Esse filme conta a história do arquiteto László Toth. Judeu, conseguiu sobreviver ao campo de concentração nazista para onde foi enviado. Em liberdade, decidiu ir embora para os Estados Unidos. Conseguiu um pequeno trabalho na loja de móveis de um amigo, mas a verdade é que sua realidade era bem dura nesses primeiros tempos, chegando a trabalhar como peão comum em obras de construção civil para sobreviver. Sua sorte mudou quando foi contratado pelos filhos de um milionário para melhorar a biblioteca de sua mansão. Com o tempo esse mesmo magnata chamado Harrison Lee Van Buren o contrataria para a obra de sua vida, uma grande construção feita inicialmente para a comunidade, mas que com o tempo ganhou ares de revolução na arquitetura moderna. O interessante é que depois ficamos sabendo que essa obra teria se inspirada na crueza e na brutalidade dos próprios campos de concentração. Então a denominação de brutalismo para esse tipo de arquitetura estava mais do que adequada. Sua grande genialidade foi tornar suas tristes e amargas lembranças em uma obra-prima! Transformar o pesadelo do passado em algo bom, bonito, para deleite das pessoas.
Em linhas gerais esse é um bom filme. Para o ator Adrien Brody significou o Oscar de melhor ator. Um prêmio que teve sua dose de controvérsia. Isso porque descobriu-se depois que a Inteligência Artificial havia sido utilizada para melhorar seu sotaque estrangeiro! Pois é, nem tudo o que você ouvirá nesse filme veio diretamente da boca do ator, mas de uma máquina! A que ponto chegamos! De qualquer maneira não vou aqui desmerecer seu trabalho de atuação. Ele se entrega mesmo ao papel, principalmente nas cenas mais complicadas, como o abuso de drogas por parte do protagonista. Foi uma vida sofrida, mas que gerou bons e belos frutos. Esse tipo de história merece mesmo ser contada pelo cinema.
Stuart Sutcliffe: O Beatle que Foi Esquecido
Documentário sobre esse Beatle que não chegou a ver o grande sucesso da banda. Ele morreu muito jovem, com apenas 21 anos de idade! Era grande amigo de John Lennon e apesar de não saber tocar direito foi colocado no grupo. Ele nunca saberia, por exemplo, que aquele pequeno grupos de amigos que tocavam covers de rocks americanos em boates de quinta categoria em Hamburgo, se tornaria a maior banda de rock da história! Olhando para o passado foi algo bem trágico. Ele tinha toda uma vida pela frente, queria ser pintor, estava ao lado de uma garota alemã, a Astrid, que ele considerava o amor de sua vida. Assim morrer tão precocemente, realmente é uma história muito triste.
O que mais vale a pena nesse documentário, além de relembrar o próprio Stu, é o fato de que a história é contada por quem a viveu, em especial a própria Astrid. Essa mesmo história já foi contada pelo cinema no ótimo filme "Os Cinco Rapazes de Liverpool", mas aqui vemos as pessoas reais, relembrando os eventos reais. Não se trata de um roteiro para cinema. E nele ficamos sabendo que Stu morreu de uma hemorragia cerebral, causada por uma forte pancada. Lennon meio que se culpava de sua morte, pois houve mesmo um ato de violência entre os dois. Teria sido essa a causa de sua morte? Nunca saberemos ao certo, pois a verdade foi para o túmulo com quem a viveu! De qualquer forma podemos ver muitos paralelos entre ele e um de seus grandes ídolos, James Dean. Ele não apenas se parecia com Dean, mas de certa maneira viveu também uma tragédia pessoal muito semelhante. É a tal máxima de viver muito intensamente, de maneira rápida, mas de morrer jovem! Ele foi o James Dean da história dos Beatles e de quebra deixou sua voz imortalizada numa interessante versão em que cantava Love Me Tender. Mais anos 50 do que isso, impossível!
Ingresso Para o Paraíso
Esse é um filme dos anos 90, mas produzido nesse ano. Complicado de entender não é mesmo? Eu explico! Esse roteiro bem soft e leve poderia ter sido muito bem escrito naquela que foi a década das comédias românticas. Não é à toa também que temos aqui dois astros dos anos 90, Julia Roberts e George Clooney. Só que o tempo voa e eles não podem mais viver o casalzinho apaixonado pois agora já são coroas e tudo mais. Então o roteiro os coloca como os pais de uma jovem que se forma em Direito e se torna advogada. Para celebrar ela faz uma viagem para a paradisíaca ilha de Bali, no Pacífico. Lugar bonito, com belas praias. Lá se apaixona por um jovem nativo. O casalzinho perde o juízo e decide se casar! Pior que isso, ela toma a decisão de jogar a carreira de advogada fora para viver esse amor na ilha... para sempre!
Claro que os pais ficam loucos quando descobrem isso e agora eles viajam para Bali com o firme propósito de colocar aquele casamento abaixo. Mesmo estando divorciados há anos e se detestando, eles seguem em frente, unidos agora por um objetivo comum. Mas calma, não pense que teremos pela frente um dramalhão daqueles. Eu disse que essa era uma comédia romântica dos anos 90, então tudo é muito suave, muito amigável, para não chocar ninguém! E apesar disso, dentro de suas pretensões bem modestas, o filme até que funciona para seu público alvo. Afinal quem for assistir a esse filme quer ver mesmo um filme leve, com belas paisagens do paraíso tropical e de quebra matar as saudades de seus antigos ídolos do cinema em uma década que já passou há 25 anos! Não tem nada de errado com isso. Nostalgia faz bem para a alma de algumas pessoas.
Pablo Aluísio.