Título no Brasil: O Reverendo do Colt 45
Título Original: Reverendo Colt
Ano de Produção: 1970
País: Espanha, Itália
Estúdio: Oceania Internazionali Cinematografiche
Direção: León Klimovsky
Roteiro: Tito Carpi, Manuel Martínez Remís
Elenco: Guy Madison, Richard Harrison, Ennio Girolami, María Martín, Ignazio Spalla, Perla Cristal
Sinopse:
O Reverendo Miller (Guy Madison) chega em Tucson, no Texas, para inaugurar uma nova igreja. No mesmo dia de sua chegada uma quadrilha de bandoleiros invade a cidade. Os criminosos estão lá para roubar o banco local, trazendo terror e desespero para todos os moradores. O que esses foras da lei não sabem é que o novo reverendo foi um habilidoso pistoleiro no passado.
Comentários:
Pois é, nos filmes de western spaghetti nem mesmo os religiosos escapavam. Quando era necessário eles não pensavam duas vezes antes de empunhar o colt 45 para expulsar os bandidos de suas cidades, protegendo assim o seu rebanho. "O Reverendo do Colt 45" vai justamente por esse caminho. O roteiro mostra um homem convertido que deseja deixar o passado para trás. Ele era um pistoleiro bom de mira que havia tirado a vida de muitos homens. Agora só deseja pregar o evangelho. O problema é que uma quadrilha perigosa invade sua cidade e ele, sem alternativas, parte para limpar a região da infestação daqueles vermes. Afinal está disposto a trazer paz para aquela cidade de todas as formas. Embora o filme seja uma produção italiana temos aqui um ator americano estrelando o filme. O californiano Guy Madison empresta seu carisma para a produção. Ele era um veterano no gênero western. Quando o estilo entrou em decadência nos Estados Unidos ele nem pensou duas vezes e foi para a Europa onde estrelou diversos filmes spaghetti. Esse aqui é um dos mais lembrados. Fez sucesso e foi inclusive lançado no Brasil, fazendo carreira nos cinemas de bairro que eram muito comuns em nosso país durante os anos 70. Assim temos aqui uma boa oportunidade para relembrar aqueles bons e velhos tempos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de julho de 2017
terça-feira, 18 de julho de 2017
O Duelo dos Fora da Lei
"O duelo dos fora da lei" conta a história de um caçador de recompensas que chega numa pequena cidade do velho oeste. Em cima de seus cavalos dois bandidos procurados. Ele obviamente entrega os corpos pensando justamente no dinheiro que irá receber por eles. O xerife da cidadezinha fica impressionado pela captura daqueles criminosos pois eram pistoleiros perigosos, procurados há anos. Assim oferece um emprego de delegado para o caçador de recompensas, que porém tem outros planos. A questão é que a cidade é dominada por um sujeito inescrupuloso, cafetão e pistoleiro, que extorque dinheiro dos comerciantes locais em troca de "segurança". É uma extorsão velada já que o único perigo que existe no lugar vem dele mesmo. Há pouco tempo o facínora matou um honesto homem de negócios da cidade, um dono de saloon, que se recusou a pagar por seus "serviços". Será que o exímio atirador, que vive de capturar criminosos vai finalmente ceder, se tornando o novo delegado daquela cidade?
"O duelo dos fora da lei" é uma produção B, com orçamento modesto. Isso deixa transparecer para a tela. Você fica com a impressão de estar assistindo a um telefilme ou então uma produção feita para ser lançada diretamente em DVD, em venda direta ao consumidor. Em qualquer hipótese não é um filme para ser lançado nos cinemas. O roteiro é bem tradicional, alguns vão dizer que é repleto de clichês, mas devo dizer que tudo funciona bem, apesar dos eventuais problemas. Como escrevi não é um filme com produção suntuosa ou nada do tipo. Em sua falta de recursos até vale uma espiada pelos fãs do western.
O Duelo dos Fora da Lei (The Gundown, Estados Unidos, 2011) Direção: Dustin Rikert / Roteiro: Dustin Rikert, William Shockley / Elenco: Sheree J. Wilson, Andrew W. Walker, Peter Coyote / Sinopse: Caçador de recompensas chega numa cidadezinha poeirenta do velho oeste para receber o dinheiro da captura de dois criminosos procurados e acaba, sem querer, se envolvendo nas disputas locais. Os comerciantes da cidade são extorquidos por um criminoso que oferece "segurança" em troca de dinheiro.
Pablo Aluísio.
"O duelo dos fora da lei" é uma produção B, com orçamento modesto. Isso deixa transparecer para a tela. Você fica com a impressão de estar assistindo a um telefilme ou então uma produção feita para ser lançada diretamente em DVD, em venda direta ao consumidor. Em qualquer hipótese não é um filme para ser lançado nos cinemas. O roteiro é bem tradicional, alguns vão dizer que é repleto de clichês, mas devo dizer que tudo funciona bem, apesar dos eventuais problemas. Como escrevi não é um filme com produção suntuosa ou nada do tipo. Em sua falta de recursos até vale uma espiada pelos fãs do western.
O Duelo dos Fora da Lei (The Gundown, Estados Unidos, 2011) Direção: Dustin Rikert / Roteiro: Dustin Rikert, William Shockley / Elenco: Sheree J. Wilson, Andrew W. Walker, Peter Coyote / Sinopse: Caçador de recompensas chega numa cidadezinha poeirenta do velho oeste para receber o dinheiro da captura de dois criminosos procurados e acaba, sem querer, se envolvendo nas disputas locais. Os comerciantes da cidade são extorquidos por um criminoso que oferece "segurança" em troca de dinheiro.
Pablo Aluísio.
Mato Hoje, Morro Amanhã
Depois de passar cinco anos numa cadeia por um crime que não cometeu, o rancheiro Bill Kiowa (Brett Halsey) é finalmente libertado. Cumpriu finalmente toda a sua pena. Na saída da prisão ele é perguntado o que sente nessa hora. Sua resposta: "Eu não sinto nada! Apenas ódio!". E é justamente esse ódio que vai mover suas atitudes dali em diante. Ele quer matar o homem que o colocou atrás das grades, um assassino e assaltante conhecido como "El Fuego". O problema é que esse criminoso não está só. Ele comanda uma grande quadrilha que vive de roubar e matar passageiros de diligências. Apenas com outro grupo de pistoleiros Kiowa conseguirá vencê-lo. Assim ele começa a recrutar seus homens, sujeitos conhecidos por causa de suas habilidades com as armas. Esse western spaghetii chamado "Mato Hoje, Morro Amanhã" sempre foi muito elogiado pela crítica, principalmente por causa de seu bom roteiro. A explicação para isso tem nome: Dario Argento. O mestre dos filmes de terror deu uma pausa em sua carreira e resolveu escrever esse enredo e esse roteiro. Desde as primeiras cenas descobrimos como Argento era habilidoso como escritor. Ele utilizou os clichês do gênero e os manipulou como poucos, em seu proveito e em favor do filme como um todo. Pegando elementos de filmes diversos, inclusive alguns clássicos como "Sete Homens e um Destino" ele criou uma estória redondinha, sem falhas, que se fecha muito bem em si mesma. Para isso não faltaram os elementos que todos já conhecemos como a jornada de vingança, a união em prol de um objetivo comum e o duelo final. Nenhuma novidade para dizer a verdade, mas Argento soube como manter a atenção do espectador até o fim. Coisa de mestre realmente.
O elenco também é muito bom e interessante, a começar por Bud Spencer, um dos atores mais populares no Brasil. Com seu jeito bonachão, em contraste com seu corpanzil imenso, Spencer tinha muito carisma. Nos filmes que fez ao lado de Terence Hill havia muito mais espaço para o humor. Aqui ele ainda existe (como na cena da barbearia), porém seu personagem é um pouquinho mais sério. O astro do filme na verdade nem é Spencer, mas sim Brett Halsey que usou o pseudônimo de Montgomery Ford. Ele era bem parecido com Franco Nero e o uso de um figurino quase completamente semelhante ao de Django reforçou ainda mais essa semelhança. A diferença básica era que Brett era americano, ao contrário de Nero. Por fim uma informação curiosa: O filme no Brasil também é conhecido como "Hoje eu... Amanhã você!". Isso era comum de acontecer nos anos 60 e 70, quando as emissoras de TV mudavam os títulos dos filmes. Nos cinemas eles tinham recebido outro nome. Coisas de Brasil...
Hoje Eu... Amanhã Você / Mato Hoje, Morro Amanhã (Oggi a me... domani a te!, Espanha, Itália, 1968) Direção: Tonino Cervi / Roteiro: Dario Argento, Tonino Cervi / Elenco: Brett Halsey, Bud Spencer, Wayde Preston / Sinopse: Após passar anos na cadeia, Bill Kiowa (Brett Halsey) quer vingança contra o responsável por sua prisão e pela morte e estupro de sua esposa, uma jovem nativa. Para isso ele decide formar um grupo de pistoleiros e homens rápidos no gatilho. Ele quer saciar sua sede de ódio e justiça.
Pablo Aluísio.
O elenco também é muito bom e interessante, a começar por Bud Spencer, um dos atores mais populares no Brasil. Com seu jeito bonachão, em contraste com seu corpanzil imenso, Spencer tinha muito carisma. Nos filmes que fez ao lado de Terence Hill havia muito mais espaço para o humor. Aqui ele ainda existe (como na cena da barbearia), porém seu personagem é um pouquinho mais sério. O astro do filme na verdade nem é Spencer, mas sim Brett Halsey que usou o pseudônimo de Montgomery Ford. Ele era bem parecido com Franco Nero e o uso de um figurino quase completamente semelhante ao de Django reforçou ainda mais essa semelhança. A diferença básica era que Brett era americano, ao contrário de Nero. Por fim uma informação curiosa: O filme no Brasil também é conhecido como "Hoje eu... Amanhã você!". Isso era comum de acontecer nos anos 60 e 70, quando as emissoras de TV mudavam os títulos dos filmes. Nos cinemas eles tinham recebido outro nome. Coisas de Brasil...
Hoje Eu... Amanhã Você / Mato Hoje, Morro Amanhã (Oggi a me... domani a te!, Espanha, Itália, 1968) Direção: Tonino Cervi / Roteiro: Dario Argento, Tonino Cervi / Elenco: Brett Halsey, Bud Spencer, Wayde Preston / Sinopse: Após passar anos na cadeia, Bill Kiowa (Brett Halsey) quer vingança contra o responsável por sua prisão e pela morte e estupro de sua esposa, uma jovem nativa. Para isso ele decide formar um grupo de pistoleiros e homens rápidos no gatilho. Ele quer saciar sua sede de ódio e justiça.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Alien Thunder
Esse filme nunca foi lançado oficialmente nos cinemas no Brasil. Uma pena pois é uma produção das mais interessantes que explora a figura dos nativos americanos. Após serem derrotados nas chamadas guerras indígenas (aquelas onde o General Custer foi morto por guerreiros de Cachorro Louco e Touro Sentado), muitas tribos foram tiradas de suas terras e enviadas para desertos hostis onde não existiam caças, plantações e meios de vida. Subjugados, muitos índios, principalmente os mais jovens e fortes, não aceitaram essa situação, entrando em guerra novamente contra o homem branco. Essa produção, também conhecida nos Estados Unidos como "Dan Candy's Law" mostra um desses jovens guerreiros que revoltados com sua situação e de sua gente resolve se insurgir contra os soldados americanos. Ele foge da reserva e começa um reinado de terror, até que um grupo de homens, caçadores de recompensas, é enviado para caçar os nativos revoltosos. O filme é dos anos 70 e apresenta uma boa produção. A direção ficou a cargo de um cineasta canadense, Claude Fournier, que trouxe um certo ritmo mais cadenciado ao filme, como se fosse um western americano dirigido por um francês! Donald Sutherland lidera o elenco. Com seus grandes olhos de peixe morto ele dá muita frieza e crueldade ao seu personagem, algo até bem adequado para a proposta desse faroeste. Então é isso, caso se depare com esse pouco conhecido western não deixe de conferir. Vale a pena.
Alien Thunder (Estados Unidos, Canadá, 1974) Direção: Claude Fournier / Roteiro: George Malko / Elenco: Donald Sutherland, Gordon Tootoosis, Chief Dan George / Sinopse: O ex-caçador de recompensas e agora sargento da cavalaria Dan Candy (Donald Sutherland) é designado para caçar e matar índios fugitivos. Ele está disposto a matar todo pele vermelha que encontrar em seu caminho. Filme baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
Alien Thunder (Estados Unidos, Canadá, 1974) Direção: Claude Fournier / Roteiro: George Malko / Elenco: Donald Sutherland, Gordon Tootoosis, Chief Dan George / Sinopse: O ex-caçador de recompensas e agora sargento da cavalaria Dan Candy (Donald Sutherland) é designado para caçar e matar índios fugitivos. Ele está disposto a matar todo pele vermelha que encontrar em seu caminho. Filme baseado em fatos históricos reais.
Pablo Aluísio.
O Filho da Estrela Nascente
Título no Brasil: O Filho da Estrela Nascente
Título Original: Son of the Morning Star
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Television, The Mount Company
Direção: Mike Robe
Roteiro: Evan S. Connell, Melissa Mathison
Elenco: Gary Cole, Rosanna Arquette, Stanley Anderson, George Dickerson, Terry O'Quinn, Dean Stockwell
Sinopse:
Enviado pelo governo americano para combater guerreiros rebeldes das nações Sioux e Apache, o General George Armstrong Custer (Gary Cole) acaba caindo em uma emboscada numa região conhecida como Little Bighorn. O dia é 25 de junho de 1876 e a chacina da Sétima Cavalaria dos Estados Unidos entraria para a história. Filme vencedor do Primetime Emmy Awards nas categorias de Melhor Som, Figurino e Edição.
Comentários:
Essa é uma minissérie que foi lançada no Brasil, no mercado de vídeo VHS, em edição dupla. A intenção dos produtores foi contar de forma isenta e historicamente correta a verdadeira história do General Custer e a Sétima Cavalaria. Como se sabe esse foi um dos eventos mais famosos da história do velho oeste americano, quando Custer e seus homens foram derrotados e mortos por nativos liderados por Cachorro Louco e Touro Sentado. A morte dos soldados e seu general traumatizou os americanos na época, a tal ponto que o exército entrou definitivamente na chamada guerra indígena, onde centenas de milhares de índios foram mortos em batalhas sangrentas e brutais. Outros foram despachados para territórios desertos, hostis, onde muitos morreram de fome ou pela exaustão de se viver em lugares tão impróprios para a vida humana. Assim o roteiro procura responder a pergunta que perdurou por todos esses séculos: Custer era um verdadeiro herói ou um carniceiro que foi fazer o serviço sujo do governo americano, matando homens, mulheres, idosos e crianças sem distinção? No meio da barbárie se destacam as boas cenas de luta e a reconstituição histórica perfeita que fez esse filme ser premiado pelo Emmy, o Oscar da TV americana. Hoje em dia essa produção anda meio esquecida. Pessoalmente nunca vi uma reprise nos canais de TV a cabo. Seria uma boa ideia resgatar esse bom momento televisivo sobre um dos generais mais controversos da história dos Estados Unidos e sua colonização rumo ao oeste selvagem.
Pablo Aluísio.
Título Original: Son of the Morning Star
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Television, The Mount Company
Direção: Mike Robe
Roteiro: Evan S. Connell, Melissa Mathison
Elenco: Gary Cole, Rosanna Arquette, Stanley Anderson, George Dickerson, Terry O'Quinn, Dean Stockwell
Sinopse:
Enviado pelo governo americano para combater guerreiros rebeldes das nações Sioux e Apache, o General George Armstrong Custer (Gary Cole) acaba caindo em uma emboscada numa região conhecida como Little Bighorn. O dia é 25 de junho de 1876 e a chacina da Sétima Cavalaria dos Estados Unidos entraria para a história. Filme vencedor do Primetime Emmy Awards nas categorias de Melhor Som, Figurino e Edição.
Comentários:
Essa é uma minissérie que foi lançada no Brasil, no mercado de vídeo VHS, em edição dupla. A intenção dos produtores foi contar de forma isenta e historicamente correta a verdadeira história do General Custer e a Sétima Cavalaria. Como se sabe esse foi um dos eventos mais famosos da história do velho oeste americano, quando Custer e seus homens foram derrotados e mortos por nativos liderados por Cachorro Louco e Touro Sentado. A morte dos soldados e seu general traumatizou os americanos na época, a tal ponto que o exército entrou definitivamente na chamada guerra indígena, onde centenas de milhares de índios foram mortos em batalhas sangrentas e brutais. Outros foram despachados para territórios desertos, hostis, onde muitos morreram de fome ou pela exaustão de se viver em lugares tão impróprios para a vida humana. Assim o roteiro procura responder a pergunta que perdurou por todos esses séculos: Custer era um verdadeiro herói ou um carniceiro que foi fazer o serviço sujo do governo americano, matando homens, mulheres, idosos e crianças sem distinção? No meio da barbárie se destacam as boas cenas de luta e a reconstituição histórica perfeita que fez esse filme ser premiado pelo Emmy, o Oscar da TV americana. Hoje em dia essa produção anda meio esquecida. Pessoalmente nunca vi uma reprise nos canais de TV a cabo. Seria uma boa ideia resgatar esse bom momento televisivo sobre um dos generais mais controversos da história dos Estados Unidos e sua colonização rumo ao oeste selvagem.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de julho de 2017
Filmes no Cinema - Edição XV
Uma semana fraca em termos de novos filmes nos cinemas. Os grandes filmes do Oscar ainda não foram lançados e não há nenhum blockbuster no cardápio. O filme mais interessante da lista é "The Post - A Guerra Secreta", nova direção assinada por Steven Spielberg. O elenco traz Meryl Streep e Tom Hanks. A história, baseada em fatos reais, mostra a luta entre o jornal The Post e o governo do presidente Richard Nixon. O editor Ben Bradlee (Tom Hanks) e a dona do Post, Kat Graham (Meryl Streep), descobrem uma série de informações comprometedoras do envolvimento do governo americano na Guerra do Vietnã e precisam brigar muito - inclusive juridicamente - para que tudo seja divulgado para o povo. Essa produção está concorrendo ao Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz (Meryl Streep, de novo!). É a tal coisa, se tiver que ver apenas um filme essa semana nos cinemas, esse é o indicado.
"Artista do Desastre" é a segunda melhor opção entre os novos filmes em cartaz. A história conta a trajetória de Tommy Wiseau (James Franco), um sujeito que sonha em se tornar um grande diretor de cinema em Hollywood, mas que acaba se tornando o pior de todos os tempos, segundo muitos críticos. Mesmo assim, com tudo contra, ele não deixa se abater e segue fazendo seus filmes ruins em série! Essa produção, bem pessoal de James Franco, que atuou e dirigiu, deu a ele um Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator. O filme também está indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Tudo seria uma ótima notícia para Franco se ele também não tivesse sido atingindo em cheio na onda de acusações de assédio sexual que avassala Hollywood. Com isso o nome do ator virou tóxico e ele muito provavelmente não verá seu filme se sagrando vencedor na noite máxima do cinema americano. Também não se espera que seja um sucesso de bilheteria, justamente por causa das acusações.
E se você é um adolescente em busca de um filme pipoca nos cinemas, a dica é "Maze Runner: A Cura Mortal". Esse é mais um dessa série que já virou uma franquia de segunda linha no nicho de público jovem. É uma espécie de primo pobre de "Jogos Vorazes". O roteiro, básico, explora as aventuras de Thomas (Dylan O' Brien). Contaminado por um novo vírus mortal ele parte em busca da cura e descobre no processo que toda a humanidade está em perigo! Bobagem, enfim, mas que provavelmente vai agradar ao público na pré-adolescência, ali na faixa dos 13, 14 anos de idade. Se for o seu caso, aproveite!
Finalizando deixa a dica de uma produção para quem curte cinema europeu. É uma produção francesa chamada "Visages, Villages". Em tom de documentário somos apresentados a dois artistas Agnès Varda e JR, que juntos ganham a vida promovendo exposições de fotografias e imagens em lugares públicos. O destaque vai para a aparição no filme do consagrado Jean-Luc Godard, dando alguns depoimentos. Vale a pena conhecer.
Pablo Aluísio.
"Artista do Desastre" é a segunda melhor opção entre os novos filmes em cartaz. A história conta a trajetória de Tommy Wiseau (James Franco), um sujeito que sonha em se tornar um grande diretor de cinema em Hollywood, mas que acaba se tornando o pior de todos os tempos, segundo muitos críticos. Mesmo assim, com tudo contra, ele não deixa se abater e segue fazendo seus filmes ruins em série! Essa produção, bem pessoal de James Franco, que atuou e dirigiu, deu a ele um Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator. O filme também está indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Tudo seria uma ótima notícia para Franco se ele também não tivesse sido atingindo em cheio na onda de acusações de assédio sexual que avassala Hollywood. Com isso o nome do ator virou tóxico e ele muito provavelmente não verá seu filme se sagrando vencedor na noite máxima do cinema americano. Também não se espera que seja um sucesso de bilheteria, justamente por causa das acusações.
E se você é um adolescente em busca de um filme pipoca nos cinemas, a dica é "Maze Runner: A Cura Mortal". Esse é mais um dessa série que já virou uma franquia de segunda linha no nicho de público jovem. É uma espécie de primo pobre de "Jogos Vorazes". O roteiro, básico, explora as aventuras de Thomas (Dylan O' Brien). Contaminado por um novo vírus mortal ele parte em busca da cura e descobre no processo que toda a humanidade está em perigo! Bobagem, enfim, mas que provavelmente vai agradar ao público na pré-adolescência, ali na faixa dos 13, 14 anos de idade. Se for o seu caso, aproveite!
Finalizando deixa a dica de uma produção para quem curte cinema europeu. É uma produção francesa chamada "Visages, Villages". Em tom de documentário somos apresentados a dois artistas Agnès Varda e JR, que juntos ganham a vida promovendo exposições de fotografias e imagens em lugares públicos. O destaque vai para a aparição no filme do consagrado Jean-Luc Godard, dando alguns depoimentos. Vale a pena conhecer.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de julho de 2017
60 Segundos
Título no Brasil: 60 Segundos
Título Original: Gone in Sixty Seconds
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Dominic Sena
Roteiro: H.B. Halicki, Scott Rosenberg
Elenco: Nicolas Cage, Angelina Jolie, Robert Duvall, Giovanni Ribisi, Scott Caan, Timothy Olyphant
Sinopse:
Ex-piloto de corridas, Randall "Memphis" Raines (Nicolas Cage) se torna ladrão de carros. Ele é bem sucedido em seus roubos por implantar um método impecável, onde consegue roubar um veículo em apenas 60 segundos. Quando seu irmão resolve entrar também no "ramo", Memphis decide fazer de tudo para salvá-lo do mundo do crime.
Comentários:
Mais um filme com a marca, a assinatura do produtor Jerry Bruckheimer. Quem conhece seus filmes já sabe mais ou menos o que vai encontrar pela frente: ação frenética, cenas absolutamente inverossímeis, roteiro e atuação dispensadas e muitas explosões. Em determinado momento Bruckheimer chegou na conclusão de que sabia exatamente o que o público jovem queria encontrar nos cinemas. Subestimando completamente a inteligência de seu público ele mandou ver, produzindo dezenas de filmes praticamente iguaizinhos. Esse "Gone in Sixty Seconds" pelo menos ainda tem alguns atrativos como, por exemplo, o elenco que conta com Robert Duvall (o que ele está fazendo aqui?), Angelina Jolie (ainda bem jovem, no começo da carreira e fama) e Nicolas Cage (em mais uma tentativa de levantar sua carreira do ponto de vista comercial). Já o diretor Dominic Sena não passava de um garoto de recados de Jerry Bruckheimer. Seu único bom filme foi justamente o primeiro que dirigiu, "Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno", depois disso nada de muito relevante. Para quem havia despontado dirigindo clips de Janet Jackson na MTV já estava de bom tamanho. Filme indicado no MTV Movie Awards na categoria Melhor Sequência de Ação.
Pablo Aluísio.
Título Original: Gone in Sixty Seconds
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Dominic Sena
Roteiro: H.B. Halicki, Scott Rosenberg
Elenco: Nicolas Cage, Angelina Jolie, Robert Duvall, Giovanni Ribisi, Scott Caan, Timothy Olyphant
Sinopse:
Ex-piloto de corridas, Randall "Memphis" Raines (Nicolas Cage) se torna ladrão de carros. Ele é bem sucedido em seus roubos por implantar um método impecável, onde consegue roubar um veículo em apenas 60 segundos. Quando seu irmão resolve entrar também no "ramo", Memphis decide fazer de tudo para salvá-lo do mundo do crime.
Comentários:
Mais um filme com a marca, a assinatura do produtor Jerry Bruckheimer. Quem conhece seus filmes já sabe mais ou menos o que vai encontrar pela frente: ação frenética, cenas absolutamente inverossímeis, roteiro e atuação dispensadas e muitas explosões. Em determinado momento Bruckheimer chegou na conclusão de que sabia exatamente o que o público jovem queria encontrar nos cinemas. Subestimando completamente a inteligência de seu público ele mandou ver, produzindo dezenas de filmes praticamente iguaizinhos. Esse "Gone in Sixty Seconds" pelo menos ainda tem alguns atrativos como, por exemplo, o elenco que conta com Robert Duvall (o que ele está fazendo aqui?), Angelina Jolie (ainda bem jovem, no começo da carreira e fama) e Nicolas Cage (em mais uma tentativa de levantar sua carreira do ponto de vista comercial). Já o diretor Dominic Sena não passava de um garoto de recados de Jerry Bruckheimer. Seu único bom filme foi justamente o primeiro que dirigiu, "Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno", depois disso nada de muito relevante. Para quem havia despontado dirigindo clips de Janet Jackson na MTV já estava de bom tamanho. Filme indicado no MTV Movie Awards na categoria Melhor Sequência de Ação.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de julho de 2017
Colossal
Filme maluco, estranho mesmo, mas que ainda assim não deixa de ser curioso e interessante. Começa como draminha romântico quando Gloria (Anne Hathaway) chega mais uma vez de ressaca no apartamento do namorado. Ela tem problemas com alcoolismo, está desempregada e pelo visto não se importa muito em arranjar um emprego. Ao invés disso vai para a farra todas as noites. O namorado, claro, perde a paciência e coloca um fim no romance. Pior do que isso, a coloca para fora do apartamento. Sem grana, sem emprego e sem ter onde morar, ela acaba voltando para a antiga casa dos pais, no interior. Arranja um emprego de garçonete no bar de um velho conhecido de infância e aí... começa a acontecer algo pra lá de esquisito! Um monstro surge em Seul, destruindo toda a cidade e Gloria percebe que ele repete tudo o que ela faz, inclusive os mais simples gestos! Que maluquice é essa? Que tipo de ligação ela teria com aquela criatura? Bom, já para sentir que temos aqui um roteiro totalmente fora dos padrões, diria até mesmo bizarro ao extremo.
O curioso de tudo é que essa mistura de filme trash oriental com drama romântico americano acaba funcionado! Ok, a maioria das pessoas em determinado momento vão se levantar da sala de cinema e ir embora, isso é meio óbvio. Porém quem comprar a estranha ideia desse roteiro vai acabar no mínimo se divertindo, apesar das esquisitices que encontrará pela frente. Esse diretor espanhol, o Nacho Vigalondo, não tem muitos trabalhos na direção, sendo mais conhecido em seu país como roteirista (dos bons!). Acredito que apesar da presença da estrelinha americana Anne Hathaway pouca gente vai acabar embarcando nesse filme surreal. De qualquer forma vale a dica se você estiver em busca de algo diferente, bem diferente...
Colossal (idem, Estados Unidos, Espanha, Coreia do Sul, 2016) Direção: Nacho Vigalondo / Roteiro: Nacho Vigalondo / Elenco: Anne Hathaway, Jason Sudeikis, Austin Stowell / Sinopse: Gloria (Anne Hathaway) é uma garçonete americana que descobre ter uma bizarra e estranha ligação com um monstro que está destruindo a cidade de Seul, na Coreia do Sul! Filme premiado no Austin Fantastic Fest na categoria de Melhor Direção (Nacho Vigalondo).
Pablo Aluísio.
O curioso de tudo é que essa mistura de filme trash oriental com drama romântico americano acaba funcionado! Ok, a maioria das pessoas em determinado momento vão se levantar da sala de cinema e ir embora, isso é meio óbvio. Porém quem comprar a estranha ideia desse roteiro vai acabar no mínimo se divertindo, apesar das esquisitices que encontrará pela frente. Esse diretor espanhol, o Nacho Vigalondo, não tem muitos trabalhos na direção, sendo mais conhecido em seu país como roteirista (dos bons!). Acredito que apesar da presença da estrelinha americana Anne Hathaway pouca gente vai acabar embarcando nesse filme surreal. De qualquer forma vale a dica se você estiver em busca de algo diferente, bem diferente...
Colossal (idem, Estados Unidos, Espanha, Coreia do Sul, 2016) Direção: Nacho Vigalondo / Roteiro: Nacho Vigalondo / Elenco: Anne Hathaway, Jason Sudeikis, Austin Stowell / Sinopse: Gloria (Anne Hathaway) é uma garçonete americana que descobre ter uma bizarra e estranha ligação com um monstro que está destruindo a cidade de Seul, na Coreia do Sul! Filme premiado no Austin Fantastic Fest na categoria de Melhor Direção (Nacho Vigalondo).
Pablo Aluísio.
Perdidos em Nova York
Título no Brasil: Perdidos em Nova York
Título Original: The Out-of-Towners
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sam Weisman
Roteiro: Neil Simon, Marc Lawrence
Elenco: Steve Martin, Goldie Hawn, John Cleese, Mark McKinney, Oliver Hudson, Valerie Perri
Sinopse:
O casal Henry (Steve Martin) e Nancy (Goldie Hawn) decide ir para Nova iorque, para passear e se divertir um pouco. O filho deles foi para a universidade e agora, com tempo livre, eles acreditam que precisam de férias e descanso, só que a viagem que deveria ser de lazer logo se torna uma grande confusão!
Comentários:
Esse filme é um remake de uma antiga comédia com Jack Lemmon. Eu adoro os roteiros escritos por Neil Simon. Ele já havia escrito um roteiro antes para o ator e comediante Steve Martin que resultou no muito bom "O Rapaz Solitário", um filme com um excelente humor melancólico, que fazia graça das situações mais tristes que se possa imaginar. Aqui Simon voltou a trabalhar ao lado de Martin, mas o resultado se mostrou bem pior, diria menos inspirado. Talvez a presença de Goldie Hawn, com seus grandes olhos azuis e estilo mais espalhafatoso tenha levado Simon a amenizar essa nova adaptação. O resultado acabou saindo pior do que o esperado. Assim grande parte de sua sutileza se perdeu. É um filme fraquinho, que rende algumas poucas boas piadas durante o filme inteiro. Cai no velho problema do roteiro de uma piada só! A viagem para Nova Iorque e os inúmeros problemas que vão surgindo. Nada mais. O filme não foi bem de bilheteria, sendo considerado um dos grandes fracassos comerciais daquela temporada, o que colocou o próprio Steve Martin na geladeira por algum tempo, uma vez que em Hollywood fracassos sucessivos de bilheteria não são perdoados!
Pablo Aluísio.
Título Original: The Out-of-Towners
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sam Weisman
Roteiro: Neil Simon, Marc Lawrence
Elenco: Steve Martin, Goldie Hawn, John Cleese, Mark McKinney, Oliver Hudson, Valerie Perri
Sinopse:
O casal Henry (Steve Martin) e Nancy (Goldie Hawn) decide ir para Nova iorque, para passear e se divertir um pouco. O filho deles foi para a universidade e agora, com tempo livre, eles acreditam que precisam de férias e descanso, só que a viagem que deveria ser de lazer logo se torna uma grande confusão!
Comentários:
Esse filme é um remake de uma antiga comédia com Jack Lemmon. Eu adoro os roteiros escritos por Neil Simon. Ele já havia escrito um roteiro antes para o ator e comediante Steve Martin que resultou no muito bom "O Rapaz Solitário", um filme com um excelente humor melancólico, que fazia graça das situações mais tristes que se possa imaginar. Aqui Simon voltou a trabalhar ao lado de Martin, mas o resultado se mostrou bem pior, diria menos inspirado. Talvez a presença de Goldie Hawn, com seus grandes olhos azuis e estilo mais espalhafatoso tenha levado Simon a amenizar essa nova adaptação. O resultado acabou saindo pior do que o esperado. Assim grande parte de sua sutileza se perdeu. É um filme fraquinho, que rende algumas poucas boas piadas durante o filme inteiro. Cai no velho problema do roteiro de uma piada só! A viagem para Nova Iorque e os inúmeros problemas que vão surgindo. Nada mais. O filme não foi bem de bilheteria, sendo considerado um dos grandes fracassos comerciais daquela temporada, o que colocou o próprio Steve Martin na geladeira por algum tempo, uma vez que em Hollywood fracassos sucessivos de bilheteria não são perdoados!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
O Último Concerto
Título no Brasil: O Último Concerto
Título Original: A Late Quartet
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Pictures
Direção: Yaron Zilberman
Roteiro: Seth Grossman (screenplay), Yaron Zilberman
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener, Imogen Poots, Mark Ivanir, Liraz Charhi
Sinopse:
Um quarteto de música clássica entra em crise quando um dos membros, Peter Mitchell (Christopher Walken), é diagnosticado com Mal de Parkinson. Ele quer deixar o grupo, o que acaba levando todos a uma série de brigas, mágoas e desentendimentos que tinham ficado escondidos por anos.
Comentários:
Bom filme. O cenário é o mundo erudito da música clássica. Um quarteto de câmara vai se esfacelando após anos tocando juntos. São bem sucedidos no meio, mas os conflitos vão se mostrando cada vez mais insuperáveis. Robert (Hoffman) e Juliette (Keener) são casados. O que um dia foi paixão, se acabou. Ela não quer mais continuar com ele, que procura se consolar nos braços de uma dançarina espanhola de música flamenca. Assim que Juliette descobre a traição tudo desmorona. O pior é que eles precisam superar isso, pois trabalham juntos, no quarteto de cordas. Para piorar o clima de tensão, o veterano Daniel (Mark Ivanir), que toca o primeiro violino, se envolve com a filha deles, uma jovem estudante de violino. Claro que isso acaba criando muitas brigas, algumas inclusive violentas. E para estragar o que já anda mais do que ruim, Peter (Walken), o grande elo de ligação entre todos os músicos, acaba sendo diagnosticado com Mal de Parkinson, o que o impedirá de continuar tocando dentro de um meio tão concorrido e elitista, que não aceita falhas no palco. Esse roteiro revela que mesmo nos meios musicais mais eruditos ainda há muitos problemas de relacionamento para se manter um grupo unido, tal como se fosse uma bandinha de rock qualquer. Além da excelente trilha sonora (com destaque para as peças de Ludwig van Beethoven que ouvimos durante todo o filme) o grande destaque vai para o elenco. Todos estão maravilhosamente inspirados, com Philip Seymour Hoffman e Christopher Walken "duelando" muito bem em cena. Walken inclusive, sempre tão lembrado pelos exageros e maneirismos, finalmente se contém. É uma pena que Hoffman tenha falecido tão jovem ainda, vítima de uma overdose de drogas. Ao se assistir filmes como esse percebemos claramente como sua ausência faz muita falta no cinema de hoje em dia.
Pablo Aluísio.
Título Original: A Late Quartet
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: RKO Pictures
Direção: Yaron Zilberman
Roteiro: Seth Grossman (screenplay), Yaron Zilberman
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christopher Walken, Catherine Keener, Imogen Poots, Mark Ivanir, Liraz Charhi
Sinopse:
Um quarteto de música clássica entra em crise quando um dos membros, Peter Mitchell (Christopher Walken), é diagnosticado com Mal de Parkinson. Ele quer deixar o grupo, o que acaba levando todos a uma série de brigas, mágoas e desentendimentos que tinham ficado escondidos por anos.
Comentários:
Bom filme. O cenário é o mundo erudito da música clássica. Um quarteto de câmara vai se esfacelando após anos tocando juntos. São bem sucedidos no meio, mas os conflitos vão se mostrando cada vez mais insuperáveis. Robert (Hoffman) e Juliette (Keener) são casados. O que um dia foi paixão, se acabou. Ela não quer mais continuar com ele, que procura se consolar nos braços de uma dançarina espanhola de música flamenca. Assim que Juliette descobre a traição tudo desmorona. O pior é que eles precisam superar isso, pois trabalham juntos, no quarteto de cordas. Para piorar o clima de tensão, o veterano Daniel (Mark Ivanir), que toca o primeiro violino, se envolve com a filha deles, uma jovem estudante de violino. Claro que isso acaba criando muitas brigas, algumas inclusive violentas. E para estragar o que já anda mais do que ruim, Peter (Walken), o grande elo de ligação entre todos os músicos, acaba sendo diagnosticado com Mal de Parkinson, o que o impedirá de continuar tocando dentro de um meio tão concorrido e elitista, que não aceita falhas no palco. Esse roteiro revela que mesmo nos meios musicais mais eruditos ainda há muitos problemas de relacionamento para se manter um grupo unido, tal como se fosse uma bandinha de rock qualquer. Além da excelente trilha sonora (com destaque para as peças de Ludwig van Beethoven que ouvimos durante todo o filme) o grande destaque vai para o elenco. Todos estão maravilhosamente inspirados, com Philip Seymour Hoffman e Christopher Walken "duelando" muito bem em cena. Walken inclusive, sempre tão lembrado pelos exageros e maneirismos, finalmente se contém. É uma pena que Hoffman tenha falecido tão jovem ainda, vítima de uma overdose de drogas. Ao se assistir filmes como esse percebemos claramente como sua ausência faz muita falta no cinema de hoje em dia.
Pablo Aluísio.
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