que lutava pela sobrevivência e que agora sentia o último sopro de vida lhe escapar em questão de segundos era o do outrora afamado Rei do Rock. O silêncio reinante só foi quebrado quando a namorada de Elvis na ocasião, Ginger Alden, bateu levemente na porta do banheiro. "Elvis?" - perguntou ela. Sem resposta abriu a porta e se deparou com a cena adversa. Em um primeiro momento ela não entrou em pânico. Apesar de Elvis estar estendido no chão Ginger teve uma reação típica de quem já havia passado por essa situação antes. Para aqueles que conviveram com Elvis em seus anos finais, o fato dele perder a consciência em razão do uso abusivo de remédios já não significava nenhuma novidade. Apesar de ser uma situação aflitiva e fora do normal, para Elvis em sua última etapa de dependência química, isso havia virado uma macabra rotina. "Será que bateu com a cabeça?" - perguntou a si mesma Ginger enquanto tentava virar o corpo inerte do cantor. Quando finalmente ela conseguiu visualizar seu rosto congestionado, roxo, sem nenhuma reação ou sinal de vida, percebeu finalmente a gravidade da situação e saiu em busca de socorro.
A partir daí a confusão foi generalizada como bem relembra Joe Esposito: "Estava em Graceland naquele dia 16 de agosto de 1977. Me lembro perfeitamente quando Ginger nos chamou no andar de cima. Eu entrei imediatamente na suíte e encontrei Ginger já bastante abalada. Entrei no banheiro e me deparei com Elvis no chão, caído. A posição sugeria que ele havia perdido a consciência e caíra pra frente de onde estava sentado. Quando o toquei senti um frio percorrer minha espinha. Percebi que não havia mais o que fazer, a impressão que tive foi que Elvis já estava morto por um bom tempo. Mesmo assim resolvi agir imediatamente. A primeira providência foi chamar uma ambulância a Graceland, urgentemente!". Quando a ligação chegou ao conhecimento dos paramédicos eles pensaram seriamente que Vernon, o pai de Elvis, sofrera mais um ataque cardíaco.
Um dos motoristas ao saber que se tratava de Graceland comentou com seu amigo ao lado: "Deve ser o pai de Elvis!". Enquanto o socorro médico não chegava em Graceland Esposito tentava em vão prestar os primeiros socorros em Elvis, como ele mesmo relembra: "Em poucos segundos as pessoas começaram a chegar no quarto de Elvis. Seu pai veio correndo, subindo as escadas e chegou ao quarto ofegante. 'Onde está meu filho?' - gritou o pobre Vernon. Nesse momento pedi para que dessem espaço pois estava tentando fazer algo por Elvis. Vi que Lisa entrava no quarto e pedi que Ginger a tirasse de lá imediatamente, para que assim ela não visse seu pai estendido no chão de seu banheiro. A confusão era muito grande, pessoas indo e vindo, tive que tirar muitos de dentro do local, precisava ajudar Elvis. Eu tentei dar alguns CPR no coração de Elvis, porque eu não conseguia abrir sua boca e fazer um procedimento de respiração boca a boca, pois ela estava fechada e congelada. Então resolvi girar o corpo de Elvis, o vesti e continuei trabalhando nele até a ambulância chegar. Apesar de lutar muito logo percebi que era tarde demais."
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 38
A noite em que Elvis, abatido e deprimido, leu as últimas páginas de sua biografia não autorizada ficaram cristalizadas para a história através da memória de Rick Stanley, que compartilhou esses tensos momentos de agonia e profunda tristeza ao lado de Elvis. Foi justamente nesse momento crucial, na noite do dia 15 para 16 de agosto de 1977, que seu meio irmão Rick Stanley (filho de Dee, segunda esposa de Vernon Presley) entrou nos aposentos do cantor e o encontrou pensativo e complementado, absorvido em seus próprios pensamentos, com o olhar vago, impreciso, disperso. Segundo as memórias de Rick, Elvis pediu que ele se sentasse ao seu lado.
Com o famigerado livro em mãos Elvis fez duas perguntas cruciais, como bem relembra Rick: "Na última noite de sua vida, eu acabara de desligar o telefone. Falava com minha namorada, Robyn. Através dos anos ela me encorajava a largar as drogas, e, quando estava pendurado no telefone, ia dizer que alguma coisa precisava acontecer para trazer minha vida de volta. Subi as escadas e sentei na cama com Elvis. Ele puxou os óculos sobre o nariz - tinha aquela espécie de olhar que parece cortado ao meio - e encostou o canto dos óculos na boca. Realmente pareceu frio. Suas costeletas estavam ficando grisalhas. Estava muito maduro. Parecia estar muito, muito cansado, não fisicamente, mas emocionalmente gasto. Enquanto sentávamos e conversávamos um pouco, ele me entregou um pedaço de papel, uma parte do livro escrito por seus ex guarda costas. Falava do uso de drogas. Fez duas perguntas. Disse: "O que Lisa Marie vai pensar disso?" e eu não tive muito o que responder. Apenas disse: "Bem, ela é sua filha. Estou certo que ela te ama"
Então ele perguntou sobre os fãs. "O Que os fãs vão pensar disso tudo?", e mesmo sem pensar eu fui capaz de dizer: "Bem, eles te amam incondicionalmente". Conversamos um pouco mais e eu lhe falei sobre a conversa com Robyn. Como eu estava para me livrar das drogas, você sabe, endireitando minha vida, esse tipo de coisa. Devo dizer que ele iria querer sua pílulas, seus remédios para dormir, bem depressa. Uso a palavra remédio porque se você disser a palavra drogas as pessoas pensam em crack e heroína, que nós nunca usamos. Eu trouxe um embrulho de remédios, que estavam exatamente no caminho (para o quarto de dormir) no armário. Havia embrulhos que Elvis chamava de "pacotes de ataque", porque era o que ele queria fazer, atacar-se, nocautear-se. Nós estamos sentados lá e eu falando e contando a ele sobre Robyn e os conselhos que ela vinha me dando através dos anos. Elvis a tinha encontrado e gostado dela, pois era uma criança adorável.
"Eu penso realmente que ela está lhe dando um bom conselho, Rick", ele me disse. "Penso que ela é uma pessoa que realmente se importa". Ele falou muito tempo. Uma viagem começaria no dia seguinte e ele não estava exatamente excitado sobre isso. Quando eu ia embora, Elvis me disse: "Não quero ser aborrecido, não quero ser perturbado". Para qualquer um que trabalhasse com Elvis, você sabia que isso significava uma ou duas coisas. Queria passar algum tempo com a namorada Ginger, ou queria dormir. Mas ele me fez saber que não queria ser perturbado, e com Elvis aquilo era um firme comando. Sem maiores perguntas resolvi me retirar de seu quarto, fechei a porta e fui até os fundos de Graceland e desliguei completamente. Mal sabia que em poucas horas iria acontecer algo que mudaria minha vida para sempre".
Pablo Aluísio.
Com o famigerado livro em mãos Elvis fez duas perguntas cruciais, como bem relembra Rick: "Na última noite de sua vida, eu acabara de desligar o telefone. Falava com minha namorada, Robyn. Através dos anos ela me encorajava a largar as drogas, e, quando estava pendurado no telefone, ia dizer que alguma coisa precisava acontecer para trazer minha vida de volta. Subi as escadas e sentei na cama com Elvis. Ele puxou os óculos sobre o nariz - tinha aquela espécie de olhar que parece cortado ao meio - e encostou o canto dos óculos na boca. Realmente pareceu frio. Suas costeletas estavam ficando grisalhas. Estava muito maduro. Parecia estar muito, muito cansado, não fisicamente, mas emocionalmente gasto. Enquanto sentávamos e conversávamos um pouco, ele me entregou um pedaço de papel, uma parte do livro escrito por seus ex guarda costas. Falava do uso de drogas. Fez duas perguntas. Disse: "O que Lisa Marie vai pensar disso?" e eu não tive muito o que responder. Apenas disse: "Bem, ela é sua filha. Estou certo que ela te ama"
Então ele perguntou sobre os fãs. "O Que os fãs vão pensar disso tudo?", e mesmo sem pensar eu fui capaz de dizer: "Bem, eles te amam incondicionalmente". Conversamos um pouco mais e eu lhe falei sobre a conversa com Robyn. Como eu estava para me livrar das drogas, você sabe, endireitando minha vida, esse tipo de coisa. Devo dizer que ele iria querer sua pílulas, seus remédios para dormir, bem depressa. Uso a palavra remédio porque se você disser a palavra drogas as pessoas pensam em crack e heroína, que nós nunca usamos. Eu trouxe um embrulho de remédios, que estavam exatamente no caminho (para o quarto de dormir) no armário. Havia embrulhos que Elvis chamava de "pacotes de ataque", porque era o que ele queria fazer, atacar-se, nocautear-se. Nós estamos sentados lá e eu falando e contando a ele sobre Robyn e os conselhos que ela vinha me dando através dos anos. Elvis a tinha encontrado e gostado dela, pois era uma criança adorável.
"Eu penso realmente que ela está lhe dando um bom conselho, Rick", ele me disse. "Penso que ela é uma pessoa que realmente se importa". Ele falou muito tempo. Uma viagem começaria no dia seguinte e ele não estava exatamente excitado sobre isso. Quando eu ia embora, Elvis me disse: "Não quero ser aborrecido, não quero ser perturbado". Para qualquer um que trabalhasse com Elvis, você sabia que isso significava uma ou duas coisas. Queria passar algum tempo com a namorada Ginger, ou queria dormir. Mas ele me fez saber que não queria ser perturbado, e com Elvis aquilo era um firme comando. Sem maiores perguntas resolvi me retirar de seu quarto, fechei a porta e fui até os fundos de Graceland e desliguei completamente. Mal sabia que em poucas horas iria acontecer algo que mudaria minha vida para sempre".
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 37
Durante muito tempo Elvis pensou nas possibilidades do que iria fazer após a publicação do livro bomba de Red West. As dúvidas eram muitas. Ele deveria fazer uma declaração oficial desmentindo tudo? Mas isso não iria trazer uma tremenda publicidade para o lançamento? Ignorar tudo e seguir em frente, como se nada tivesse acontecido? Processar todos eles e correr o sério risco de transformar tudo em um circo da mídia no tribunal, com sua vida sendo ainda mais exposta perante seu público e seus fãs? Mas afinal...que decisão ele deveria tomar? Nessa altura de sua vida essa era apenas mais uma péssima notícia que Elvis tinha que enfrentar.
Em seus últimos meses de vida o cantor podia contar nos dedos de uma única mão as coisas que ainda lhe traziam algo positivo. Eram cada vez mais raros os momentos de verdadeira felicidade para ele durante sua caminhada final. Um sorriso sincero, por exemplo, dado em um momento de extrema descontração e alegria, era algo tão raro para o envelhecido astro nessa época que certamente nem ao menos ele se lembrava de algo parecido assim acontecer em sua memória recente. Em aspectos pessoais sua única filha, Lisa Marie, ainda conseguia proporcionar momentos de amenidades e real contentamento.
Mas até nesses pequenos momentos Elvis sentia-se culpado, a ponto de um de seus homens de confiança o flagrar em prantos, sozinho, lamentando consigo mesmo o fato de não ter sido um bom pai para sua família. Elvis jamais conseguiu superar o choque do fim de seu casamento e esse pesadelo só aumentou de proporção ao longo dos anos que se passaram. No aspecto puramente profissional Elvis também ia, aos poucos, perdendo o prazer de se apresentar ao vivo. Durante anos esse contato direto com seus fãs havia proporcionado a ele muitos e muitos momentos realmente especiais. Como bem afirmou Priscilla Presley o amor de seus fãs e o carinho despejado por Elvis durante seus longos anos na estrada, tinha se transformado no único grande momento de felicidade do artista em seus últimos meses de vida. A veneração e a fidelidade de seus mais estimados fãs clubes havia se concretizado numa verdadeira muleta emocional para o Rei do Rock. Porém até nesses aspectos Elvis vinha sentindo dificuldades. Se apresentar à altura do amor e do carinho de seus admiradores lhe era agora cada vez mais difícil. Elvis enfrentava diversas dificuldades decorrentes de seu estado físico e de sua vertiginosa queda de saúde.
Fazer jus à imagem que existia no subconsciente de todos era agora um desafio a se vencer em cada novo concerto e isso definitivamente não era fácil quando se sofria de tantos problemas pessoais, tanto físicos como, e principalmente, emocionais. Somando-se a tudo isso havia ainda a crítica, quase sempre implacável com o astro, sempre colocando em destaque cada mínimo erro ou cada pequeno descompasso surgido em suas turnês. Tudo isso, somado a seu constante estado depressivo, tornava a jornada muito mais penosa de se cumprir. Infelizmente Elvis não poderia parar, ele havia entrado numa engrenagem que iria sugar até o fim sua capacidade de trabalho. Envolvido em enormes dívidas, enrolado em problemas judiciais que lhe custavam muito em termos financeiros e em desgaste emocional, Elvis virou escravo de sua própria lenda.
Pablo Aluísio.
Em seus últimos meses de vida o cantor podia contar nos dedos de uma única mão as coisas que ainda lhe traziam algo positivo. Eram cada vez mais raros os momentos de verdadeira felicidade para ele durante sua caminhada final. Um sorriso sincero, por exemplo, dado em um momento de extrema descontração e alegria, era algo tão raro para o envelhecido astro nessa época que certamente nem ao menos ele se lembrava de algo parecido assim acontecer em sua memória recente. Em aspectos pessoais sua única filha, Lisa Marie, ainda conseguia proporcionar momentos de amenidades e real contentamento.
Mas até nesses pequenos momentos Elvis sentia-se culpado, a ponto de um de seus homens de confiança o flagrar em prantos, sozinho, lamentando consigo mesmo o fato de não ter sido um bom pai para sua família. Elvis jamais conseguiu superar o choque do fim de seu casamento e esse pesadelo só aumentou de proporção ao longo dos anos que se passaram. No aspecto puramente profissional Elvis também ia, aos poucos, perdendo o prazer de se apresentar ao vivo. Durante anos esse contato direto com seus fãs havia proporcionado a ele muitos e muitos momentos realmente especiais. Como bem afirmou Priscilla Presley o amor de seus fãs e o carinho despejado por Elvis durante seus longos anos na estrada, tinha se transformado no único grande momento de felicidade do artista em seus últimos meses de vida. A veneração e a fidelidade de seus mais estimados fãs clubes havia se concretizado numa verdadeira muleta emocional para o Rei do Rock. Porém até nesses aspectos Elvis vinha sentindo dificuldades. Se apresentar à altura do amor e do carinho de seus admiradores lhe era agora cada vez mais difícil. Elvis enfrentava diversas dificuldades decorrentes de seu estado físico e de sua vertiginosa queda de saúde.
Fazer jus à imagem que existia no subconsciente de todos era agora um desafio a se vencer em cada novo concerto e isso definitivamente não era fácil quando se sofria de tantos problemas pessoais, tanto físicos como, e principalmente, emocionais. Somando-se a tudo isso havia ainda a crítica, quase sempre implacável com o astro, sempre colocando em destaque cada mínimo erro ou cada pequeno descompasso surgido em suas turnês. Tudo isso, somado a seu constante estado depressivo, tornava a jornada muito mais penosa de se cumprir. Infelizmente Elvis não poderia parar, ele havia entrado numa engrenagem que iria sugar até o fim sua capacidade de trabalho. Envolvido em enormes dívidas, enrolado em problemas judiciais que lhe custavam muito em termos financeiros e em desgaste emocional, Elvis virou escravo de sua própria lenda.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de dezembro de 2005
Elvis Presley - Os Anos Finais - Parte 36
A única coisa que não contavam era o fato de que seus antigos "amigos", empregados ou seja lá o que fossem, iriam colocar a boca no trombone e contar todos os mais guardados segredos da vida pessoal de Elvis Presley! Aquela imagem impecável, de um bom pai de família, filho amoroso, cidadão cumpridor de seus deveres cívicos, um típico norte-americano acima do bem e do mal, seria maculada para sempre pelo teor altamente explosivo contido no livro "Elvis, O Que Aconteceu?" escrito pelos irmãos Sonny e Red West! Nada ficaria de pé após sua publicação! Bom cidadão? Elvis seria retratado como uma pessoa altamente manipulada que só serviu o exército por ordens diretas de seu tirânico empresário! Ele, Elvis, definitivamente não queria ir para o U.S. Army de jeito nenhum! Bom pai de família? Elvis seria retratado como um marido relapso, ausente, que traía sistematicamente sua esposa e que quando traído partiu, sem pensar duas vezes, para ameaças de morte contra sua ex-esposa e seu amante!
Imagem impecável? Os irmãos West iriam demolir a imagem de Elvis para sempre. Ele seria retratado como um viciado em drogas, paranóico e armado até os dentes. Uma pessoa que usava de sua fama e dinheiro para manipular as mulheres de sua vida, as tratando como meros objetos de domínio, sem valor algum! Um típico cidadão norte-americano acima do bem e do mal? Elvis teria anos depois sua imagem manchada pelos arquivos secretos do FBI que o retratavam como um reacionário de direita, que estava a favor da guerra do Vietnã e contra os movimentos pacifistas, que conspirava contra outros artistas, citando nominalmente ao próprio presidente Nixon os efeitos nocivos de pessoas como os Beatles e Jane Fonda! Quando Elvis soube que sua imagem seria tão atacada dessa forma entrou em desespero! Ele, que sempre zelou para manter uma imagem pública impecável, agora via ruir seu castelo de cartas pela publicação de um único livro! O Que fazer agora? Elvis tinha que virar o jogo e sair da defensiva de qualquer maneira. Logo lembrou do velho conselho de Tom Parker: "A melhor defesa é o ataque!". Ele tinha que começar a mandar no jogo novamente, voltar a dar as cartas urgentemente! Porém como ele faria isso agora? Teria tempo para uma reação?
Apesar de seus esforços o livro acabou sendo lançado. Elvis imediatamente providenciou uma cópia e ficou chocado com o teor do texto. E depois de pouco tempo o livro finalmente chegou em suas mãos. Ele se isolou. No canto mais reservado de seu quarto, Elvis, sentado em uma grande poltrona, passou lentamente seus dedos sobre as páginas daquele livro que prometia destruir sua imagem. Ele pareceu querer se esconder, fugir para algum lugar. Sua leitura se tornou penosa, sofrida. Seu semblante era de extrema preocupação. O espírito ficou visivelmente estarrecido e o corpo deixou transparecer esse estado de perplexidade em pequenos e mínimos detalhes: na testa franzida, no olhar vidrado, na pupila dilatada. Suas mãos foram virando todas as páginas, lentamente. O cantor não conseguia tirar seus olhos do texto e praticamente devorou cada capítulo de uma só vez. Sua fisionomia ficou abatida, pesada, sofrida, como alguém que carregava o peso do mundo em suas costas. Cada minuto pareceu uma eternidade e essa realmente não parece mais ter fim. Elvis nesse momento de extrema solidão e desespero terminou finalmente as últimas palavras do mais demolidor livro já escrito sobre ele: "Elvis, What Happened?".
Aquilo que mais temia e que acreditava piamente que não iria acontecer estava agora ali materializado em suas mãos. Sua vida privada exposta finalmente ao grande público de maneira cruel, explícita e nada lisonjeira. O Elvis Presley que emerge de suas letras era a antítese de tudo o que artista tentou construir ao longo de tantos anos de carreira. Sua tão intocável imagem perante o público agora era violentamente agredida. Ao final da leitura Elvis o colocou de lado e passou a refletir sobre o que deveria fazer dali em diante. O estrago realmente já estava feito, agora Elvis pensava numa forma de contornar toda essa delicada situação. Como combater a traição de seus antigos amigos e "guarda-costas", que em troca de dinheiro venderam ao primeiro interessado os maiores segredos de uma das pessoas mais famosas do mundo? Como combater a difamação que estava sendo feita a ele? Como contestar algo dessa magnitude?
Pablo Aluísio.
Imagem impecável? Os irmãos West iriam demolir a imagem de Elvis para sempre. Ele seria retratado como um viciado em drogas, paranóico e armado até os dentes. Uma pessoa que usava de sua fama e dinheiro para manipular as mulheres de sua vida, as tratando como meros objetos de domínio, sem valor algum! Um típico cidadão norte-americano acima do bem e do mal? Elvis teria anos depois sua imagem manchada pelos arquivos secretos do FBI que o retratavam como um reacionário de direita, que estava a favor da guerra do Vietnã e contra os movimentos pacifistas, que conspirava contra outros artistas, citando nominalmente ao próprio presidente Nixon os efeitos nocivos de pessoas como os Beatles e Jane Fonda! Quando Elvis soube que sua imagem seria tão atacada dessa forma entrou em desespero! Ele, que sempre zelou para manter uma imagem pública impecável, agora via ruir seu castelo de cartas pela publicação de um único livro! O Que fazer agora? Elvis tinha que virar o jogo e sair da defensiva de qualquer maneira. Logo lembrou do velho conselho de Tom Parker: "A melhor defesa é o ataque!". Ele tinha que começar a mandar no jogo novamente, voltar a dar as cartas urgentemente! Porém como ele faria isso agora? Teria tempo para uma reação?
Apesar de seus esforços o livro acabou sendo lançado. Elvis imediatamente providenciou uma cópia e ficou chocado com o teor do texto. E depois de pouco tempo o livro finalmente chegou em suas mãos. Ele se isolou. No canto mais reservado de seu quarto, Elvis, sentado em uma grande poltrona, passou lentamente seus dedos sobre as páginas daquele livro que prometia destruir sua imagem. Ele pareceu querer se esconder, fugir para algum lugar. Sua leitura se tornou penosa, sofrida. Seu semblante era de extrema preocupação. O espírito ficou visivelmente estarrecido e o corpo deixou transparecer esse estado de perplexidade em pequenos e mínimos detalhes: na testa franzida, no olhar vidrado, na pupila dilatada. Suas mãos foram virando todas as páginas, lentamente. O cantor não conseguia tirar seus olhos do texto e praticamente devorou cada capítulo de uma só vez. Sua fisionomia ficou abatida, pesada, sofrida, como alguém que carregava o peso do mundo em suas costas. Cada minuto pareceu uma eternidade e essa realmente não parece mais ter fim. Elvis nesse momento de extrema solidão e desespero terminou finalmente as últimas palavras do mais demolidor livro já escrito sobre ele: "Elvis, What Happened?".
Aquilo que mais temia e que acreditava piamente que não iria acontecer estava agora ali materializado em suas mãos. Sua vida privada exposta finalmente ao grande público de maneira cruel, explícita e nada lisonjeira. O Elvis Presley que emerge de suas letras era a antítese de tudo o que artista tentou construir ao longo de tantos anos de carreira. Sua tão intocável imagem perante o público agora era violentamente agredida. Ao final da leitura Elvis o colocou de lado e passou a refletir sobre o que deveria fazer dali em diante. O estrago realmente já estava feito, agora Elvis pensava numa forma de contornar toda essa delicada situação. Como combater a traição de seus antigos amigos e "guarda-costas", que em troca de dinheiro venderam ao primeiro interessado os maiores segredos de uma das pessoas mais famosas do mundo? Como combater a difamação que estava sendo feita a ele? Como contestar algo dessa magnitude?
Pablo Aluísio.
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