Comeco o texto logo avisando que o filme só é recomendado para quem gosta de teatro. Isso porque em nenhum momento o roteiro nega a origem teatral do texto. E o que isso significa? Significa que o filme inteiro é passado dentro de um apartamento onde dois casais discutem sobre a briga que seus filhos tiveram no pátio do colégio. O que começa com conversas triviais, amenas, acaba terminando de uma maneira completamente fora de controle. A fita é tão curtinha que quase é um média metragem (pouco mais de 60 minutos) o que novamente vem de encontro ao que se vê no meio teatral onde peças geralmente duram isso mesmo. O quarteto de atores em cena é formado por Jodie Foster, John C Reilly, Kate Winslet e Christoph Waltz. Todos estão bem o que não é de se admirar uma vez que esse é um texto totalmente fundado em diálogos. Curiosamente os atores se saem melhores do que as atrizes. Explico. Waltz (dando uma pausa na série de abacaxis que anda fazendo) está no tom certo do papel. Um advogado que não larga o celular em nenhum momento. Reilly, por sua vez, volta com habitual competência no papel do marido de Jodie Foster, amigão e bonachão (ele se dá muito bem nesse tipo de personagem).
Já Jodie Foster está muito histérica em cena. Cheia de tiques nervosos a atriz nunca parece estar à vontade em seu papel, sempre prestes a explodir, mesmo quando o roteiro não pede esse tipo de comportamento. Outra que não me convenceu foi Kate Winslet. Ela vai bem até o momento em que seu personagem fica embriagada, a partir daí o caldo entorna. Uma vez Marlon Brando disse que não havia como atuar com veracidade pessoas embriagadas. Para se fazer um bebum bem deveria se encher a cara antes e entrar de pileque em cena, caso contrário não se torna convincente. É o caso aqui. Winslet não convence. Ela dá chiliques, faz caras e bocas de bebum mas não convence ninguém. Enfim, esperava mais desse novo filme de Roman Polanski, ainda mais porque seu último filme foi tão bom. Talvez os diversos problemas legais o estejam impedindo de apresentar melhores trabalhos. Vamos esperar coisa melhor vir por aí.
O Deus da Carnificina (Carnage, Estados Unidos, 2011) Direção : Roman Polanski / Roteiro : Roman Polanski / Elenco: Kate Winslet, Jodie Foster, Christoph Waltz, John C. Reilly / Sinopse: Dois casais se encontram para discutir um caso de violência envolvendo seus filhos. O que começa como uma conversa trivial e educada acaba desandando para uma guerra psicológica entre eles.
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.2
Cotações:
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★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim