segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O Crime não Compensa

Título no Brasil: O Crime não Compensa
Título Original: Knock on Any Door
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Nicholas Ray
Roteiro: Daniel Taradash, John Monks Jr
Elenco: Humphrey Bogart, John Derek, George Macready
  
Sinopse:
Andrew Morton (Humphrey Bogart) é um advogado criminalista que decide defender o jovem Nick Romano (John Derek) nos tribunais. Ele está sendo acusado de ter matado um policial durante uma fuga, após um assalto frustrado. Morton conhece Romano há muitos anos, desde que defendeu seu pai no passado, também acusado de crimes no bairro onde morava. Para o advogado, Romano seria inocente e seu passado de pequenos crimes seria apenas fruto de uma vida complicada, pois perdeu seu pai muito cedo, ainda em sua adolescência.

Comentários:
"Viva rápido, morra jovem e se torne um belo cadáver" - Esse é o lema do jovem criminoso Nick Romano (Derek) nesse filme. Criado nas ruas, tendo logo cedo contato com a criminalidade, ele acaba se envolvendo numa acusação de homicídio de um tira, logo após um assalto mal sucedido. O advogado Morton (Bogart) acredita em sua inocência e resolve lutar para provar sua inocência. O problema básico é que o jovem tem uma longa ficha policial em seu passado, pois desde a morte do pai não deixou mais de praticar pequenos crimes pelas redondezas onde mora. Esse filme é mais um da safra do excelente cineasta Nicholas Ray que enfoca a delinquência juvenil, um problema considerado muito sério na sociedade americana da época. Sua grande obra prima, explorando esse mesmo tema, viria alguns anos depois com o clássico jovem "Juventude Transviada" com o mito James Dean. Aqui ele já ensaia passos que iria usar em seu grande filme. Nicholas Ray tenta provar algumas teses com esse roteiro. A mais importante delas seria a de que muitos criminosos, principalmente os jovens, seriam na verdade vítimas da própria sociedade. É a velha teoria da justificativa social do crime. Uma maneira mais humana de entender as causas da criminalidade dentro da vida de alguns excluídos do sistema. Claro que hoje em dia essa visão está bem desacreditada, principalmente no momento atual que vivemos em nosso país. De qualquer maneira, olhando-se puramente pelo ponto de vista cinematográfico, temos aqui um bom filme, valorizado pelo uso inteligente de flashbacks e pela sempre bem-vinda presença de Humphrey Bogart que tem um longo monólogo no tribunal na cena final do filme.

Pablo Aluísio.

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