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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Valente

Já que estamos falando sobre Jodie Foster eu me lembrei desse filme bem diferenciado de sua carreira, chamado simplesmente de “Valente”. Não se trata de um drama ou um roteiro leve e divertido, muito pelo contrário, é bem violento e prega a velha máxima de que quando o Estado não consegue mais punir os criminosos cabe aos próprios cidadãos fazer justiça pelas próprias mãos. Quando “Valente” chegou nas salas de cinemas houve algumas reações bem difundidas. Uma delas era uma bobagem completa. Como Jodie é supostamente uma das mais famosas lésbicas da indústria do cinema nos Estados Unidos (embora ainda no armário), ela estaria tentando entrar no milionário filão de filmes de ação com uma personagem “machona” e agressiva. O filme seria assim uma mensagem subliminar sobre suas preferências sexuais. A outra idéia que foi bem falada foi a de que Jodie na verdade estaria estrelando um verdadeiro “Desejo de Matar” de saias, uma produção nada sutil, de pura porrada e nada mais.

Na verdade “Valente” pode ser encarada até mesmo como um filme feminista, por mais estranho que isso possa parecer à primeira vista. Mostra uma mulher que sofreu um brutal e violento ataque que simplesmente resolve reagir, partindo para sua vingança pessoal. Não haveria assim nenhuma mensagem maior subentendida em tudo que vemos mas apenas uma boa estória que chamou a atenção de Foster. Não é desconhecido de todos que as mulheres seguem ainda sendo as principais vitimas da violência familiar e urbana. Como é o sexo mais frágil do ponto de vista da força física obviamente se torna muito vulnerável e exposta a esse tipo de coisa. Já em relação ao filme em si, o achei tecnicamente muito bem realizado embora adote uma estética crua, fria e direta. Jodie Foster, a menininha de olhos azuis do passado nos comerciais de produtos fofinhos, deixa de lado tudo isso para interpretar um de seus personagens mais físicos e viscerais. Seja lá qual for a mensagem que ela quis passar aqui o fato é que o filme em si é mesmo no mínimo bem interessante.

Valente (The Brave One, Estados Unidos, 2007) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Roderick Taylor, Bruce A. Taylor / Elenco: Jodie Foster, Terrence Howard, Nicky Katt / Sinopse: Jovem mulher é vitima de um brutal e violento ataque. Recuperada ela decide partir para sua vingança pessoal.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2013

Plano de Voo

Jodie Foster é uma profissional das mais interessantes do cinema americano. Ela que começou como atriz mirim conseguiu despontar para a carreira adulta com ainda mais brilho e desenvoltura (provando que nem todos os astros mirins viram adultos problemáticos). Na filmografia de Foster encontramos um grande ecletismo, com filmes de praticamente todos os gêneros mostrando como ela é de fato uma grande profissional, seja na atuação ou seja na direção. Aqui Foster deixa um pouco o seu lado cineasta para voltar à boa forma, atuando novamente. O filme tem um roteiro bem escrito, bem bolado, que se apoia quase que totalmente em uma única trama que acaba sendo extremamente bem desenvolvida ao longo da duração da película.

Jodie Foster interpreta Kyle Pratt. Viúva, ela mora na Alemanha e está trazendo o corpo do marido de volta aos Estados Unidos para ser sepultado. O problema é que bem no meio da cansativa viagem sua pequena filha simplesmente desaparece dentro da grande aeronave. Desesperada a personagem de Jodie enfrenta todos os tipos de problemas para solucionar o desaparecimento da sua filha, que tanto pode ser algo paranoico de sua mente como um fato real. O roteiro aliás joga muito bem com essa dualidade e não é raro o espectador parar para se perguntar se ela é um louca alucinada ou realmente um mãe que perde o contato com a filha durante o longo voo. O filme fez bastante sucesso em seu lançamento apesar do mal estar que foi criado com os comissários de bordo de empresas americanas que não digeriram muito bem a proposta do roteiro. No final das contas isso realmente foi excesso de preciosismo pois “Plano de Voo” nada mais é do que um suspense eficiente e bem arquitetado. Se você estiver em busca de algo assim então aproveite e tente descobrir todos os mistérios que cercam esse misterioso desaparecimento em pleno ar.

Plano de Voo (Flightplan, Estados Unidos, 2005) Direção: Robert Schwentk / Roteiro: Billy Ray, Peter A. Dowling / Elenco: Jodie Foster, Peter Sarsgaard, Sean Bean, Erika Christensen / Sinopse: Durante um voo comercial entre a Alemanha e Estados Unidos uma mãe entra em desespero ao perceber que sua pequena filha Júlia simplesmente desapareceu dentro do avião. Agora terá que lutar contra o tempo para descobrir o que aconteceu.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de abril de 2013

O Silêncio dos Inocentes

Outro filme ícone sobre serial killers foi esse excelente “O Silêncio dos Inocentes”. Aqui temos um roteiro mais cerebral que investe muito mais no choque de personalidades entre a agente do FBI Clarice Sterling (a sempre ótima Jodie Foster) e o psicopata Hannibal Lecter (Anthony Hopkins, no papel de sua vida). Um dos grandes trunfos do roteiro é o próprio desenvolvimento do personagem Hannibal. Sujeito culto, inteligente, apreciador de boa música e artes, ele aparenta ser uma pessoa de fino trato. Por baixo de sua elegância e sofisticação porém se esconde um predador frio e cruel, capaz de cometer as maiores barbaridades com suas vítimas. Hannibal assim se revela como uma síntese da personalidade de muitos psicopatas e assassinos em série da vida real pois muitos deles são exatamente como o personagem retratado no filme, pessoas acima de qualquer suspeita, educados, elegantes no trato social mas verdadeiras feras insanas quando finalmente conseguem colocar as mãos em suas presas.

Anthony Hopkins já tinha muita bagagem quando foi escalado para dar vida ao psicopata Hannibal. Ator de muito talento já tinha garantido seu espaço na história do cinema com obras realmente marcantes mas foi apenas com esse personagem que ele conseguiu se tornar conhecido do grande público. A partir de “O Silêncio dos Inocentes” se tornou um astro de primeira grandeza, capaz inclusive de estrelar outros blockbusters do cinema americano. Já Jodie Foster já era bem conhecida do público. Na realidade ela cresceu na frente das câmeras, conseguindo fazer a complicada transição de atriz mirim para uma carreira adulta. Talentosa atriz e também cineasta de mão cheia ela quase não entrou no filme pois estava envolvida em tantos projetos paralelos na época que sentiu que essa personagem não traria muito para sua carreira. Apenas por amizade ao diretor Jonathan Demme resolveu aceitar o papel. A chance de contracenar com Hopkins também pesou em sua decisão de participar do filme. Curiosamente, apesar de todo o sucesso de bilheteria de “O Silêncio dos Inocentes”, Jodie nunca mudou de opinião sobre seu trabalho aqui. Em entrevistas esclareceu que achou uma experiência válida mas que não acredita que o filme tenha trazido muito para sua carreira com um todo. De uma forma ou outra fica a recomendação dessa produção que realmente marcou época e segue sendo um dos melhores retratos de criminosos seriais da história do cinema.

O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, Estados Unidos, 1991) Direção: Jonathan Demme / Roteiro: Ted Tally, baseado no romance escrito por Thomas Harris / Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopkins, Lawrence A. Bonney, Kasi Lemmons / Sinopse: Uma agente do FBI tenta contar com a colaboração de um infame psicopata preso para tentar encontrar o rastro de um serial killer à solta na sociedade. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor (Jonathan Demme), Melhor Atriz (Jodie Foster), Melhor Ator (Anthony Hopkins) e Melhor Roteiro Adaptado (Ted Tally).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Um Novo Despertar

Walter Black (Mel Gibson) é um bem sucedido executivo que sofre uma profunda crise existencial e depressiva. Incapaz de lidar com os aspectos de sua vida por si próprio acaba adotando um fantoche de castor para falar e agir por ele, para espanto de todos à sua volta. É a forma nada comum que encontra para conseguir superar essa terrível fase de sua vida emocional e pessoal. "The Beaver" é um filme muito extremo. A ideia central é extrema por si só. Fica complicado aceitar o fato de um homem adulto só falar através de um fantoche de Castor mesmo com o argumento de que essa seria uma forma de tratamento de uma depressão severa. O enredo só não naufraga completamente por causa de Mel Gibson e das subtramas (em especial a que envolve o filho de Gibson no filme). O desempenho do ex Mad Max é o primeiro grande trunfo de "The Beaver" O ator está especialmente inspirado pois ficamos realmente comovidos com sua situação mental. Há cenas excelentes como a que ele tenta se separar do puppet, embora devo confessar que naquele momento pensei um pouco em Chuck de "Brinquedo Assassino"! Gibson é um ator talentoso, obviamente ele só fez o filme por causa da grande amizade que nutre com a diretora Jodie Foster com quem se tornou muito próximo no set de filmagem de "Maverick" mas mesmo assim se sai excepcionalmente bem em cena. A amizade de ambos passa também para a tela.

A outra coisa que segura as pontas aqui é o relacionamento do filho do personagem principal e sua paixão adolescente (a linda e maravilhosa - e cada vez mais bonita - Jennifer Lawrence). Bela e carismática essa atriz está despontando para o estrelado após o sucesso de "Jogos Vorazes". Já Jodie Foster, a diretora, deveria ter explorado mais sua personagem na trama. Do jeito que ficou achei a atriz um tanto quanto desperdiçada em cena, isso decorreu muito provavelmente pelo fato de que combinar direção e atuação em um mesmo projeto exigem demais do profissional. Assim Jodie se empenhou muito mais atrás da câmeras do que diante delas. É compreensível. Enfim se fosse resumir "The Beaver" diria que é não só um filme sobre depressão mas também um filme deprimido. Provavelmente vá tocar mais de perto as pessoas que já passaram por essa doença. Para o resto dos espectadores o filme pode soar melancólico e triste demais. De qualquer forma recomendo, sendo você depressivo ou não!

Um Novo Despertar (The Beaver, Estados Unidos, 2010) Diretora: Jodie Foster / Roteiro: Kyle Killen / Elenco: Mel Gibson, Jennifer Lawrence, Anton Yelchin, Jodie Foster, Paul Hodge / Sinopse: Walter Black (Mel Gibson) é um bem sucedido executivo que sofre uma profunda crise existencial e depressiva. Incapaz de lidar com os aspectos de sua vida por si próprio acaba adotando um fantoche de castor para falar e agir por ele, para espanto de todos à sua volta. É a forma nada comum que encontra para conseguir superar essa terrível fase de sua vida emocional e pessoal.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Carnage: O Deus da Carnificina

Comeco o texto logo avisando que o filme só é recomendado para quem gosta de teatro. Isso porque em nenhum momento o roteiro nega a origem teatral do texto. E o que isso significa? Significa que o filme inteiro é passado dentro de um apartamento onde dois casais discutem sobre a briga que seus filhos tiveram no pátio do colégio. O que começa com conversas triviais, amenas, acaba terminando de uma maneira completamente fora de controle. A fita é tão curtinha que quase é um média metragem (pouco mais de 60 minutos) o que novamente vem de encontro ao que se vê no meio teatral onde peças geralmente duram isso mesmo. O quarteto de atores em cena é formado por Jodie Foster, John C Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz. Todos estão bem o que não é de se admirar uma vez que esse é um texto totalmente fundado em diálogos. Curiosamente os atores se saem melhores do que as atrizes. Explico. Waltz (dando uma pausa na série de abacaxis que anda fazendo) está no tom certo do papel. Um advogado que não larga o celular em nenhum momento. Reilly, por sua vez, volta com habitual competência no papel do marido de Jodie Foster, amigão e bonachão (ele se dá muito bem nesse tipo de personagem).

Já Jodie Foster está muito histérica em cena. Cheia de tiques nervosos a atriz nunca parece estar à vontade em seu papel, sempre prestes a explodir, mesmo quando o roteiro não pede esse tipo de comportamento. Outra que não me convenceu foi Kate Winslet. Ela vai bem até o momento em que seu personagem fica embriagada, a partir daí o caldo entorna. Uma vez Marlon Brando disse que não havia como atuar com veracidade pessoas embriagadas. Para se fazer um bebum bem deveria se encher a cara antes e entrar de pileque em cena, caso contrário não se torna convincente. É o caso aqui. Winslet não convence. Ela dá chiliques, faz caras e bocas de bebum mas não convence ninguém. Enfim, esperava mais desse novo filme de Roman Polanski, ainda mais porque seu último filme foi tão bom. Talvez os diversos problemas legais o estejam impedindo de apresentar melhores trabalhos. Vamos esperar coisa melhor vir por aí.

O Deus da Carnificina (Carnage, Estados Unidos, 2011) Direção : Roman Polanski / Roteiro : Roman Polanski / Elenco: Kate Winslet, Jodie Foster, Christoph Waltz, John C. Reilly / Sinopse: Dois casais se encontram para discutir um caso de violência envolvendo seus filhos. O que começa como uma conversa trivial e educada acaba desandando para uma guerra psicológica entre eles.

Pablo Aluísio.