Drive é um filme seco, cru e pra falar a verdade bem cruel. O clima é totalmente insípido. O personagem Driver (que não tem nome e é interpretado por Ryan Gosling) é esquisito, quase não fala e não parece transparecer emoções. Até seu "quase relacionamento" com Irene (feito pela sempre gatinha Carey Mulligan) é destituído de calor verdadeiramente humano. A postura em cima desses personagens me deixou surpreso mas não vi isso como algo negativo por parte do roteiro. Na realidade entendi a intenção dos roteiristas em elaborar quase um "não personagem", ou seja, alguém sem passado, sem nome, sem objetivos, que apenas existe mas não interage bem com outras pessoas (a não ser quando se trata de ser violento e cruel).
Talvez por ser tão árido o filme seja bem melhor nas cenas de assalto e perseguições. A sequência inicial, por exemplo, é uma das melhores coisas de todo o filme pois achei realmente muito bem feita e editada. O elenco de apoio também é um dos pontos altos do filme. Cheio de estrelas da tv como Christina Hendricks (Mad Men), Bryan Cranston (Breaking Dad) e Ron Perlman (Sons of Anarchy). Fiquei impressionado também pela participação de Albert Brooks, fazendo um personagem completamente fora de seu habitual, um sujeito envelhecido e violento, que dá o tom ao resto da estória. Enfim, é isso. Drive não é um filme fácil, leve e nem pipoca. No saldo final esse é seu grande mérito.
Drive (Drive, Estados Unidos, 2011) Direção: Nicolas Winding Refn / Roteiro: Hossein Amini, baseado em obra de James Sallis / Elenco: Ryan Gosling, Carey Mulligan, Bryan Cranston e Christina Hendricks / Sinopse: Um dublê de Hollywood, interpretado por Ryan Gosling, tem um outro emprego. Ele é piloto de fuga no submundo do crime em Los Angeles. A trama se aprofunda quando ele resolve ajudar a sua vizinha (Carey Mulligan), que tem um namorado ex-presidiário.
Pablo Aluísio.
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domingo, 7 de janeiro de 2024
terça-feira, 8 de setembro de 2020
Medo X
Título no Brasil: Medo X
Título Original: Fear X
Ano de Produção: 2003
País: Inglaterra, Dinamarca
Estúdio: AM Entertainment Investors
Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Nicolas Winding Refn, Hubert Selby Jr
Elenco: John Turturro, Deborah Kara Unger, Stephen Eric McIntyre, William Allen Young, Gene Davis
Sinopse:
Quando sua esposa é morta em um incidente aparentemente aleatório, Harry (Turturro), impulsionado por visões misteriosas, viaja para descobrir as verdadeiras circunstâncias em torno de sua morte inexplicável. Filme indicado ao Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor ator (John Turturro).
Comentários:
Esse é um bom thriller de suspense. Assisti há alguns anos na TV a cabo. Não acredito que tenha sido lançado nos cinemas brasileiros, pelo menos eu não me lembro disso ter acontecido. No geral temos aqui uma jornada pessoal do protagonista tentando entender, aceitar e revelar as circunstâncias da morte da esposa. Como é um filme europeu (uma produção contando com realizadores da Dinamarca e Inglaterra) não espere pelo ritmo alucinado que muitos estão acostumados do cinema dos Estados Unidos. As coisas aqui são mais lentas, as cenas são mais bem exploradas, tudo levando um certo tempo para acontecer. Nada de correrias, nem explosões, nem carros caindo de penhascos, etc. Tudo é mais sutil, cadenciado, em ritmo bem de acordo com a média dos filmes europeus. John Turturro, mais uma vez, está ótimo. Ele interpreta um personagem que mesmo deprimido vai atrás da verdade. Será que finalmente a encontra em algum lugar? Assista ao filme para saber.
Pablo Aluísio.
Título Original: Fear X
Ano de Produção: 2003
País: Inglaterra, Dinamarca
Estúdio: AM Entertainment Investors
Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Nicolas Winding Refn, Hubert Selby Jr
Elenco: John Turturro, Deborah Kara Unger, Stephen Eric McIntyre, William Allen Young, Gene Davis
Sinopse:
Quando sua esposa é morta em um incidente aparentemente aleatório, Harry (Turturro), impulsionado por visões misteriosas, viaja para descobrir as verdadeiras circunstâncias em torno de sua morte inexplicável. Filme indicado ao Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor ator (John Turturro).
Comentários:
Esse é um bom thriller de suspense. Assisti há alguns anos na TV a cabo. Não acredito que tenha sido lançado nos cinemas brasileiros, pelo menos eu não me lembro disso ter acontecido. No geral temos aqui uma jornada pessoal do protagonista tentando entender, aceitar e revelar as circunstâncias da morte da esposa. Como é um filme europeu (uma produção contando com realizadores da Dinamarca e Inglaterra) não espere pelo ritmo alucinado que muitos estão acostumados do cinema dos Estados Unidos. As coisas aqui são mais lentas, as cenas são mais bem exploradas, tudo levando um certo tempo para acontecer. Nada de correrias, nem explosões, nem carros caindo de penhascos, etc. Tudo é mais sutil, cadenciado, em ritmo bem de acordo com a média dos filmes europeus. John Turturro, mais uma vez, está ótimo. Ele interpreta um personagem que mesmo deprimido vai atrás da verdade. Será que finalmente a encontra em algum lugar? Assista ao filme para saber.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de setembro de 2014
Só Deus Perdoa
Título no Brasil: Só Deus Perdoa
Título Original: Only God Forgives
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Tailândia, França
Estúdio: Wild Bunch, Icon Pictures
Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm
Sinopse:
Julian (Ryan Gosling) e Billy (Tom Burke) são dois irmãos americanos que vivem na Tailândia, agenciando lutas ilegais. Suas vidas mudam radicalmente quando Billy, em um surto de loucura, resolve matar e estuprar uma jovem menor de idade da comunidade local. O crime acaba desencadeando uma série de mortes, acertos de contas e violência que parecem não ter mais fim. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival.
Comentários:
A sinopse pode enganar. Muitos vão pensar que se trata de um filme com aqueles roteiros banais sobre vingança e morte no Oriente. Nada mais longe da verdade. Certamente o filme é dos mais violentos, porém o diferencial não surge da violência e nem mesmo do enredo (que sim, pode ser considerado banal). O grande diferencial de "Only God Forgives" vem da maneira como essa estória é contada. A narrativa cinematográfica utilizada pelo cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn é completamente fora dos padrões. Poucas vezes você viu algo igual a isso. Praticamente não há diálogos e os que existem são sucintos e breves. O enredo assim é contado de maneira quase surreal, com farto uso de olhares, momentos de tensão e até mesmo algumas pinceladas de humor involuntário. O personagem mais marcante não é o Julian de Ryan Gosling, sempre com olhar vidrado no horizonte, mas sim o policial Chang (Vithaya Pansringarm) que distribui seu senso de justiça com uma espada samurai, decepando, degolando e trucidando todos aqueles que ousam cruzar seu caminho. É um filme estranho, diria até bizarro, mas que por ser tão ousado e diferente merece ser conhecido.
Pablo Aluísio.
Título Original: Only God Forgives
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Tailândia, França
Estúdio: Wild Bunch, Icon Pictures
Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm
Sinopse:
Julian (Ryan Gosling) e Billy (Tom Burke) são dois irmãos americanos que vivem na Tailândia, agenciando lutas ilegais. Suas vidas mudam radicalmente quando Billy, em um surto de loucura, resolve matar e estuprar uma jovem menor de idade da comunidade local. O crime acaba desencadeando uma série de mortes, acertos de contas e violência que parecem não ter mais fim. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival.
Comentários:
A sinopse pode enganar. Muitos vão pensar que se trata de um filme com aqueles roteiros banais sobre vingança e morte no Oriente. Nada mais longe da verdade. Certamente o filme é dos mais violentos, porém o diferencial não surge da violência e nem mesmo do enredo (que sim, pode ser considerado banal). O grande diferencial de "Only God Forgives" vem da maneira como essa estória é contada. A narrativa cinematográfica utilizada pelo cineasta dinamarquês Nicolas Winding Refn é completamente fora dos padrões. Poucas vezes você viu algo igual a isso. Praticamente não há diálogos e os que existem são sucintos e breves. O enredo assim é contado de maneira quase surreal, com farto uso de olhares, momentos de tensão e até mesmo algumas pinceladas de humor involuntário. O personagem mais marcante não é o Julian de Ryan Gosling, sempre com olhar vidrado no horizonte, mas sim o policial Chang (Vithaya Pansringarm) que distribui seu senso de justiça com uma espada samurai, decepando, degolando e trucidando todos aqueles que ousam cruzar seu caminho. É um filme estranho, diria até bizarro, mas que por ser tão ousado e diferente merece ser conhecido.
Pablo Aluísio.
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