sábado, 1 de julho de 2017

Rei Arthur: A Lenda da Espada

Esse filme é o maior fracasso da temporada. Custou 175 milhões de dólares, mas só conseguiu faturar 14 milhões em seu primeiro final de semana nos Estados Unidos. Um desastre comercial monumental. Conferido os números é hora de se perguntar se o fracasso foi merecido. Lamento dizer, mas foi sim. O diretor Guy Ritchie deveria tomar vergonha na cara e parar de destroçar grandes personagens da literatura e da história. Ele já fez muita bobagem com Sherlock Holmes e agora parecia decidido a aniquilar o mais lendário monarca inglês, o nobre Arthur da Távola Redonda. O que mais me impressiona é que todos os elementos da mitologia de Arthur já estão sobre a mesa. É só adaptar sem fazer besteira que certamente dará certo. Muitos filmes do passado provaram exatamente isso. É praticamente tiro e queda! Dessa maneira não haveria muito como errar, mas Ritchie pelo visto não aprendeu essa lição. Ele resolveu mexer no mito, trocando elementos da história, personagens e o pior de tudo, mexendo na própria personalidade de Arthur. Um crime de lesa majestade!

O ator que dá vida a Arthur nessa nova versão é o motoqueiro de "Sons of Anarchy", o marrento Charlie Hunnam. Quando ele anda, com aquele gingado de motociclista californiano da série, você logo percebe que o filme vai afundar. Ele não tem a classe, a honradez e nem demonstra ter qualquer sinal da bravura do rei da lenda. Ao contrário disso é praticamente um pusilânime, um sujeito covarde que é levado pela espada Excalibur, quase como se fosse uma extensão dela! E ele não se esforça em nada em pelo menos disfarçar um bom sotaque inglês! Nada, sua caracterização do Rei é zero! Muito ruim. Esse é o segundo grande fracasso dele no cinema (o primeiro foi "Círculo de Fogo"), então provavelmente ele vai voltar para as séries, porque no mundo da indústria cinematográfica americana afundar duas vezes nas bilheterias é praticamente fatal. Volte para as motos e casacos de couro, Hunnam!

De fato o único bom ator desse filme é Jude Law. Ele interpreta o tio de Arthur, o sinistro rei  Vortigern, que faz de tudo para manter a coroa, até mesmo matar o irmão, a esposa e sua filha. O sujeito é realmente um monstro em todos os aspectos. Mais malvadão do que isso, impossível! Law sobrevive ao desastre, mas para não deixar nada de bom passar ileso, o equivocado Guy Ritchie mais uma vez erra a mão, o soterrando sob toneladas de efeitos digitais! Quando Law finalmente vai enfrentar Arthur, naquela que poderia ser a cena que salvaria o filme, o diretor resolve deixar tudo com cara de vídeo game! Para quem sumiu com o mago Merlin, bem, o que você poderia esperar? Sim, esse é um filme de Rei Arthur, mas sem o Merlin! Sumiram com o velhinho! Depois dessa só restava a Guy Ritchie ser punido pelo público, deixando as salas de cinema completamente vazias! Bem feito.

Rei Arthur: A Lenda da Espada (King Arthur: Legend of the Sword, 2017) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Joby Harold, Guy Ritchie / Elenco: Charlie Hunnam, Jude Law, Eric Bana, Astrid Bergès-Frisbey,  / Sinopse: Após ter seu pai morto por seu ambicioso tio, o garoto Arthur é enviado para a cidade de Londres, através do rio, tal como se fosse um Moisés da história inglesa, onde acaba sendo acolhido, crescendo sob os cuidados de mulheres que vivem nos bordéis da cidade. Ele cresce a acaba tirando a espada Excalibur de uma rocha, algo que simboliza seu direito legítimo ao trono da Inglaterra.

Pablo Aluísio.

2 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★
    Elenco: ★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★
    Cotação Geral: ★★
    Nota Geral: 6.3

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. Ele pode ser resgatado pelos efeitos especiais e a trilha sonora. Revisei a trajetória de Guy Ritchie e é comum em ele executar filme ação com efeitos especiais. Esta muito bem feita e muitas das cenas que fazem são ótima e belas. O filme tem uma direção incrível, narrado de uma forma bem humorada e divertida. Apesar de ser uma história clássica tem muitos toques contemporâneos.

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