quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Cinema Review - Edição VIII

Venom 3: A Última Rodada
★★
Lamento dizer, mas essa franquia virou puro besteirol! Não tem outro ponto de vista. É uma daquelas comédias bem sem graça. Eu não sei qual é o problema desses roteiristas, mas o fato inegável é que eles enchem esses filmes de super-heróis (ou super-vilões, dependendo do observador) com um monte de piadinhas pra lá de chatas! Esse Venom não tem muito prestígio entre nerds que curtem quadrinhos e talvez por isso ninguém leve seus filmes muito à sério. Tudo bem, quer fazer piadinhas, fique à vontade, mas não exagerem como vemos aqui. Afinal se alguém quiser assistir uma comédia vai atrás de uma de verdade e não de um filme que usa o universo dos quadrinhos para ficar desfilando aquele tipo de humor que só dá origem a sorrisinhos amarelos e constrangedores. O personagem do Vernom (que pertence ao universo do Homem-Aranha) pode não ser grande coisa, mas bem que poderiam fazer algo melhor com ele no cinema. Do jeito que está, ficou ruim! Enfim, chega de palhaçada, pessoal da Marvel! 

Wicked ★★★
Quando decidiram fazer um novo filme do Mágico de Oz pintou um certo clima de receios na Disney. Afinal fazer um remake de um clássico dessa magnitude não seria algo fácil de fazer. Os mais tradicionais iriam reclamar e o filme certamente levaria pancadaria por parte da crítica. Certos filmes são sagrados, não se devem mexer com eles! Assim decidiram fazer algo igual, mas diferente. Que tal contar a história da bruxa? O problema é que ela é uma vilã no inconsciente coletivo de quem alguma vez na vida ficou encantado com essa história. Então deram uma volta no original e criaram todo um passado para ela, que no fundo seria uma boa pessoa, que teria virado bruxa por fatos alheios à sua vontade, afinal sempre sofreu por ser uma pessoa de cor (literalmente falando, já que ela é verde!). A bruxa era má porque foi vítima de uma sociedade cruel! Depois de toda essa roupagem Woke eis que surge esse filme. Minha opinião não poderia ser muito diferente. Esse é um daqueles filmes super produzidos, ultra coloridos, cheio de computação gráfica (agora contando também com a Inteligência artificial). Cada cena tem tanta informação visual que vai deixar o espectador médio com dor de cabeça! Apesar disso até que o filme ficou bom, mas ele é tão exagerado que em vários momentos me senti um pouco saturado. Além disso apresenta uma metragem longa demais para as crianças, com história inconclusiva. Vai ter muitos pais reclamando exatamente disso e não iria tirar a razão de nenhum deles. Imagine os problemas de se levar a criançada para o cinema, nos dias de hoje, onde elas não prestam atenção em muita coisa por muito tempo! Ficou um pouco Over The Top para a criançada em geral. Um corte mais ágil e uma metragem mais enxuta iria cair muito melhor. E que venha o segundo filme agora... Haja paciência! 

Avanti! Amantes à Italiana ★★★
Os anos passam e eu não mudo minha opinião sobre Billy Wilder. Considero um dos diretores e roteiristas mais criativos e inteligentes da história de Hollywood. Mesmo quando fazia filmes menores as coisas eram bem acima da média do que se produzia na época em termos de humor. Esse filme aqui, por exemplo, é um de seus momentos menores. Um filme agradável de se assistir, com bom enredo, mas nada destacável em sua excelente filmografia. Jack Lemmon interpreta o filho de um milionário americano que morreu na Itália. Ao chegar lá para os preparativos visando levar seu corpo de volta aos Estados Unidos ele se depara com alguns "probleminhas". A burocracia italiana é infernal, cheio de detalhes irritantes. Tudo é lento, nada sai do lugar. È uma infinidade de carimbos para se colocar nos documentos de liberação do corpo! Os funcionários públicos são preguiçosos, sempre saindo para a hora do almoço! Nada parece funcionar direito em uma montanha de papeladas que não fazem o menor sentido! São certidões que dão origem a outras certidões de cores diferentes e por aí vai. Como se isso não fosse o bastante, o personagem de Lemmon descobre que seu pai, um idoso com mais de 80 anos de idade, tinha uma amante. E que morreu ao seu lado em um acidente de carro. E essa amante tinha uma filha, que repetindo os erros de seu pai ele também começa a se sentir atraído (o filho também é casado!). Então assim desenvolve-se a história com Lemmon tendo que administrar um monte de problemas que vão surgindo à sua frente, em um país distante, cuja língua ele não domina nada, etc. E o amor, quem diria, também estaria no ar, na música, nas poesias, nos monumentos históricos... Enfim temos aqui um bom e divertido filme. Apreciei. Afinal é um autêntico Billy Wilder, embora não seja (e devo admitir isso) nenhuma obra-prima de sua carreira. 

Pablo Aluísio. 

Um comentário: