terça-feira, 24 de março de 2009

Elvis Presley - Elvis em números - charts, prêmios, dados e estatísticas!

Números não mentem. Agora que chegamos ao final da análise da discografia oficial de Elvis que tal darmos um passeio sobre os principais números de sua carreira musical? Aqui vai alguns dados sobre a passagem de Elvis Presley na indústria cultural:

Os álbuns mais vendidos da carreira de Elvis foram, pela ordem: 1) Blue Hawaii, 2) Elvis Presley, 3) Loving You, 4) G.I. Blues, 5) Elvis, 6)Elvis Christmas Album, 7) Something For Everybody, 8)Roustabout, 9) Aloha From Hawaii, 10) King Creole, 11) Elvis Is Back, 12) Elvis Golden Records, 13) Girls, Girls, Girls, 14) Elvis Golden Records vol.3, 15) Fun In Acapulco, 16) Moody Blue, 17) Pot Luck, 18) It Happened At The World's Fair, 19) Elvis in Concert, 20) Kissin Cousins, 21) Girl Happy, 22) Harum Scarum, 23) Elvis TV Special, 24) Elvis For Everyone, 25) Elvis as Recorded At Madison Square Garden, 26) Elvis Country, 27) From Memphis To Vegas, From Vegas To Memphis, 28) On Stage, 29) From Elvis in Memphis, 30) His Hand in Mine.

"Elvis 30#1 Hits" é o disco mais vendido de Elvis Presley na história, com mais de 9 milhões de cópias. Ele não está na lista acima por ter sido lançado após a morte de Elvis. A lista anterior só se refere aos discos lançados oficialmente durante a vida de Elvis.

♫ Artista solo de maior sucesso da história da música mundial, segundo o Livro Guiness dos recordes, Elvis teve 49 de seus singles classificados entre os 20 mais vendidos da história da parada oficial da revista Billboard, sendo que 38 de seus álbuns se tornaram também classificados entre os mais vendidos da indústria fonográfica americana. Nove de seus álbuns chegaram ao primeiro lugar nos EUA e na Inglaterra seis deles conseguiram alcançar tal posição. Nos EUA 15 de seus EPs (compactos duplos) conseguiram se classificar entre os 20 mais vendidos. Estima-se que no total tenha vendido mais de um bilhão de cópias, sendo 116 milhões apenas de singles e discos dentro dos Estados Unidos. Esse número infelizmente não pode ser confirmado com absoluta certeza, muitos dados se perderam ao longo dos anos, outros deixaram de ser levantados e por isso só restam estimativas inconclusivas.

♫ Nos Estados Unidos Elvis esteve presente em mais de 2.980 listas semanais dos discos e singles mais vendidos. Elvis está na lista dos mais vendidos da revista Billboard há mais de 51 anos ininterruptos. Nunca, em nenhuma época durante esse período, a revista publicou uma lista dos mais vendidos sem o nome de Elvis Presley constar nela, seja de um disco, single, box ou qualquer outro produto do cantor. Elvis só é superado em longevidade por Bing Crosby, que está na lista há quase 60 anos.

♫ A Recording Industry Association of America anunciou neste mês (julho de 2005) a lista dos 100 artistas que mais venderam discos no mercado americano em todos os tempos. Os Beatles ficaram no topo da compilação, com 168 milhões de álbuns vendidos. Elvis Presley ficou em segundo, com 116 milhões, e o Led Zeppelin em terceiro, com 107 milhões. Entre as mulheres, a campeã é Barbra Streissand, com 70 milhões de unidades vendidas. Entre os nomes mais contemporâneos, alguns destaques são Tupac Shakur (em 39º lugar, com 36 milhões), Britney Spears (em 51º, com 31 milhões) e Eminem (em 71º, com 25 milhões).

♫ Em novembro de 1955, Elvis foi contratado pela RCA e seu empresário já era o Coronel Tom Parker. Elvis custou 35 mil dólares, a maior quantia já paga a um artista solo, até então. Estima-se que a RCA tenha ganho mais de 500 milhões de dólares em lucros com as vendas de seus produtos. Quando morreu o cantor deixou apenas US$ 1 milhão de dólares em sua conta corrente e seus bens, que contabilizados, somavam apenas US$ 5 milhões de dólares no total.

As dez maiores bilheterias de Elvis no cinema foram, pela ordem: 1) Viva Las Vegas, 2) Blue Hawaii, 3) Love Me Tender, 4) G.I. Blues, 5) Jailhouse Rock, 6) Loving You, 7) Girls, Girls, Girls, 8) Tickle Me, 9) Roustabout, 10) Girl Happy. Nos anos 70 Elvis voltaria aos cinemas em dois documentários que mostravam seus shows, em Las Vegas (That's The Way It Is) e pelas demais cidades do país (Elvis On Tour). Todos os 32 filmes de Elvis foram lançados nos cinemas brasileiros em sua época.

♫ Elvis esteve por nove vezes na lista dos dez atores mais bem pagos de Hollywood. Sua melhor posição foi um terceiro lugar em 1957, logo atrás de John Wayne e Rock Hudson. A última vez que seu nome constou entre os dez mais foi em 1967, onde ficou em décimo lugar, atrás de Sean Connery. Seu salário médio em um filme nos anos 60 era de 750 mil a 850 mil dólares (incluído seus ganhos com as vendas das respectivas trilhas sonoras).

O primeiro compacto que Elvis gravou, quando saiu do exército foi "Stuck On You" de um lado e "Fame And Fortune" de outro. O compacto foi muito bem nas paradas, chegando ao primeiro lugar. Seu single de maior sucesso nos anos 60 foi "It's Now Or Never" que vendeu nove milhões de cópias, sendo agraciado com platina. Quando relançado em 2005 o single novamente voltou ao primeiro lugar entre os mais vendidos na Grã Bretanha.

O single mais vendido de toda a carreira de Elvis foi "Hound Dog / Don't Be Cruel", premiado triplamente com platina. O último single de Elvis a receber disco de platina foi "Burning Love / It's A matter Of Time" em 1972. Já entre os álbuns, a trilha sonora "Blue Hawaii" ganhou cinco discos de platina em 1961. O último disco platinado do cantor foi "Moody Blue" em 1977, onde foi duplamente agraciado com o prêmio.

♫ O Primeiro disco de ouro veio com seu álbum de estreia, "Elvis Presley", e o último com "From Elvis Presley Boulevard" em 1976. Entre seus EPs (compactos duplos) o maior sucesso veio com a trilha de "Jailhouse Rock", lançada em 1957. O EP foi triplamente premiado com platina.

"l Forget lo Remember To Forget" foi o primeiro grande sucesso nacional de Elvis. Em 1955, ele chegou em primeiro lugar nas listas de música country e foi eleito "O Mais Promissor artista country do país", pela revista Billboard. O ultimo single lançado com Elvis em vida foi "Way Down / Pledging My Love" que chegou ao Top 20 da Billboard e que recebeu disco de ouro por suas vendas.

♫ Os álbuns de Elvis que estiveram, por um ano ou mais na classificação do "Top Ten" (As Dez Mais) do mercado fonográfico americano foram: "G. I. Blues" (111 semanas) "Blue Hawaii" (79 semanas), "Elvis Is Back" (56 semanas) e "Aloha From Hawaii, Via Satélite" (52 semanas).

♫ O disco mais vendido da carreira de Elvis na Inglaterra foi "Elvis 40 Greatest Hits", que chegou nas lojas britânicas em outubro de 1974. Tamanho foi seu sucesso que a gravadora Som Livre o relançou no Brasil um ano depois.

♫ Durante os anos 60 Elvis lançou 15 trilhas sonoras, sendo a mais vendida "Blue Hawaii". Dessas 15 trilhas, 10 chegaram ao Top 10 e três delas chegaram ao primeiro lugar (Blue Hawaii, G.I.Blues e Roustabout).

♫ O ano de 1970 parece ter sido o mais produtivo para a carreira de Elvis Presley, pelo menos para o lançamento de álbuns, no total foram sete: "Let's Be Friends", "On Stage", "Almost in Love", "Elvis Christmas Album" "Elvis ln Person At The lnternational Hotel, Las Vegas","Worldwide 50 GoId Awards Hits, volume 1", "Back In Memphis" e "That's The Way lt Is".

"Heartbreak Hotel" foi uma das primeiras canções de Elvis pela RCA, com bom resultado no trabalho de estúdio de gravação. Os autores eram Mae Axton e Tommy Burden. A letra nasceu de um recorte de jornal falando do suicídio de um homem que tinha escrito num bilhete: I Walk The Lone Street" e "I Stunned Me". O single foi premiado com disco de platina, o primeiro da carreira de Elvis.

Prêmios e Homenagens:

Discos de Ouro: 68 - Álbuns, Singles, Ep's.
♫Discos de Platina: 50 - Álbuns, Singles, Ep's.
♫Discos de Multi-Platina: 32 - Álbuns, Singles, Ep's.
♫Total de 150 nos EUA (Dados oficiais da RIAA - Rercording Industry Association Of América 2005).

Prêmios Grammy:
♫1967 - Melhor Performance de Música Sacra - "How Great Thou Art" - Gospel
♫1972 - Melhor Interpretação Inspirativa "He Touched Me" - Gospel
♫1974 - Melhor Interpretação Inspirativa "How Great Thou Art" -"Elvis as Recorded Live on Stage in Memphis"

Músicas no Hall da Fama do Grammy:
♫Hound Dog (1988)
♫Heartbreak Hotel (1995)
♫That's All Right Mama (1998)
♫Suspicious Minds (1999)
♫Don't Be Cruel (2002)

Diversos:
Globo de Ouro de melhor documentário em 1972 por "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal, no Brasil)
♫Uma das 10 pessoas mais importantes da América em 1970 pela Câmara Júnior de Comércio dos Estados Unidos.
♫Prêmio por mérito (Conjunto da Obra) concedido pelo Grammy
♫Prêmio Bing Crosby em 1971.
♫Prêmio por Mérito (Conjunto da Obra) concedido pela American Music Awards em 1987.
♫Prêmio W. C. Handy da Fundação do Blues de Memphis reconhecendo sua importância no Blues em 1984.
♫Prêmio concedido pela Academia de Música Country em 1984.
♫O filme Jailhouse Rock foi incluído no Registro Nacional de Filmes dos EUA em 2004.
♫Prêmio "Las Vegas Entertainment" como a maior estrela musical masculina em votação realizada em 1977.
♫Cinturão de ouro "World's Championship Attendance Record" em 69 por quebrar todos os recordes de público em Las Vegas.
♫ Artista póstumo que mais fatura (1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005)
♫ Eleito a segunda melhor voz de todos os tempos, atrás apenas de Frank Sinatra.
♫ Eleito o "Artista do Século" em 2000.
♫ Artista que mais vezes chegou ao topo da parada britânica de singles.
♫ Artista solo de maior sucesso da história da música mundial - Guiness Book of Records.
♫ Eleito um dos dez maiores americanos da história em votação popular do Discovery Channel / AOL (2005).

O único artista a integrar as cinco "Galerias da Fama" da Música:
♫Hall of Fame Rock'n'Roll (1986)
♫Hall of Fame Rockabilly (1997)
♫Hall of Fame Country (1998)
♫Hall of Fame Gospel (2001)
♫Hall of Fame Música Britânica (2004)

Elvis Presley Charts:

Estados Unidos - Músicas Número Um:
♫ Blue Moon of Kentucky - Memphis Country & Western Billboard - 1954
♫I Forgot To Remember To Forget - Memphis Country e Country (Nacional) Billboard - 1955
♫Heartbreak Hotel - Pop, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
♫I Want You, I Need You, I Love You - Pop(Best Sellers), Country, R&B, Billboard - 1956
♫Hound Dog - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
♫Don't Be Cruel - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1956
♫Love Me Tender - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1956
♫Too Much - Pop(Best Sellers e Jukebox) Billboard - Cashbox Pop - 1957
♫All Shook Up - Pop, R&B Sales e Radio, Country Billboard - Cashbox Pop - 1957
♫Teddy Bear - Pop, R&B Sales, Country Billboard - Cashbox Pop - 1957
♫Jailhouse Rock - Pop, R&B Sales e Radio, Country Billboard - Cashbox Pop - 1957
♫Don't - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1958
♫Wear My Ring Around Your Neck - R&B Radio Billboard - Cashbox Country - 1958
♫Hard Headed Woman - Pop(Best Sellers, Disc Jockey) Billboard - 1958
♫A Big Hunk O' Love - Pop Billboard - 1959
♫Stuck On You - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1960
♫It's Now Or Never - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1960
♫Are You Lonesome Tonight? - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1960
♫Surrender - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1961
♫Can't Help Falling In Love - Easy Listening Billboard - 1962
♫Good Luck Charm - Pop Billboard - Cashbox Pop - 1962
♫Return To Sender - Cashbox Pop - 1962
♫Blue Christmas - Christmas Billboard - 1964
♫Crying In The Chapel - Easy Listening Billboard - 1965
♫Easy Question - Easy Listening Billboard - 1965
♫I'm Yours - Easy Listening Billboard - 1965
♫How Great Thou Art - Bubbling Under The Hot 100 Billboard - 1969
♫In The Ghetto - Cashbox Pop - Record World - 1969
♫Suspicious Minds - Pop Billboard - Cashbox Pop - Record World - 1969
♫The Wonder Of You - Easy Listening Billboard - 1970
♫You Don't Have To Say You Love Me - Easy Listening Billboard - 1970
♫Burning Love - Cashbox Pop - 1972
♫My Boy - Easy Listening Billboard - 1975
♫Moody Blue - Cashbox Country - 1977
♫Moody Blue - Country Billboard - 1977
♫Way Down - Country Billboard - Cashbox Country - 1977
♫Pledging My Love - Cashbox Country - 1977
♫My Way - Cashbox Country - 1977
♫Guitar Man - Country Billboard - Cashbox Country - 1981
♫A Little Less Conversation - Sales Billboard - 2002
♫Rubberneckin' - Sales Billboard - 2003

Estados Unidos - Discos (LP, CD, EP) Número Um
♫ Elvis Presley - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
♫Elvis - Billboard Pop - Cashbox Pop - 1956
♫Elvis Vol. 1 - EP - Billboard - 1956
♫Loving You - Billboard Pop - 1957
♫Loving You Vol.1 - EP - Billboard - 1957
♫Jailhouse Rock - EP - Billboard Pop - 1957
♫Elvis Sings Christmas Songs - EP - 1957
♫Elvis Christmas Álbum - Billboard - Cashbox Pop - 1957
♫King Creole Vol. 1 E 2 - EP - Billboard - 1958
♫A Touch Of Gold Vol. 1 - EP - Billboard - 1959
♫G.I.Blues - Billboard Pop - Cashbox Mono e Stéreo - 1960
♫Something For Everybody - Billboard Pop - Cashbox Mono - 1961
♫Blue Havaií - Billboard Pop - Cashbox Mono - 1961
♫Roustabout - Billboard Pop - 1965
♫Elvis Sings The Wonderfull World Of Christmas - Christmas Billboard - 1972/73
♫Aloha From Havaií - Billboard Pop - Cashbox Pop, Country - Record World - 1973
♫Legendary Performer Vol. 1 - Country Billboard - Cashbox Country - 1974
♫Good Times - Cashbox Country - 1974
♫Live On Stage In Memphis - Cashbox Country - 1974
♫Promised Land - Country Billboard - Cashbox Country - 1975
♫The Sun Sessions - Cashbox Country - 1976
♫From Elvis Presley Boulevard - Country Billboard - Cashbox Country - 1976
♫Moody Blue - Country Billboard - Cashbox Country - 1977
♫Elvis In Concert - Country Billboard - Cashbox Country - 1977
♫Elvis 30 Number One Hits - Billboard 200 - Billboard Country - 2002
♫Elvis 2nd to none - Billboard 200 - Dance - Sales - 2003

Inglaterra - Músicas Número Um
♫All Shook Up - NME, Record Mirror - 1957
♫Party - Melody Maker - 1957
♫Jailhouse Rock - NME, Rercord Mirror - 1958
♫One Night - NME, Record Mirror - 1958
♫I Go Stung - NME, Record Mirror - 1958
♫A Fool Such As I - NME, Record Mirror - 1959
♫I Need Your Love Tonight - NME, Recrod Mirror - 1959
♫Stuck On You - Disc, Melody Maker - 1960
♫A Mess Of Blues - Melody Maker - 1960
♫The Girl Of My Best Friend - Melody Maker - 1960
♫It's Now Or Never - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1960
♫Are You Lonesome Tonight? - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1960
♫Wooden Heart - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1961
♫Surrender - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1961
♫Wild In The Country - NME - 1961
♫His Latest Flame - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1961
♫Little Sister - Record Retailers, NME, Record Mirror - 1961
♫Rock A Hula Baby - Record Retailers - 1962
♫Can't Help Falling In Love - Record Retailers - 1962
♫Good Luck Charm - Record Retailers, NME - 1962
♫She's Not You - Record Retailers, NME - 1962
♫Return To Sender - Record Retailers, NME - 1962
♫Devil In Disguise - Record Retailers - 1963
♫Crying In The Chapel - Record Retailers, NME - 1965
♫In The Ghetto - NME - 1969
♫The Wonder Of You - Record Retailers, NME - 1970
♫Way Down - Record Retailers, NME - 1977
♫A Little Less Conversation - Record Retailers - 2002

Inglaterra - Discos (LP, CD, EP) Número Um
♫ Elvis Presley (Rock'N Roll) - Record Mirror - 1956
♫Loving You - Record Mirror - 1957
♫King Creole - Record Mirror - 1958
♫Strictly Elvis - EP - 1960
♫Elvis Is Back - Guinness - 1960
♫G.I. Blues - Guinness - 1960
♫Blue Havaií - Guinness, NME - 1961
♫Follow That Dream - EP - 1962
♫Kid Galahad - EP - 1962
♫Pot Luck - Guinness, NME - 1962
♫Easy Come, Easy Go - EP - 1967
♫Elvis Sings Flaming Star - NME - 1969
♫From Elvis In Memphis - Guinness - 1969
♫Elvis 40 Greatest Hits - Guinness - 1977
♫Moody Blue - NME - 1977
♫Elvis 30 Number One Hits - 2002

Outros Países - Músicas Número Um
♫ Love Me Tender - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956
♫Heartbreak Hotel - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália - 1957
♫Hound Dog - Canadá(Pre Chum Chart) - 1956 - Itália - 1957
♫Tutti Frutti - Itália - 1957
♫All Shook Up - Canadá, Itália - 1957
♫Teddy Bear - Canadá - 1957
♫Jailhouse Rock - Canadá, África do Sul - 1957
♫Don't - Canadá, África do Sul - 1958
♫I Beg Of You - Canadá - 1958
♫Wear My Ring Around Your Neck - Canadá - 1958
♫King Creole - Suécia - 1958
♫Hard Headed Woman - Canadá - 1958
♫One Night - Canadá - 1958
♫I Got Stung - Canadá - 1958
♫A Fool Such As I - Austrália(NS Wales), Canadá, África do Sul - 1959
♫I Need Your Love Tonight - Canadá - 1959
♫A Big Hunk O' Love - Canadá - 1959
♫My Wish Came True - Canadá - 1959
♫Stuck On You - Canadá, Itália - 1960
♫Fame And Fortune - Canadá - 1960
♫A Mess Of Blues - Canadá - 1960
♫It's Now Or Never - Austrália(NS Wales), Noruega, Bélgica, Canadá,
♫África do Sul, Suécia, Suiça, Áustria, Espanha - 1960
♫Are You Lonesome Tonight - Austrália(NS Wales), Bélgica, Canadá,
♫África do Sul - 1960
♫I Gotta Know - Canadá - 1960
♫Wooden Heart - Austrália(NS Wales), Áustria, Bélgica, Holanda, África do Sul - 1960
♫Surrender - Austrália (NS Wales), Bélgica, Canadá, Suécia, África do Sul - 1961
♫Lonely Man - Canadá - 1961
♫Little Sister - Bélgica, Canadá - 1961
♫His Latest Flame - Austrália (Vic), Canadá - 1961
♫Can't Help Falling in Love - Austrália (NS Wales), África do Sul - 1961
♫No More - Itália - 1962
♫Good Luck Charm - Austrália (NS Wales), África do Sul, Suécia, Canadá, Noruega - 1962
♫Anything That's Part Of You - Canadá - 1962
♫She's Not You - Irlanda, Noruega - 1962
♫King Of The Whole Wide World - Noruega - 1962
♫Return To Sender - Canadá, Irlanda, Suécia, Noruega, Espanha - 1962
♫Kiss Me Quick - Brasil - 1963
♫Devil In Disguise - Canadá, França, Noruega, Holanda, Irlanda,
♫Bélgica, Suécia - 1963
♫Joshua Fit The Battle - Suécia - 1963
♫Bossa Nova Baby - Bélgica - 1963
♫Viva Las Vegas - Austrália(Vic) - 1964
♫Ask Me - Austrália (NS Wales) - 1964
♫Aint That Loving You Baby - Austrália (NS Wales), África do Sul - 1964
♫Do The Clam - Japão, Malásia, Cingapura - 1965
♫Summer Kisses, Winter Tears - Taiwan - 1965
♫Crying In The Chapel - Austrália (NS Wales, Vic), Canadá, Irlanda,
♫África do Sul, Noruega, Israel, Hong Kong, Espanha - 1965
♫Easy Question - Indonésia - 1965
♫Animal Instinct - Tailândia - 1966
♫The Love Machine - India - 1967
♫A Little Less Conversation - Cingapura - 1968
♫Edge Of Reality - Austrália (Vic, Melbourne) - 1968
♫In The Ghetto - Austrália (Vic), Bélgica, Alemanha, Irlanda, Suécia,
♫Nova Zelândia, Noruega, Espanha, India - 1969
♫Suspicious Minds - Canadá, Bélgica, África do Sul, Nova Zelândia,
♫Austrália - 1969
♫The Wonder Of You - Austrália (Vic), Irlanda - 1970
♫You Don't Have To Say You Love Me - França - 1971
♫Sylvia - Brasil - 1972
♫Promised Land - Malásia - 1975
♫Way Down - Irlanda - 1977
♫A Little Less Conversation - Canadá, Holanda, Irlanda, Noruega, Dinamarca, Suécia, Portugal, Hong Kong, Austrália, Hungria, Nova Zelândia, Coréia do Sul, Croácia, Estônia, Eslovênia, Chile, Cingapura, Suiça, China, República Tcheca, Malásia, México, Espanha -
♫2002 Rubberneckin - Croácia, Austrália (Dance Chart)- 2003

Números Finais da Discografia Oficial Americana (até 1977):
72 álbuns lançados
100 singles lançados (compactos simples)
29 Eps Lançados (compactos duplos)

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis e Nick Adams

Elvis Presley era Gay? Logo nos primeiros dias de sucesso Elvis, por se vestir de maneira muito sui generis, teve que arcar com insinuações e boatos de que na verdade seria gay. Afinal de contas nenhum homem dançava como ele nos conservadores anos 1950! Um homem rebolar naqueles tempos era algo inaceitável para muitos. Não raro Elvis era xingado por algum namorado enciumado quando descia do palco, isso foi algo que ele teve que conviver desde os primeiros dias na estrada. Elvis com o tempo passou a ignorar os gritos de "Bicha, bicha" para evitar maiores problemas. Por muito tempo as acusações de que Elvis era gay não passaram disso, meros xingamentos provenientes de pessoas que não gostavam dele, nem de seu estilo escandaloso e nem de sua dança diferente. O Rock era o inimigo e Elvis o seu alvo preferido. Quando se tornou um grande mito popular e foi para Hollywood os boatos voltaram a ganhar força. Apesar de parecer uma comunidade muito sofisticada, a capital do cinema também tinha hábitos de cidadezinhas do interior, inclusive fofocas infundadas.

Como se sabe Elvis foi um grande fã de James Dean. Era apaixonado por seus filmes e seu estilo de vida. Assim que pintou em Hollywood Elvis fez questão de conhecer todos os membros da antiga turminha de atores e atrizes que formavam os amigos mais próximos de Dean. O problema é que assim como James Dean praticamente todos ao seu redor ou eram gays ou bissexuais. Sal Mineo e Nick Adams, por exemplo, eram notoriamente conhecidos por seus casos homossexuais dentro e fora dos estúdios. Embora para o grande público nada disso fosse revelado dentro da comunidade de Hollywood esse segredo era bem conhecido. Ao ver Elvis tão próximo da turma gay de Dean as fofocas começaram a pipocar em todas as festas, encontros e eventos sociais do meio cinematográfico. Afinal de contas viver cercado desse pessoal não ajudaria muito na convicção de que Elvis era um autêntico macho viril. Se a grande maioria deles era gay o que Elvis estaria fazendo no meio daquela turma?

Embora Elvis tenha colecionado namoradas naqueles anos os boatos sempre persistiram. Afinal ele bem poderia ser como o seu próprio ídolo James Dean que era bissexual, saindo com homens, se apaixonando por mulheres, tudo ao mesmo tempo agora. A questão é que Presley ficou muito próximo de Nick Adams e todos sabiam que Nick era gay. No fundo Elvis queria alguém com experiência em arte dramática para lhe ajudar nos filmes pois ele nunca havia atuado antes em sua vida, era algo novo. Como nunca havia também estudado para ser ator, ele começou a usar Nick para lhe ajudar nisso. Assim quando estava filmando Elvis precisou da presença constante de Adams ao seu lado. Ao levar o amigo para sua mansão em Los Angeles a boataria só inflamou.

A verdade pura e simples é que Elvis era de fato um heterossexual convicto, a tal ponto inclusive de eliminar qualquer outra pessoa com traços gays de sua convivência pessoal. Ele entrou na turma de James Dean mas aquelas pessoas não era subordinadas a ele em nada e nem tinham satisfações a dar. Certamente eram gays e não estavam nem aí para o que pensavam deles. Em se tratando de Máfia de Memphis porém Elvis era intransigente. Qualquer novo membro que demonstrasse qualquer sinal de homossexualidade era logo afastado do grupo. Hoje em dia ele até correria o sério risco de ser chamado de homofóbico dentro dos padrões morais do politicamente correto que impera. Sem dúvida era um aspecto dúbio em sua personalidade. Em Hollywood Elvis se mostrava bem tolerante com as pessoas ao seu redor, mas em Memphis as coisas mudavam de tom.

Nick Adams morreu muito jovem, em 1968, pois sua carreira foi decaindo cada vez mais até o ponto em que ficou estagnada. Nick foi para o mundo da TV (considerado um meio menor para quem já tinha sido um ator de cinema) e acabou se entregado ao vício em drogas pesadas. Elvis tentou ajudar. mas ninguém pode salvar uma pessoa de si mesma. De uma forma ou outra ele continuou sendo amigo de Adams até o fim de sua vida. Não raro ao saber que o colega estava filmando em algum estúdio vizinho ia até lá para um aperto de mãos ou uma conversa agradável sobre os velhos tempos. Existem vários fotos de Elvis com Nick Adams, inclusive no set de filmagens da série "The Rebel", com o ator ainda caracterizado como seu personagem.

A partir dos anos 70 ninguém mais falava da amizade próxima de Elvis e Nick Adams, nem para tentar macular de alguma forma a masculinidade de Presley. Era algo esquecido e que ficara para trás. Afinal o astro de Memphis namorou centenas de mulheres elegantes e bonitas ao longo de sua vida. Ninguém tinha mais dúvidas sobre sua opção sexual. A pergunta se Elvis era gay voltou à tona novamente por causa de um livro escandaloso escrito pela  madrasta do cantor após sua morte. Dee Stanley havia se casado com Vernon Presley após a morte de sua esposa Gladys, e conviveu muitos anos com Elvis. O Rei do Rock não gostava dela por motivos óbvios e isso criou uma tensão entre eles.

Algumas biografias afirmam que Dee tentou inclusive ter um romance com Elvis bem debaixo do nariz de Vernon e que o cantor a despachou de forma veemente. Aliás ficou bastante escandalizado com sua falta de discrição dentro de sua família. Verdade ou não, parece que Dee se vingou de Elvis nas páginas de seu livro ao afirmar que literalmente pegou Elvis na cama com Nick Adams nos tempos de Hollywood. Ela sem querer abriu a porta do quarto de Presley e os flagrou na mesma cama em situação bastante suspeita! Infelizmente todos os envolvidos nisso estão mortos, Elvis, Adams e Dee (falecida ano passado em Nashville). Os fãs de Elvis na época do lançamento do livro obviamente ficaram furiosos com as afirmações de que Elvis teria experimentado alguma atividade homossexual em seus tempos de membro da ex-turminha de James Dean, mas ela jamais voltou atrás em suas afirmações. No final das contas fica o dito pelo não dito. Particularmente não acredito em sua versão dos fatos. De uma maneira ou outra essa questão sobre a verdadeira sexualidade de Elvis não deixa de ser um dos aspectos mais curiosos de sua biografia ao qual cada um deverá tirar sua própria conclusão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Elvis Presley - O Legado de Leiber e Stoller

Jerry Leiber, nascido em 1933, era o filho de imigrantes judeus da Polônia que chegaram nos EUA no inicio do século XX. Teve uma infância muito difícil sendo criado no gueto mais barra pesada de Baltimore. Anos depois se mudou com a familia para Los Angeles em busca de um futuro melhor. Mike Stoller, também nascido em 1933 em L.A, sempre foi influenciado pelo Blues e pelo Boogie Woogie de sua infância e adolescência. Tamanha paixão pela música levou Stoller a tocar bateria num conjunto de jazz no Los Angeles City College. Foi através de um colega de bateria da escola que ele um dia conheceu Jerry que estudava num colégio perto do seu, o Fairfax High. Eles então começaram a fazer umas melodias simples em ritmo de Jazz e Blues, para tocar com a banda para os colegas de escola durante o fim de semana.

Separados eles nunca passaram de jovens comuns dos EUA de sua época, mas quando se conheceram e começaram a compor canções juntos naquele verão, levados pela sua paixão comum pela música negra, com Leiber como letrista da dupla e Stoller como autor das melodias, transformaram toda uma era apenas com a magia de sua música. Leiber & Stoller, grandes compositores do começo do Rock'n'Roll tiveram suas canções gravadas pelos maiores nomes do Rock Mundial. Basta dar uma olhada em uma pequena lista para se chegar a conclusão que eles foram realmente grandes: The Beatles, The Rolling Stones, The Beach Boys, James Brown, Little Richard, Buddy Holly, Everly Brothers, Bill Halley, Aretha Flanklin, B.B.King, The Clovers, The Drifters, The Coasters, Peggy Lee, todos eles cantaram e gravaram as maravilhas musicas escritas pela dupla.

Mas foi com Elvis Presley, que Leiber e Stoller conseguiram atingir o auge e compor as músicas mais conhecidas do Rock'n'Roll da terra de Tio Sam. Tudo começou quando o produtor Steve Sholes sugeriu a Elvis que ele gravasse uma música chamada "Hound Dog". Inicialmente Elvis não achou uma boa idéia. A música tinha uma letra que nitidamente era composta para ser cantada por uma cantora e não um cantor. Os autores desta canção eram justamente a dupla Leiber e Stoller. Anos depois o próprio Leiber confirmou o fato, a música havido sido sim composta para ser cantada por uma voz feminina, pois a letra era um desabafo de uma mulher para o seu marido. Quando ouviu a versão de Elvis, que já estava no primeiro lugar das paradas, ele chegou a conclusão que a versão de Elvis era tão boa que este fato tinha se tornado um mero detalhe.

Elvis logo quis conhecer a dupla e em pouco tempo eles já estavam discutindo e conversando sobre música como velhos amigos. A Fusão Elvis + Leiber + Stoller foi definitiva, a simbiose foi tamanha que juntos eles conseguiram chegar mais de uma dezena de vezes no Topo das paradas americanas e inglesas. Sozinho, Elvis gravou muitas das músicas da dupla como por exemplo "Jailhouse Rock", "Don't", "Love Me", "Hound Dog", "Loving You", "Treat me Nice", "Trouble", "King Creole" e tantas outras que sempre estarão no coração de todo fã de Elvis Presley.

Elvis Presley, aliás, nutria uma grande amizade com a dupla e reconhecia publicamente o grande talento deles. Inúmeras vezes, nos anos 50, Elvis esperava a chegada da dupla, para só então entrar em estúdio. Ele sempre queria discutir arranjos e ouvir a opinião dos dois autores. As melhores trilhas de Elvis são aquelas em que Leiber e Stoller se fazem mais presentes como "King Creole", "Loving You" e "Jailhouse Rock", clássicos absolutos de todos os tempos. Elvis inclusive fez questão de colocar a dupla em uma cena do filme "Jailhouse Rock". Eles tiveram também um importante papel a desempenhar, exercendo uma influência altamente benéfica sobre o Rei, levando o cantor a ouvir outros tipos de música, enriquecendo sua formação musical. Chegaram inclusive a propor a Elvis que, juntos, poderiam montar um grande musical na Broadway. Elvis adorou a idéia, pois ele adorava dançar e este Show seria uma oportunidade única de fazer um grande trabalho. Mas, infelizmente, em 1958 Elvis foi convocado para o Exército e foi despachado para cumprir seu serviço militar na Alemanha. Os projetos foram cancelados e começou a surgir uma imensa dúvida sobre o futuro do Rei do Rock.

O último trabalho de Elvis com a dupla nos anos 50 foi a gravação da maravilhosa trilha de "King Creole", onde Leiber e Stoller participaram efetivamente de todos os trabalhos de direção musical. O Jazz que eles tanto amavam agora aparecia, mesmo que timidamente, em uma trilha sonora de Elvis Presley. Nos anos 60, quando Elvis retornou do Exército, foi armado um grande esquema promocional sobre ele e novos compositores foram especialmente contratados para escrever suas canções. Leiber e Stoller iriam continuar a compor para Elvis temas como "She's Not You" e "Just Tell Her Jim Said Hello" (ambas foram lançadas em singles de grande sucesso). Até o filme fraquinho "Girls, Girls, Girls" ganhou um tema principal maravilhoso escrito pela dupla. Porém, na primeira metade dos anos 60 ocorreu a crise entre Leiber e Stoller e o coronel Tom Parker (empresário de Elvis). Parker exercia uma enorme pressão sobre a carreira de Elvis e começou a boicotar a dupla alegando que eles estavam exercendo uma "má influência" sobre o cantor. Além disso achava a dupla "cara demais". Na realidade o Coronel havia se irritado quando soube que Leiber havia proposto um projeto de musical para Elvis. Como Tom Parker soube que o projeto havia sido levado ao cantor sem passar por ele antes, resolveu dar um basta e afastou a dupla da carreira de Elvis. Nada de compositores independentes demais colocando ideias na cabeça de seu pupilo. No final do conflito quem acabou pagando caro demais foi o próprio Elvis e o mundo da música.

Leiber e Stoller deixaram Elvis e seguiram em frente na sua carreira compondo para outros grandes nomes da música norte americana, e solidificando o seu prestigio com canções eternas como "Will you Still love me Tomorrow", "Leader of the Park", "Chapel of Love", "Stand by Me", "Kansas City", "Searchin", "Young Blood", "Is That All There Is" e tantas outras que seria praticamente impossível citar todas. Nos anos 70 ainda haveria uma tímida reaproximação com Elvis quando esse gravou mais duas canções da dupla mas foi só. Nunca mais se viram ou se falaram pessoalmente. De qualquer forma Leiber e Stoller já tinham consolidado seu prestígio no meio musical e ganharam grandes prêmios e um belo reconhecimento internacional dos críticos. Ao contrário de outros compositores que ficaram presos a lenda de Elvis Presley, Leiber & Stoller ganharam luz própria e fizeram um grande caminho sozinhos. Algumas destas músicas chegaram ao primeiro lugar do Hit Parade norte americano. Apesar de tudo eles reconhecem a sua fase junto de Elvis como a "época dourada" de suas carreiras. Jerry na entrega do prêmio da ASCAP (American Society of Composers, Authors and Publishers) afirmou: "Fizemos muitas canções para muitos artistas diferentes, mas eu dedico este prêmio a um grande amigo que se foi, um artista que foi maior que a vida, uma lenda chamada Elvis Presley, muito obrigado a todos vocês". Hoje, Leiber e Stoller são uma das mais reconhecidas e importantes duplas de compositores de todos os tempos. Sua influência é tamanha que, em 1987 eles entraram no "Rock and Roll Hall of Fame" com todas as homenagens a que tinham direito. Nada mal para dois amigos que só queriam compor algumas musiquinhas de Jazz para se divertirem com os amigos.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis e o Sun Sound!

Recentemente chegou até a minha pessoa uma série de gravações de Elvis Presley na Sun Records que me deixaram realmente impressionado e não no aspecto positivo. Eu não sei bem a razão mas as pessoas que recentemente estão colocando no mercado as músicas de Elvis pela Sun colocaram na cabeça que tinham que "limpar" as matrizes que tanto conhecemos.

Cheguei a ouvir inclusive uma "Blue Moon" onde o técnico de sonorização simplesmente tentou tirar todo o eco que é tão típico do estúdio de Sam Phillips. Alguém precisa urgentemente avisar ao sujeito que cometeu esse sacrilégio que isso faz parte da música, o Sun Sound era assim mesmo e essas imperfeições fazem parte da estrutura e da própria essência musical do registro, limpar ele é como tentar rebuscar um quadro de Da Vinci ou tentar limpar as pinturas da Capela Sistina removendo todas as suas cores originais nesse processo. Um verdadeiro absurdo!

Eu vou mais além. Desde o surgimento do CD jamais, repito, jamais fiquei satisfeito com qualquer remasterização que promoveram nas gravações que Elvis fez na Sun Records. Acredito que apenas quem ouviu essas canções em vinil conseguiu chegar o mais próximo possível da verdadeira sonoridade que foi produzida. As versões ditas digitais soam plastificadas e sem alma. Até mesmo quando não retocam bastante nos ecos fica algo estranho, vazio. A sensação é a de que não estamos perante o produto real mas sim ouvindo uma cópia que a despeito de tentar fazer soar melhor produz o efeito contrário, ficando completamente falso (mais ou menos como a foto colorizada que está acima). A original dessa imagem é preto e branco e tem uma qualidade não muito boa, mas é real. Já sua "versão nova" passa a imagem de algo que só existe graças às técnicas de computação. Algo parecido está sendo feito com as primeiras gravações oficiais de Elvis Presley. Estão mexendo no que já tinha encontrado seu ponto ótimo. Chega de promover tolices em nome da tecnologia.

Certa vez li um interessante artigo sobre o produtor Sam Phillips em que o autor demonstrava que ninguém conseguiu alcançar a sonoridade que ele tinha produzido em seu estúdio em Memphis. Citava inclusive o próprio Elvis. Não é novidade para ninguém que ao chegar em Nova Iorque e Nashville para suas primeiras gravações na RCA Victor o produtor Steve Sholes procurava refazer por lá o estilo Sun Sound. Isso é bem fácil de perceber ao se ouvir a versão oficial de "Heartbreak Hotel". Pois bem, como todos sabemos Sholes, apesar de toda sua experiência, não conseguiu recriar o som que o próprio Elvis havia feito em Memphis. Com tudo isso eu questiono mais uma vez: como se atrevem a simplesmente mudar algo assim. tão singular? Espero sinceramente que o bom senso prevaleça e os responsáveis pelo legado musical de Elvis não cometam mais tantas barbeiragens. A história do Rock agradece.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de março de 2009

Elvis Presley - Elvis no Brasil

A data em que Elvis Presley morreu está chegando e é curioso que geralmente nesses momentos as pessoas param um pouco para relembrar os grandes nomes do passado. Assim também ocorre com Elvis. Morto em 1977 o nome do cantor ainda hoje se faz presente pois dificilmente se encontrará alguém que não saiba quem foi ele. Até mesmo no Brasil seu nome segue como referencial, principalmente quando algum outro ídolo da música morre no auge da popularidade (como aconteceu com Michael Jackson e Amy Winehouse). Para não cair no clichê resolvi escrever um texto mais abrangente sobre a influência e a extensão da popularidade que o nome de Elvis alcançou em nosso país.

É fato que a cultura brasileira, principalmente a musical, sempre foi muito forte e presente na vida de todos. Via de regra o brasileiro realmente aprecia mais sua própria musicalidade, os seus próprios ídolos nacionais. Não é muito comum para o nosso povo eleger ídolos internacionais como seus preferidos. Se é assim hoje em dia imagine há mais de 50 anos quando provavelmente o nome de Elvis Presley foi pela primeira vez ouvido por algum brasileiro. Tente imaginar o Brasil em plena década de 1950. A moralidade, os costumes, tudo era muito diferente do que vemos hoje em dia. As mulheres eram de certa forma reprimidas em sua vida social, profissional e principalmente afetiva. Namorar apenas no portão de casa, passear só levando o irmãozinho (ou a irmãzinha) mais novos juntos. Sexo antes do casamento, nem pensar. Moças de família que tivessem vida sexual pré matrimônio logo caiam na boca do povo, ficavam "mal faladas". A revolução sexual ainda não havia acontecido, a pílula anticoncepcional ainda era peça de filme de ficção e o medo da gravidez precoce era muito presente. Pode ter certeza que tornar o nome de Elvis Presley tão popular assim dentro desse contexto histórico não foi nada fácil.

Elvis chegou no Brasil no comecinho de 1956. As lojas receberam um compacto simples com duas músicas do jovem cantor americano. Não havia capa - era apenas o acetato em uma embalagem simples da RCA Victor. O single era pesado, de 78 RPM e vinha sem muito promoção. No lado A "Heartbrek Hotel" e no B "I Was The One". Curiosamente a filial brasileira só decidiu lançar o disquinho após Elvis ser comentado na revista O Cruzeiro. Lá ele era apresentado aos brasileiros da época como um cantor revolucionário, cabelo grande e pasmem "Rebolativo"! Imaginem o rebuliço que isso causou! Embora Elvis ainda fosse uma novidade seu alter ego, James Dean, já era bem conhecido por aqui. A moçada já estava adotando seu visual "transviado", então quando Presley estourou em polêmica logo foi adotado pela geração "topete e brilhantina". E Elvis era bem isso mesmo, um "James Dean de guitarras" ou um "Marlon Brando que sabia cantar"!

Com toda essa onda em torno de seu nome o disquinho acabou vendendo bem. "Heartbreak Hotel" virou modinha nas rodinhas cults da juventude carioca. Ouvir Elvis, aquele rebelde americano, era sinal de que o jovem estava por dentro do que acontecia nos meios musicais. Com a popularidade logo Elvis também virou ídolo das garotas. Não era para menos. Bem apessoado, sensual e com imagem "perigosa" (para os padrões morais daqueles anos) Elvis logo virou poster nos quartos das beldades. Aliás é interessante notar que a popularidade de Elvis estourou primeiro no Brasil no Rio de Janeiro. Elvis, o roqueiro, logo virou ídolo da moçada carioca. Em São Paulo também houve interesse no cantor na época de seu surgimento, mas não no nível do que aconteceu no Rio. Lá ele fez muito sucesso e foi adotado pelos jovens cariocas de braços abertos.

De fato fora do Rio a explosão da popularidade de Elvis se deu por causa do cinema. Embora Elvis tenha se tornado popular nos EUA graças às suas aparições na TV, tais apresentações não chegaram ao Brasil. Foi o cinema e sua máquina publicitária que colocou o nome Elvis Presley na boca do povo brasileiro. Primeiro com o western B, "Love Me Tender" e depois com seus três filmes posteriores da década de 1950 que logo o transformaram em ícone popular. Os compactos foram sendo lançados um atrás do outro, as capas tentavam de maneira geral seguir a direção de arte dos lançamentos americanos, tornando Elvis um produto comercial quente no Brasil. A exceção ocorreu porém no primeiro álbum lançado por aqui. O disco chamado simplesmente "Elvis Presley" nada tinha a ver com o primeiro LP de Elvis nos EUA. Ao invés de copiarem a famosa capa com letras em rosa e vermelho do disco original preferiram colocar como capa uma imagem que havia sido em um EP nos EUA. Embora confusa a coisa deu certo e o hoje conhecido BKL 60 vendeu um bocado bem. Felizmente no segundo disco do cantor, chamado simplesmente "Elvis" a RCA brazuca resolveu seguir os passos da discografia americana.

Hoje em dia há uma certa visão entre especialistas e fãs de que os filmes de Elvis representaram um erro em sua carreira. Em termos artísticos pode até ter sido um erro mas do ponto de vista de popularização do nome de Elvis não há o que discutir. Se olharmos para a realidade brasileira teremos então uma perspectiva bem mais ampla desse aspecto. O cinema foi extremamente importante na carreira de Elvis aqui no Brasil. Embora os filmes nem sempre tenham sido bons o fato é que estrelando um filme atrás do outro nos anos 60 o cantor conseguiu se manter na ordem do dia e se tornar popular até mesmo em pequenas cidades do interior brasileiro, onde se não fosse por seus filmes ele não teria sido tão conhecido.

Depois do impacto inicial e da popularização pelo cinema o nome de Elvis Presley se firmou em nosso país. Fãs clubes foram formados e o artista ganhou grupos de fãs fiéis, que sempre acompanharam seu trabalho ao longo dos anos. A regularidade acabou se refletindo em sua discografia nacional. Embora nem todos os discos de Elvis tenham sido lançados oficialmente no Brasil, muitos deles chegaram por aqui assim que eram lançados no mercado americano. Nos anos 70 a filial da RCA em nosso país manteve vários discos de Elvis em catálogo por anos a fio. Com sua morte o interesse ficou ainda maior e a gravadora relançou quase todos os seus discos em 1982, fato único no Brasil. Hoje, 34 anos após sua morte a música de Presley chega aos mais distantes rincões pela maravilhosa ferramenta chamada Internet. Sem necessidade de ter um meio físico para existir a obra do cantor não mais encontrou barreiras para se difundir. Jovens ainda nos dias atuais se encantam com o incrível talento de Elvis e assim logo se tornam fãs. É um ciclo natural que não terá mais fim. Sobreviverá a minha pessoa, a você que lê esse texto e a de muitas gerações que já se foram ou que ainda virão. A arte tem essa grandeza. Ela não encontra barreiras ou fronteiras, se espalha por todos os lugares. Assim será eternamente com Elvis Presley, esse grande talento musical que nos deixou há décadas, mas que fincou raízes na cultura humana com a beleza de sua arte, de sua música.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis: O Preço da Fama

Elvis Presley sempre teve problemas em relação a dormir bem. Desde a adolescência ele sentia dificuldades em relaxar e ter uma boa noite de sono. Como a família Presley era muito pobre Elvis se virava para dormir na sala da casa, seja no sofá, seja em colchões pelo chão. Não é complicado entender que nessas circunstâncias era realmente difícil descansar. Em vista disso Elvis adquiriu o hábito nada saudável de dormir muito tarde e acordar muito cedo. Quando sua carreira de cantor tomou um bom rumo a coisa toda tendeu a piorar. Na estrada Elvis pouco dormia entre as apresentações. Bill Black, o baixista de seu grupo, o definia como uma “coruja”, uma pessoa que nunca dormia e que preferia passar a noite no carro ouvindo rádio até o dia amanhecer.

Para segurar o pique Elvis acabou conhecendo alguns remédios que lhe ajudavam a sempre estar bem disposto mesmo quando dormia mal (ou não dormia em absoluto). Quem iniciou Elvis nessas pílulas? Não se sabe ao certo. Para alguns os primeiros comprimidos foram receitados por um médico para Elvis em sua adolescência, já para outros Elvis acabou tomando conhecimento de uma grande variedade de soníferos e estimulantes na estrada mesmo, com os músicos que participavam dos mesmos shows em que ele cantava. As chamadas “bolinhas” eram bem populares entre os músicos que as usavam para aguentar a dura rotina de viagens e shows. O fato é que Elvis logo começou a se sentir muito familiarizado com essas drogas e em pouco tempo estava em busca de mais informações, lendo revistas e livros técnicos sobre farmacologia. Tão interessado ficou no assunto que alguns anos depois deu uma pista ao responder a uma pergunta numa entrevista sobre qual seria seu hobby preferido. “Eu gosto de ler livros médicos” – respondeu na lata o cantor.

Por volta de 1956 Elvis começou a sentir novamente seus velhos problemas de saúde em decorrência da correria a que estava sendo submetido. Sempre viajando, cumprindo compromissos, em Los Angeles, Nova Iorque, Nashville, tudo ao mesmo tempo agora Elvis foi sentindo a pressão aumentar a cada dia. Não havia semana livre – quando não estava em estúdio gravando discos, estava na estrada fazendo shows, quando não estava em um canal de TV estava em um set de filmagens. As pessoas esqueciam que Elvis era apenas um jovem de 21 anos de idade que agora assumia responsabilidades enormes, fora a pressão de sempre fazer sucesso nas paradas, de sempre alcançar o topo dos mais vendidos. Diante de tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo Elvis começou a ter sérios problemas para conseguir dormir. Ele sempre sofreu de insônia mas agora com a pressão de sua vida profissional as coisas foram piorando cada vez mais. Elvis não conseguia relaxar quando ia para a cama – seu pensamento ficava a mil, ele pensava nas obrigações do dia seguinte, no que teria que enfrentar, no lançamento de seus novos discos. Alarmada pelo estado de Elvis sua mãe Gladys mandou um de seus primos para acompanhar Presley nas viagens. Gladys temia que seu filho tivesse um ataque de sonambulismo durante as excursões e caísse pela janela de algum quarto de hotel nas cidades pelas quais passava.

Assim não era raro ele passar dias sem dormir, mesmo com as pílulas que tomava. Para aguentar a rotina puxada do dia Elvis começou a tomar estimulantes pela manhã. Claro que ele ainda estava muitos anos distantes da forte dependência que iria desenvolver nos anos seguintes mas isso já era um claro sinal de que algo definitivamente não ia bem. Uma bolinha à noite para tentar dormir bem e outra pela manhã para aguardar a rotina de gravações e shows. O pior acontecia nas noites de concertos. Elvis ficava com a adrenalina a mil e após as apresentações não conseguia relaxar de jeito nenhum. Elétrico era uma boa definição para seu estado após descer do palco. Ficava a noite inteira ligado e na manhã do dia seguinte seguia viagem para outra cidade para fazer um novo show. Isso tudo sem dormir, sem descansar. Uma rotina realmente penosa. Como odiava voar ele cumpria todos os seus compromissos viajando de carro com a banda. Não é preciso muito para entender o quanto isso era desgastante e cansativo. Para aguentar, mais pílulas. A fama e o sucesso começavam certamente a cobrar seu preço. E não era barato.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de março de 2009

Elvis Presley - Elvis e o Rock no Cinema!

Elvis Presley e o Rock no Cinema - No final do século XIX o homem via o surgimento de uma revolucionária e maravilhosa novidade. O cinema. Capturando imagens em movimento e reproduzindo-as em uma tela esta singela invenção, que alguns disseram não ir para frente, logo virou uma forma de arte popular. Pouco mais de 50 anos depois, músicos somavam ao ritmo negro ao country e com muita energia fizeram polêmica ao criar um estilo mais simples, ritmado e divertido. De origem exata indeterminada, começou-se a popularizar a expressão "Rock And Roll" com a música "Rock Around the Clock", lançada em 1954 pelo grupo Bill Haley and his Comets. Mas foi só com Elvis Presley, um branco bonitão de voz grave e passos de danças negros, que o Rock realmente explodiu. E o cinema, aquela "invençãozinha" de 50 anos antes, ajudou e documentou a evolução deste estilo de forma primordial.

Só para se ter uma ideia, o Rei do Rock Elvis Presley lançou seu primeiro LP em 1956 e em 1957 já fazia seu terceiro filme, "O Prisioneiro do Rock", cujo tema, "Jailhouse Rock", vendeu milhões de cópias e fez o Rock and Roll virar moda. Aliás, mais que moda. Elvis, Chuck Berry (chamado por John Lennon de "o verdadeiro Rei do Rock"), Jerry Lee Lewis e muitos outros começaram algo grande demais para ser simplesmente modismo. O Rock virava um conceito, um estilo de vida.

Os filmes de Elvis Presley eram feitos para vender discos, as trilhas sonoras. Era o cinema como meio de promoção da indústria do disco. O engraçado era que Elvis realmente almejava uma carreira séria em Hollywood, mas para os produtores ele tinha que interpretar sempre o mesmo papel: o de Elvis Presley. Ninguém queria um ator sério, dramático, como Marlon Brando ou Montgomery Clift, eles queriam um astro do Rock, e este era Elvis. Atores resmungões de Nova Iorque os estúdios tinham de sobra, mas ninguém tinha Elvis Presley. O cantor tentou com "estrela de fogo" e "coração rebelde", mas não deu. Elvis tinha mesmo era que cantar nas telas e não representar. Nos anos 70, todos se tocaram e filmaram Elvis direto nos palcos, nos filmes "That's The Way It Is" e "Elvis on Tour". Se era para cantar então era melhor mesmo filmar tudo o que rolava no palco.

Elvis fez 33 filmes, Hollywood os soube vender muito bem. Os roteiros eram quase sempre os mesmos, paródias da vida real de Presley. Geralmente ele fazia o papel de um rapaz pobre, adorado pela mulheres e que cantava nas horas vagas. Para mudar um pouco, às vezes o cenário mudava e a profissão dos personagem de Elvis também, mas no fundo, todos são iguais. Elvis ficou milionário, sua popularidade disparou, mas os críticos torceram o nariz. No fim de sua carreira Elvis quase estrelou um filme sério ao lado de Barbra Streisand, chamado "nasce uma estrela". Talvez fosse a chance de salvar a carreira do Rei do Rock no cinema. Mas infelizmente o projeto parou em certos detalhes e Elvis perdeu sua melhor chance de se tornar um grande ator. De qualquer forma os filmes de Elvis ficaram aí, como prova de que nem sempre a fusão do mundo da música com o mundo do cinema termina com um final feliz.

Uma série de DVDs lançados nos EUA mostra como, em nome de carreira cinematográfica medíocre, matou-se um mito. Os dois primeiros títulos da coleção, "Saudades de um pracinha" e "No paraíso do Havaí" são sintomáticos, mudam-se os cenários, mas o roteiro é o mesmo. Elvis sempre é o gostosão que usa meios politicamente incorretos para chegar a uma causa nobre. Ele é o iluminado que tem grandes ideias e é ajudado por amigos que tem apenas talentos operacionais e nunca logísticos. Os inimigos são tipos indigestos ou namorados ciumentos que serão postos a nocaute pelos punhos do roqueiro. Há também as garotas. Centenas delas, todas caindo aos pés de Elvis que, ao contrário de James Bond, não precisa sequer de boa lábia para conquistá-las. Por fim há as canções. Elas são responsáveis pelo único fio capaz de puxar um dos filmes de Elvis pela memória. Após assistir a filmes como esses dois, só há uma conclusão. Apesar de "Viva Las Vegas" - seu único trabalho notável no cinema - essa história de cantor se meter a ator só deixou saldos negativos. O rock perdeu seu Rei, e o cinema não ganhou nada em troca.

Apesar dos erros cometidos na carreira de Elvis, o Rock não abandonou o cinema, a história continuou. O fato era que ninguém sabia ao certo o que fazer com Elvis no cinema, pois não havia astros de rock antes dele. Era o começo do Rock. outros filmes que retratam esta época são "A Fera do Rock", sobre a vida de Jerry Lee Lewis e "La Bamba", que mostra a curta e trágica carreira de Ritchie Valens.

Alguns anos depois, 4 rapazes de Liverpool surgiam nas paradas. Aprendendo direitinho a tocar o melhor do Rock And Roll, os Beatles dominavam a América e o mundo. Em "Os Reis do Ié Ié Ié", primeiro filme com a banda, vê-se o tipo de idolatria que se criava ao seu redor. De tão grandes, os Beatles foram também os principais responsáveis pelo Rock ir para outra fase, mais psicodélica e cheia de discursos. "Yellow Submarine", animação longa-metragem, retrata bem este começo, em que o Rock deixa de ser somente diversão e ritmo e começa a cantar contra a guerra e a favor da liberdade e do amor. É a época de Woodstock, dos Hippies e dos beatnicks. "Sem Destino", dirigido e estrelado por Dennis Hopper, o documentário "Woodstock - Onde Tudo Começou" e "Hair", são filmes que foram feitos nesta época e retratam alguns destes ideais. "Quase Famosos", de Cameron Crowe, é uma produção recente que marca exatamente o passar do Hippie e da cultura para a indústria. Tudo com muita emoção.

Os Beatles também romperam uma barreira importante. Ganharam o Oscar pelo filme "Let it Be", em 1970. O filme mostra o fim da banda, na realidade pode ser descrito como "crônica de uma morte anunciada". Aqui vemos Ringo Starr desabando de sua bateria de tão drogado, um John Lennon indiferente ao que acontece ao seu redor, Um George apático e um Paul McCartney desesperado tentando manter as aparências e salvar o filme. O filme é chato, os Beatles estão no seu pior momento, na realidade eles mal se suportavam uns aos outros, bem diferente da atmosfera do "Trash" filme "Help" de 1965, em que eles se metem num filmeco B com canções classe A. Esta parece mesmo a sina do Rock no cinema: grandes canções em péssimos filmes.

Outro grupo inglês que se meteu e se deu mal no cinema foi o Pink Floyd. Seu "The Wall" é longo, chato e pretensioso. Assim como o ego fenomenal de Roger Waters, "The Wall" tinha tudo para dar certo e deu errado. A culpa talvez seja do diretor Alan Parker, conhecido por "coração satânico" e "loucos pela fama". Ele brigou logo no começo do filme com o líder do Floyd e fez o filme ao seu jeito. No final perdeu o Rock uma outra grande chance de se consagrar no cinema. Tudo o que o Rock Progressivo queria alcançar se perdeu no fracassado e péssimo filme "The Wall".

Outra boa idéia desperdiçada no cinema foi a Ópera Rock "Tommy". Filmado em 1975 com Jack Nicholson e Ann Margret e dirigido pelo lunático diretor Ken Russel, o filme desperdiçou os conceitos e as ideias do líder do famoso grupo The Who, Peter Townshend. A história do rapaz que fica cego, surdo e mudo após testemunhar um crime em família funcionava maravilhosamente no álbum, mas no cinema perdeu consistência e se tornou um embaraço para seus realizadores.

Das bandas Heavy Metal é bom nem falar. Elas protagonizaram os maiores "trash" da história do cinema. Basta apenas lembrar das monstruosidades (no mal sentido) feitas pela banda "Kiss". Parece até filme brasileiro dos anos 70 de tão ruim. Os Rolling Stones também deram grandes vexames na tela grande. O melhor é nem lembrar para não ter náusea.

Outros que se deram muito mal no cinema foram Michael Jackson (epa! este não é rock, mas vale a citação), no pavoroso filme "Moonwalker" em que ele salva criancinhas (impossível não lembrar seus casos de pedofilia); Madonna nos horrorosos filmes "Xangai Surprise" e "Procura-se Susan desesperadamente"; Mick Jagger no "mico histórico" Freejack; Tina Turner no equivocado "Mad Max, além da cúpula do trovão" e tantos outros que ficaríamos aqui uma semana listando.

O punk, por sua vez, teve "Sid e Nancy - O Amor Mata", e o documentário "O Lixo e a Fúria", são dois filmes que mostram a banda Sex Pistols, uma das primeiras a lançar outro estilo de Rock, o Punk. Anos mais tarde, já na década de 90, mais um filme e um documentário mostram outro estilo musical, este influenciado pelo Punk; O Grunge. São eles "Vida de Solteiro" e "Hype!". As evoluções do Rock, suas influências no cinema e no dia a dia das pessoas, mostra que qualquer conversa do tipo "o rock morreu", serve apenas para um bom bate papo de bar. O rock não vai morrer enquanto pessoas sonharem com liberdade, amor livre, terem rebeldia e uma bela garagem para um ensaio. O rock é ótimo, desde que bem longe dos cinemas. Fãs de música, como Rob, do filme "Alta Fidelidade", que o digam.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Elvis Presley - Welcome Home Elvis (1960)

Quando Elvis voltou do serviço militar no começo de 1960 havia uma enorme ansiedade sobre os rumos que sua carreira iria tomar. Também pudera. Quando Elvis foi convocado pelo exército americano ele estava no auge de sua popularidade como roqueiro. Embora os fatos não tivessem ligação entre si o que aconteceu durante seu período militar aumentou ainda mais o sentimento de ausência por parte de seus jovens fãs. Os demais roqueiros da década de 1950 sofreram uma série de tragédias pessoais, problemas com a lei e decadência artística que literalmente jogou o nascente Rock´n´Roll no chão. Haveria saída? Para a juventude desamparada só havia uma salvação para o gênero, a volta triunfal de seu grande Rei, Elvis. Mas seria essa a questão mesmo? Estaria Presley realmente interessado na ressurreição do antes bravo Rock´n´Roll ou estaria ele pronto para partir para outros caminhos musicais? Essas eram perguntas que todos faziam durante aqueles primeiros meses da década de 1960. A realidade mostrou-se bem mais interessante do que muitos supunham. A priori Elvis não abandonou literalmente o barco do Rock e virou suas costas a ele como muitos já escreveram. Seu primeiro disco após a volta à carreira civil demonstra isso. Elvis Is Back! era uma aula de musicalidade, Blues, Pop e Rock em doses generosas.

Claro que seu som sofreu modificações, Elvis deixou o som mais cru e simples de seus primeiros discos e investiu em novos arranjos mais consistentes e harmônicos. Não era um ato de simplesmente virar as costas para o Rock mas sim procurar novos rumos musicais. As primeiras sessões que realizou em Nashville demonstram bem isso. Ecletismo talvez fosse a palavra mais adequada para esse novo caminho musical que Elvis iria percorrer. Outro acontecimento marcante era o fato de Elvis começar a se interessar em canções que lhe trouxessem mais respeito como cantor. Músicas como It´s Now Or Never foram incorporadas aos discos justamente por essa razão, sua aproximação com a sonoridade de grandes ícones do passado como Mario Lanza, que Elvis tanto admirava, era o sinal mais claro de suas reais intenções e pretensões. Outro aspecto a se considerar foi a gravação de um programa de TV ao lado do cantor Frank Sinatra. Elvis e o Coronel poderiam ter fechado um contrato para se apresentar em qualquer canal ou programa que quisessem porém quando Sinatra fez uma oferta irrecusável para que Elvis retornasse a TV justamente em seu programa televisivo o Coronel não pensou duas vezes. Mas afinal qual era o real interesse de Parker com colocar Elvis e Sinatra lado a lado cantando para a nação americana em horário nobre? Simples, o Coronel queria mostrar para a família norte-americana o novo Elvis! Recém saído do serviço militar com ficha impecável, rigorosamente bem vestido e se portando da melhor forma possível e de quebra se apresentando ao lado de Frank Sinatra, o maior ídolo dos pais de seus jovens fãs dos anos 50. Tom Parker armou muito bem e conseguiu inverter completamente aquela imagem de "jovem selvagem, roqueiro alucinado" que os mais velhos tinham concebido de Elvis nos anos anteriores. A metamorfose estava completa. Até mesmo comentários desabonadores de Sinatra em relação ao rock e a seus artistas foram esquecidos pelo próprio quando contratou a preço de ouro o passe de Elvis por uma noite.

Frank Sinatra era um homem de opinião certamente, mas também naquela altura já era um ambicioso homem de negócios dentro do show business ianque. Como seu programa vinha declinando de audiência a cada mês ele resolveu apostar alto e trazer Elvis, que era naquele momento o assunto mais comentado na mídia mundial. Infelizmente o futuro demonstraria que artisticamente o programa em si seria muito abaixo das expectativas de um encontro dos dois maiores cantores do século XX. Infelizmente o lado publicitário do evento suplantou em muito o aspecto meramente artístico que um encontro desses poderia proporcionar. Elvis e Sinatra apenas apresentaram um dueto fraco, cheio de brincadeiras entre ambos, e que trouxe pouco para a carreira desses fantásticos artistas. Nada de muito relevante foi feito e por isso a crítica especializada tenha sido tão dura quanto à qualidade do especial. A Billboard, por exemplo, criticou a pobreza da produção e até os modos de Elvis durante o especial: "A dinamite tão esperada foi subestimada e colocada de maneira por demais polida. Tivemos a impressão que Presley tem muito a aprender para conseguir interpretar no estilo de um Sinatra, de um Joey Bishop e especialmente de um Sammy Davis Jr. Este simplesmente estraçalhou o show. Elvis tem o hábito que causa a impressão de nunca estar tranquilo. Não admite que alguém cante seus números. Na verdade ele necessita de um trato para aprender a falar e se comportar". Os jornais de um modo geral demonstraram desapontamento com o resultado final do programa. Elvis se limitou a apresentar seu novo single Stuck On You, seguido de seu lado B, Fame and Fortune, e como encerramento um dueto muito abaixo do esperado com a dobradinha Witchcraft / Love Me Tender ao lado de Sinatra. Muito pouco para o que poderia se esperar de um evento tão importante como esse. Mas será que o programa realmente foi tão ruim assim?

A TV americana nos anos 60 era voltada para a classe média suburbana daquele país. Eram os únicos que podiam comprar uma Televisão, que naquela época ainda era um luxo ao alcance de apenas uma pequena parcela da população. Assim o importante era o entretenimento, acima de tudo. Elvis e Sinatra no palco apenas fizeram aquilo que era a média do que era exibido na época. Antes de Elvis aparecer na TV na parte final do programa a trupe de Sinatra se esbaldou com a audiência extra que sua presença trouxe e apresentou vários números musicais. Juntos, Frank Sinatra, Nancy Sinatra, Joey Bishop e Sammy Davis saudaram o retorno de Elvis com a música It’s Nice To Go Travelling. Sinatra cantou seus grandes sucessos Witchcraft e Gone With The Wind e Sammy Davis interpretou There’s A Boat That’s Leaving Soon For New York. Fora isso não poderia faltar os diversos números cômicos tão característicos do chamado Rat Pack. Agora imaginem esse tipo de coisa sendo assistida por fãs que se consideravam órfãos do Rock da época! Não deve ter sido nada fácil. Talvez por isso criou-se tão fortemente na consciência coletiva a ideia de que Elvis simplesmente virou as costas para o Rock. Quem estava assistindo o programa esperando encontrar o jovem selvagem interpretando Ready Teddy com fúria, como aconteceu nos programas dos anos 50, realmente tomou um susto quando Elvis cantou suas novas músicas. Stuck On You era uma boa canção, com uma levada extremamente agradável, bem ao estilo pop e Fame and Fortune tinha uma vocalização que não ficaria estranha na voz até mesmo de um Sinatra.

Eram músicas interessantes mas não era aquilo que se esperava de um "Messias Redentor" que estava voltando para resgatar o Rock das trevas. A tal "dinamite" como bem afirmou a Billboard não explodiu como todos esperavam. Era o Novo Elvis, concebido por Parker certamente. De qualquer forma para o Coronel naquela altura o que importava não era a opinião dos jovens fãs de Elvis, pois esses já estavam devidamente conquistados na visão dele. A intenção do empresário de Elvis era clara nesse sentido. O que importava mesmo era a opinião dos mais velhos que assistiram ao encontro, Elvis deveria ser consumido não apenas pelos roqueiros de outrora, mas também por seus pais, tios e avôs. Se essa era a real intenção de Parker então ele conseguiu completo êxito. Financeiramente a forma de ver a situação por Parker era completamente correta. Ora, se Elvis era um produto que só interessava a uma parcela da população (os jovens) então era dever de Parker como homem de negócios vender Elvis também para a outra parcela da população (os mais velhos). Levantar dólares era sua função, então se os mais velhos também começassem a consumir os discos e filmes de Elvis, ótimo! Porém existe também o outro lado da questão. Ideologicamente, para quem vê o Rock como algo mais do que um gênero musical, mas também um estilo de vida, contestador e revolucionário por natureza, a estratégia de Parker foi simplesmente desastrosa. Para esses não há perdão, Elvis simplesmente não quis mais saber de se envolver com Rock´n´roll e pulou fora para ser recebido de braços abertos pela ala mais conservadora da sociedade norte-americana. Foi acima de tudo um traidor do movimento, no apagar das luzes.

Embora convincente em certos momentos, essa é uma forma simplista de entender o contexto histórico em que tudo aconteceu. É certo que Elvis explodiu com a primeira geração de roqueiros mas mesmo dentro de seus discos nos anos 50 podemos perceber que o Rock era apenas uma face de sua linguagem musical. No final a tão comentada "virada" em sua carreira no começo dos anos 60 nada mais seria do que apenas a continuidade do que ele sempre fez, porém vista sob uma nova ótica. Obviamente que nos anos que viriam Elvis se tornaria apenas um cantor contratado dos estúdios de gravação e de cinema, sem controle sobre o material que lhe era imposto, principalmente na pior fase de suas futuras trilhas sonoras, porém em 1960 isso ainda não era algo definitivo, embora se mostrasse presente. Assim aquele encontro com Sinatra acabou se tornando um sinal dos tempos que estavam por vir, com Elvis perdendo gradativamente sua liberdade artística em prol do sucesso fácil e de rápido consumo, lição aliás já devidamente aprendida e seguida ao pé da letra pelo próprio Ol' Blue Eyes. A América e Elvis finalmente perdiam a inocência.

Welcome Home Elvis! (1960): Local de gravação: Fountainbleau Hotel, Miami / Data de gravação: 26 de março de 1960 / Data de exibição: 12 de maio de 1960 / Direção musical e arranjos: Nelson Riddle / Produção: Sammy Cahn & James Van Heusen para a Hobart Productions / Direção: Richard Dunlap / Convidados: Elvis Presley, Nancy Sinatra, Joey Bishop, Sammy Davis Jr. Peter Lawford & The Tom Hansen Dancers / Músicas: 1. It’s Nice To Go Travelling-Frank Sinatra, Nancy Sinatra, Joey Bishop, Sammy Davis, Tom Hansen Dancers. Timex introduction sequence 2. It’s Nice To Go Travelling (reprise)-Elvis Presley Joey Bishop/Frank Sinatra comedy routine 3. Witchcraft-Frank Sinatra Frank Sinatra introduces Sammy Davis 4. There’s A Boat That’s Leaving Soon For New York-Sammy Davis Frank Sinatra introduces oriental dance routine from The Tom Hansen Dancers Joey Bishop/Frank Sinatra/Sammy Davis comedy routine 5. Gone With The Wind-Frank Sinatra Joey Bishop introduces Tom Hansen Dancers routine Frank Sinatra introduces Sammy Davis Jr Impersonation routine, with Peter Lawford, Joey Bishop and Frank Sinatra, includes All The Way performed by Sammy as Tony Bennett, Louis Armstrong and Dean Martin. 6. Fame & Fortune-Elvis Presley 7. Stuck On You-Elvis Presley 8. Witchcraft/Love Me Tender Medley Duet-Frank Sinatra & Elvis Presley 9. You Make Me Feel So Young-Frank Sinatra & Nancy Sinatra - Nancy Sinatra Dance Routine 10. It’s Nice To Go Travelling -Frank Sinatra

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Natal com Elvis!

De todas as datas e feriados do ano, o Natal era particularmente adorado por Elvis Presley. Ao longo da vida procurou sempre desfrutar a noite de natal ao lado de seus familiares, amigos e namoradas. Elvis, que era muito próximo de sua mãe, sempre se lembrava dos natais que passou ao seu lado, quando era apenas uma criança em Tupelo e Memphis. Não é para menos. Quando seu pai foi preso, por ter falsificado um cheque, Elvis só tinha uma pessoa para celebrar a noite de natal: sua querida e estimada mãe Gladys. Mesmo absurdamente pobres, Gladys jamais deixou Elvis de mãos abanando nessa data. O presente poderia ser humilde e sem grandes atrativos, mas para Elvis significava tudo.

Quando era jovem demais para entender completamente o que era ser pobre, sua mãe fazia todo o esforço do mundo para que seu filho não se sentisse diferente das outras crianças da vizinhança nesse dia. Se os seus amiguinhos ganhavam presentes, Gladys, mesmo sozinha, pobre e sem recursos, arranjaria uma maneira de presentear seu filho. Elvis ficava extremamente feliz pelas pequenas lembranças que sua mãe trazia para a noite de natal e conforme foi ficando adulto compreendeu melhor o significado dos presentes que recebia de sua amada mãe. Anos depois, já rico e famoso, entendeu completamente o ato de Gladys nessas ocasiões e procurou fazer o mesmo, sempre presenteando pessoas que passavam por dificuldades.

Ao longo da vida Elvis mostrou toda a sua generosidade. Não é segredo para ninguém todos os atos dele dando presentes a amigos, parentes e até desconhecidos. Era uma forma que Elvis encontrava de retribuir o que havia recebido. Também era uma maneira de manter o espírito de Gladys vivo. A morte da mãe, quando estava prestando serviço militar na Alemanha, foi um fator decisivo na vida de Elvis. Quando ela morreu Elvis ficou arrasado e quando a primeira noite de natal sem Gladys chegou ele se trancou em seu quarto e chorou por toda a noite, completamente sozinho. O falecimento dela já era por si devastador e passar a noite natalina sem que fosse ao seu lado foi um dos piores sentimentos que sentiu em sua vida. Os presentes dados a Elvis nesse ano ficaram quase uma semana embaixo da árvore de natal, intocados. Para Elvis o natal havia perdido muito do seu significado. A noite que deveria ser uma das mais alegres e felizes do ano se tornaria logo uma das mais depressivas, pois Gladys não estava mais lá para compartilhar o espírito natalino ao seu lado. Era muito triste para Elvis, que tinha grandes lembranças dos natais passados. Sempre se lembrava com carinho do primeiro natal ao lado de seu pai, após cumprir pena, ou então do primeiro natal em uma casa própria, um dos grandes sonhos realizados pela família Presley. O último grande natal passado ao lado de Gladys inclusive ainda era uma lembrança feliz e recente, pois havia sido o primeiro natal na sua querida mansão Graceland.

Depois que voltou do exército Elvis resolveu reconstruir sua família, que a partir daquele momento seria basicamente formada por seu pai, sua avó e pelos amigos que Elvis considerava leais e bons companheiros. Em cada natal Elvis fazia questão de presentear a todos. Não era muito bom em receber presentes pois para Elvis o mais importante era presentear as pessoas, pois esse era o verdadeiro sentido da noite de natal. Embora tentasse demonstrar felicidade por fora, não era bem isso que sentia em seu interior. Ao longo dos anos isso foi bem notado por Priscilla Presley. Nessa época do ano Elvis decorava Graceland, comprava todos os enfeites imagináveis e transformava a própria mansão em uma grande e pomposa árvore de natal. Convidava todos e procurava se divertir o máximo que podia, porém como bem deixa claro Priscilla em sua autobiografia, ela sempre notava um ar de tristeza, melancolia e depressão em Elvis nessas ocasiões. Era impossível esquecer Gladys e no natal isso era particularmente doloroso.

Embora tenha passado felizes natais ao lado de seus amigos e esposa durante a década de 60 o natal voltou a se tornar um momento triste para Elvis quando Priscilla o abandonou anos depois. Para Elvis natal significava basicamente família e quando o divórcio saiu ele não tinha mais o que celebrar. Isso foi decisivo para o crescente sentimento de solidão que se abateu sobre ele em seus momentos finais. As últimas noites de natal da vida de Elvis foram melancólicas. Atormentado por diversos problemas pessoais e de saúde o cantor não reunia mais ânimo para celebrar como nas ocasiões anteriores. Em algumas dessas noites Elvis descia por poucos momentos para ficar ao lado de seus amigos e familiares e voltava logo após aos seus aposentos. Em outras nem descia, trocando felicitações de natal com todos pelo circuito interno de tv da mansão. O natal nunca mais seria o mesmo sem sua querida mãe, Gladys, e sua esposa, Priscilla, que amou até o fim da vida. Após sua morte a família Presley decidiu que o natal sempre seria especial em Graceland, como nos bons anos em que Elvis o celebrava. Dessa forma não há um só ano em que o presépio não seja montado em frente a mansão, tal como Elvis tanto gostava. Graceland também ganha luzes, enfeites e brilho nessa época do natal. Agindo assim o espírito natalino que um dia foi tão festejado por Elvis e Gladys jamais se apagará em seu querido lar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Elvis Presley - Os Compositores de Elvis Presley

Os Compositores de Elvis - Durante a carreira de Elvis Presley um número enorme de compositores, músicos, maestros, arranjadores, argumentistas e artistas contribuíram com seus talentos para que esta fosse a história de maior sucesso da música mundial. Atrás de Elvis sempre estava um time de especialistas musicais, tomando os devidos cuidados para que tudo saísse de forma perfeita. Muitas destas pessoas nunca foram reconhecidas, como por exemplo o compositor Arthur "big boy" Grudup, que escreveu a primeira canção que Elvis gravou, "That's All Right (mama)". "Big Boy" morreu pobre e esquecido, mas não totalmente, pois hoje ele está sendo lembrado nestas palavras, através da Internet, um meio de comunicação que ele jamais imaginou que um dia iria existir. Outros escritores de canções foram reconhecidos em vida como os maravilhosos Jerry Leiber e Mike Stoller (leia sobre os dois no artigo "O Legado de Leiber e Stoller"). De qualquer forma esta é uma homenagem a estes grandes nomes da música que tiveram muito a ver com todo o brilhantismo da carreira de Elvis Presley, heróis anônimos, que com seus talentos musicais ficaram imortalizados na voz de um Rei. Este artigo sobre os compositores de Elvis é dedicado à memória de Arthur "big boy" Grudup, que jamais será esquecido.

Otis Blackwell - Cantor, pianista e compositor negro nascido no Brooklin na cidade de Nova Iorque em 1931. Autor de "Don't be Cruel", "All Shook Up", "Fever" (com o pseudônimo de John Davenport), "One Broken Heart for Sale" e "Return to Sender". Blackwell desde jovem era fã de ídolos da música country como Tex Ritter, adorava também R&B e cantores como Chuck Willis. Em 1952 resolveu se inscrever como calouro em um programa de show de talentos no Apollo Theater. Para surpresa de todos e do próprio Otis, venceu o concurso. Mas o mais importante deste evento foi conhecer pessoalmente o compositor Doc Pomus, que o incentivou a escrever suas próprias canções. Assim em 1953, a sua primeira música foi gravada: "Daddy Rollin' Stone". No Natal de 1955, em sérias dificuldades financeiras, Otis vendeu um lote de 6 músicas, por apenas 150 dólares, para uma editora musical. Eventualmente as músicas foram parar nas mãos de Steve Sholes, o produtor de Elvis, que mostrou as canções para o cantor. Ele adorou "Don't be Cruel" e "All Shook Up" e resolveu gravá-las. Resultado: milhões de discos foram vendidos e de uma hora para outra o nome de Otis Blackwell se tornou mundialmente famoso. Assim ele começou a compor para outros artistas como Jerry Lee Lewis (Breathless e Great Balls Of Fire) e Dee Clark (Hey Little Girl e Just Keep It). Consagrado como compositor (chegou a compor mais de 1000 canções), Blackwell resolveu retomar sua carreira como cantor em 1976. Começou a trabalhar também com artistas como Stevie Wonder. Seus maiores sucessos como interprete foram os discos "These Are My Songs" e "Singin' The Blues". Em 1977 após a morte de Elvis, Blackwell o homenageou com a canção "The No. 1 King Of Rock'n'Roll". Em 1994 vários artistas se reuniram para homenagear o legado de Otis Blackwell no album "Brace Yourself!".

Doc Pomus & Mort Schuman - Uma das duplas de compositores mais importantes da História do Rock americano, só superados talvez por Leiber & Stoller. Escreveram juntos mais de 500 canções entre 1958 e 1965. Doc Pomus (nome verdadeiro: Jerome Felder) nasceu no Brooklin em Nova Iorque no ano de 1925. Acometido de paralisia infantil Pomus teve que lutar desde muito cedo para vencer na vida como músico. Ainda jovem começou a tocar Sax em clubes noturnos do Greenwich Village. Na metade dos anos 50 começa a escrever canções e investe na carreira de compositor. O sucesso chega com "Boogie Woogie Country Girl" cantada por Big Joe Turner, "Lonely Avenue" com Ray Charles e "Youngblood" com o grupo The Coasters. Mort Schuman estudou música no New York Conservatory e começou a tocar piano em várias gravações de R&B. Em uma dessas sessões conheceu Doc e juntos formaram uma dupla para compor canções. No primeiro ano juntos emplacam grandes sucessos: "Turn Me Loose", "I'm Tiger", ambas cantadas por Fabian; "Teenager in Love" e "Hushabye" cantadas pelo grupo Dion and the Belmonts e "Go, Jimmy, Go." que lançava o cantor Jimmy Clanton. Em 1960 chegam ao primeiro lugar nas paradas com "Save the Last Dance for Me", cantado pelo grupo The Drifters. Com o sucesso consolidado a dupla é contratada para escrever músicas para Elvis, que voltava do exército naquele ano. Surgem assim grandes hits cantados pelo Rei do Rock e escrita por eles: "Surrender", "Little Sister", "Suspicion", "(Marie's the Name) His Latest Flame" e "Viva Las Vegas". Em 1964 Schuman resolve ir morar na Inglaterra e compor com outros escritores. Era o fim da dupla. Doc Pomus, por sua vez tenta retomar sua carreira, mas seus problemas de saúde se agravam. Somente nos anos 70 volta a compor para B.B.King, Bob Dylan, Lou Reed, John Hiatt e Roseanne Cash. Em 1991 (há muito afastado da música por causa de sérios problemas de saúde), Doc Pomus morre de câncer em Nova Iorque. O reconhecimento veio em 1992 quando ele finalmente entrou no Rock'n'Roll Hall da fama.

Bill Monroe - Músico pioneiro, é conhecido nos Estados Unidos como o pai do Bluegrass. O próprio Bill se auto denominava "um fazendeiro com um bandolim e uma voz de tenor". Ele e seu conjunto de Bluegrass ajudaram e influenciaram profundamente o Western Swing e o honky-tonk (variações da música rural americana). Bill Monroe nasceu em Rosine, Kentucky no ano de 1911. Em 1934 juntou-se ao seu irmão, Charlie Monroe, e juntos começaram a tocar em Estados do Sul como a Carolina. Dois anos depois firmaram um contrato com uma subsidiária da RCA, a Bluebird label. Em 1938 se separa de seu irmão e forma sua própria banda, Bill Monroe & His Bluegrass Boys e começam a se apresentar no Grand Ol' Opry. Depois do fim da banda em 1945, Monroe continua em carreira solo, se apresentando em vários festivais de Country Music. Em 1954, Elvis Presley grava seu primeiro single com uma canção de Monroe no Lado B "Blue Moon of Kentucky". Monroe cruzou o caminho de outro mito, Hank Williams, e se imortalizou entrando para o Country Hall da fama nos anos 70 e no Rock and Roll Hall da fama em 1997. Foi também homenageado no álbum "Bill Monroe and Friends", lançado em 1985 contando com grandes nomes da música country como Johnny Cash, Willie Nelson e Emmylou Harris. Bill Monroe morreu no dia 9 de setembro de 1996 em Springfield, Tennessee.

Don Robertson - Músico desde os 14 anos, Don Robertson se notabilizou pelas lindas canções românticas que escreveu para Elvis Presley. A carreira profissional de Robertson começou quando ele foi tentar a sorte em Los Angeles em 1945. Começou como pianista de bares e aos poucos foi conseguindo melhores contratos, em bares mais sofisticados. Em 1953, Don foi levado por um amigo ao escritório da poderosa editora musical Hill and Range. É contratado e passa a compor canções sob encomenda. Em 1954, Don conseguiu que uma de suas canções se tornasse sucesso na voz de Eddie Arnold. A música era "I Really Don't Want to Know" e consolidou a carreira de compositor de Robertson. Em 1956 Elvis Presley gravou uma canção de Robertson em seu disco de estreia, "I'm Counting on You". Além do sucesso do disco de Elvis, outras músicas escritas por Robertson começam a estourar nas paradas: "Hummingbird" e "The Happy Whistler". No mesmo ano, Robertson funda sua própria editora musical, a "Birchwood Music Company". Em 1959 Don gravou seu próprio disco e estoura nas paradas com a canção "Please Help Me I'm Falling". Em 1961 Robertson conhece Elvis Presley e se tornam amigos, levando o Rei do Rock a gravar diversas canções escritas por Don como "Anything That's Part of You", "There's Always Me", "No More", "I'm Yours" e "Love me Tonight". Don Robertson fazia o tipo boa pinta e fazia grande sucesso com as garotas, sempre compondo sobre casos amorosos em canções românticas que caíram como uma luva para a voz de Elvis. Em 1964 Don Robertson chegou finalmente ao primeiro lugar nas paradas com a canção "Ringo". Robertson continuou sua carreira ao longo dos anos. Ele morreu em março de 2015.

Carl Perkins - Um dos maiores nomes do Rock mundial. Carl Perkins foi o autor de "Blue Suede Shoes", um dos maiores sucessos da carreira de Elvis. Carl Perkins nasceu em Lake County, uma cidadezinha perdida no Tennessee. Com 13 anos de idade se inscreveu em um concurso de talentos com a canção "Movie Magg". Na metade dos anos 50, Carl foi até a cidade de Memphis tentar uma vida melhor. Lá conheceu Sam Phillips, dono da pequena gravadora Sun Records. Sam, que era um descobridor de talentos nato, pois tinha descoberto Elvis Presley, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Roy Orbison, resolveu dar uma chance a Perkins. Assim foi gravado e lançado em 1956 o single "Blue Suede Shoes", que foi o primeiro a vender mais de um milhão de cópias dentro da Sun. Neste meio tempo Elvis apaixonou-se pela música e resolveu lança-la. O sucesso foi estrondoso e a canção foi escolhida para abrir o primeiro disco de sua carreira. Perkins estava no auge, mas o destino lhe reservava um momento trágico. Carl Perkins sofreu um sério acidente automobilístico, que quase lhe custo a vida e praticamente o impediu de seguir adiante em sua carreira como cantor. Em 1963 os Beatles gravaram cinco canções de Perkins ("Matchbox", "Honey Don't", "Everybody's Trying To Be My Baby" entre outras) e o reergueram novamente. Perkins parte então, junto com Chuck Berry, para uma série de shows na Inglaterra, sucesso que o faz voltar às paradas. Nos anos seguintes Perkins iria conciliar sua carreira de cantor com compositor, tendo inclusive trabalhado com Johnny Cash. Em 1978 Perkins funda seu próprio selo, "Suede" e lança um disco que faz um grande sucesso, ""Ol' Blue Suede's Back". Em 1982, um de seus maiores fãs, Paul McCartney o convida para participar do disco "Tug of War", no qual ele canta junto de Paul a canção "Get It". Devidamente reconhecido e homenageado, Carl Perkins entra para Rock'n'Roll Hall da fama em 1987. Afastado da música, a não ser em participações especiais nos trabalhos de outros artistas, Carl Perkins morre em Jackson, Tennessee em 1998.

Ben Weisman & Fred Wise - A dupla que escreveu mais de 50 músicas para a carreira de Elvis. Muitas destas canções foram escritas para os filmes de Elvis. Ben Weisman nasceu em Providence, Rhode Island, em Novembro de 1921. Aos 21 anos se mandou para Nova Iorque atrás de oportunidades. No começo trabalhou em bares menores na quinta avenida até conseguir um emprego na rede de TV CBS. Lá conheceu pessoas influentes e começou a escrever temas para os programas de TV. Perry Como se tornou seu amigo e começou a gravar algumas de suas músicas como "A Still Small Voice", "Especially For The Young" e "It All Seems To Fall Into Line". Aconselhado por um produtor de cinema, Weisman foi para Hollywood em 1955. Lá fez parceria com outro músico de estúdio, Fred Wise e juntos começaram a escrever canções para filmes. Fred Wise nasceu em Nova Iorque no ano de 1915. Antes de se unir a Ben, conseguiu chegar ao primeiro lugar nas paradas com a canção "A ~ You're Adorable", também gravada por Perry Como. No final dos anos 50 foram contratados pelo produtor Hal Wallis para escrever as canções dos filmes de Elvis. Esta parceria foi rompida em 1966 com a morte de Wise. Weisman continuou escrevendo canções para Elvis com outros parceiros como Hal Blair e Aaron Schroeder. Ben Weisman morreu em 2007.

Joe South - Radialista, escritor e guitarrista nascido em Atlanta no ano de 1940, Joe South exerceu quase todas as profissões ligadas ao mundo da música. Com 11 anos já estava envolvido em transmissões de rádio pelo interior da Georgia, South sempre procurou estar perto do mundo da música country, que ele tanto amava. Depois de tocar durante mais de 10 anos como músico de estúdio, Joe conseguiu que um grupo country desconhecido, The Tams, gravasse uma de suas canções, intitulada "Untie Me". O mais incrível foi que esta música acabou chegando ao primeiro lugar na parada country. Em 1968 Joe realiza um de seus sonhos e grava seu primeiro trabalho como cantor, o disco "Introspect". No ano seguinte a cantora Lynn Anderson grava "Rose Garden", que se torna a sua segunda música a chegar no topo da parada country. Em 1970 Elvis Presley grava a sua primeira música de autoria de Joe South, "Walk a Mile in My Shoes". Joe South continuou sua carreira e em 1999 entrou para o Georgia's Music Hall of Fame.

Hank Williams - Considerado um dos pais da música country e folk dos Estados Unidos, Hank Williams já ultrapassou o status de grande cantor e compositor para se tornar um mito da canção norte americana. Sua influência foi vasta atingindo tanto o blues como o nascente Rock'n'Roll dos anos 50. Hank Williams nasceu em Mount Olive, Alabama, em 1923. Assim como Elvis, aprendeu a cantar nos cultos protestantes de domingo, sua música mãe também foi o Gospel. Aos 16 anos formou sua primeira banda, a lendária Drifting Cowboys e começou a se apresentar nas rádios locais. Em 1946 foi para Nashville, a capital mundial da música country. Lá seu talento chamou atenção e Hank estourou com as músicas "Move It On Over," e "Lovesick Blues". Começou a se apresentar no Grand Ol' Opry e se tornou um nome nacional, um ídolo de costa a costa dos EUA. Se imortalizou a partir daí chegando 36 vezes no Top Ten da parada musical (este recorde seria batido justamente por Elvis, anos depois). Mas o sucesso acabou fazendo muito mal a Hank, sem grande preparo para tamanho sucesso, Williams começou a se envolver com drogas e bebidas, morrendo prematuramente aos 29 anos, no banco de trás de seu cadillac, após um de seus shows. Em 1961 Hank Williams foi o primeiro eleito a integrar o Country Music Hall of Fame, o que demonstra o tamanho de seu sucesso. Elvis Presley gravaria canções de Hank em sua carreira como "Your Cheatin' Heart" e "I'm So Lonesome I Could Cry".

Ivory Joe Hunter - Uma das mais longas e produtivas carreiras musicais dos EUA. Ivory Joe Hunter se destacou como compositor, cantor e pianista. Ele nasceu em Kirbyville, Texas no ano de 1914. Filho de uma cantora gospel e de um guitarrista a música sempre fez parte de sua vida, desde os primeiros anos. Em 1933 Hunter fez sua primeira gravação e nos anos 40 se tornou DJ em uma pequena emissora de rádio em Beaumont, Texas. Sempre envolvido no mundo da música, Hunter conseguiu seu primeiro sucesso regional, a canção " Blues At Sunrise". No começo dos anos 40, Hunter resolveu se mudar para a costa leste e tentar alavancar sua carreira. Conseguiu entrar para a banda de Duke Ellington e escreveu dois sucessos nacionais: "I Quit My Pretty Mama" e "Guess Who". Nos anos 50 a consagração: várias canções se tornam sucessos como "I Almost Lost My Mind" (primeiro lugar na parada R&B) e "I Need You So" que levam o músico a assinar com uma grande companhia, a Atlantis Records. Durante o tempo que esteve nesta gravadora, só surgiram sucessos como "Since I Met You Baby", "Empty Arms" e "City Lights". No começo dos anos 60 retoma sua carreira de cantor country e começa a se apresentar no Grand Old Opry. Elvis Presley o descobriu no inicio de sua carreira gravando canções como "My wish Came True" e "Ain't That Loving You Baby". Nos anos 70 Elvis continuaria a gravar músicas de Ivory Joe Hunter como "It's Still Here" e "I Will be True" (ambas lançadas no LP "Elvis" de 1973). Ivory Joe Hunter morreu de câncer em 1974, em Memphis no Tennessee.

Dennis Linde - Cantor, músico e compositor texano, Dennis Linde escreveu um dos maiores sucessos da carreira de Elvis Presley, a música "Burning Love". Dennis sentiu que se realmente quisesse fazer sucesso no mundo da música tinha que deixar o Texas e ir para Nashville no Tennessee, e foi o que fez. Antes passou uma temporada em New Orleans, para ouvir e aprender com os músicos locais. Em Nashville, Dennis Linde se tornou músico de estúdio, tocando em várias gravações de outros artistas. Nos estúdios da cidade, Dennis começou a mostrar suas composições aos músicos locais e conseguiu que alguns o gravassem, sem contudo despertar grande repercussão. A grande virada aconteceu em 1972, quando Elvis resolveu gravar uma das canções escritas por Linde, a música "Burning Love", lançada em single ainda naquele ano. Sucesso total e tocando em todas as emissoras, Dennis Linde finalmente conseguiu se firmar como escritor de canções. A partir daí se enturmou na entourage de Elvis e começou a tocar guitarra e baixo em algumas das gravações do cantor em estúdio. Ao lado de Mark James, Joe South, Tony Joe White e Mickey Newsbury formou o principal time de compositores da carreira de Elvis nos anos 70. Outros grandes nomes também gravaram canções de Dennis Linde como Tom Jones e Garth Brooks.

Mac Davis - Compositor e músico nascido em Lubbock, Texas. Davis nasceu na mesma cidade em que Elvis prestou serviço militar no final dos anos 50. Acompanhou toda a agitação ao redor da presença do cantor e resolveu também se tornar músico. Filho de classe média, Mac Davis se apaixonou pelo Blues de Muddy Waters e Howlin Wolf. Começou a escrever canções e conseguiu emprego como músico de estúdio no American Studios em Memphis, Tennessee. Foi lá que conheceu Felton Jarvis, o produtor de Elvis, e mostrou algumas de suas canções. E foi com as gravações de "In The Ghetto", "Memories" e "Don’t Cry Daddy", todas gravadas por Elvis Presley que Mac Davis estourou mundialmente. A partir daí a carreira do compositor deslanchou, com vários sucessos como "Something’s Burnin’", "The Lonesomest Lonesome", "Stop And Smell The Roses" e tantas outras. O último grande sucesso de Mac foi lançado em 1982 com a música "You’re My Bestest Friend". Com o sucesso de seu show para a TV (The Mac Davis Show) o compositor ganhou o prêmio de "Entertainer of the Year award" da Academy of Country Music.

Don Gibson - Donald Eugene Gibson nasceu em Shelby, Carolina do Norte no ano de 1928. Aos 20 anos formou sua própria banda, chamada "Sons of the Soil". Chama a atenção da Mercury Records que resolve gravar um single com o grupo. O disco com "Why Am I So Lonely?" não faz o menor sucesso. Em 1950 vai para a RCA levado por um amigo, desta vez vai como compositor contratado. Passa uma temporada nesta gravadora e resolve novamente mudar de rumo indo para a Columbia. Nesta grava seu primeiro grande sucesso, "Sweet Dreams". Em 1957 volta novamente para a RCA Victor e escreve a grande canção de sua carreira: "I Can't Stop Loving You". Esta música se tornou uma das mais conhecidas do universo country americano sendo gravada por diversos cantores: Kitty Wells (1958), Don Gibson (1958), Elvis Presley, Ray Charles, Conway Twitty (1972), Sammi Smith (1977), Mary K. Miller (1978). Depois disso Gibson não fez mais nada de significativo, se retirando aos poucos do mundo da música para se dedicar a sua fazenda em Knoxville, onde vive até os dias de hoje.

Jerry Chestnut - Compositor, argumentista e violonista nascido em Loyall, Kentucky no ano de 1931. Jerry tinha como sonho de infância seguir os passos de seu ídolo maior: Hank Williams. Ao assistir um show de Hank no Kentucky decidiu que iria dedicar sua vida à música country. Em 1958 fez o caminho de milhares de outros aspirantes ao estrelado e foi em direção à Nashville tentar a sorte. Durante aproximadamente 9 anos fez de tudo para se manter na capital da country music, até que em 1967 consegue seu primeiro sucesso como compositor: a canção "A Dime At a Time" interpretada pelo cantor Del Reeves. No ano seguinte o "matador" Jerry Lee Lewis grava uma das músicas de Jerry chamada "Another Place Another Time" e chega ao primeiro lugar nas paradas. Esta canção foi um marco na carreira de Chesnut, que recebe uma indicação ao prêmio Grammy. Com o sucesso Jerry assina com uma grande companhia, a United Artists Records. Nos anos 70 Elvis Presley grava "T-R-O-U-B-L-E", carro chefe de seu disco "Elvis Today", que contava ainda com outra canção escrita por Chestnut: "Woman Without Love". Um ano antes Elvis já tinha lançado em single "It's Midnight", um dos trabalhos mais intimistas de Jerry. Chestnut teve vários de suas canções gravadas por outros artistas como Elvis Costello, Tom Jones, Dolly Pardon, Loretta Lynn, Johnny Cash e Travis Tritt.

Leon Payne - Músico por excelência, Leon Payne dominava vários instrumentos: guitarra. piano. orgão, trombone e bateria. Nascido em Alba, Texas, no ano de 1917, Leon sempre quis ser músico. Começou sua carreira no rádio, em uma pequena cidade do Texas chamada Palestine. Em 1938 entra na banda Bob Wills and the Texas Playboys e parte em excursão pelos Estados rurais do Sul dos EUA. No final dos anos 40 entra em outro grupo, Jack Rhodes and His Rhythm Boys, e finalmente no ano seguinte monta a sua própria banda country, The Lone Star Buddies. Com esse grupo começa a se apresentar em templos country como o Louisiana Hayride. Nos anos seguintes assina com a editora Hill and Range e estoura nas paradas com grandes sucessos como "You've Still Got a Place in My Heart", "Blue Side of Lonesome", "More Than Anything Else in the World" e "They'll Never Take Her Love From Me", esta última gravada por Hank Williams. Elvis gravou o maior sucesso de Payne, a música "I Love You Because" e nos anos 70 gravaria ainda "Fools Rush In". Leon Payne morreu em 1969.

Chuck Berry - Um dos verdadeiros pais do Rock'n'Roll. Charles Edward Anderson Berry nasceu em St. Louis, no ano de 1926. Pobre e negro, a única alternativa para Berry era abraçar a música, principalmente porque nasceu no berço do jazz americano. Em 1952 formou o grupo "Chuck Berry Combo" e começou a se apresentar em inferninhos de St. Louis. Em 1955 encontra a lenda do Blues Muddy Waters, que lhe arranja um teste na Chess Records. Chuck é contratado e passa a se apresentar ao vivo, principalmente no teatro Paramount. Em 1956, Chuck Berry lança seu primeiro grande sucesso, a canção "Maybellene". A partir daí Chuck estoura junto com o surgimento do Rock e se torna ao lado de Elvis e Little Richard os maiores nomes do movimento. Durante este período Berry lança suas maiores obras musicais: "Roll Over Beethoven", "Johnny B. Goode", "Sweet Little Sixteen", "School Day", "Memphis, Tennessee", "Surfin USA", "Back in the USA", "Brown Eyed Handsome Man" e tantas outras. Tamanho foi o sucesso alcançado por Chuck Berry que ele só foi superado por Elvis no topo das paradas. No final dos anos 50 Chuck é preso e acusado por "tráfico de escravas brancas", pois ele mantinha prostitutas em seu bordel em St. Louis. É solto no começo dos anos 60, mas infelizmente a esta altura sua carreira estava praticamente arruinada. Tenta voltar ao cenário musical, mas agora o Rock é embalado por outros ídolos como os Beatles e os Rolling Stones. Nos anos 60 lança apenas um trabalho de qualidade, o disco "Rock It". Nos anos 70 Elvis grava uma música de Berry, "Promised Land" que se torna um grande sucesso. Ao longo de sua carreira Elvis gravou uma dezena de faixas de Berry. Em 1987, Chuck Berry foi justamente homenageado no filme "Hail! Hail! Rock 'N Roll" com a participação de grandes nomes do Rock mundial.

Pablo Aluísio.