Título no Brasil:
Poltergeist - O Fenômeno
Título Original: Poltergeist
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Gil Kenan
Roteiro: David Lindsay-Abaire, Steven Spielberg
Elenco: Sam Rockwell, Rosemarie DeWitt, Jared Harris, Kennedi Clements
Sinopse:
Após o marido perder seu emprego, uma típica família americana resolve se mudar, indo morar em uma casa mais modesta nos subúrbios da cidade. Embora velha e nem sempre apresentando um bom estado, eles resolvem alugar o imóvel, ignorando completamente que a residência foi construída sobre um velho cemitério. Assim que se instalam no novo lar começam a notar que há algo de estranho acontecendo. A pequena filha começa a ter conversas com seres imaginários na TV e o filho percebe ruídos e barulhos estranhos vindos do sótão. Não demora muito e o pavor se instala quando todos percebem que o lugar na realidade parece ser assombrado por uma multidão de fantasmas violentos.
Comentários:
O primeiro filme "Poltergeist" de 1982 é hoje considerado um clássico do terror. Produzido por Steven Spielberg, com direção de Tobe Hooper, a produção marcou toda uma geração e foi um enorme sucesso de bilheteria. Esse remake que tenta trazer aquela história para as novas gerações sofre de um problema recorrente em remakes modernos: a falta de uma maior sofisticação em sua realização. Não se trata de esnobismo, mas sim de saber que filmes de terror funcionam melhor quando o enredo é mais bem trabalhado, desenvolvido sem pressa, com momentos de tensão e suspense sendo colocados na tela aos poucos, tudo preparando o espectador para o grande clímax final. Nenhum filme de horror que se propõe a ser direto demais consegue colher bons frutos. Nesse filme encontramos isso de forma bem clara. A duração é pequena, pouco mais 80 minutos de duração, o que faz com que a história seja apresentada de forma apressada, corrida mesmo. Não há tempo para se insinuar nada, nem criar mistérios. Tudo é literalmente jogado na cara dos espectadores em questão de minutos. Sem o clima adequado o horror não consegue criar medo suficiente, frustrando completamente o público. Afinal de contas as pessoas pagam uma entrada de cinema para assistir a um filme de terror para sentir medo e ter sustos. Aqui, na maioria das cenas, o que vai se sentir mesmo é muito tédio e desapontamento. O que no roteiro original era bem trabalhado, sendo desvendado aos poucos, aqui soa direto demais. Isso me surpreendeu já que "Poltergeist" é uma franquia de sucesso, o que nos levaria a esperar por algo mais bem realizado, mais bem escrito. Tudo em vão. O filme em momento algum me deixou satisfeito.
O pior é que sendo um fã dos filmes originais logo a decepção tomou conta. Há várias modificações na trama original, com a inserção inclusive de novos personagens e novas soluções, mas nada disso consegue soar melhor do que vimos na década de 80. O personagem de Jared Harris, por exemplo, que inexistia no filme de Hooper, não diz a que veio e lembra demais do Peter Vincent de "A Hora dos Espanto" original. Ao invés da médium carismática da trama original inseriram um bando de acadêmicos de paranormalidade que não ajudam em nada no filme. São chatos e inúteis em tudo o que acontece. Não há religiosidade nenhuma no argumento, só um ateísmo disfarçado e tolo que incomoda bastante. Os personagens não parecem acreditar em absolutamente nada, para nossa decepção. Isso tira grande parte da graça que uma história como essa poderia ter. É tudo muito asséptico e chato mesmo. O resultado de todos esses erros é que a fita acabou não indo bem nas bilheterias, sendo que o mercado internacional amenizou um pouco o tremendo fracasso comercial que o filme foi nos Estados Unidos. Esse mal resultado é apenas um aspecto ruim de um remake que deixa muito a desejar em vários pontos (roteiro, efeitos visuais, elenco, etc). É a tal coisa, se não vai fazer algo melhor do que foi feito no passado é melhor não se mexer em nada, deixar tudo como está. A busca pelo lucro fácil muitas vezes acaba prejudicando ou destruindo o prestígio de filmes que são cultuados até hoje.
Pablo Aluísio.