segunda-feira, 10 de julho de 2023

O Balconista

Título no Brasil: O Balconista
Título Original: Clerks
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Kevin Smith
Roteiro: Kevin Smith
Elenco: Kevin Smith, Brian O'Halloran, Jeff Anderson, Marilyn Ghigliotti, Jason Mewes, Scott Mosier

Sinopse:
O filme mostra um dia na vida de jovens das grandes cidades. Eles passam os dias conversamos sobre sua vida, suas emoções e seus sentimentos, em pequenas lojas de conveniência. Um retrato da Juventude na década de 90.

Comentários:
Um filme feito na base do cinema guerrilha. Com orçamento minúsculo, o diretor e ator Kevin Smith fez aquele que pode ser considerado seu primeiro filme de repercussão. Tanto que chegou a ser lançado em VHS no Brasil. É um filme praticamente independente, que retrata aqueles jovens que viviam ali por aqueles pequenos comércios, conversando e discutindo aspectos da vida. O personagem de Kevin Smith vai trabalhar em uma loja de conveniência por causa da mãe. Ele tem uma namorada problemática, uma garota com muita personalidade, de cabeça quente. Seu amigo trabalha numa locadora de vídeo. O sujeito tem muita cultura pop, mas pouca coisa na cabeça. Quem viveu os anos 90, vai se identificar. Um filme muito honesto e humano. A prova de que é possível ou que pelo menos era possível, fazer cinema com poucos recursos, mas com um roteiro cheio de boas ideias.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de julho de 2023

A Longa Caminhada de Billy Lynn

A Longa Caminhada de Billy Lynn
O filme mostra uma companhia do exército americano que retorna aos Estados Unidos para fazer parte da propaganda oficial do governo em prol dos militares que estão lutando na guerra do Iraque. Alguns dos jovens soldados são considerados heróis de guerra, agraciados com medalhas de coragem e tudo mais. Assim eles participam de eventos diversos, entre eles a final do Super Bowl onde são aplaudidos pelo público, dão entrevistas em programas de TV, etc. O que mais querem é acertar um contrato com um estúdio de cinema para que suas histórias virem um filme e eles ganhem uma bolada nessa jogada de marketing. E por baixo da farda e do heroísmo se encontram jovens com diversos traumas de guerra. 

O roteiro desse filme toca em um aspecto importante. A máquina de guerra dos Estados  Unidos não pode parar. Tem que sempre atrair novos recrutas para o moedor de carne das intervenções americanas no exterior. O tal soldado Billy Lynn é apenas uma pequena engrenagem nesse sistema, embora todo mundo o fique chamando de herói. No fundo ele só quer ir embora da guerra, arranjar um emprego nos Estados Unidos para ajudar sua família, pois são pessoas sem grana, que precisam sobreviver. Afinal rico não vai pra guerra, só a classe trabalhadora mesmo. Um bom filme, mas tem que prestar atenção para pegar todas as críticas subliminares de seu bom roteiro. O patriotismo usado como massa de manobra e interesses escusos. Grite palavras de ordem por sua pátria e acabe sua vida por interesses de pessoas poderosas e milionárias. 

A Longa Caminhada de Billy Lynn (Billy Lynn's Long Halftime Walk, Estados Unidos, 2016) Direção: Ang Lee / Roteiro: Ben Fountain, Jean-Christophe Castelli / Elenco: Joe Alwyn, Kristen Stewart, Vin Diesel, Steve Martin, Chris Tucker, Garrett Hedlund, Arturo Castro, / Sinopse: Billy Lynn é um jovem soldado norte-americano que retorna ao país ao lado de sua companhia para divulgar o esforço de guerra dos Estados Unidos na invasão ao Iraque. 

Pablo Aluísio.

O Esconderijo

Título no Brasil: O Esconderijo
Título Original: Hideaway
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Brett Leonard
Roteiro: Dean R. Koontz
Elenco: Jeff Goldblum, Alicia Silverstone, Alfred Molina, Rae Dawn Chong, Christine Lahti, Kenneth Welsh

Sinopse:
Um homem recebe um remédio especial para ressuscitação após "morrer" em um acidente de carro. Sua esposa e filha tiveram apenas ferimentos leves. Depois disso ele passa a ter pesadelos estranhos, como matar uma adolescente. Seriam apenas sonhos?

Comentários:
Aqui temos outro thriller de suspense dos anos 90. Foi a década que esse tipo de filme mais foi produzido. Virou uma espécie de modinha nas produtoras e nas companhias cinematográficas de Hollywood. Os filmes não eram muito caros, e o que mais se priorizava eram os bons roteiros. E isso não era nada negativo, pelo contrário. Esses filmes tinham grande apelo comercial nos anos 90 e infelizmente deixaram de ser produzidos com frequência atualmente. Aqui temos mais um exemplo dessa linha. O roteiro explora os mistérios da morte e os efeitos que podem causar na mente humana depois de um procedimento de ressuscitamento experimental. É um bom filme. Eu acho que mais produções como essa deveriam ser realizadas nos dias de hoje. Quem procura por um cinema mais inteligente, com situações mais fora do comum, certamente apreciaria. E aqui temos um exemplar típico desse tipo de filme.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de julho de 2023

Arnold

Arnold
Recentemente o Arnold Schwarzenegger lançou uma nova série de ação e humor na Netflix chamada "Fubar". Um tanto fraquinha, mas que serviu para ele se colocar novamente relevante no mercado. E no mesmo pacote veio essa minissérie documental contando sua vida. Foi produzida pelo próprio e conta momentos marcantes de sua biografia. São 4 episódios que podem ser divididos em 3 fases bem definidas. Nos primeiros episódios vemos o Arnold em sua juventude e seus primeiros sucessos no mundo do halterofilismo. Seu sonho de ir morar nos Estados Unidos está sempre presente. Temos que relembrar que ele foi um dos maiores campeões da categoria sendo consagrado várias vezes como Mr. Universe e Mr. Olimpia e foi um incansável divulgador da musculação ao redor do mundo já naquela época. É um bom momento da minissérie, mostrando em detalhes esse lado desportivo de sua vida. 
 
Curiosamente achei bem fraca e cheia de lacunas a segunda fase, mostrando seu trabalho no cinema. O que no meu caso era o mais interessante, mostrando seus filmes nos anos 80, me soou bem apressada e pouco detalhada. Deveria ter sido melhor mostrada. Do jeito que ficou, não foi grande coisa. Por fim temos o Arnold político, governador da Califórnia e seu momento atual, na terceira idade. Tudo tem como objetivo ser um cartão de apresentação para os mais jovens, a nova geração que não o conhece muito bem. Achei bom o resultado final, mas poderia ter sido melhor. De qualquer forma não deixa de ser um lançamento dos mais interessantes da Netflix nesse ano. 

Arnold (Estados Unidos, 2021) Direção: Lesley Chilcott / Roteiro: Lesley Chilcott, Arnold Schwarzenegger / Elenco: Arnold Schwarzenegger, James Cameron, Linda Hamilton, Danny DeVito, Jamie Lee Curtis, Sylvester Stallone / Sinopse: Minissérie da Netflix que conta a história de vida do ator, halterofilista e político austríaco Arnold Schwarzenegger.

Pablo Aluísio.

Ultraman

Título no Brasil: Ultraman
Título Original: Ultraman
Ano de Lançamento: 2019 - 2023
País: Japão
Estúdio: Tsuburaya Productions
Direção: Jeff Nimoy
Roteiro: Eiichi Shimizu
Elenco: Flash Bugatti, Josh Hutcherson, D.C. Douglas, Tara Sands, Takuya Eguchi, Cristina Valenzuela

Sinopse:
Situado vários anos após a primeira série Ultraman, Shin Hayata, agora ministro da defesa, não se lembra de como se tornou Ultraman e salvou o mundo dos Kaijus. Matsushiro Ide, seu ex-funcionário da Patrulha Científica, tenta ajudá-lo a recuperar suas memórias para ajudar sua equipe a eliminar novas ameaças dos alienígenas. 

Comentários:
Quem foi criança nos anos 70 e 80 no Brasil lembra do Ultraman. Essa série japonesa foi muito popular em nosso país. Estava sempre sendo reprisada nos canais abertos. Esse novo programa é uma animação feita para serviços de streaming. Está disponível na Netflix. Como eu me lembrava do tratamento do passado, resolvi dar uma olhada. Não gostei da animação. A técnica deixa os personagens em vida, com olhar perdido, fosco. Sem foco. E o roteiro também não me agradou. Só serviu para deixar um pouco mais de nostalgia do primeiro Ultraman. Aquele mesmo dos anos 70, que usava roupas de borracha. Era muito mais legal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Depois do Casamento

Depois do Casamento
Nesse bom drama a atriz Michelle Williams interpreta uma norte-americana idealista que vai morar na Índia, trabalhando em uma ONG de apoio e ajuda a crianças indianas pobres e órfãs. E surge uma ótima oportunidade quando ela é convidada a retornar aos Estados Unidos por uma grande multinacional que deseja fazer uma excelente ajuda humanitária ao seu projeto social. Essa empresa tem como CEO uma executiva interpretada pela sempre ótima Julianne Moore. Ela então a convida para ficar mais alguns dias na América, para acertar os detalhes dessa doação. Haverá o casamento de sua filha e depois desse fim de semana o dinheiro será doado para a ONG. Só que nem tudo é o que realmente aparenta ser. As duas mulheres possuem um passado em comum e precisam acertar contas com ele. 

Gostei muito desse filme. Sua maior qualidade vem do excelente elenco feminino. Tanto Julianne Moore como Michelle Williams estão muito bem contracenando juntas. Suas personagens parecem ser no exterior mulheres fortes,  idealistas e decididas sobre o seu próprio destino. Só que por trás dessa fachada existem muitos traumas do passado, situações que não se cicatrizam com o passar dos anos. Michelle Williams, por exemplo, é a atriz ideal para interpretar esse tipo de papel, de vulnerabilidade psicológica. Um reflexo dos dramas de sua própria vida pessoal. Enfim, sem querer estragar surpresas que o roteiro traz e salientando a boa história que conta, esse é um filme muito recomendado para quem procura por dramas femininos mais humanos e profundos. 

Depois do Casamento (After the Wedding, Estados Unidos, 2019) Direção: Bart Freundlich / Roteiro: Bart Freundlich / Elenco: Julianne Moore, Michelle Williams, Billy Crudup / Sinopse: Uma empresa multinacional faz uma oferta de ajuda humanitária a um ONG norte-americana que ajuda crianças pobres e abandonadas na Índia. Sendo que as duas mulheres envolvidas nessa negociação possuem um passado traumático em comum. 

Pablo Aluísio.

Truman

Título no Brasil: Truman 
Título Original: Truman 
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Frank Pierson
Roteiro: Thomas Rickman
Elenco: Gary Sinise, Diana Scarwid, Richard Dysart, Colm Feore, James Gammon, Leo Burmester

Sinopse:
Embora considerado desqualificado, Harry S. Truman se torna o 33º presidente após a morte de Franklin D. Roosevelt em abril de 1945. Filme baseado em fatos históricos reais.

Comentários:
Esse presidente dos Estados Unidos entrou para a história por ter jogado as duas bombas atômicas no Japão. Só isso acabaria com a segunda grande guerra mundial em sua visão. É Claro que, do ponto vista humanitário, foi um desastre completo. Milhares de pessoas inocentes morreram nesses ataques. Coloque aí pessoas doentes, idosos, crianças e mulheres que nada tinham a ver com a guerra. Realmente foi algo lamentável demais. O filme procura celebrar esse homem, mas eu particularmente acho que não há nada para celebrar sobre ele. Chegou ao posto de presidente por um acaso do destino, uma vez que o presidente Roosevelt morreu. Ele era seu vice, assumiu o posto. De qualquer forma, apesar do viés equivocado do roteiro, temos que elogiar pelo menos a boa atuação do ator Gary Sinise. Ele sempre foi um dos mais talentosos atores de Hollywood de sua geração. Um tipo de profissional que, com sua atuação, sempre faz valer qualquer filme.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

A Irmã

A Irmã 
O filme conta a história de uma jovem freira que antes de fazer seus votos definitivos em sua ordem religiosa decide voltar para a sua casa, para reencontrar seus pais e seu irmão mais velho. E como toda família a dela também tem problemas. Os pais foram hippies na juventude, ainda fumam maconha e nunca conseguiram entender porque sua filha decidiu virar freira. Logo a Igreja Católica, uma das instituições mais conservadoras e caretas do mundo... Complicado demais entender algo assim. O irmão mais velho é um veterano da guerra do Iraque. Ele sofreu um ataque a bomba no campo de batalha que deixou seu rosto deformado. Ainda é um homem jovem, mas a guerra acabou com sua vida. Agora vive trancado no quarto de sua casa, com vergonha de sua aparência. Antes da guerra era um jovem bonito, boa pinta e todas as garotas do colégio queriam ser sua namorada. Com a guerra ele perdeu praticamente tudo, a saúde, a imagem e sua auto estima. 

Esse é tipicamente um filme indie norte-americano com tudo o que mais agrada nesse tipo de cinema independente. Os personagens são bem trabalhados pelo roteiro e os dramas humanos são valorizados. A família da jovem freira é um microcosmo da própria sociedade de seu país, onde as guerras trazem dor, sofrimento e feridas que nem o tempo pode curar. Também mostra o choque de valores entre gerações, onde os pais são progressistas enquanto a filha é considerada uma careta a ponto de virar freira. Tudo de cabeça para baixo em um filme muito bom, que vale a pena conhecer. 

A Irmã (Little Sister, Estados Unidos, 2016) Direção: Zach Clark / Roteiro: Zach Clark / Elenco: Addison Timlin, Ally Sheedy, Alex Karpovsky / Sinopse: Uma jovem freira, prestes a fazer seus votos definitivos na vida religiosa, decide passar uma última semana ao lado de sua familia e descobre que a vida fora do convento também tem seus dramas cotidianos. 

Pablo Aluísio.

No Mundo da Lua

Título no Brasil: No Mundo da Lua
Título Original: Pontiac Moon
Ano de Lançamento: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Medak
Roteiro: Finn Taylor, Jeffrey D. Brown
Elenco: Ted Danson, Mary Steenburgen, Ryan Todd, Eric Schweig, Cathy Moriarty, Lisa Jane Persky

Sinopse:
Um pai professor distraído e seu filho se unem durante uma viagem simbólica pelo oeste dos Estados Unidos, enquanto sua esposa tenta superar suas neuroses para salvar a família.

Comentários:
Nos anos 90, com as locadoras de vídeo fazendo muito sucesso e com a produção de filmes em escala industrial, muitas dessas produções foram lançadas. Eram filmes feitos para toda a família, bem inofensivos, que não ousavam levantar temas polêmicos, tudo para serem consumidos nas locadoras nos fins de semana por famílias entediadas. É o que anos depois iria receber o rótulo de Family Friendly. Virou mesmo subgênero cinematográfico! Até mesmo temas que deveriam ser bem dramáticos, são levados com suavidade. Como eu escrevi, são filmes bem inofensivos em todos os aspectos. E aí eu percebo que filmes assim, feitos para não chocar, são também facilmente esquecíveis. O ator Ted Danson era bom ator, mas nunca chegou a ser um astro em Hollywood. Fez algum sucesso em alguns filmes, mas depois sumiu para sempre. Aqui temos uma amostra de que ele também era bom ator, mas também tal como o filme era muito inofensivo para marcar uma época.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

A Pedreira

A Pedreira 
Um reverendo dirigindo em uma estrada secundária acaba dando carona a um homem andando por ela no meio de um dia particularmente quente. Má ideia. O caronista é na verdade um criminoso fugitivo. O religioso de certa forma percebe isso e começa uma espécie de sermão sobre redenção e toda aquela coisa da doutrina cristã. Arrependa-se de seus pecados e tudo mais. O bandido começa a encher o saco daquela conversa toda e como está planejando roubar o carro do bom homem, nem pensa duas vezes. O mata a sangue frio e depois joga seu corpo em uma pedreira abandonada, seguindo viagem após o assassinato. Vai parar na mesma cidadezinha onde o reverendo era esperado para assumir sua nova paróquia e assim decide assumir sua identidade na maior cara de pau do mundo... 

De certa forma é uma velha tradição de filmes com esse tipo de história, a do criminoso que se faz passar por homem religioso, homem de Deus. Lobo em pele de cordeiro. Claro que nada acaba bem. E há grandes filmes contando esse tipo de enredo. Esse filme aqui, por outro lado, começa muito bem, mas infelizmente derrapa no final por trazer um desfecho muito piegas. Eu tenho particularmente má vontade com esse tipo de coisa de transformar vilões em bons homens. Ora, o sujeito foi criminoso a vida inteira, roubou, matou, cometeu atrocidades e aí vem aquele papo furado do roteiro mostrando redenção pessoal da noite para o dia. Nada convincente. Prefiro que o vilão seja vilão até o fim. As bondades ficam para os mocinhos. E tenho dito. 

A Pedreira (The Quarry, Estados Unidos, 2020) Direção: Scott Teems / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Shea Whigham, Michael Shannon, Catalina Sandino Moreno / Sinopse: Um assassino foragido da justiça mata um pregador durante uma carona que esse último lhe deu numa estrada perdida no meio do nada. E o bandido passa então a assumir a identidade do reverendo, inclusive pregando para cristãos em uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos. Até quando sua farsa dará certo?

Pablo Aluísio.