segunda-feira, 10 de março de 2025

A Mulher do Dia

A Mulher do Dia
Nesse filme Katharine Hepburn e Spencer Tracy interpretam dois jornalistas. Ela, uma jornalista inteligente e sagaz, escreve sobre política internacional. Fala vários idiomas e está empenhada na luta pelos direitos das mulheres. Ele, um jornalista esportivo, meio quadradão, da velha escola. Eles trabalham no mesmo jornal e eventualmente entram em uma briguinha, usando suas próprias colunas para alfinetar um ao outro. Essa aproximação ruim inicial logo desanda para o interesse mútuo. Eles vão se aproximando e acabam se apaixonando! Afinal dizem que os opostos se atraem. Não demora muito e acabam se casando. Só que a diferença de personalidades uma hora ou outra, vai acabar voltando, colocando esse casamento em uma situação delicada. 

Esse filme ganhou o Oscar de melhor roteiro original, mas vem justamente do roteiro minha maior crítica ao filme. Ele é, no final, bem anacrônico e diria até mesmo covarde. Entenda que o roteiro vai trabalhando durante todo o filme na independência e coerência da esposa interpretada por Katharine Hepburn. Ela é uma mulher moderna, feminista, ciente de seu novo papel dentro daquela sociedade liberal. Perfeito, gostei muito do desenvolvimento dessa personagem que anseia ser essa nova mulher de seu tempo. O problema é que tudo isso vai terminar numa cena patética dessa mesma personagem tentando fazer o café da manhã para o marido em uma longa cena final. Ela quer salvar seu casamento e para isso tenta bancar a esposa tradicional! Que moralismo idiota! Parece mais um momento de arrependimento de um roteiro que começou liberal para terminar da forma mais anacrônica possível. Disso definitivamente não gostei nada. Faltou coragem para levantar essa bandeira até o seu final!

A Mulher do Dia (Woman of the Year, Estados Unidos, 1942) Direção: George Stevens / Roteiro: Ring Lardner Jr, Michael Kanin, John Lee Mahin / Elenco: Spencer Tracy, Katharine Hepburn, Fay Bainter / Sinopse: Dois jornalistas, de personalidades completamente diferentes, se apaixonam e se casam. E agora vão tentar salvar esse relacionamento, apesar de estarem em universos bem diferentes. Filme premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original. 

Pablo Aluísio.

3 comentários:

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  2. Esse tipo de filme nunca mais será feito, acredito. Faltam roteiros, atores e público para tal.

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