Mais um documentário sobre o Charles Manson, um dos mais infames criminosos da história dos Estados Unidos. Após passar praticamente toda a adolescência e juventude na prisão ele finalmente foi solto nos anos 60. Acabou parando nas ruas de San Francisco, em pleno auge do movimento hippie. Encontrou alguns jovens perdidos na vida e criou uma seita! Foram todos morar em um velho rancho que era usado para filmar antigos filmes de faroeste. Ele queria ser alguém no mundo da música, mas fracassou. Irado, mandou seus seguidores fanáticos matarem quem encontrasse no endereço de um produtor musical que o rejeitou. Para azar da atriz Sharon Tate e seus amigos, que tinham alugado aquela mesma casa. Foram vítimas de um crime que não era direcionado a eles. Morreram de graça em uma orgia de sangue sem sentido!
O tema, como se pode perceber, é por demais interessante. Não apenas na questão criminológica, mas também social, pois é até hoje tudo é um mistério, ninguém entendeu como aqueles jovens seguiam cegamente as ordens de um demente homicida como Manson. Talvez fossem as drogas que tomavam, talvez fosse por problemas mentais, carência afetiva ou qualquer outra coisa, mas o que resultou disso tudo ainda choca a muitos, mesmo após a morte do próprio Charles Manson e de alguns de seus seguidores (a jovem assassina Susan Atkins, por exemplo, também já morreu na prisão tal como seu mestre). Um bom documentário, mas que peca por tentar levantar a bola de uma daquelas teorias da conspiração sem pé e nem cabeça que os americanos adoram. Meu conselho é ignorar essa bobagem e absorver apenas os dados históricos do crime. Aí sim o documentário vai funcionar direito.
Indústria Americana ★★★
Documentário extremamente relevante para os nossos dias. Mostra a implantação de uma fábrica chinesa na cidade de Dayton, nos Estados Unidos. Ela foi levantada no mesmo lugar onde no passado funcionou uma fábrica de automóveis da GM na cidade. Muitos dos empregados já tinham trabalhado na GM no passado, mas agora esses trabalhadores americanos iriam ter que lidar com uma nova realidade. Seus chefes seriam todos chineses. A fábrica funcionaria a partir de agora de acordo com a cultura do grande país asiático.
Então, como era de se esperar, se opera um grande choque cultural entre um empregador chinês tentando colocar ordem numa fábrica onde a maioria dos empregados era formada por americanos. Os chineses e os americanos logo entram em choque e tudo é capturado pelo documentário. Os chineses acabam achando que os americanos são gordos demais, preguiçosos demais e sem nenhuma disciplina para o trabalho duro. Na visão da diretoria chinesa a mão de obra americana era pouco produtiva! Os americanos, por sua vez, começam a achar os chineses bem esquisitos, com sua cultura de quase escravidão ao trabalho obsessivo, trabalhando em longas jornadas, sem feriados, sem fins de semana. Quase uma escravidão moderna! O documentário mostra acima de tudo que há uma grande ilusão nessa expectativa toda de estrangeiros se instalando dentro da América, de que alguma fábrica asiática vai dar inteiramente certa se instalada dentro do território dos Estados Unidos. As diferenças culturais entre nações tão diferentes logo se faz sentir, desde os primeiros dias. É algo inclusive que o atual presidente americano tem planejado fazer. É melhor ele rever seus conceitos!
As 7 Máscaras da Morte ★★★
Podem falar o que quiserem. Vincent Price foi um ator bacana, um simpatizante da cultura pop do terror até o fim! Veja o exemplo desse filme que ele fez nos anos 70. Há uma fina ironia cortando toda a história. No enredo Price interpreta um velho ator de teatro. Ele passou a vida interpretando Shakespeare nos palcos. Sendo claramente um amante do teatro clássico. Só que ao longo de todos esses anos foi também massacrado por críticos esnobes de Londres. A cada nova crítica, um novo fracasso e um enorme ressentimento surgindo. E aí, como estamos mesmo assistindo a um filme de terror clássico, logo começam as mortes de seus inimigos.
O velho ator compra um antigo teatro que havia sido destruído em um incêndio. Ao lado de uma trupe formada por moradores de rua e sua filha, ele começa seus planos de vingança. Vai matando os críticos um a um, com as mortes inspiradas nas peças de Shakespeare! Olha, vou dizer uma coisa bem sincera: essa fórmula, mesmo que um tanto batida, resultou em um filme muito divertido! Sim, porque mesmo sendo tecnicamente um horror, esse filme tem momentos pra lá de divertidos. Vincent Price está obviamente se divertindo como nunca e isso fica claro em cada cena, em cada figurino estranho e bizarro que ele adota ao longo do filme. Ora surge como um cozinheiro de pratos indigestos, ora como um cabelereiro gay e afetado! Uma explosão de deboche por parte do Price. E no final, quem se diverte mais é mesmo o espectador. O Vincent Price era mesmo um cara genial, vou te contar! E aqui está um de seus momentos mais geniais na sétima arte. Diversão pura!
Pablo Aluísio.
Cinema Review
ResponderExcluirEdição XV