segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Superman - Os Novos 52

Superman - Os Novos 52
Infelizmente perdi alguns textos que havia escrito sobre essa fase do famoso personagem dos quadrinhos. De qualquer forma aqui vai um pequeno resumo do que achei dessas edições. Para quem não sabe a DC resolveu dar um reboot, zerando sua cronologia (mais uma vez!). O resultado foi a publicação de 52 novos títulos (daí o nome Os Novos 52). Foi uma decisão ousada da editora, isso em uma época em que os quadrinhos mostravam uma certa saturação. Alguns títulos até foram elogiados (como o Aquaman, por exemplo), mas o consenso geral sobre tudo foi bem negativo.

Li algumas edições do Superman. Eu queria muito gostar do material publicado, mas... sempre tem um "mas" não é mesmo? O fato é que o material é realmente muito ruim. As histórias são péssimas, mal escritas, tolas, fracas demais. Não tem um gancho para lhe pegar, para lhe fidelizar. Parece que nessa ansiedade de lançar tantos títulos de uma só vez a DC fraquejou na escolha de bons roteiros. 

O Superman desses quadrinhos não tem um foco. De vez em quando surge uns aliens genéricos para ele quebrar o pau, meter a porrada, mas nada vai muito além disso. Extremamente fracas, essas edições não fazem jus ao legado de um dos mais populares e famosos personagens de histórias em quadrinhos. Aliás o Superman foi o primeiro super-herói, a inspiração de todos os demais que vieram depois dele. Merece maior respeito.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Imortal Hulk

Essa primeira edição de Hulk Imortal é a melhor de todas. Vai por mim. Eu sigo lendo a coleção e até agora não vi nada tão bom como temos nesse primeiro número. O clima é de filme de terror e suspense - daqueles muito bons! Quando o quadrinho começa vemos Hulk praticamente morto! Mas claro que ele não ficará muito tempo nesse estado. O gigante verde volta e nas ruas começa a fazer justiça pelas próprias mãos, inclusive vingando a morte de uma garotinha inocente que foi vítima de uma gangue de criminosos. O momento em que Hulk chega no bueiro onde esses caras vivem e esmaga todos eles é um dos melhores do personagem nas revistas desde sua criação!

O traço do desenhista Joe Bennett está excepcional, captando muito bem as expressões do monstro. Junte isso a um bom roteiro e você terá o pacote completo para todo fã que aprecia uma boa revista em quadrinhos! Agora, infelizmente, eu tenho também que avisar que conforme as edições vão passando essa qualidade vai decaindo.

Principalmente quando a Marvel inventa de colocar a Capitã Marvel nessa história. Que coisa chata. O título deveria ser apenas do Hulk em minha opinião. De qualquer forma isso só acontece depois. Nessa primeira edição (que foi compilada com outras para lançamento no Brasil pela PaninI) não há o que reclamar. É coisa boa, quadrinhos de rara qualidade artística.

Imortal Hulk 1  - Ou Ele é Ambos
Roteiro: Al Ewing
Desenho: Joe Bennett
Editora: Marvel Comics.

Pablo Aluísio. 


Capitão América sempre foi vilão?!

A Marvel anunciou essa semana que o Capitão América sempre foi vilão. Todo mundo foi enganado por anos e anos... Ele não era defensor da América e nem dos valores americanos. Na verdade ele sempre foi um espião nazista, um vilão, um grande cretino e... sinceramente, a Marvel perdeu o rumo completamente! Esse ano a empresa zerou as revistas e surgiu com uma nova série de personagens repaginados, recriados, todos eles viraram minorias e o conservador Capitão América virou vilão...

Que ridículo! A Marvel está despencando nas vendas das revistas em quadrinhos no mundo todo porque perdeu o senso do ridículo. O politicamente correto engoliu a editora e todos os seus heróis. Os fãs estão inclusive deixando de comprar as revistas em um claro sinal de que estão de saco cheio da editora. Agora com esse novo golpe contra um dos ícones Marvel a situação se torna ainda mais absurda...

O fato é que a Marvel está sendo esmagada pela DC Comics, que também está promovendo um rebirth em seus heróis, porém respeitando suas mitologias que foram construídas ao longo de décadas e décadas. Transformar o Capitão América em um nazista é apenas mais um sintoma de que as coisas estão bem erradas na editora. Os novos editores não sabiam o que fazer com um herói tão patriótico, conservador e simbólico. Durante a II Guerra Mundial o Capitão foi símbolo da luta dos Estados Unidos contra o nazismo. Agora ele não se encaixa mais no politicamente correto extremista da geração anti-Trump, então o único jeito foi destruir sua imagem, o transformando em um vilão malvado. Francamente a Marvel deveria demitir todos os seus escritores, roteiristas e desenhistas. Começar do zero, mas da forma certa, porque do jeito que as coisas estão sendo feitas a Marvel vai acabar no buraco de vez... Viva o bom e velho Capitão América que todos conhecemos! Abaixo esses idiotas que estão trabalhando na Marvel hoje em dia...

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Homem-Aranha

Eu Sou o Homem-Aranha - Ok, pode parecer tolice - e de certa forma é, mas não deixa de ser algo curioso tentar entender o sucesso de certos personagens dos quadrinhos. Confesso que nunca fui um fã assumido de revistas em quadrinhos, minha arte preferida sempre foi o cinema, mas como hoje em dia a cultura pop está interligada em várias linguagens isso se torna um mero detalhe. Se o Superman é acusado de ser um reacionário do American Way of Life, encarnando a própria bandeirona americana, o Homem-Aranha é um personagem mais do que curioso. De certa forma ele é a antítese dos mais populares heróis da cultura pop dos Estados Unidos. Pense, Peter Parker não é um milionário como o Batman e nem um alienígena com super poderes como o Superman. Também passa longe de ser um Deus como Thor, não tem a força do Hulk e nem muito menos a inteligência do Homem de Ferro.

Ele é apenas um jovem, estudante, sem dinheiro, com problemas de relacionamento com a garota que ama. Tem um subemprego, onde tenta ganhar alguns trocados, um patrão chato e neurótico e para completar mora com a tia em um apartamento apertado. Com esses atributos (ou a falta deles) é sério que alguém ainda não consiga entender o sucesso desse personagem?! Pense bem. O Homem-Aranha não é o mais popular herói criado por Stan Lee por acaso. Não é o fato dele soltar teias e sair pendurado por aí que o torna popular, mas sim o fato dele ser um espelho do próprio leitor dos quadrinhos! A identificação é imediata. O leitor de quadrinhos quando o Aranha surgiu nas tirinhas também era um jovem, sem grana, estudante, que sonhava um dia também ser um herói. Stan Lee não é considerado um gênio à toa, ele sabia muito bem o que estava fazendo. Assim que abria as páginas de sua nova revistinha o leitor do Homem-Aranha podia exclamar para si mesmo: "Eu sou o Homem-Aranha"!

As pessoas precisam entender que se hoje em dia os personagens de quadrinhos valem milhões nem sempre foi assim. Nos anos 40, 50 e 60 os personagens da Marvel e da DC Comics passavam longe de ter todo esse status que desfrutam na atualidade. Quadrinhos naqueles tempos era uma arte menor (se é que alguém da época chegou mesmo a qualificar as aventuras em tirinhas como arte). Não me entenda mal. Não estou aqui para desqualificar os quadrinhos, ou comics, como os americanos gostam de chamar, nada disso. Só estou dizendo que como o próprio Stan Lee comentou em um documentário recente aqueles anos pioneiros eram de dureza, acima de tudo. Os roteiristas e desenhistas tinham uma vida dura, ganhavam pouco e não eram reconhecidos. Muitos dos criadores de alguns dos mais populares personagens de todos os tempos morreram praticamente na miséria. Iam para o trabalho de ônibus ou metrô e viviam uma vida de falta de grana com suas famílias em subúrbios de Nova Iorque. Sem dúvida eram artistas com "A" maiúsculo, mas não gozavam do prestígio, do dinheiro e da fama que hoje ostentam sujeitos como o próprio Stan Lee - que graças a Deus viveu para ver seu talento reconhecido devidamente, em vida!

Assim o cabeça de teia é no fundo o alter-ego de cada leitor de suas aventuras. Não há muito mistério sobre isso. Se o Superman é o cara bonitão, cheio de valores e muito ciente de seus deveres, o Homem-Aranha é apenas um cara comum tentando viver um dia de cada vez. E ganhar a vida, não se engane, é muito duro para um nova-iorquino como ele. O Batman é um poço de complexos, traumas e tragédias mas quando se mora em uma mansão milionária, tendo acesso a todos os brinquedos tecnológicos mais sofisticados, a coisa fica mais fácil. Pior é ter os mesmos traumas - sim o Aranha também tem parentes mortos - mas precisando pegar o metrô todas as manhãs para encarar um emprego chato e sem graça. Diante disso não resta dúvidas que o Peter Parker é mesmo um herói, no mais estrito sentido da palavra. 

Homem-Aranha: Quadrinhos Comentados:

O Espetacular Homem-Aranha 16
Esse é outro título da Marvel nos Estados Unidos. Mesmo após tantos anos de sua criação original o Homem-Aranha continua sendo um dos personagens maiv famosos e comerciais do universo de quadrinhos na América. Nessa edição o Homem-Aranha volta a ter que encarar um de seus piores inimigos, o caçador Kraven. A diferença é que Kraven não está só, tem um herdeiro e uma galeria enorme de bestas feras, homens com características de animais, para tocar o terror. E Kraven agora desistiu de caçar leões e leopardos na savana africana. Ele agora tem até mesmo uma visão ecologista do mundo, quem diria. O que Kraven quer mesmo é caçar homens e o Homem-Aranha é o seu maior objetivo de vida, vida de caçador. Gostei do gibi, vale até acompanhar as próximas edições. Vamos ver.

Pablo Aluísio.

Thor - O Rei Devorador

Li essa primeira edição do Thor. Foi intitulada como "Thor, o Rei Devorador Parte 1 - O inverno Negro". A primeira coisa que o leitor vai perceber é que o visual do personagem mudou, pelo menos na capa. Ele está bem diferente. E isso se explica na história. Acontece que agora Thor é o Rei. Está sentado no trono do pai. E isso parece pesar sobre ele. Até o martelo está mais complicado de se levantar. A idade também chegou. O Thor que encontramos nessas páginas é um Thor velho, lapidado pelos anos e anos de luta. Ele precisa fazer um discurso para seu povo e se mostra ansioso e nervoso sobre isso.

Porém antes que possa sequer ficar frente a frente com seus súditos algo incrível acontece. Galactus, o devorador de planetas, surge no horizonte. Ele não vem para destruir o mundo de Thor, mas sim para pedir sua ajuda  Um estranho fenômeno no universo, conhecido apenas como "O inverno negro" está devorando tudo por onde passa. Como deter essa ameaça?

Para que Thor venha combater ao seu lado ele precisa mudar, ficar mais "cósmico". E é isso que acontece nas últimas páginas dessa edição. Com a transformação o Deus do Trovão muda de imagem, se transformando naquilo que vemos na capa da revista. Ficou interessante? Até que ficou, mas será que irá trilhar o caminho certo? Bom, isso só saberemos na próximas edições. Até lá.

Thor, o Rei Decorador - O inverno Negro
Roteiro: Donny Cates
Desenho: Nick Klein
Editora: Marvel Comics

Pablo Aluísio. 


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Batman: O Longo Dia das Bruxas

Começamos o dia com uma dica muito interessante. A editora Eaglemoss está lançando no Brasil, em dois volumes encadernados, um dos arcos mais clássicos da mitologia do Batman, "O Longo Dias das Bruxas" de Jeph Loeb e Tim Sale. Para entender sua importância é bom frisar que o cineasta Christopher Nolan confessou em entrevistas que essa série teria sido sua grande inspiração para a inesquecível trilogia que rodou com o personagem nos cinemas.

Além disso a trama coloca novamente o Batman como um detetive ao velho estilo, em busca dos verdadeiros responsáveis por uma série de assassinatos de membros da máfia, todos cometidos durante os principais feriados. Some-se a isso o fato de que cronologicamente a história se passa nos primeiros anos de Bruce Wayne como Batman, ainda como um herói inexperiente e sujeito a falhas, algumas até primárias.

Obviamente, como acontece em toda grande história de detetive, "O Longo Dia das Bruxas" consegue prender a atenção do leitor do começo ao fim justamente pelo mistério de saber quem seria o responsável pelos crimes. Para isso não se admire se durante a leitura venha a ocorrer inúmeras reviravoltas. Você vai ser levado a acreditar que um personagem estaria por trás das mortes para depois se surpreender ao verificar que na verdade não seria nada disso o que de fato estaria acontecendo. A arte é primorosa, seguindo de perto as tendências artísticas da época em que foi publicado originalmente - 1996. Então é isso. Não deixe de ter esse precioso item em sua coleção. Para fãs do Batman é realmente uma edição imperdível. Serão 400 páginas de puro deleite. Isso eu posso garantir.

Pablo Aluísio. 

Quem precisa do Batman?

Bom, a grande novidade dos últimos dias foi o anúncio de Ben Affleck como o próximo Batman do cinema. Em fóruns de cinema e cultura pop não se fala de outra coisa! Alguns gostaram, outros odiaram. Uma parte acha o Affleck talentoso, outros o consideram um canastrão de carteirinha. Até mesmo lista de assinaturas (abaixo assinado) está sendo organizada. Afinal o Affleck ao que parece já passou da idade e além do mais já se deu mal com outro personagem de quadrinhos, o Demolidor. O sujeito já é casado com a Elektra mas será que isso vai ajudar de alguma forma? Penso que a discussão não é bem por aí. Veja bem, eu gosto dos filmes do Batman, tanto os originais assinados por Tim Burton quanto os mais recentes do Nolan. Inclusive da nova trilogia já comentei todos aqui no blog. Batman é um bom personagem pois já é naturalmente doentio, dark, sombrio. Bem a cara da juventude de hoje. Um sujeito em eterna crise existencial, com um trauma que simplesmente não consegue superar.

Mas não é esse o ponto. A questão que faço agora é muito simples: há mesmo necessidade de mais filmes de Batman nas telas? Não já tivemos filmes suficientes? Muitas vezes esses personagens de quadrinhos já ganharam suas películas definitivas na sétima arte como aconteceu com o primeiro Superman de 1978. Precisa mesmo fazer tudo de novo?! Lá vamos nós de novo ver a origem, a morte dos pais de Batman, seu treinamento e... senhores, é muito Déjà vu. A primeira coisa que me vem à cabeça quando penso em novos filmes do Batman é essa recente (e bem decepcionante) aventura do Superman. Não seria melhor fazer novas animações como a Warner já tem feito ultimamente? Olha, vou ser bem sincero, em minha opinião seria muito melhor pegar esses milhões de dólares que serão investidos em mais uma aventura desse personagem e realizar dez ou quinze bons dramas, com temas interessantes, criativos, sociais, mais de acordo com o mundo em que vivemos. Até porque viver eternamente em uma bolha de plástico pop (ou em uma batcaverna) também não é nada bom...

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Exorcista e o Oscar

O filme "O Exorcista" foi um fenômeno, tanto de crítica como de público. Impossível para a academia de cinema de Hollywood ignorar sua existência. Por anos houve muito preconceito contra filmes de terror dentro do Oscar. Nenhum filme desse gênero havia sido premiado com o Oscar de melhor filme, a principal categoria da indústria cinematográfica americana. Só que "O Exorcista" causou tanto impacto que o número de indicações surpreendeu a todos.

No total o filme foi indicado a dez prêmios, incluindo os principais, como de melhor filme, melhor direção, melhor direção de fotografia, melhor atriz (Ellen Burstyn), melhor ator (Jason Miller), etc. Todos os críticos de cinema e revistas especializadas diziam que o filme era o favorito para se consagrar na noite de entrega das estatuetas. O mundo inteiro estava pronto para essa tão esperada premiação de um filme de terror.

Isso assustou "os velhos" como eram chamados os antigos membros da academia de cinema. Para eles era um fim de mundo, um absurdo, um filme como "O Exorcista" ter tantas indicações e pior do que isso, ter chances reais de vencer e se tornar o melhor filme do ano. Algo deveria ser feito. Assim, nos bastidores, começou uma forte reação contra o filme. Para "os velhos", o diretor  William Friedkin representava tudo o que estava errado naquele Oscar. Ele era jovem e ainda novato. Estava trazendo para dentro do Oscar um filme considerado extremamente "degenerado", "grotesco", "vulgar" e "infame". Algo deveria ser feito. 

O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na época era Walter Mirisch, um produtor veterano, fundador ao lado do irmão da companhia The Mirisch Corporation. Nascido em 1921 ele ficou chocado quando viu "O Exorcista". Homem da velha guarda, ele ficou enojado com as cenas em que uma garota possuída pelo demônio vomitava em jatos. Em sua opinião aquilo não era cinema, não era Hollywood e tampouco era o Oscar. Ele ficou completamente ao lado dos "velhos" para destruir o filme dentro da academia. E assim foi feito. Com muita persuasão, fazendo campanha agressiva mesmo, eles conseguiram mudar muitos dos votos. Acabou vencendo "Golpe de Mestre", um filme ao velho estilo. "O Exorcista" apenas venceu em uma categoria importante, a de roteiro adaptado, dado ao escritor William Peter Blatty. O outro Oscar foi dado para o prêmio de melhor som. Porém eles conseguiram o que tanto queriam, que era sabotar a todo custo a premiação de "O Exorcista", o filme que os veteranos tinham mais medo do que o próprio diabo.

Pablo Aluísio.