quinta-feira, 21 de maio de 2015

Exorcismo no Vaticano

Título no Brasil: Exorcismo no Vaticano
Título Original: The Vatican Exorcisms
Ano de Produção: 2013
País: Itália
Estúdio: Arturo and Mario Productions
Direção: Joe Marino 
Roteiro: Mauro Paolucci, Salvatore Scarico
Elenco: Piero Maggiò, Joe Marino, Anella Vastola
  
Sinopse:
Um diretor de documentários decide que seu próximo filme terá como tema o Diabo! Para isso ele resolve ir até o Vaticano atrás de padres exorcistas. Sua objetivo é ter contato direto com pessoas supostamente possuídas pelo próprio Satã. Uma vez lá descobre que, apesar de seu ceticismo inicial, começa a ter sintomas de que ele própria estaria sendo alvo de uma possessão demoníaca. Desesperado, ele percebe que está rapidamente perdendo o controle sobre o filme e sobre sua própria vida!

Comentários:
"The Vatican Exorcisms" é um mockumentary (falso documentário) italiano que investe na figura do diabo e do universo que gira em torno dos exorcismos realizados por sacerdotes católicos especialmente treinados para isso pelo Vaticano. Infelizmente esse tipo de estilo está dominando completamente os filmes de terror de baixo orçamento, afinal de contas são baratos, fáceis de filmar e não precisam de maior cuidado técnico em sua realização. Quanto mais tosco mais parecerá que se trata realmente de um documentários com imagens reais. Esse aqui começa com o diretor Joe Marino indo até o Vaticano. No começo há uma tentativa de caluniar a Igreja, a colocando como o lar do próprio Satã. Imagens de membros do clero são usadas de forma leviana, em especial do Papa Bento XVI e do cardeal Tarcisio Bertone, algo que daria margem a um pesado processo caso o Vaticano decidisse os acionar na justiça. A igreja porém resolveu sabiamente ignorar o filme, caso contrário iria trazer os holofotes da imprensa sobre ele e para falar a verdade essa obra B nem vale a pena o esforço. 

Pois bem, a primeira cena tenta recriar um ritual pagão em um cemitério de Roma. Supostamente membros do clero estariam envolvidos. Tudo é muito mal feito, desfocado e escuro. Uma piada. Depois o diretor parece desistir de atacar a Igreja Católica e parte finalmente para os exorcismos. São quatro no total. Até que são cenas interessantes, mas que em nada vão surpreender os que já assistiram inúmeros filmes de exorcismo. Há uma jovem possuída por um demônio que fica cantando músicas em louvor a Satã, uma freira católica que está possuída há mais de dez anos, um rapaz que se contorce ao declarar que está sob domínio de demônios como Mefistófeles e por fim uma garotinha de oito anos que completa a possessão do diretor do documentário. O filme é só isso, tem pouca duração, com meros 70 minutos e acaba rápido. Não há um roteiro digno de se elogiar. As coisas parecem acontecer realmente ao acaso. Por ser tão mal intencionado e fugaz passa longe de ser algo memorável para os apreciadores do gênero. Melhor fazer como a Igreja e ignorar completamente esse filmeco.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Te Pego Lá Fora

Eis a sinopse dessa comediazinha dos anos 80: Um nerd se mete em encrenca com o novo valentão, um bad boy quieto que o desafia a lutar no terreno de sua escola após o fim do dia. Pois é, naquela década havia mesmo uma boa quantidade de filmes bem ruinzinhos. Porém, é aquela coisa, com o mercado de vídeo, das locadoras, sempre havia mercado até mesmo para os filmes mais fraquinhos que eram produzidos. Essa comédia eu cheguei a alugar na época, em Betamax, e minhas lembranças não são boas. Tipo aquela sensação de ter locado um filme e ver seu dinheiro sendo jogado fora.

Anos depois o filme iria se tornar figurinha fácil na Sessão da Tarde. Por esse tempo até que fazia mais sucesso entre os jovens, até porque ninguém estava gastando dinheiro para ver, era tudo de graça na televisão. Em termos de elenco não há ninguém conhecido. E a direção também praticamente não existe. O roteiro se limita a explorar a exaustão de um carinha que vai ter que enfrentar um valentão quando as aulas terminarem. E é isso, apenas isso. Sem graça, vamos convir.

Te Pego Lá Fora (Three O'Clock High, Estados Unidos, 1987) Direção: Phil Joanou / Roteiro: Richard Christian Matheson, Tom Szollosi / Elenco: Casey Siemaszko, Annie Ryan, Richard Tyson / Sinopse: Na escola um valentão ameaça um nerd e deixa claro que vai pegar ele lá fora, quando as aulas terminarem.

Pablo Aluísio.

Doom - A Porta do Inferno

Título no Brasil: Doom - A Porta do Inferno
Título Original: Doom
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Andrzej Bartkowiak
Roteiro: Dave Callaham, Wesley Strick
Elenco: Karl Urban, Rosamund Pike, Dwayne Johnson

Sinopse:
Uma base espacial da Terra em Marte cessa todas as suas comunicações com nosso planeta. Ninguém sabe ao certo o que poderia ter acontecido. O pouco que se sabe é que por um evento biológico desconhecido todos os membros da expedição teriam entrando em um procedimento de quarentena no modo de mais alta segurança, isso poucos momentos antes de pararem as transmissões. Para descobrir o que de fato aconteceu um grupo de militares altamente preparados é enviado para o planeta vermelho. Mal sabem eles a terrível ameaça que encontrarão pela frente.

Comentários:
Tenha muito receio antes de assistir qualquer adaptação de games para o cinema. Os números não são nada favoráveis. De cada 10 adaptações, nove são bombas absolutas. Esse "Doom - A Porta do Inferno" não foge à regra. Baseado no popular e famoso game de tiros em primeira pessoa, sua transposição para as telas foi um dos maiores desastres daquele ano. Na época a Universal estava atrás do público consumidor de games - que tomou proporções tão gigantescas nas últimas décadas que hoje em dia fatura mais do que a indústria de cinema americana. Infelizmente linguagens diferentes nem sempre são compatíveis para dois tipos de entretenimento. O que pode ser plenamente satisfatório para quem está jogando certamente soará como algo vazio e sem conteúdo para uma plateia de cinema. É o que acontece aqui. A ação pela ação, sem uma base por trás de tudo, só consegue mesmo despertar bocejos nos cinéfilos. Nem a presença do "The Rock" aumenta o interesse na fita que realmente é muito abaixo do esperado. Melhor comprar o game, se for a sua praia, do que ver esse filme.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de maio de 2015

The Lovers

Esse filme tem duas linhas narrativas. Na primeira o espectador é levado até um futuro próximo. Uma expedição submarina procura por artefatos valiosos em um velho navio afundado. Um dos mergulhadores acaba encontrando um anel, que tudo indica ser indiano, por causa de seu design. Ele parece ser constituído de duas peças. Uma das garotas que fazem parte do grupo decide então ir atrás da outra parte, mas acaba tendo problemas, ficando presa nas profundezas. Para salvá-la da morte seu namorado resolve fazer um mergulho sem a devida proteção. Ele salva sua amada, mas acaba entrando em coma por quase ter morrido afogado. Na outra linha narrativa voltamos ao passado, mas especificamente ao século XVIII. É o auge do colonialismo inglês. Para aumentar o domínio da coroa britânica na Índia, um grupo do exército inglês é enviado até o interior do país. A finalidade é desestabilizar um reino distante, que está no caminho entre uma importante via de comunicação. Um dos militares é o escocês James Stewart (Josh Hartnett) que decide salvar por conta própria a vida da rainha que corre risco de vida após um golpe derrubar do trono o seu marido, o rei. O que ele não esperava era se apaixonar perdidamente por ela.

Com enredo que mais parece ter saído daqueles livros românticos ao estilo "Sabrina", esse "The Lovers" não me convenceu muito. Na verdade o roteiro é até mesmo confuso, forçado e não raras vezes cai no puro tédio. O que liga as duas histórias, passadas em tempos diferentes, é o tal do anel indiano que parece ter poderes especiais, unindo tempo e espaço diversos. Para um filme que se propõe a ser romântico o seu grande problema é justamente o casal central, que não convence em momento algum. O amor que nutrem entre si sempre soa falso e fora de propósito. O tal anel também não acrescenta em nada, mais parecendo um mero pretexto para contar duas histórias tão diferentes entre si. Delas a melhor realmente é a que se passa no passado. Há uma tentativa de trazer alguma ação quando tropas inglesas são encurraladas por rebeldes indianos. Mesmo assim logo a decepção toma conta porque nada é muito desenvolvido nesse aspecto. O filme no geral tem boa produção, uma bonita fotografia e bom visual, mas o que estraga mesmo é esse enredo que deixa a sensação de que realmente tudo o que é mostrado na tela não faz muito sentido.

The Lovers (Idem, Bélgica, Índia, Austrália, 2015) Direção: Roland Joffé / Roteiro: Ajey Jhankar, Roland Joffé / Elenco: Josh Hartnett, Tamsin Egerton, Alice Englert / Sinopse: Um oficial do exército inglês se apaixona por uma nobre indiana durante o período colonial britânico sobre a Índia. Como prova de amor entre eles surge um anel que representa o sentimento de ambos. No futuro o anel acaba sendo descoberto por um expedição também formada por um casal apaixonado. Ao tentar salvar sua namorada um dos mergulhadores acaba entrando em coma. Poderá a jóia ser a redenção desse amor?

Pablo Aluísio.

Serena

Título no Brasil: Serena
Título Original: Serena
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França, República Tcheca
Estúdio: Magnolia Pictures, StudioCanal
Direção: Susanne Bier
Roteiro: Christopher Kyle, Ron Rash
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Rhys Ifans, Sean Harris, Toby Jones 
  
Sinopse:
No estado americano da Carolina do Norte, no ano de 1919, o empresário do ramo de madeireiras, George Pemberton (Bradley Cooper), precisa lidar com dois grandes problemas: o primeiro é sua dívida com bancos da região, algo que só fez crescer em volume com o tempo por causa dos juros altos; o segundo é o surgimento de um movimento liderado pelo xerife da cidade contra a devastação da última floresta virgem dos Estados Unidos. Ele quer transformar toda a região em uma grande reserva nacional, de proteção ambiental, mas obviamente isso vai contra os planos de Pemberton que planeja extrair toda a madeira das montanhas para assim ter o lucro necessário para pagar seus inúmeros credores. No meio desse turbilhão de acontecimentos George acaba conhecendo e se apaixonando pela bela Serena (Jennifer Lawrence), uma garota com passado trágico que deseja lutar ao seu lado em prol de seus empreendimentos comerciais.

Comentários:
Esse filme foi produzido para fazer bonito no Oscar desse ano, mas a Academia resolveu ignorar a produção. Talvez a razão principal seja o fato do personagem principal ser politicamente incorreto para a mentalidade dos dias atuais. Ele é um barão da madeira, um sujeito que faz fortuna devastando vastas áreas de floresta, deixando um rastro de destruição por onde passa. Como se isso não fosse o bastante, também é um caçador, que nas horas vagas se empenha em caçar e matar uma das últimas panteras vivas soltas na natureza em sua região! Imagine torcer por um sujeito assim nos dias de hoje! Impossível. Outra questão que certamente assustou os membros da Academia é o fato de que o roteiro, que começa como um épico romântico, se tornar cada vez mais sombrio e trágico com o desenrolar da trama, principalmente em relação à personagem interpretada pela atriz Jennifer Lawrence, Serena. Após um breve romance, ela se casa com George Pemberton (Cooper), mas a medida que tenta dar um filho a ele e não consegue, começa a desenvolver uma personalidade doentia e obsessiva (com ares de loucura completa). 

Para acentuar ainda mais seu drama pessoal descobre que seu marido teve um filho com uma de suas ex-empregadas, uma jovem que volta a trabalhar com ele, com o seu filho a tiracolo. A presença dela acaba se tornando uma ameaça na mente de Serena e isso com o tempo vai se tornando um martírio psicológico insuportável. A produção, como não poderia deixar de ser, é classe A, com excelente reconstituição de época e figurinos luxuosos. Há toda uma reconstrução das empresas de extração de madeira da época, com direito a locomotivas e acampamentos no alto das montanhas. A região onde tudo foi filmado também é de uma beleza ímpar, resultando em uma belíssima fotografia natural. Tudo muito bem realizado. Assim temos aqui sem dúvida um bom filme que merecia ter sido melhor avaliado e com mais cuidado pela Academia. Algumas indicações não lhe fariam mal. Pena que o pensamento liberal e politicamente correto dos dias de hoje acabaram anulando qualquer pretensão do filme em relação ao Oscar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Kingsman - Serviço Secreto

Título no Brasil: Kingsman - Serviço Secreto
Título Original: Kingsman - The Secret Service
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox, Marv Films
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn
Elenco: Colin Firth, Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Mark Hamill, Michael Caine, Mark Strong
  
Sinopse:
Gary 'Eggsy' Unwin (Taron Egerton) é um jovem inglês problemático que após uma confusão com a polícia acaba sendo procurado pelo misterioso Harry Hart (Colin Firth). Ele foi amigo de seu pai, um agente secreto que morreu de forma não muito bem explicada, há muitos anos. Harry porém está decidido a ajudar o garoto de todas as formas possíveis. Ele não quer que o rapaz se desvie do caminho, se tornando um criminoso. Depois de uma conversa franca com ele decide que vai ajudá-lo a entrar em sua própria organização secreta conhecida como "Kingsman". Mal sabe Eggsy as aventuras em que está prestes a viver!

Comentários:
Eu confesso que nem fui muito atrás de maiores informações antes de ir assistir a esse filme. Tudo o que me atraía era o fato de ser estrelado pelo ator Colin Firth e o tema girar em torno do mundo da espionagem. Bom, me dei mal. Logo na primeira cena pude perceber, para meu desalento, que se tratava de mais uma adaptação do mundo dos quadrinhos e esses, pelo que pude constatar, eram bem juvenis mesmo. Material para adolescente. O roteiro mostra esse jovem, um garoto problemático, que acaba virando pupilo de Harry Hart (Colin Firth) ou Galahad, agente de uma organização secreta conhecida apenas como Kingsman. Até aí tudo bem, a premissa até que parecia muito boa e até promissora. O problema é que realmente não estava com espírito para encarar algo assim tão, digamos, adolescente. É um produto pop juvenil feito para a garotada que lota os cinemas no verão. O enredo vai se desenvolvendo nervosamente, ora funcionando como paródia dos antigos filmes de James Bond, ora como galhofa dos velhos valores. Existem poucas coisas que irão soar como novidade para um cinéfilo veterano como esse que vos escreve. Tudo é muito manjado e já foi utilizado milhões de vezes antes. Se formos puxar o fio da meada descobriremos facilmente que "Kingsman" é apenas um enorme caldeirão de clichês que se utilizam de elementos de centenas de outros sucessos do cinema, alguns até bem recentes. Sua originalidade é quase zero! 

Em determinado momento fiz até mesmo uma analogia com os filmes de Harry Potter, principalmente quando jovens são testados para virarem espiões (em Potter eles estudavam para se tornarem bruxos). Também há pitadas de "Jogos Vorazes" porque esse grupo de jovens irá também passar por uma competição, onde apenas os mais fortes sobreviverão e entrarão para os quadros da ultra secreta organização. A produção é muito boa, bem realizada, com bonita direção de arte, fotografia, etc, mas realmente não consegui gostar do filme como um todo. Atribuo isso ao fato de não ter mais a mentalidade e nem a idade de 14 anos - justamente a faixa etária que acredito ser a ideal para curtir esse tipo de filme ao lado dos amigos, comendo muita pipoca e tirando onda com o lanterninha. Algumas cenas são tão nonsense que acabam ficando divertidas como o massacre no culto evangélico, mas é só! A única maneira de se divertir um pouco é desligar o cérebro e não levar absolutamente nada a sério. Depois de uns 10 minutos de filme, quando você finalmente percebe toda a intenção dele, não resta outra saída a não ser tentar entrar no clima. Para alguns pode até vir a se tornar uma boa diversão. Comigo porém definitivamente não funcionou.

Pablo Aluísio.

O Destino de Júpiter

Título no Brasil: O Destino de Júpiter
Título Original: Jupiter Ascending
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Village Roadshow Pictures, Warner Bros
Direção: Andy Wachowski, Lana Wachowski
Roteiro: Andy Wachowski, Lana Wachowski
Elenco: Channing Tatum, Mila Kunis, Sean Bean, Eddie Redmayne
  
Sinopse:
Jupiter Jones (Mila Kunis) não conheceu seu pai que foi morto em um assalto quando sua família morava na Rússia. Depois da morte dele sua mãe decide ir embora para os Estados Unidos. A nova vida não é fácil, Jupiter ganha a vida como faxineira, onde trabalha muito, mas ganha muito pouco. Ele odeia sua vida, mas vê tudo mudar radicalmente da noite para o dia quando descobre que estranhas criaturas estão atrás dela. Para salvá-la do perigo surge Caine Wise (Channing Tatum) que lhe explica que ela está bem no meio de uma disputa espacial envolvendo um dos clãs mais poderosos do universo. Ela seria a reencarnação de uma das mais poderosas imperatrizes de todas as galáxias.

Comentários:
É outro produto pop feito para o público adolescente. Outro que também não tem muita originalidade. Logo no começo você percebe que as semelhanças com "Star Wars" beiram o plágio. Se na saga de George Lucas tínhamos um jovem comum (Luke Skywalker) jogado bem no meio da guerra espacial entre rebeldes e o império, aqui temos uma humana também bem comum que de repente se vê herdeira de um dos maiores impérios do universo e tudo isso acontecendo praticamente da noite para o dia. Essa produção custou quase 200 milhões de dólares e seu maior problema, além da falta de originalidade, é o excesso de informações que é jogado em cima do espectador. De repente ele descobre que não apenas existe vida fora da Terra como também eles são "donos" do nosso planeta, criaram a raça humana e basicamente nos usam como adubos. Os seres alienígenas também vivem milênios (e não apenas poucos anos como todos nós) e acreditam na reencarnação, mas em uma versão científica, baseada em traços genéticos! E tudo isso você ficará sabendo em menos de vinte minutos de filme! 

No meio de tudo isso muita ação desenfreada e, temos que admitir, ótimos efeitos especiais, como convém a qualquer filme assinado por Andy Wachowski (um dos irmãos Wachowski, que criaram o universo de "Matrix"). Curiosamente ele assina o filme ao lado de uma tal de Lana Wachowski! Muitos pensaram que seria a esposa de Andy, mas não, é o próprio irmão dele, Laurence Wachowski, que agora assina como Lana depois que resolveu assumir sua identidade GLS. Pintou o cabelo de vermelho, começou a usar roupas femininas e não aceita mais ser chamado por seu nome masculino! Bizarrices à parte, o fato é que o filme tem excesso de ação, efeitos digitais e visual inovador, pena que não tenha também ideias novas e originais. Do jeito que está só ficou excessivo, algumas vezes confuso e nada interessante - com menos de 60 minutos de duração você deixa de se importar com o que está acontecendo. O filme foi considerado um fracasso de bilheteria nos Estados Unidos, o que talvez só venha confirmar que os irmãos Wachowski só consigam se dar bem mesmo com a franquia "Matrix". São criadores de um universo só! Fora disso até hoje só colecionaram mesmo fracassos comerciais e filmes exagerados. Pior para o público que adora um chicletinho pop nas telas.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de maio de 2015

Todo Poderoso: o Filme

Título no Brasil: Todo Poderoso: o Filme - 100 Anos de Timão
Título Original: Todo Poderoso: o Filme - 100 Anos de Timão
Ano de Produção: 2010
País: Brasil, Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Home
Direção: Ricardo Aidar, André Garolli
Roteiro: Ricardo Aidar, Celso Unzelte
Elenco: Elenco, torcedores e jornalistas

Sinopse:
Documentário realizado para celebrar os cem anos da fundação do Sport Club Corinthians Paulista. Cenas históricas recuperadas de arquivos mostram o surgimento do clube que logo se tornou um dos mais populares do Brasil. Intercalando a exibição das imagens raras, vários jornalistas, torcedores e jogadores que fizeram a história do time contam suas memórias da famosa equipe de futebol.

Comentários:
A produção de documentários no cinema brasileiro ainda não conseguiu se firmar e isso sempre me intrigou. Países bem menores que o nosso se destacam no cenário internacional justamente no mercado de documentários. Esse "Todo Poderoso: o Filme - 100 Anos de Timão" pode ser um caminho a seguir. Além de ser comercialmente viável - pois pressupõe-se que a torcida assistirá e prestigiará o filme - ainda traz um resgate da história do esporte no Brasil. É um produto cinematograficamente falando muito bem realizado, com ótima edição e ritmo moderno, sem deixar cair nada na chatice - uma reclamação ouvida com certa frequência quando se trata desse tipo de filme. As histórias contadas pelos protagonistas ganham um background excelente, com uso de imagens restauradas, depoimentos em off e obviamente muita exaltação ao espírito torcedor de quem acompanha o dia a dia da equipe. Felizmente muitos jogadores importantes na história do clube ainda estavam vivos na realização do documentário, o que engrandeceu bastante o resultado final pois seus depoimentos são bem valiosos. Em suma, um belo exemplo de que o gênero documentário pode ser muito bem aproveitado em nosso país, inclusive com uso de capital de produtoras internacionais, basta apenas boa vontade.

Pablo Aluísio.

O Clube dos Monstros

Título no Brasil: O Clube dos Monstros
Título Original: The Monster Club
Ano de Produção: 1981
País: Inglaterra
Estúdio: Chips Productions, Sword & Sorcery
Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Edward Abraham, Valerie Abraham
Elenco: Vincent Price, John Carradine, Donald Pleasence

Sinopse:
Um cavalheiro inglês de origem nobre decide patrocinar uma reunião de grandes mentes do terror. Ele pretende que o encontro se torne uma sessão onde os convidados contem as melhores estórias de terror. Eramus (Vincent Price) então começa a contar três contos sinistros e macabros.

Comentários:
Curioso filme de horror com o mestre Vincent Price. Aqui os produtores tentaram fazer uma mesclagem com o estilo dos clássicos filmes de terror - como o uso de pequenos contos ao longo da narrativa - aliada a algo que pudesse chamar a atenção do público mais jovem, com uso de música moderna, rock pesado, em vários segmentos. A mistura, apesar de bem intencionada, não consegue convencer. Além disso a tentativa de muitas vezes em ser engraçadinho quase leva tudo a perder. A produção é precária, com figurinos e maquiagem que não convencem muito. O que sobra de bom mesmo é o imbatível carisma do bom elenco. Além de Price, a fita ainda traz os ótimos John Carradine e Donald Pleasence. No roteiro três contos interessantes, no primeiro acompanhamos o surgimento de um terrível criatura que possui um poder sobrenatural, no segundo as aventuras de um pai de família que precisa esconder o fato de que é também um vampiro e no último a vida de uma misteriosa cidadezinha que procura esconder um terrível mal em sua história. No final das contas não chega a ser um clássico mas mantém seu charme nostálgico.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de maio de 2015

O Cão dos Baskervilles

Título no Brasil: O Cão dos Baskervilles
Título Original: The Hound of the Baskervilles
Ano de Produção: 1959
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Peter Bryan, baseado na obra de Arthur Conan Doyle
Elenco: Peter Cushing, André Morell, Christopher Lee

Sinopse:
Retornando à mansão de sua família depois que seu pai morre em circunstâncias misteriosas, Sir Henry Baskerville é confrontado com o mistério do cão sobrenatural que supostamente anseia por vingança contra a família Baskerville. Em noites escuras a lenda surge nos horizontes montanhosos e sinistros da região. O famoso detetive Sherlock Holmes e seu assistente Dr. Watson são então trazidos para investigar o mistério que ronda o lugar.

Comentários:
Uma das melhores adaptações de Sherlock Holmes para o cinema. O imortal personagem que nasceu nas linhas escritas por Arthur Conan Doyle recebeu um tratamento de gala da inspirada produtora de filmes de terror Hammer da Inglaterra. O curioso é que "The Hound of the Baskervilles" traz em seu elenco a mesma dupla que fazia tanto sucesso nos filmes de Drácula, na mesma empresa. Lee como o conde vampiro e Cushing como o intrépido caçador Van Helsing. Já aqui temos Peter Cushing no papel de Sherlock e Christopher Lee, o eterno Drácula, dando vida ao nobre Sir Henry Baskerville. Na verdade você pode perguntar a qualquer leitor dos livros de Sherlock sobre quem foi o ator que melhor personificou o personagem nas telas. Muitos lembrarão de Basil Rathbone mas a verdade é que certamente em algum momento o nome de Peter Cushing também virá à tona. O verdadeiro Sherlock não é aquele brutamontes que vemos na nova franquia, que é em essência uma bobagem, mas sim um herói intelectual que solucionava os casos a partir de um singular faro para investigações. Cushing está perfeito sob esse ponto de vista. A direção de arte também é um ponto positivo, transformando tudo em um belo momento da sétima arte. Em suma, eis aqui um clássico para não se deixar em branco. Grande momento do detetive mais famoso do mundo no cinema.

Pablo Aluísio.