Um filme bem estranho, esquisito, fora dos padrões. Fica claro desde o começo que ele procura seguir os passos de clássicos como "O Sétimo Selo", mas sem muito sucesso. A declamação dos diálogos em meu ponto de vista ficou excessivamente teatral. Assim também as falas ficam superficiais quando transportadas para a linguagem do cinema. Por falar nisso, o grande atrativo segue sendo a presença do ator William Shatner. Ele iria se notabilizar por interpretar o Capitão Kirk na série original e depois em uma série de bons filmes para o cinema. Muito jovem, ainda tentando se encontrar, ele interpreta esse militar que acaba sendo atacado por um grupo de demônios do tipo Incubus. Seres das trevas que se disfarçam de belas mulheres para capturar a alma de suas vítimas. Bom, já deu para perceber que o espectador vai ter que comprar essa ideia para apreciar o filme. No meu caso particular vi tudo como uma boa peça teatral encenada ao ar livre. Nada muito além disso.
Burke e Hare (Traficante de Cadáveres) ★★★
Eu sempre me interessei pessoalmente por essa história. Para quem não sabe, foi uma história real acontecida na Escócia. Naquele tempo havia um grande entusiasmo pela ciência da Medicina. A Escócia era um centro de grande universidades, mas faltava a matéria-prima para os estudos, que era justamente os corpos de seres humanos. Na busca desenfreada por eles, professores e estudantes de medicina começaram a comprar corpos humanos de traficantes que iam em cemitérios em busca dos objetos macabros de estudo. E quando nem isso mais supriu a demanda, eles começaram a matar pessoas! Um bom material para filmes de terror. O problema aqui é que o diretor quis fazer muita piadinha com o tema, virando o filme um produto mal sucedido de comédia de humor negro. Chega a ser muito irritante as diversas cenas que poderiam render bons momentos, mas que são desviadas para momentos de humor sem a menor graça. O elenco também se esforça, mas para ser engraçado, o que gera um sentimento de frustração em que está assistindo ao filme. Isso quando não se torna mesmo objeto da vergonha alheia. Nada é pior do que ver atores e atrizes tentando ser engraçados, mas nunca conseguindo! Nesse processo tudo vai por água abaixo. Não gostei do que vi. Gostaria mesmo era de ver essa história tratada com a devida seriedade e rigor histórico. Seria muito mais interessante!
Os Monstros ★★
Eu me lembro muito da série original, ainda em preto e branco, sendo exibida pela Band. Era uma versão mais pobre e mais apelativa da família Adams. Funcionava na época, devo dizer, mas esse é aquele tipo de produto que tem prazo de validade. Fazer um remake nos dias atuais era mesmo uma má ideia. O diretor pesou a mão e fez um troço muito sem graça. Não me entenda mal, o filme é até muito bem produzido. Só que o excesso de cores (em especial o verde) deixa tudo meio enjoativo. Talvez se esse remake fosse em preto e branco (para lembrar a série de TV) as coisas funcionassem melhor. No fundo tudo não passa de uma sitcom, onde por acaso, os personagens são monstros, todos inspirados nos clássicos de terror da Universal. Estão lá o velho vampiro, o monstro de Frankenstein e até o Lobisomem. Mas é como eu disse, é uma sitcom daqueles anos, dos anos 50. Hoje em dia tudo soa muito datado e sem muita graça. Assim o filme não deu certo mesmo. Algumas coisas devem ser deixadas no passado porque simplesmente não funcionam mais no mundo de hoje. O tempo, até mesmo em relação a produtos culturais, costuma ser mesmo implacável.
Pablo Aluísio.
Cinema Review - Edição II
ResponderExcluirPablo Aluísio.