quarta-feira, 18 de abril de 2018

Django Mata por Dinheiro

Título no Brasil: Django Mata por Dinheiro
Título Original: 10,000 dollari per un massacro
Ano de Produção: 1967
País: Itália
Estúdio: Zenith Cinematografica
Direção: Romolo Guerrieri
Roteiro: Franco Fogagnolo, Ernesto Gastaldi
Elenco: Gianni Garko, Loredana Nusciak, Claudio Camaso

Sinopse:
Django vaga pelo velho oeste, ganhando a vida como caçador de recompensas. Ao chegar em um rancho é contratado para perseguir um bandoleiro que sequestrou uma jovem. Ao perceber que não está sendo pago ele decide fazer um jogo perigoso, tanto com o bandido que persegue, como com aqueles que o contrataram.

Comentários:
O protagonista, o caçador de recompensas, se chama na verdade Gary Hudson (uma mistura de Gary Grant com Rock Hudson!). Pois bem, esse personagem chamado de forma equivocada de "Django" (por motivos comerciais, claro!) não tem muito a ver com o famoso pistoleiro interpretado por Franco Nero. Assim poderíamos dizer que se trata de mais um western spaghetti com um falso Django como chamariz de bilheteria. O ator italiano Gianni Garko que estrela a fita inclusive atuaria em bons filmes como "Waterloo". Ele também interpretou mais falsos Sartanas do que Djangos, provando que no tempo do auge da popularidade do faroeste italiano tudo não passava mesmo de um mero detalhe sem grande importância.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Rio Lobo

Está sendo lançado mais uma vez em DVD e Blu Ray nos Estados Unidos o western "Rio Lobo", com John Wayne. Lançado originalmente nos cinemas em 1970 esse filme marca o começo da última fase da carreira do ator. É também a última parceira dele com o cineasta Howard Hawks, diretor com quem realizou grandes clássicos do faroeste no passado. Esse aqui não chega a ser tão brilhante como outras parcerias entre Wayne e Hawks, mas mantém o nível. Com boa produção - algo que iria decair no decorrer dessa década - e um elenco coadjuvante interessante, contando inclusive com o Tarzan Mike Henry, essa fita foi uma despedida digna de uma grande dupla do western.

No enredo Wayne interpreta um Coronel do exército americano chamado Cord McNally. Quase aposentado, ele recebe a missão de caçar um traidor de guerra, um desertor confederado que participou de um roubo, quando ladrões desviaram um carregamento de ouro da União. Os tempos da guerra civil tinham ficado para trás, mas velhos fantasmas ainda teimavam em assombrar todos os envolvidos. O velho John Wayne dá conta do recado e em nenhum momento ficamos com dúvida de que ele pegará os criminosos, pois se uma coisa era certa era que apesar da idade o bom e velho John Wayne continuava o mesmo durão do passado. Enfim, fica a dica para quem ainda não viu esse western da última fase da filmografia do mito John Wayne.

Rio Lobo (Rio Lobo, Estados Unidos, 1970) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Howard Hawks / Roteiro: Burton Wohl, Leigh Brackett / Elenco: John Wayne, Jorge Rivero, Jennifer O'Neill, Mike Henry / Sinopse:Logo após o fim da sangrenta Guerra Civil Americana, um Coronel da União, Cord McNally (John Wayne), sai em busca do paradeiro de um soldado considerado traidor de guerra e ladrão. Roteiro baseado no romance épico escrito pelo autor Burton Wohl. Trilha sonora de Jerry Goldsmith.

Pablo Aluísio.

Emboscada em Cimarron Pass

Título no Brasil: Emboscada em Cimarron Pass
Título Original: Ambush at Cimarron
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Regal Films
Direção: Jodie Copelan
Roteiro: Robert A. Reeds, Robert W. Woods
Elenco: Scott Brady, Margia Dean, Clint Eastwood, Irving Bacon, Frank Gerstle, Ray Boyle

Sinopse:
Dirigido por Jodie Copelan, com Scott Brady e Margia Dean no elenco, o roteiro baseado em um livro escrito por Robert A. Reeds, contava uma história que se passava em 1867 no velho oeste americano. Clint interpretava um sujeito chamado Keith Williams. Ele era um homem que tentava sobreviver em um território distante, uma reserva Apache em guerra, onde soldados do exército americano, da União, literalmente caçavam ex-soldados confederados que tinham se tornado bandoleiros e assassinos.

Comentários:
Clint Eastwood não planejou sua carreira de ator como astro de filmes de western. As coisas simplesmente foram acontecendo. Em 1958 ele conseguiu um papel em um faroeste B chamado "Emboscada em Cimarron Pass" (Ambush at Cimarron Pass). Essa é uma produção bem difícil de se achar nos dias de hoje. É um filme pouco conhecido, obscuro, que poucos colecionadores possuem. Quase ninguém assistiu. Vale sobretudo por trazer Clint Eastwood ainda bem jovem, já no papel de cowboy, o tipo que iria consagrar sua carreira. Fora isso nada de muito relevante em termos cinematográficos. Anos depois Clint Eastwood não iria ser refinado ao se lembrar desse filme, dizendo que ele era "provavelmente o pior western que já existiu!". Sua opinião não incomodaria os produtores. Depois que Clint se tornou um astro de Hollywood, o estúdio resolveu relançar o filme nos cinemas, já durante a década de 60. Era impossível perder a chance de faturar alto com seu nome, afinal de contas era um faroeste com Clint Eastwood, que mesmo sendo ruim ainda poderia gerar um bom faturamento nas bilheterias.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Oscar 2018

A fábula "A Forma da Água" venceu o prêmio de melhor direção e melhor filme do ano. Foi um exagero. Havia dois ótimos filmes históricos concorrendo que fariam mais bonito para a Academia. A velha mania de Del Toro com monstros foi supervalorizada. O filme é bom, simpático, diria até poético, mas melhor filme do ano? Acredito que não. De qualquer forma como se trata de uma eleição e não de uma escolha criteriosa tudo poderia acontecer. Gary Oldman venceu na categoria de Melhor Ator. Muito justo. Sua atuação é realmente acima da média. Mais do que merecido. Frances McDormand  levou por "Três anúncios para um crime". Como o Globo de Ouro sempre foi uma prévia do Oscar isso era meio que esperado.

Na categoria roteiro tivemos um prêmio justo e uma palhaçada. A justiça veio para James Ivory. Com quase 90 anos o veterano diretor foi premiado não tanto pelo roteiro que escreveu para o drama romântico gay "Me chame pelo seu nome", mas sim por toda a sua carreira. Ele sempre foi um dos meus cineastas preferidos e pelo conjunto da obra merecia ser premiado. Já o Oscar de Melhor Roteiro Original para "Corra" é uma fanfarronice sem desculpas. Premiaram o filme apenas por ele ser o representante negro no Oscar. Poderiam ter escolhido uma obra melhor porque esse é um filme B, meio terror, meio comédia cretina. Prêmio dado por ideologia, nada mais.

Sam Rockwell venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Três anúncios para um crime". Ele interpretou o policial racista e porcalhão que não consegue controlar seus instintos mais básicos. Boa atuação, mas penso que Woody Harrelson esteve bem melhor nesse mesmo filme. “Blade Runner 2049” ganhou um Oscar importante, o de melhor fotografia dado pelo trabalho de Roger Deakins. Também levou o Oscar de melhores efeitos especiais. O filme que não foi sucesso de bilheteria e nem empolgou a crítica pelo menos não saiu de mãos abanando da festa. O sofisticado "Trama Fantasma" levou um prêmio coerente com sua produção, o de melhor figurino, nada mais normal em um filme sobre vestidos luxuosos e o mundo da moda da nobreza europeia. Por fim o bom filme de guerra de Nolan, "Dunkirk", levou prêmios técnicos apenas. Merecia muito mais em minha opinião.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de abril de 2018

Carrie Fisher

Como todos sabemos a atriz Carrie Fisher morreu ontem em Los Angeles após lutar alguns dias pela vida no hospital, onde ela estava em estado crítico em decorrência de uma parada cardíaca que sofreu quando estava voltando de avião de Londres. A imprensa mundial obviamente ressaltou sua presença na saga "Star Wars", até porque Carrie sempre será lembrada como a Princesa Leia. Ela porém foi bem mais versátil como atriz e escritora do que muitos pensam. Na verdade Carrie já nasceu com os holofotes sobre si. Ela era uma genuína filha da aristocracia de Hollywood, pois era filha de outra atriz muito famosa, Debbie Reynolds e de um cantor também de sucesso, Eddie Fisher. Aliás desde a infância Carrie Fisher foi alvo da imprensa sensacionalista pois seu pai acabou o casamento para ir viver com Elizabeth Taylor, naquele que foi um dos casos mais falados na imprensa na época. Um escândalo que repercutiu por muito anos. Carrie jamais superou isso e em diversas ocasiões, de forma bem sarcástica (uma das qualidades mais marcantes de sua personalidade), comentou sobre a canalhice do próprio pai. "Quando você mistura duas pessoas famosas de Hollywood o resultado é uma pessoa como eu!" - costumava dizer com ironia.

Como não poderia deixar de ser sua estreia como atriz veio pelas mãos de sua mãe, no telefilme "Debbie Reynolds and the Sound of Children", um musical meio bobinho que serviu para que Carrie experimentasse pela primeira vez o gostinho de representar. Em 1975 ela então apareceu em seu primeiro filme no cinema, na comédia "Shampoo". Era uma crônica de época, estrelada pelo galã Warren Beatty. Um bom filme que abriu as portas para o convite para atuar em um novo filme de George Lucas chamado "Star Wars". É curioso porque todo o elenco achava o roteiro meio idiota e eles tinham sérias dúvidas se aquele filme sobre vilões e mocinhos espaciais iria dar certo. A própria Carrie achava que estava atuando em um legítimo filme trash durante as filmagens. Ela estava enganada. Desnecessário dizer que o filme foi um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos.

Carrie assim ficou muito marcada como a Princesa Leia já em seu segundo filme para o cinema, algo perigoso para qualquer ator ou atriz pois corre-se o risco de ficar marcado para sempre por apenas um papel. E ela bem sabia disso e até que se saiu muito bem ao procurar por personagens diferentes. Atuou em "Os Irmãos Cara de Pau" (outro clássico dos anos 80), no filme "Hannah e suas Irmãs" (sendo dirigida por Woody Allen) e em "Harry & Sally" (um dos grandes sucessos da comédia romântica da década de 80). Talvez Carrie só não tenha tido uma carreira melhor por causa de problemas pessoais bem sérios que enfrentou.

A atriz foi dependente química desde muito jovem. Na "realeza" de Hollywood conheceu as drogas e a vida sem freios. Como ela própria confessou em um de seus livros, o fato de você pertencer a esse seleto grupo abria todas as portas, inclusive a de festas regadas a muitas drogas. O vício foi decorrência desse estilo de vida. Assim Carrie lutou por muitos anos para superar esse problema. Para se entender melhor também começou a escrever e fazer análise. Descobriu que sofria de transtorno bipolar, o que explicava muitos aspectos obscuros de sua personalidade. O fim do casamento também demonstrou que ela precisava encontrar equilíbrio em sua vida, algo que alcançou em seus últimos anos. Uma das obras mais indicadas para entender a pessoa Carrie Fisher é "Lembranças de Hollywood", filme cujo roteiro foi inspirado em um dos livros autobiográficos escritos pela atriz. Lá você poderá entender em parte as pressões e as angústias pelas quais passou. Um retrato muito sincero de uma princesa de Hollywood que precisou enfrentar desde muito cedo grandes traumas e fantasmas em sua vida pessoal.

Morre Carrie Fisher (1956 - 2016)
Os familiares da atriz Carrie Fisher divulgaram nota informando a morte da atriz hoje (27/12) em Los Angeles. Carrie Fisher, que se tornou mundialmente famosa como a Princesa Leia da saga Star Wars, tinha 60 anos de idade e não suportou os efeitos de um ataque cardíaco que sofreu durante viagem entre Londres e a costa oeste dos Estados Unidos. Em nota a mãe de Carrie, a também atriz Debbie Reynolds, lamentou: "É com profundo pesar que informamos a morte de Carrie Fisher. Ela faleceu hoje pela manhã às 8:55hs. Ela que sempre amou a todos, deixará saudades eternas e tristeza profunda com quem compartilhou sua vida!".

A notícia do ataque cardíaco:
A atriz Carrie Fisher sofreu uma parada cardíaca no fim de semana durante um voo em direção a Los Angeles. A atriz teve a parada no coração durante a viagem que vinha de Londres, o que dificultou enormemente a ajuda médica. Aos 60 anos de idade a situação da atriz é bastante complicada segundo a equipe médica que a atendeu. Assim que o avião pousou no aeroporto da cidade americana a atriz foi levada às pressas até o hospital para pronto atendimento.

A empresa United Airlines, proprietária do avião em que Carrie viajava informou por meio de uma nota de imprensa que Carrie sofreu uma parada cardíaca no meio da viagem e que apesar de todos os esforços da tripulação não conseguiu reagir ou mostrar reação. Seu estado de saúde é considerado crítico. A atriz tem um longo histórico de problemas de saúde principalmente por causa de um sério vício de cocaína que quase causou sua morte há pouco mais de 10 anos. Agora resta aguardar por novas informações.

Confirmação da morte - Os familiares da atriz Carrie Fisher divulgaram nota informando a morte da atriz hoje em Los Angeles. Carrie Fisher, que se tornou mundialmente famosa como a Princesa Leia da saga Star Wars, tinha 60 anos de idade e não suportou os efeitos de um ataque cardíaco que sofreu durante viagem entre Londres e a costa oeste dos Estados Unidos. Em nota a mãe de Carrie, a também atriz Debbie Reynolds, lamentou: "É com profundo pesar que informamos a morte de Carrie Fisher. Ela faleceu hoje pela manhã às 8:55hs. Ela que sempre amou a todos, deixará saudades eternas e tristeza profunda com quem compartilhou sua vida!".

Pablo Aluísio. 

Jennifer Aniston

Ontem a atriz Jennifer Aniston escreveu um texto que teve grande repercussão na internet e na imprensa em geral. Eu particularmente gostei bastante do que ela disse em poucas, mas bem escritas linhas. Ela resolveu se manifestar depois que um tabloide publicou fotos suas de férias na praia, com o companheiro. Por estar um pouco fora dos padrões de beleza nas fotos tiradas em trajes de verão, o jornaleco logo anunciou que ela estaria grávida! Claro que se tratava de uma invasão de privacidade da atriz, uma coisa bem ofensiva, um verdadeiro assédio de natureza sensacionalista. Assim, depois de anos de silêncio, Aniston resolveu se manifestar. Ela esclareceu que não estava grávida, mas farta de tanta invasão em sua vida privada. Também fez uma bem elaborada análise sobre a forma preconceituosa que as mulheres em geral são tratadas e rotuladas pela sociedade de acordo com seu status civil, julgadas de acordo com visões ultrapassadas e anacrônicas de um passado que não faz mais sentido. Obviamente Aniston se sentiu incomodada pelo fato de não ter filhos, não ter optado por ser mãe e ser julgada por isso.

Em certo trecho ela escreveu: "A forma como sou retratada pela mídia é simplesmente um reflexo de como nós vemos e retratamos as mulheres em geral, todas medidas por um padrão de beleza torto. O mês passado em particular me trouxe luz sobre o quanto a gente define uma mulher com base em seu status matrimonial ou maternal. Somos completas com ou sem um companheiro, com ou sem filhos. Somos nós quem temos que decidir, por nós mesmas, o que é bonito quando o assunto é nosso corpo. A decisão é nossa, e só nossa. Vamos tomar essa decisão por nós mesmas e pela jovens mulheres neste mundo que nós veem como exemplo. Não precisamos ser casadas ou mães para ser completas. Nós que determinamos nosso próprio 'felizes para sempre".

A sociedade em que vivemos ainda é muito atrasada, sob qualquer ponto de vista. As mulheres solteiras sofrem enorme estigma social apenas pelo fato de terem optado por uma vida sem filhos e sem companheiros. Aquelas frases do tipo "Ficou para titia" são extremamente cruéis e imbecis se formos pensar bem. Cada um é dono de si e do seu futuro. Ninguém precisa se acomodar em padrões pré-estabelecidos. Além disso é inegável o fato de que uma mulher ser casada e ter filhos não significa necessariamente que ela seja feliz e realizada. Muitas vezes é justamente o contrário disso.

Como advogado já presenciei divórcios de casamentos simplesmente desastrosos. Casais que na verdade se odiavam e só levaram um casamento em ruínas em frente por causa de dinheiro ou dos filhos. Muitos desses casamentos só se fundaram em interesses econômicos. São uniões matrimoniais que nasceram pelos motivos errados. Quando se vê esses casamentos de perto se encontra de tudo, menos amor verdadeiro ou felicidade. Ter filhos também é uma decisão muito séria. Só tenha filhos quem realmente tiver aptidão para isso. Filhos são caros, problemáticos e se tornam uma obrigação para toda a vida. O mundo já está cheio, não temos problema de população! Não ter filhos é um favor para a sociedade nos dias de hoje! Pessoas que não possuem e nem querem esse tipo de obrigação fariam um bem para a sociedade simplesmente não tendo filhos. Os casos de casais que se enchem de filhos e depois os jogam para a sociedade é uma triste realidade do nosso mundo.

Dessa maneira o desabafo da Jennifer Aniston foi muito pertinente e relevante. Cada um é feliz ao seu próprio modo. Para alguns o casamento seria a felicidade, para outros não. Casais podem viver felizes por longos anos sem nunca terem se casado. São namorados eternos e são mais felizes do que muitos casais com papel passado. Não há nada de errado sobre isso. A visão preconceituosa de que as pessoas solteiras são infelizes, possuem algum tipo de problema e nunca se realizaram na vida é de um primitivismo burro absurdo. Como a Aniston deixou claro em seu texto a definição de "Felizes para sempre" cabe a cada um de nós, sem amarras ou preconceitos.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de abril de 2018

Jason Statham - Chaos

O filme se chama "Chaos" (no Brasil "Caos"). Foi produzido em 2005, mas eu nunca havia assistido. Como achei o elenco interessante e como se trata de uma produção britânica resolvi conferir. Aliás aqui vai uma dica que é (quase) certeira: qualquer filme policial inglês com Jason Statham é no mínimo bom. Todos sabem que Jason é bem irregular na carreira, alternando bons filmes com porcarias, porém quando ele acerta a coisa toda funciona muito bem. E sabe-se lá o porquê o fato é que sempre quando trabalha no cinema inglês a coisa dá certo.

Veja o caso desse filme policial. É fato que qualquer filme sobre roubo de bancos agrada. É muito difícil errar a mão nesse tipo de roteiro. Agora imagine colocar como vilão do enredo o ator Wesley Snipes. Ele passou um tempo na prisão por sonegação de impostos, mas conseguiu dar a volta por cima. Não cometeria o absurdo de dizer que Snipes é um grande ator, porém dentro do tipo de filme que ele se propôs a estrelar se sai muito bem. Pois bem, aqui está Snipes no comando de um grande roubo a banco. Sua quadrilha tem entre 10 a 12 homens. Todos fortemente armados. Como era hora de pico, de movimento, o banco estava lotado quando a quadrilha chega. Assim rapidamente são feitos de reféns mais de 40 pessoas. E agora como negociar com uma situação de tensão como essa?

Para surpresa da polícia o personagem de Snipes, que usa o codinome de Lorenz (o nome do criador da chamada teoria do caos, cujo roteiro irá explicar lá pelo final), só pede uma exigência: Que seja trazido para as negociações o detetive Quentin Conners (Jason Statham), O veterano policial vive seu inferno astral. Ele participou de uma outra ação com refém onde deu tudo errado. A vítima indefesa foi atingida em cheio pela própria polícia. Julgado, conseguiu escapar de ser expulso da corporação, mas acabou pegando uma suspensão pesada. Agora, no ostracismo, ele precisa voltar para negociar com Lorenz e sua quadrilha. Uma situação ruim que pode terminar muito mal (novamente).

Esse filme me agradou por vários aspectos. Não foi pela presença de Ryan Phillippe, que sempre considerei fraco e nem tampouco por causa de Snipes. Em minha forma de ver o que melhor funciona em "Chaos" é o seu roteiro. A trama dá uma guinada e tanto e de repente somos surpreendidos por algo que era realmente inesperado. Eu sou até muito bom em desvendar "pegadinhas cinematográficas", mas aqui confesso que não matei a charada. Sem querer estragar a diversão de ninguém o fato é que o espectador deve ficar de olho aberto em relação aos personagens de Snipes e Statham. Eles definitivamente não são o que aparentam ser... Mas enfim, vou ficando por aqui. Deixo assim a dica desse "Chaos". Filmes policiais andam tão banalizados, mas esse aqui certamente vale a pena (e a diversão).

Caos (Chaos, Inglaterra, 2005) Direção: Tony Giglio / Roteiro: Tony Giglio / Elenco: Jason Statham, Ryan Phillippe, Wesley Snipes / Sinopse: O veterano policial Quentin Conners (Jason Statham) é suspenso da corporação após a morte de uma refém durante uma situação de sequestro. Agora ele terá que voltar rapidamente à ativa pois o líder de uma quadrilha de assaltantes de bancos, conhecido como Lorenz (Snipes) exige sua presença numa cena de crime onde mais de 40 pessoas inocentes também estão feitas de reféns.

Pablo Aluísio.

Jack Nicholson - A Few Good Men

Nos anos 90 Jack Nicholson já estava com pensamento de se aposentar. Afinal ele tinha feito de tudo na carreira, estava mais do que consagrado. Não havia mais barreiras a atravessar. Mesmo assim Jack deixava a porta aberta. De repente poderia surgir algum roteiro interessante, quem sabe... Em 1992 Jack finalmente encontrou um bom texto pela frente. Era uma adaptação de uma peça teatral de sucesso. O filme iria se chamar "Questão de Honra" e Jack aceitou interpretar um militar linha dura que era desafiado em um tribunal.

Quando o diretor Rob Reiner entrou em contato com Jack levou um susto pelo cachê que ele esperava receber. Nicholson pediu meio milhão de dólares por dia trabalhado. Ele tinha apenas quatro cenas no filme, mas isso significaria um risco para o estúdio já que Jack poderia levar muitos dias para terminar sua parte. Mesmo com relutância os produtores aceitaram o valor. Esperava-se que Jack terminasse sua parte em 10 dias, o que significaria 5 milhões de dólares para ter a honra de estampar seu nome no cartaz do filme. Com tudo certo, Jack começou seu trabalho, indo ao figurino, debatendo partes do roteiro com o diretor, etc.

A produção também contava com o astro Tom Cruise. Logo no começo dos trabalhos Jack criou uma antipatia natural com Tom. Eles vinham de escolas diferentes de atuação. Jack era um veterano, havia estrelado excelentes filmes, clássicos, enquanto Cruise era o típico astro de Hollywood. Além disso ele seguia uma religião estranha, a Cientologia, que Jack dizia publicamente ser um "monte de besteiras". O clima entre eles nunca foi bom. Para o diretor Rob Reiner isso não era necessariamente um problema, já que os personagens deles se antagonizavam no filme. Assim era até bom que eles não se gostassem também fora das telas.

Enquanto as filmagens avançavam Jack amargou um fracasso comercial. O filme "O Cão de Guarda" estreou nas telas de cinema e conseguiu faturar apenas 4 milhões de dólares. Um desastre.  Jack chegou a comentar com amigos: "Esse filme não é bom, o roteiro é fraco. Fiz pela minha amizade a Bob Rafelson. Eu devo favores a ele." Jack sabia que Rafelson já havia fracassado antes e por isso decidiu que queria dar uma força ao amigo fazendo esse filme, mas sabia também que muito provavelmente as coisas não iriam sair bem. Jack não se abalou. Ele sabia que "Questão de Honra" tinha potencial, que havia chances até mesmo dele concorrer a um Oscar. Tudo era possível.

Jack acabou acertando. Assim que o filme chegou nos cinemas a recepção da crítica americana foi a melhor possível. O ator recebeu muitos elogios pelo seu trabalho e o filme recebeu quatro indicações ao Oscar, inclusive uma de melhor ator coadjuvante para o próprio Jack. Na vida pessoal as coisas também iam muito bem. Ele havia se tornado pai de novo e apesar da felicidade da paternidade decidiu que iria continuar a morar sozinho. Perguntado sobre isso, o ator respondeu com sinceridade: "Ao longo da minha vida morei com muitas mulheres. Já fiz minha parte. Depois de tantas experiências descobri que prefiro morar sozinho. Ela fica na sua casa e eu na minha. Ninguém enche o saco de ninguém e todos são felizes".

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Exorcista - Segunda Temporada

Ontem terminei de assistir a segunda temporada da série "O Exorcista". Como já escrevi antes essa temporada foi bem melhor do que a primeira, até porque os primeiros episódios da série nunca conseguiram acertar direito. Na segunda temporada vários personagens foram cortados, ficando basicamente apenas os padres Tomas e Marcus. Esse foi um acerto grande dos roteiristas. Tiraram aquele núcleo familiar insuportável de Geena Davis e focaram apenas nos dois padres exorcistas, agora andarilhos, viajando pelo interior dos Estados Unidos. Numa dessas jornadas eles encontram um orfanato, ou melhor dizendo, uma família que acolhe órfãos.

No lugar já havia acontecido uma chacina ao estilo Amityville, assim era de se supor que alguma manifestação demoníaca estivesse agindo naqueles bosques. E realmente era verdade. O roteiro dos primeiros episódios da segunda temporada são muito bons, tanto que consigo até mesmo dizer que é melhor ignorar a primeira temporada e partir logo para essa.  Aos poucos a qualidade vai decaindo um pouco, mas nada muito grave. Por isso de maneira em geral acabei gostando dessa segunda season. No episódio final chega-se até a pensar que o padre Marcus vai embora, abandonado a série (o que seria um erro absurdo), mas a última cena deixa tudo em aberto. Gostei também da ideia de colocar o padre Tomas dentro da mente dos possuídos, enfrentando o diabo praticamente face a face. Com efeitos especiais muito bons - para uma série de TV - o desfecho me deixou satisfeito. Assim vou continuar assistindo, caso haja uma terceira temporada e olha que quase larguei tudo no episódio piloto.

O Exorcista - Segunda Temporada (The Exorcist, Estados Unidos, 2018) Direção: Jeremy Slater, entre outros / Roteiro: Jeremy Slater, entre outros / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Kurt Egyiawan / Sinopse: Nessa segunda temporada dois padres exorcistas chegam numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, numa região onde aconteceu um crime terrível no passado. Pelas circunstâncias tudo leva a crer que o demônio ainda age no lugar, colocando em risco a vida de um grupo de adolescentes que vive em uma casa orfanato.

Episódios Comentados:

O Exorcista - 2.03 - Unclean
Nesse episódio o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) e seu fiel parceiro de exorcismos o ex-Padre Marcus Keane (Ben Daniels) chegam em Seattle para atender um pedido de socorro de uma mãe que diz que sua filha está possuída. Assim que entram na casa Marcus desconfia do que está realmente acontecendo. A garota não demonstra os sinais claros de possessão. Pelo contrário, ela parece ter sido induzida naquele estado por sua mãe, que leu vários livros sobre exorcismos e ficou obcecada com o assunto. Marcus assim nega que seja realizado o ritual, mas Tomas pensa diferente, que a garota precisa sim de um exorcismo, criando um clima bem ruim entre os dois. Enquanto eles não chegam em um acordo uma revoada de corvos se dirige para uma casa que serve como orfanato para crianças e adolescentes abandonados. Os pássaros acabam atingindo a casa com violência, demonstrando que algo sobrenatural está prestes a acontecer. Bom episódio de uma série que em minha opinião ainda não se encontrou completamente./ O Exorcista - 2.03 - Unclean (EUA, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand.

O Exorcista 2.04 - One For Sorrow
 A primeira temporada de "O Exorcista" não foi grande coisa. Presos em certos personagens, tirados do filme clássico, a coisa não fluiu muito bem. Percebi porém que essa era aquele tipo de série que deveria se persistir assistindo, mesmo com os episódios fracos iniciais. Nessa segunda temporada já temos outro plot, que está muito interessante mesmo. Desde os primeiros episódios, ainda lá na primeira temporada, eu percebi que a melhor coisa dessa série era a dupla formada pelo padre Tomas Ortega e o ex-sacerdote (agora excomungado) Marcus Keane! E minhas impressões iniciais só se confirmaram com o tempo. Os roteiristas tiveram a ótima ideia de tirar eles da cidade grande, os fazendo andar por pequenas cidadezinhas do interior, onde acabam encontrando novos casos para exorcizar. Os três primeiros episódios dessa segunda temporada já foram muito bons, que agora ficam melhores com a chegada dos dois padres em um orfanato que está sendo acuado por diversas manifestações sobrenaturais. Aviso de spoler! A cena final desse episódio quando se descobre que a garotinha Grace já não mais pertence a esse mundo é de arrepiar! Simplesmente imperdível!/ O Exorcista 2.04 - One For Sorrow (EUA, 2016) Direção: So Yong Kim / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Perdidos no Espaço

Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.

A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.

Pablo Aluísio.