Dois homens acorrentados recuperam a consciência em um porão mal iluminado. Eles foram trazidos até ali por um desconhecido, um sujeito que obviamente não tem boas intenções. Aos poucos a situação bizarra começa a fazer sentido. Ok, no começo do filme você chega a pensar que está assistindo a um genérico de "Jogos Mortais", mas não é bem isso que o espera. O filme se propõe a discutir justiça em cima das falhas do sistema judiciário. Aqui o juiz vira acusado e o sujeito que supostamente seria seria o réu vira seu algoz. Uma mudança de papéis que passa a ser transmitida ao vivo pela internet. Caberá aos internautas decidirem sobre o futuro do magistrado acorrentado. Ele é ou não culpado por ter condenado um homem inocente a pena de morte?
O velho juiz é interpretado pelo ótimo Donald Sutherland, Ele tenta argumentar com seu sequestrador, tudo na base legal, da lei. Uma de suas argumentações é que obviamente aquilo nunca foi um tribunal, apenas um jogo sádico controlado por um psicopata serial. O foco também se dirige para o passado, onde uma garotinha foi morta por um pedófilo. Foi esse caso que fez com que o juiz interpretado por Sutherland enviasse um homem inocente para a cadeira elétrica. Ele errou, o sistema judiciário errou, os policiais na investigação erraram. Tudo deu errado. Agora o raptor se coloca na posição de juiz e carrasco, pronto para fazer cumprir a vontade das pessoas que assistem ao "julgamento" pela internet. Aqui o povão vira júri, sendo sua decisão soberana. Nem é preciso dizer que o juiz obviamente fica numa situação limite, afinal no meio do sadismo reinante todos parecem dispostos a condenar o magistrado à morte. Um dia da caça, outro do caçador. É um bom filme de suspense que prende a atenção até o fim. Curto e eficiente, cumpre plenamente tudo o que prometeu.
Carrasco Americano (American Hangman, Estados Unidos, 2019) Direção: Wilson Coneybeare / Roteiro: Wilson Coneybeare / Elenco: Donald Sutherland, Vincent Kartheiser, Oliver Dennis, Paul Amato / Sinopse: Henry David Cole (Vincent Kartheiser), um sujeito visivelmente perturbado resolve fazer justiça pelas próprias mãos. Ele sequestra o velho juiz Straight (Donald Sutherland) e o coloca online na internet para seu próprio julgamento. O magistrado errou, condenando um homem inocente à morte. Agora ele será julgado pelos internautas e a pena será cumprida ali mesmo, na frente de todos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
Creed II
Esse filme tem uma ligação direta com "Rocky IV" de 1985. Quem poderia esquecer do gigante lutador de boxe soviético Ivan Drago? Pois é, ele está de volta. Mas claro que não subirá ao ringue. Quem toma as honras agora é seu filho, um sujeito com muitos músculos e ódio. O alvo passa a ser Adonis Johnson, filho de Apollo, lutador que foi literalmente destruído por Drago no filme original de 1985. Assim temos mais uma revanche de sangue, onde esporte e vingança se mesclam na mesma dose. "Creed II" não é tão bom como o primeiro filme. Claro, a chegada de Drago e seu filho mantém o interesse, principalmente do fã veterano dos filmes de Stallone. Só que convivem na tela duas linhas narrativas que acabam atrapalhando o filme como um todo.
Na primeira temos o drama, com Adonis e sua esposa, prestes a terem uma filha. O medo é de que ela nasça com problemas auditivos da mãe. Essa parte do filme é bem chata e sem ritmo. Pior é que torna o filme excessivamente longo e lento, com cenas desnecessárias. Um roteiro mais enxuto nessa parte cairia muito bem. Já na outra linha narrativa, a que explora o duelo esportivo entre o americano negro em busca de vingança pela morte do pai e o gigante russo que quer o cinturão dos pesos pesados, é excelente. É o que mantém o filme de pé. Há apenas duas lutas no filme, mas elas são tão bem editadas e coreografadas que me fizeram lembrar dos bons filmes da franquia Rocky. E de quebra temos o bom e velho Stallone aqui como um Rocky na terceira idade, relembrando do passado glorioso, enquanto tenta treinar seu jovem pupilo. Um filme que se tivesse se apoiado exclusivamente no suor e nas lutas de boxe no ringue, seria mesmo perfeito como pura diversão cinematográfica.
Creed II (Estados Unidos, 2018) Direção: Steven Caple Jr / Roteiro: Sylvester Stallone, Cheo Hodari Coker, Ryan Coogler / Elenco: Sylvester Stallone, Michael B. Jordan, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Tessa Thompson / Sinopse: Adonis Creed (Jordan), campeão mundial de boxe dos pesos pesados é desafiado por Viktor Drago (Munteanu), filho de Ivan Drago, boxeador russo que no passado venceu seu pai nos ringues.
Pablo Aluísio.
Na primeira temos o drama, com Adonis e sua esposa, prestes a terem uma filha. O medo é de que ela nasça com problemas auditivos da mãe. Essa parte do filme é bem chata e sem ritmo. Pior é que torna o filme excessivamente longo e lento, com cenas desnecessárias. Um roteiro mais enxuto nessa parte cairia muito bem. Já na outra linha narrativa, a que explora o duelo esportivo entre o americano negro em busca de vingança pela morte do pai e o gigante russo que quer o cinturão dos pesos pesados, é excelente. É o que mantém o filme de pé. Há apenas duas lutas no filme, mas elas são tão bem editadas e coreografadas que me fizeram lembrar dos bons filmes da franquia Rocky. E de quebra temos o bom e velho Stallone aqui como um Rocky na terceira idade, relembrando do passado glorioso, enquanto tenta treinar seu jovem pupilo. Um filme que se tivesse se apoiado exclusivamente no suor e nas lutas de boxe no ringue, seria mesmo perfeito como pura diversão cinematográfica.
Creed II (Estados Unidos, 2018) Direção: Steven Caple Jr / Roteiro: Sylvester Stallone, Cheo Hodari Coker, Ryan Coogler / Elenco: Sylvester Stallone, Michael B. Jordan, Dolph Lundgren, Florian Munteanu, Tessa Thompson / Sinopse: Adonis Creed (Jordan), campeão mundial de boxe dos pesos pesados é desafiado por Viktor Drago (Munteanu), filho de Ivan Drago, boxeador russo que no passado venceu seu pai nos ringues.
Pablo Aluísio.
Capitã Marvel
Eu ando muito por fora de histórias em quadrinhos... Confesso que conhecia o Capitão Marvel desde criança, mas a Capitã Marvel... olha, nunca tinha ouvido falar. Também isso é previsível pois não sou leitor de gibis. De qualquer forma... cinema sempre foi minha paixão e assim temos aqui essa nova aventura Marvel com essa personagem que, pelo que soube, sempre foi bem secundária nas revistas - isso apesar de ser uma heroína cheia de poderes! Pois bem, aqui vão minhas impressões de leigo em comics, mas fã da sétima arte. O filme me agradou. É aquele tipo de produto que gosto de chamar de linha cósmica da Marvel, com muitos planetas e civilizações extraterrestres, seres de outras raças do universo, etc. Se você curte "Star Trek" muito provavelmente vai gostar desse filme (o roteiro até faz piadinhas sobre os trekkers, fãs de Jornada Nas Estrelas).
A atriz Brie Larson tem dois atributos que logo chamam a atenção: é muito bonita e bem carismática. Ela ganha o filme já nas primeiras cenas. Seu contraponto ao lado de Samuel L. Jackson funcionou perfeitamente bem. Sim, o elenco de um modo em geral segurou muito bem o roteiro, com destaque até para uma participação (importante dentro da trama) da veterana Annette Bening; Fazia muitos anos que a tinha visto no cinema. Então foi um reencontro agradável. Jude Law também está adequado. Ele faz muito bem esse tipo de papel, a do sujeito que parece ser seu amigo, mas que pode estar escondendo um punhal para enfiar nas suas costas quando aparecer a oportunidade.
Em termos de produção temos efeitos especiais de luz e brilho à vontade. Só não gostei muito das cenas de lutas dentro da nave. Elas me pareceram escuras demais e em certos momentos também confusas, do tipo "quem está batendo em quem agora?". O uniforme da mocinha é nitidamente brega, mas isso faz parte do pacote e também rende algumas piadinhas ao longo do filme. Por fim é bom salientar que essa Capitã conseguiu superar a marca do 1 bilhão de dólares arrecadados ao redor do mundo! Incrível uma cifra dessas! Ela logo estará no novo filme dos Vingadores e ao que tudo indica será uma das salvadoras do universo Marvel no cinema. Isso tanto do ponto de vista das estorinhas, como também comercialmente falando. A Marvel já pode ir preparando os cofres para encher com essa fortuna nos próximos anos...
Capitã Marvel (Captain Marvel, Estados Unidos, 2019) Direção: Anna Boden, Ryan Fleck / Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck / Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Annette Bening, Jude Law, Ben Mendelsohn / Sinopse: Vers (Larson), de um planeta distante, vem parar na Terra em busca de uma arma secreta que colocará fim à guerra entre sua povo e uma raça selvagem e guerreira. Só que ela acaba descobrindo um passado que desconhecia nesse novo mundo.
Pablo Aluísio.
A atriz Brie Larson tem dois atributos que logo chamam a atenção: é muito bonita e bem carismática. Ela ganha o filme já nas primeiras cenas. Seu contraponto ao lado de Samuel L. Jackson funcionou perfeitamente bem. Sim, o elenco de um modo em geral segurou muito bem o roteiro, com destaque até para uma participação (importante dentro da trama) da veterana Annette Bening; Fazia muitos anos que a tinha visto no cinema. Então foi um reencontro agradável. Jude Law também está adequado. Ele faz muito bem esse tipo de papel, a do sujeito que parece ser seu amigo, mas que pode estar escondendo um punhal para enfiar nas suas costas quando aparecer a oportunidade.
Em termos de produção temos efeitos especiais de luz e brilho à vontade. Só não gostei muito das cenas de lutas dentro da nave. Elas me pareceram escuras demais e em certos momentos também confusas, do tipo "quem está batendo em quem agora?". O uniforme da mocinha é nitidamente brega, mas isso faz parte do pacote e também rende algumas piadinhas ao longo do filme. Por fim é bom salientar que essa Capitã conseguiu superar a marca do 1 bilhão de dólares arrecadados ao redor do mundo! Incrível uma cifra dessas! Ela logo estará no novo filme dos Vingadores e ao que tudo indica será uma das salvadoras do universo Marvel no cinema. Isso tanto do ponto de vista das estorinhas, como também comercialmente falando. A Marvel já pode ir preparando os cofres para encher com essa fortuna nos próximos anos...
Capitã Marvel (Captain Marvel, Estados Unidos, 2019) Direção: Anna Boden, Ryan Fleck / Roteiro: Anna Boden, Ryan Fleck / Elenco: Brie Larson, Samuel L. Jackson, Annette Bening, Jude Law, Ben Mendelsohn / Sinopse: Vers (Larson), de um planeta distante, vem parar na Terra em busca de uma arma secreta que colocará fim à guerra entre sua povo e uma raça selvagem e guerreira. Só que ela acaba descobrindo um passado que desconhecia nesse novo mundo.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de abril de 2019
Bumblebee
Nessa altura do campeonato jamais pensei que iria gostar de um filme da franquia "Transformers". Afinal todos os filmes dessa série eram fracos, fruto da intensa insanidade visual do diretor Michael Bay. Mas eis que após tantos anos o estúdio resolveu trocar de direção. Entregou ao diretor Travis Knight esse novo filme e então finalmente tivemos um bom filme dessa marca. Sim, esse é um bom filme, por mais incrível que isso possa parecer. Dizem que Steven Spielberg ajudou bastante no roteiro e isso fez toda a diferença do mundo. "Bumblebee" ficou realmente diferenciado, parecendo até mesmo um filme dos anos 80 do próprio Spielberg! De longe é o melhor filme dos Transformers no cinema. Não tem nem comparação com os outros que foram lançados anteriormente.
O roteiro, como disse, é o grande achado. A história se passa nos anos 80 e tem um trilha sonora com músicas daquela época que vai trazer uma grande nostalgia ao espectador que viveu naqueles anos. Há uma protagonista bacana interpretada pela atriz carismática Hailee Steinfeld e um dos robôs mais queridos pelos fãs, o Bumblebee, que vira um fusquinha amarelo simpático. O filme ganha impulso justamente quando a garota encontra o carro em um ferro velho, sem saber que ele na verdade é um Transformer vindo de outro planeta. Assim o roteiro capricha no desenvolvimento dos personagens e nos toques de amizade e simpatia. Ficou uma graça. Um detalhe curioso desse filme é que ele na verdade é um prequel, uma pré-sequência, de todos os outros filmes. Assim todo o enredo se torna a primeira chegada de um Transformer na Terra. Eu, que esperava mais uma bomba cinematográfica, fiquei muito surpreso com a boa qualidade do filme. Quem poderia imaginar que algo assim fosse acontecer? De qualquer forma espero que não seja um caso isolado, que daqui para frente sigam o exemplo e melhorem esses filmes porque todos os demais são praticamente intragáveis!
Bumblebee (Estados Unidos, 2018) Direção: Travis Knight / Roteiro: Christina Hodson / Elenco: Hailee Steinfeld, Jorge Lendeborg Jr., John Cena / Sinopse: Após uma intensa batalha em seu planeta o Transformer Bumblebee vem parar no planeta Terra. Aqui acaba sendo levado por uma adolescente para casa, na forma de um fusquinha amarelo, só que os Decepticons descobrem seu destino através de ondas de rádio. Agora eles querem destrui-lo, custe o que custar.
Pablo Aluísio.
O roteiro, como disse, é o grande achado. A história se passa nos anos 80 e tem um trilha sonora com músicas daquela época que vai trazer uma grande nostalgia ao espectador que viveu naqueles anos. Há uma protagonista bacana interpretada pela atriz carismática Hailee Steinfeld e um dos robôs mais queridos pelos fãs, o Bumblebee, que vira um fusquinha amarelo simpático. O filme ganha impulso justamente quando a garota encontra o carro em um ferro velho, sem saber que ele na verdade é um Transformer vindo de outro planeta. Assim o roteiro capricha no desenvolvimento dos personagens e nos toques de amizade e simpatia. Ficou uma graça. Um detalhe curioso desse filme é que ele na verdade é um prequel, uma pré-sequência, de todos os outros filmes. Assim todo o enredo se torna a primeira chegada de um Transformer na Terra. Eu, que esperava mais uma bomba cinematográfica, fiquei muito surpreso com a boa qualidade do filme. Quem poderia imaginar que algo assim fosse acontecer? De qualquer forma espero que não seja um caso isolado, que daqui para frente sigam o exemplo e melhorem esses filmes porque todos os demais são praticamente intragáveis!
Bumblebee (Estados Unidos, 2018) Direção: Travis Knight / Roteiro: Christina Hodson / Elenco: Hailee Steinfeld, Jorge Lendeborg Jr., John Cena / Sinopse: Após uma intensa batalha em seu planeta o Transformer Bumblebee vem parar no planeta Terra. Aqui acaba sendo levado por uma adolescente para casa, na forma de um fusquinha amarelo, só que os Decepticons descobrem seu destino através de ondas de rádio. Agora eles querem destrui-lo, custe o que custar.
Pablo Aluísio.
Robin Hood - A Origem
Até tentei gostar desse novo filme do Robin Hood, mas simplesmente não deu. A realidade é que o filme é fraco mesmo. Provavelmente depois de tantos filmes com o personagem (alguns clássicos, é bom relembrar) tudo parece meio saturado. E não adianta muito tentar dar uma modernizada em algo que já havia encontrado seu ponto perfeito no cinema, em um passado ainda não tão distante. Com isso temos uma versão sem maiores atrativos que me soou genérica demais e sem personalidade. Em termos de produção há alguns problemas. Parece que o ator Leonardo DiCaprio (que é um dos produtores) dormiu no ponto. Os figurinos não são muito interessantes e nem de acordo com a época medieval em que a história se passa. O Robin Hood, por exemplo, veste uma roupa que lembra demais a do Arqueiro Verde da série de TV "Arrow". Sem originalidade esse tipo de situação me incomodou um pouco.
O elenco também não é grande coisa. Taron Egerton como Robin Hood é tão genérico como o próprio filme. A filha do Bono do U2, a atriz Eve Hewson, já foi mais bonita e interessante, como na série médica "The Knick". Aqui ela desfila pela tela com uma cara de gente enjoada, pouco se importando com sua personagem. Jamie Foxx interpreta um mouro que vai atrás de Robin até a Inglaterra e acaba se tornando seu mestre em armas. Outro desperdício. O diretor Otto Bathurst não encontrou o tom certo para seu filme. Procurou fazer um filme de aventuras escapista, sem muito conteúdo, focando basicamente no público mais jovem. Acabou criando um filme sem muito valor, mero produto comercial. O filme custou 100 milhões de dólares, porém fracassou nas bilheterias americanas e internacionais. Merecido. Antes de jogar um monte de dinheiro desses em um filme é necessário primeiro escrever um bom roteiro. Algo que não fizeram. Com o fracasso é provável que Robin Hood fique mais alguns anos de fora do cinema. Isso eu definitivamente lamento.
Robin Hood - A Origem (Robin Hood, Estados Unidos, 2018) Direção: Otto Bathurst / Roteiro: Ben Chandler, David James Kelly / Elenco: Taron Egerton, Eve Hewson, Jamie Foxx, Ben Mendelsohn / Sinopse: O nobre Robin de Loxley (Egerton) é enviado para uma cruzada no Oriente Médio. Acaba ferido, voltando para a Inglaterra. Ao voltar para o lar descobre que seu castelo e seus bens foram tomados pelo corrupto xerife de Nottingham (Mendelsohn). Assim decide se vingar, se tornando um ladrão encapuzado, roubando dos ricos para dar aos pobres.
Pablo Aluísio.
O elenco também não é grande coisa. Taron Egerton como Robin Hood é tão genérico como o próprio filme. A filha do Bono do U2, a atriz Eve Hewson, já foi mais bonita e interessante, como na série médica "The Knick". Aqui ela desfila pela tela com uma cara de gente enjoada, pouco se importando com sua personagem. Jamie Foxx interpreta um mouro que vai atrás de Robin até a Inglaterra e acaba se tornando seu mestre em armas. Outro desperdício. O diretor Otto Bathurst não encontrou o tom certo para seu filme. Procurou fazer um filme de aventuras escapista, sem muito conteúdo, focando basicamente no público mais jovem. Acabou criando um filme sem muito valor, mero produto comercial. O filme custou 100 milhões de dólares, porém fracassou nas bilheterias americanas e internacionais. Merecido. Antes de jogar um monte de dinheiro desses em um filme é necessário primeiro escrever um bom roteiro. Algo que não fizeram. Com o fracasso é provável que Robin Hood fique mais alguns anos de fora do cinema. Isso eu definitivamente lamento.
Robin Hood - A Origem (Robin Hood, Estados Unidos, 2018) Direção: Otto Bathurst / Roteiro: Ben Chandler, David James Kelly / Elenco: Taron Egerton, Eve Hewson, Jamie Foxx, Ben Mendelsohn / Sinopse: O nobre Robin de Loxley (Egerton) é enviado para uma cruzada no Oriente Médio. Acaba ferido, voltando para a Inglaterra. Ao voltar para o lar descobre que seu castelo e seus bens foram tomados pelo corrupto xerife de Nottingham (Mendelsohn). Assim decide se vingar, se tornando um ladrão encapuzado, roubando dos ricos para dar aos pobres.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 27 de março de 2019
Rock Hudson - A Morte do Ator
Em seus últimos meses de vida Rock Hudson lutou bastante por sua vida. A ciência médica ainda não tinha respostas e nem cura para a AIDS e por isso ser contaminado pelo vírus era mesmo uma sentença de morte. Em busca de alguma saída o ator foi para Paris para participar de um tratamento experimental, só que não houve resultados positivos. Ele foi declinando a cada dia, até que seu médico o aconselhou a voltar para os Estados Unidos para morrer em paz. Os amigos mais próximos de Rock então o colocaram em um avião e ele voltou para Los Angeles.
Rock morreu em sua mansão que ele gostava de chamar de "O Castelo". Era uma bela propriedade nas colinas de Hollywood. Ao longo de muitos anos ele reformou o lugar, ampliando seus espaços, construindo novos quartos e um belo jardim que cuidava pessoalmente. Também providenciou toda a decoração, inspirada na arquitetura do sul da Espanha. Ele adorava o estilo ibérico europeu. Seu amigo e secretário Mark Miller diria sobre a casa: "Rock passou a vida reformando o Castelo. Foram anos e anos construindo. Quando finalmente a reforma ficou pronta, o homem também estava pronto! Ele morreu em seus aposentos que tanto amou".
Foi nesse lugar que Rock esperou pela morte. Não havia mesmo nenhum outro lugar melhor para essa passagem. Rock faleceu no dia 2 de outubro de 1985. Algumas semanas antes ele decidiu assumir sua homossexualidade publicamente, algo que tinha escondido por décadas. Também revelou que estava com AIDS, uma nova doença mortal. Esse ato de coragem de Rock teve grande repercussão na mídia mundial e ajudou muito na conscientização das pessoas sobre a doença, os preconceitos que giravam em torno dela e o incentivo na busca de uma cura pela ciência. Rock determinou que sua fortuna fosse usada numa fundação que levaria seu nome e que teria como objetivo incentivar e promover pesquisas sobre o vírus da AIDS.
Rock não queria ter um túmulo, ele preferia que seu corpo fosse cremado e suas cinzas fossem jogadas no mar. Ele havia sido marinheiro na segunda guerra mundial e nesse último ato de vontade pediu por uma despedida própria de um homem da marinha. O destino final de suas cinzas seria o fundo do oceano. Assim foi feito. Seus mais próximos amigos, Mark Miller e Tom Clark (um antigo amante) cuidaram de tudo. O espólio do ator ainda seria processado pelo último namorado fixo de Rock, Marc Cristian, que exigia uma fortuna por ter morado ao seu lado enquanto Rock definhava com AIDS. Ele alegava que Rock havia lhe escondido a doença, colocando sua vida em risco. Nos Tribunais acabou vencendo a causa, fazendo com que grande parte de sua fortuna pessoal não tivesse o destino que o ator tanto queria em seus últimos momentos de vida.
Pablo Aluísio.
Rock morreu em sua mansão que ele gostava de chamar de "O Castelo". Era uma bela propriedade nas colinas de Hollywood. Ao longo de muitos anos ele reformou o lugar, ampliando seus espaços, construindo novos quartos e um belo jardim que cuidava pessoalmente. Também providenciou toda a decoração, inspirada na arquitetura do sul da Espanha. Ele adorava o estilo ibérico europeu. Seu amigo e secretário Mark Miller diria sobre a casa: "Rock passou a vida reformando o Castelo. Foram anos e anos construindo. Quando finalmente a reforma ficou pronta, o homem também estava pronto! Ele morreu em seus aposentos que tanto amou".
Foi nesse lugar que Rock esperou pela morte. Não havia mesmo nenhum outro lugar melhor para essa passagem. Rock faleceu no dia 2 de outubro de 1985. Algumas semanas antes ele decidiu assumir sua homossexualidade publicamente, algo que tinha escondido por décadas. Também revelou que estava com AIDS, uma nova doença mortal. Esse ato de coragem de Rock teve grande repercussão na mídia mundial e ajudou muito na conscientização das pessoas sobre a doença, os preconceitos que giravam em torno dela e o incentivo na busca de uma cura pela ciência. Rock determinou que sua fortuna fosse usada numa fundação que levaria seu nome e que teria como objetivo incentivar e promover pesquisas sobre o vírus da AIDS.
Rock não queria ter um túmulo, ele preferia que seu corpo fosse cremado e suas cinzas fossem jogadas no mar. Ele havia sido marinheiro na segunda guerra mundial e nesse último ato de vontade pediu por uma despedida própria de um homem da marinha. O destino final de suas cinzas seria o fundo do oceano. Assim foi feito. Seus mais próximos amigos, Mark Miller e Tom Clark (um antigo amante) cuidaram de tudo. O espólio do ator ainda seria processado pelo último namorado fixo de Rock, Marc Cristian, que exigia uma fortuna por ter morado ao seu lado enquanto Rock definhava com AIDS. Ele alegava que Rock havia lhe escondido a doença, colocando sua vida em risco. Nos Tribunais acabou vencendo a causa, fazendo com que grande parte de sua fortuna pessoal não tivesse o destino que o ator tanto queria em seus últimos momentos de vida.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 26 de março de 2019
Rock Hudson - O Começo do Fim
Rock Hudson descobriu que estava com AIDS por um acaso. Ele havia participado de uma recepção na Casa Branca promovida pelo presidente Ronald Reagan (que havia sido ator no passado) e percebeu na foto do evento que havia uma estranha mancha em seu pescoço. No começo Rock pensou que se tratava de uma espinha inflamada, mas alertado por seu amigo e assistente pessoal Mark, resolveu ir ao médico. A consulta foi em um famoso dermatologista de Los Angeles que logo percebeu que a tal mancha não era causada por uma espinha.
Na realidade era um Sarcoma de Kaposi, um tipo raro de câncer que estava se espalhando rapidamente entre pessoas que tinham sido diagnosticadas com uma nova doença denominada AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida) que atacava em especial a capacidade do organismo em se defender de doenças e enfermidades em geral. Rock ficou assustado pois sabia por matérias que havia lido na imprensa que aquela doença não tinha cura e que costumava matar em pouco tempo. O dermatologista aconselhou Rock a realizar um exame completo, com um especialista no assunto.
Uma semana depois dessa consulta o exame deu positivo para AIDS. Rock ficou apavorado. Naquele tempo ser diagnosticado com AIDS era praticamente uma sentença de morte. Pior do que isso, a doença era associada exclusivamente a homossexuais, o que destruiria publicamente a imagem do ator. Algo que ele havia passado a vida inteira escondendo (a de que na sua vida privada era gay) certamente seria explorado ao máximo pela imprensa sensacionalista quando tudo fosse descoberto e revelado pelos jornais. O primeiro a saber foi seu amigo pessoal George Nader, que obviamente guardou segredo absoluto. No íntimo George também ficou com medo de conviver com Rock pois na ignorância do surgimento da nova doença muitos tinham receio de que ela fosse transmitida no ar, como a tuberculose.
Rock ficou arrasado. Passou uma semana sem dormir, completamente deprimido em sua mansão. Uma de suas primeiras providências foi escrever uma série de cartas para homens com quem tinha transado, seus amantes. Rock queria avisá-los para que procurassem ajuda médica. O texto era objetivo e curto: "Estou escrevendo essa mensagem de forma anônima por motivos óbvios. Recentemente fui diagnosticado com AIDS. Como tivemos relações sexuais há pouco tempo sugiro que procure passar por exames médicos o mais rapidamente possível! Desejo boa sorte!". Na verdade Rock não tinha a menor ideia de quem teria lhe passado a doença. Uma das suspeitas caíram sobre Marc Christian, que vivia ao seu lado em sua mansão conhecida como "O Castelo".
Algumas semanas antes Marc havia confidenciado a Rock que já tinha feito programas com gays por dinheiro, ou seja, que havia trabalhado como prostituto em uma sauna nos arredores de Hollywood. Rock ficou pasmo, pois achava que Marc era um sujeito correto, que era exclusivamente heterossexual antes de conhecê-lo, pois tinha uma namorada fixa e tudo mais. Depois da revelação Rock criou uma clara aversão sobre o namorado. Começou a tratá-lo com uma certa repulsa. Sem contar nada a ele o enviou para exames médicos. Queria saber se Marc também tinha AIDS. Para sua surpresa o exame deu negativo. Não havia sido Marc o homem que o tinha contaminado. O drama de Rock porém estava longe de acabar. Ele soube que as pesquisas mais promissoras sobre a doença estavam vindo de Paris, na França. Assim numa manhã de domingo Rock fez suas malas e pegou o primeiro avião para a capital francesa. Aquela poderia ser uma das únicas chances que tinha de continuar vivo...
Pablo Aluísio.
Na realidade era um Sarcoma de Kaposi, um tipo raro de câncer que estava se espalhando rapidamente entre pessoas que tinham sido diagnosticadas com uma nova doença denominada AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida) que atacava em especial a capacidade do organismo em se defender de doenças e enfermidades em geral. Rock ficou assustado pois sabia por matérias que havia lido na imprensa que aquela doença não tinha cura e que costumava matar em pouco tempo. O dermatologista aconselhou Rock a realizar um exame completo, com um especialista no assunto.
Uma semana depois dessa consulta o exame deu positivo para AIDS. Rock ficou apavorado. Naquele tempo ser diagnosticado com AIDS era praticamente uma sentença de morte. Pior do que isso, a doença era associada exclusivamente a homossexuais, o que destruiria publicamente a imagem do ator. Algo que ele havia passado a vida inteira escondendo (a de que na sua vida privada era gay) certamente seria explorado ao máximo pela imprensa sensacionalista quando tudo fosse descoberto e revelado pelos jornais. O primeiro a saber foi seu amigo pessoal George Nader, que obviamente guardou segredo absoluto. No íntimo George também ficou com medo de conviver com Rock pois na ignorância do surgimento da nova doença muitos tinham receio de que ela fosse transmitida no ar, como a tuberculose.
Rock ficou arrasado. Passou uma semana sem dormir, completamente deprimido em sua mansão. Uma de suas primeiras providências foi escrever uma série de cartas para homens com quem tinha transado, seus amantes. Rock queria avisá-los para que procurassem ajuda médica. O texto era objetivo e curto: "Estou escrevendo essa mensagem de forma anônima por motivos óbvios. Recentemente fui diagnosticado com AIDS. Como tivemos relações sexuais há pouco tempo sugiro que procure passar por exames médicos o mais rapidamente possível! Desejo boa sorte!". Na verdade Rock não tinha a menor ideia de quem teria lhe passado a doença. Uma das suspeitas caíram sobre Marc Christian, que vivia ao seu lado em sua mansão conhecida como "O Castelo".
Algumas semanas antes Marc havia confidenciado a Rock que já tinha feito programas com gays por dinheiro, ou seja, que havia trabalhado como prostituto em uma sauna nos arredores de Hollywood. Rock ficou pasmo, pois achava que Marc era um sujeito correto, que era exclusivamente heterossexual antes de conhecê-lo, pois tinha uma namorada fixa e tudo mais. Depois da revelação Rock criou uma clara aversão sobre o namorado. Começou a tratá-lo com uma certa repulsa. Sem contar nada a ele o enviou para exames médicos. Queria saber se Marc também tinha AIDS. Para sua surpresa o exame deu negativo. Não havia sido Marc o homem que o tinha contaminado. O drama de Rock porém estava longe de acabar. Ele soube que as pesquisas mais promissoras sobre a doença estavam vindo de Paris, na França. Assim numa manhã de domingo Rock fez suas malas e pegou o primeiro avião para a capital francesa. Aquela poderia ser uma das únicas chances que tinha de continuar vivo...
Pablo Aluísio.
Rock Hudson - O Começo da Carreira
Assim numa manhã Rock pintou pela primeira vez diante dos portões da Universal. Ele já havia assinado com um agente, Henry Wilson, e tinha firmes esperanças que seria aceito para a escola. O que importava para os recrutadores da Universal naquela época nem era o fato dos aspirantes a atores terem realmente talento dramático. Na visão do presidente do estúdio o que vinha em primeiro lugar era a boa aparência, depois com o tempo, estudo e dedicação, o talento para atuar despontaria. No primeiro dia de teste Rock participou de uma sessão de fotos. O que se procurava era alguém que tivesse um ótimo perfil, que fosse alto, elegante e que incorporasse a essência do chamado "galã de cinema americano". Para sua sorte Rock se enquadrava em todos os padrões estéticos. Era alto, tinha um rosto perfeito para a câmera e um estilo que combinava muito bem com o que a Universal vinha procurando. Quem deu o aval para que Rock fosse contratado imediatamente foi o diretor Raoul Walsh. Ele sabia que Rock precisava de muito estudo e lapidação para se tornar um bom ator, mas seu ótimo visual não poderia ser dispensado. Walsh disse ao recrutador do estúdio: "Contrate esse Rock Hudson. Ele parece um herói americano das telas. Depois vamos lapidar melhor o rapaz".
Rock foi contratado naquela mesma tarde, com um pequeno salário de 1.200 dólares, algo que o deixou impressionado. Acostumado com o soldo de marinheiro aquilo era realmente fantástico, um sinal de que seu velho sonho em ser ator de cinema um dia poderia se concretizar. Para mostrar que Rock ficava ótima em cena Raoul Walsh resolveu aproveitar ele em uma ponta de seu novo filme, "Sangue, Suor e Lágrimas". Colocou Rock em um uniforme da força aérea e ficou realmente muito satisfeito com o resultado. A um assistente de direção confidenciou: "Esse jovem Rock Hudson vai ser um astro, pode ter certeza, olha a estampa dele, realmente impressionante!". Depois dessa sua primeira experiência como ator, Rock foi enviado para o centro de treinamento de novos talentos da Universal onde acabou conhecendo outros alunos, entre eles algumas futuras estrelas como Tony Curtis, Jeff Chandler e Tab Hunter.
A partir do momento em que virou um ator sob contrato da Universal tudo mudou. Suas roupas, os locais que deveria ou não frequentar, com quem sairia ou que tipo de atitude deveria adotar em público, seria determinado pelo estúdio. Rock começou a frequentar festas em Hollywood, onde seria apresentado pela imprensa pelo setor de relações públicas. Como não tinha uma namorada, a Universal determinou que deveria sair com outras alunas do departamento de treinamento da empresa. Assim Rock saía com outras aspirantes à atriz, que estavam como ele tentando alcançar o estrelato. Era uma forma de promoção dupla, tanto para ele como para suas lindas acompanhantes. Na vida pessoal Rock se tornou grande amigo de George Nader. Ele era um atlético e jovem promissor ator que nas horas vagas gostava de escrever livros de ficção científica. Nader se tornou muito próximo de Rock porque assim como o amigo também tinha um segredo a esconder da Universal: era gay e morava há anos com Mark, seu companheiro de longa data. Rock Hudson e George Nader jamais tiveram um relacionamento amoroso, mas sua amizade duraria até o fim de suas vidas. Quando morreu, Rock nomeou George e Mark como seus herdeiros, provando que aquela singela amizade nascida nos corredores da Universal seria o começo de um grande elo de ligação pessoal entre todos eles.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de março de 2019
Rock Hudson - Rock e a Universal
Enquanto Rock Hudson ia se firmando dentro da Universal, ele começou a desenvolver duas paixões que jamais o abandonariam até o fim de sua vida: colecionar discos e viajar. Rock gastava um valor enorme de seu salário na compra de discos, de todos os gêneros, que colecionou com grande dedicação até sua morte. Era um aficcionado por música. Certa vez declarou: "Não consigo viver sem música. É como o ar que respiro. Mal chego do estúdio depois de um dia de trabalho duro e a primeira coisa que faço é ligar meu toca-discos". De fato Rock não curtia um novo invento que estava chegando em todos os lares durante os anos 1950, a TV, mas se esbaldava nos fins de semana, comprando todos os vinis que encontrava pela frente. Era de fato um colecionador voraz, desses que pagam pequenas fortunas por discos raros, com selos diferentes ou edições limitadas. Esse hobby encontrou alguns contratempos ao longo da vida. Quando estava no complicado processo de divórcio de sua primeira e única esposa, ela em um acesso de fúria começou a quebrar os raros exemplares que Rock havia movido montanhas para comprar. Suas cópias raras de Ella Fitzgerald e Duke Ellington ficaram em pedacinhos em questões de minutos. Talvez por isso Rock tenha jurado aos amigos mais próximos que jamais se casaria novamente, promessa que aliás cumpriu com afinco.
Além de colecionar vinis, Rock adorava viajar pelo mundo. Assim que virou um astro em Hollywood ele começou a cruzar os céus e os mares para conhecer outras culturas, outros países. A primeira viagem que fez e o encantou foi na Itália. Rock voltaria para lá várias vezes, inclusive algumas a trabalho quando filmou filmes na região, mas nada superaria o prazer de conhecer velhos castelos e vilas medievais. Rock não era um turista tradicional, desses que compram pacotes fechados de viagem. Ele queria também sentir a emoção da aventura. Assim não raro alugava um carro em algum país europeu e saía viajando pelas estradas, sem rumo certo. Rock certa vez realizou uma longa viagem de automóvel que começou em Portugal, atravessou a Espanha, França e terminou quase nas fronteiras da cortina de ferro, a barreira erguida pela União Soviética separando os países socialistas do resto da Europa. Ele até tentou aprender algumas línguas, mas depois de várias tentativas de aprender francês reconheceu que não era sua praia. Rock se considerava velho demais para se tornar um bom aluno de língua estrangeira.
Obviamente que sua vida pessoal e privada continuava fechada a sete chaves. Nas entrevistas promocionais Rock se mostrava simpático, alegre, e diplomaticamente fechado. Como se soube muitos anos depois Rock escondeu por décadas suas verdadeiras preferências sexuais, afinal ele era gay. Aos poucos porém isso foi deixando de ser um problema para ele, do ponto de vista estritamente pessoal. A publicação do livro "Sexual Behavior in the Human Male" de Alfred C. Kinsey, foi o ponto chave na aceitação de sua homossexualidade. Por anos Rock viveu com culpa e vergonha, se sentindo inferior ou uma aberração. O livro do professor Kinsey colocava muitos mitos ao chão. Assim o fato de ser gay não poderia ser mais considerado uma doença ou um desvio de caráter. O cientista havia concluído com suas pesquisas que a homossexualidade era algo natural na natureza. Muitos animais seguiam essa tendência e não havia nada de errado nisso. Para completar, ele afirmava em seus estudos que praticamente todos os seres humanos tinham uma tendência natural para gostar de outros humanos do mesmo gênero. Poucos eram absolutamente heterossexuais. Havia uma escala que ia da homossexualidade absoluta até a heterossexualidade completa. Os seres humanos geralmente ficavam no meio dessa escala, indo para um lado ou para o outro. Rock e a comunidade gay da Califórnia receberam com alívio essas conclusões. Afinal naquela época ser gay era algo completamente condenável, tanto do ponto de vista legal, social e até científico. Kinsey deu uma nova visão sobre o tema. Claro que Rock não iria se assumir publicamente, afinal ele interpretava galãs nos filmes e se o fato de ser gay viesse a público ele seria ridicularizado. Dentro de sua alma porém ele se sentia aliviado.
Já profissionalmente as coisas caminhavam bem. Todo fim de ano a Universal publicava uma lista de atores demitidos, dos quais ela não tinha mais interesse em continuar sob contrato. Era um momento de tensão para os jovens aspirantes a astro do estúdio. Rock temia ser demitido, mas para sua felicidade continuou dentro do cast da empresa. Outro de sua mesma turma que ganhou novo contrato foi o futuro astro Tony Curtis. Agora Rock poderia respirar mais aliviado. Como era um tipo grande, alto e forte, lembrando os pioneiros que foram para o oeste em busca de uma nova vida, Rock foi imediatamente escalado para contracenar com James Stewart e Shelley Winters no faroeste "Winchester '73". A direção seria do grande diretor do gênero Anthony Mann. O papel de Rock não era muito significante, mas tinha o espaço suficiente para que ele se mostrasse bem na tela, além disso havia bons diálogos para declamar. Era o começo de uma nova virada profissional em sua vida no cinema.
Pablo Aluísio.
Além de colecionar vinis, Rock adorava viajar pelo mundo. Assim que virou um astro em Hollywood ele começou a cruzar os céus e os mares para conhecer outras culturas, outros países. A primeira viagem que fez e o encantou foi na Itália. Rock voltaria para lá várias vezes, inclusive algumas a trabalho quando filmou filmes na região, mas nada superaria o prazer de conhecer velhos castelos e vilas medievais. Rock não era um turista tradicional, desses que compram pacotes fechados de viagem. Ele queria também sentir a emoção da aventura. Assim não raro alugava um carro em algum país europeu e saía viajando pelas estradas, sem rumo certo. Rock certa vez realizou uma longa viagem de automóvel que começou em Portugal, atravessou a Espanha, França e terminou quase nas fronteiras da cortina de ferro, a barreira erguida pela União Soviética separando os países socialistas do resto da Europa. Ele até tentou aprender algumas línguas, mas depois de várias tentativas de aprender francês reconheceu que não era sua praia. Rock se considerava velho demais para se tornar um bom aluno de língua estrangeira.
Obviamente que sua vida pessoal e privada continuava fechada a sete chaves. Nas entrevistas promocionais Rock se mostrava simpático, alegre, e diplomaticamente fechado. Como se soube muitos anos depois Rock escondeu por décadas suas verdadeiras preferências sexuais, afinal ele era gay. Aos poucos porém isso foi deixando de ser um problema para ele, do ponto de vista estritamente pessoal. A publicação do livro "Sexual Behavior in the Human Male" de Alfred C. Kinsey, foi o ponto chave na aceitação de sua homossexualidade. Por anos Rock viveu com culpa e vergonha, se sentindo inferior ou uma aberração. O livro do professor Kinsey colocava muitos mitos ao chão. Assim o fato de ser gay não poderia ser mais considerado uma doença ou um desvio de caráter. O cientista havia concluído com suas pesquisas que a homossexualidade era algo natural na natureza. Muitos animais seguiam essa tendência e não havia nada de errado nisso. Para completar, ele afirmava em seus estudos que praticamente todos os seres humanos tinham uma tendência natural para gostar de outros humanos do mesmo gênero. Poucos eram absolutamente heterossexuais. Havia uma escala que ia da homossexualidade absoluta até a heterossexualidade completa. Os seres humanos geralmente ficavam no meio dessa escala, indo para um lado ou para o outro. Rock e a comunidade gay da Califórnia receberam com alívio essas conclusões. Afinal naquela época ser gay era algo completamente condenável, tanto do ponto de vista legal, social e até científico. Kinsey deu uma nova visão sobre o tema. Claro que Rock não iria se assumir publicamente, afinal ele interpretava galãs nos filmes e se o fato de ser gay viesse a público ele seria ridicularizado. Dentro de sua alma porém ele se sentia aliviado.
Já profissionalmente as coisas caminhavam bem. Todo fim de ano a Universal publicava uma lista de atores demitidos, dos quais ela não tinha mais interesse em continuar sob contrato. Era um momento de tensão para os jovens aspirantes a astro do estúdio. Rock temia ser demitido, mas para sua felicidade continuou dentro do cast da empresa. Outro de sua mesma turma que ganhou novo contrato foi o futuro astro Tony Curtis. Agora Rock poderia respirar mais aliviado. Como era um tipo grande, alto e forte, lembrando os pioneiros que foram para o oeste em busca de uma nova vida, Rock foi imediatamente escalado para contracenar com James Stewart e Shelley Winters no faroeste "Winchester '73". A direção seria do grande diretor do gênero Anthony Mann. O papel de Rock não era muito significante, mas tinha o espaço suficiente para que ele se mostrasse bem na tela, além disso havia bons diálogos para declamar. Era o começo de uma nova virada profissional em sua vida no cinema.
Pablo Aluísio.
Rock Hudson - Rock e as ondas!
Duas semanas antes do começo das filmagens de "Sublime Obsessão" Rock Hudson resolveu surfar com amigos em um das praias mais bonitas da Calfórnia. O que parecia um programa inofensivo de domingo virou um pesadelo na vida do ator. Uma das ondas jogou Rock contra as rochas da praia. O astro foi salvo pelos amigos Mark e George que o levaram imediatamente ao hospital. O diagnóstico foi terrível - Rock havia fraturado o braço e teria que passar por uma cirurgia ficando em recuperação por no mínimo seis semanas. Tanto tempo o tiraria de "Sublime Obsessão" o primeiro grande filme que faria, seu primeiro papel principal ao lado de uma atriz premiada e um diretor de primeira linha, Douglas Sirk. Não fazer o filme seria o mesmo que perder a grande chance de sua carreira - uma chance que provavelmente não aconteceria mais.
No meio da crise Rock implorou aos médicos uma solução mais rápida. A equipe que o atendeu lhe informou então que ele poderia deixar a cirurgia de lado, apenas isolando o local fraturado mas isso teria consequências sérias para ele nos anos seguintes - perderia parte da mobilidade de seu braço e o tratamento inadequado iria prejudicar suas articulações. Rock não pensou duas vezes e pediu pelo simples isolamento do local para não perder a chance de participar de "Sublime Obsessão".
E assim foi feito. Dentro da Universal ainda existiu uma certa resistência em Rock estrelar o filme por causa do acidente. Mas o ator conseguiu o apoio de um executivo influente que tinha se tornado seu caso mais recente. Com tudo pronto finalmente Rock conseguiu estrelar aquele que seria o primeiro grande filme de sua carreira, o primeiro que estrelaria como ator principal e que teria ótima bilheteria. A partir daí Rock Hudson iria emplacar uma incrível sucessão de sucessos que o transformaria em astro de primeira grandeza em Hollywood. Rock perdeu realmente parte da mobilidade de seu braço como os médicos lhe avisaram mas no fundo tudo valeu a pena. Ele literalmente deu o braço a torcer para se tornar um grande superstar.
Pablo Aluísio.
No meio da crise Rock implorou aos médicos uma solução mais rápida. A equipe que o atendeu lhe informou então que ele poderia deixar a cirurgia de lado, apenas isolando o local fraturado mas isso teria consequências sérias para ele nos anos seguintes - perderia parte da mobilidade de seu braço e o tratamento inadequado iria prejudicar suas articulações. Rock não pensou duas vezes e pediu pelo simples isolamento do local para não perder a chance de participar de "Sublime Obsessão".
E assim foi feito. Dentro da Universal ainda existiu uma certa resistência em Rock estrelar o filme por causa do acidente. Mas o ator conseguiu o apoio de um executivo influente que tinha se tornado seu caso mais recente. Com tudo pronto finalmente Rock conseguiu estrelar aquele que seria o primeiro grande filme de sua carreira, o primeiro que estrelaria como ator principal e que teria ótima bilheteria. A partir daí Rock Hudson iria emplacar uma incrível sucessão de sucessos que o transformaria em astro de primeira grandeza em Hollywood. Rock perdeu realmente parte da mobilidade de seu braço como os médicos lhe avisaram mas no fundo tudo valeu a pena. Ele literalmente deu o braço a torcer para se tornar um grande superstar.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)