domingo, 20 de março de 2011

Arquivos do Vaticano - Edição VIII

A Origem de Satanás - É curioso que ao longo do velho Testamento o personagem Satã assumiu diversas moldagens teológicas. No começo Satã era considerado apenas um anjo adversário, mas ainda sob a submissão de Deus. Era o adversário, o acusador. Essa persona pode ser encontrada nas primeiras referências a esse anjo nas escrituras. Muitos inclusive defendem a ideia de que Satã aqui não se referia a um anjo em particular, mas a qualquer anjo que se colocasse como adversário do homem.

Depois, com o passar dos textos sagrados, ainda no Velho Testamento, Satã finalmente assume uma identidade própria. Deixa de ser um adjetivo, para se tornar um substantivo, vira realmente um personagem próprio e não uma referência um tanto vaga. Ele se torna um príncipe entre os demônios. Um líder do inferno. É interessante também notar que Satã continua sendo referido como a um anjo, mas agora como um chefe angelical de principados infernais. Outro ponto que muitos teólogos afirmam é que Satanás não é Lúcifer. São dois anjos diferentes. Satanás também não deve ser confundido apenas com a figura do Diabo. Esse termo diabo é um gênero, assim como demônio. Satã seria um ser dessa categoria.

Na língua aramaica Satã vira Satanás. Lembre-se que o aramaico era a língua falada por Jesus e seus apóstolos. No Novo Testamento Satanás ganha os contornos que conhecemos hoje em dia, uma criatura totalmente do mal. um ente que vive para destruir Deus e a humanidade. Nas palavras do próprio Jesus essa entidade maléfica seria "mentiroso e assassino desde o começo dos tempos". Por isso Jesus nunca dialoga com Satanás, ele simplesmente o expulsa quando o encontra.

Um aspecto a se levar em conta é que Satanás sempre surge como criatura, abaixo de Deus, mesmo quando identificado como um anjo. Ele seria um anjo caído, que foi expulso do céu. Por isso pessoalmente não acredito nas teorias que afirmam que Satanás seria apenas uma influência do Zoroastrismo, uma religião antiga em que existiam dois deuses, um do bem e outro do mal. Satanás nunca é retratado na Bíblia como um Deus, pelo contrário, ele jamais foi um criador, mas apenas uma criatura mesmo.

A Origem dos Anjos
Qual é a origem dos anjos? Essa pergunta pode ser respondida do ponto de vista da literatura, como também do ponto de vista da crença, da doutrina judaica. Na literatura não há como precisar a origem dos anjos nos textos. Ao que tudo indica a existência de seres angelicais era algo natural entre o povo judeu antigo. E mais do que isso, nas religiões persas, do Egito antigo e da Mesopotâmia já havia referências a seres alados que seriam uma intermediação entre os deuses e os homens. Assim os anjos não surgiram inicialmente nos textos religiosos dos povos judeus. Religiões ainda mais antigas já apresentavam esses personagens.

No ponto de vista da doutrina e da crença, rabinos do passado tentaram chegar na data exata da criação dos anjos. Alguns rabinos defendiam que os anjos tinham sido criados por Deus no segundo dia da criação. Outros defendiam que os anjos surgiram no quinto dia. O que não poderia ser aceito pelo judaísmo era a possibilidade dos anjos terem ajudado Deus na criação do universo. Eles também rejeitaram de todas as maneiras a possibilidade da criação dos anjos no primeiro dia do surgimento do universo criado por Deus.

Agora algo parece ser certo dentro da doutrina do judaísmo. Os anjos teriam surgido antes da criação dos seres humanos. Tanto que nas lendas mais antigas alguns dos anjos do Senhor teriam ficado enciumados e chocados com a criação dos homens. E isso teria piorado quando Deus teria determinado que os anjos protegessem a humanidade. A revolta de alguns anjos teria dado origem a uma guerra angelical, onde um terço dos anjos teriam sido jogados no inferno, sendo liderados por Lúcifer, que antes de sua queda seria o anjo mais maravilhoso do céu, o "filho da manhã". 

Papa Francisco mostra preocupação com Golpe Militar
O Papa Francisco mostrou solidariedade com o povo de Mianmar. O país sofreu um violento golpe militar nos últimos dias. Com brutalidade e o velho estigma de estupidez que caracteriza esse tipo de golpe de Estado, os militares daquele país retiraram do poder o governo civil de Aung San Suu Kyi. Depois fecharam e censuraram o acesso às redes sociais. Como se isso não fosse o bastante decidiram de forma arbitrária simplesmente cortar todo o acesso à internet no país. Quem tentasse acessar a net seria preso sem julgamento algum.

Sobre a situação, que vem sendo condenada por praticamente todos os países ao redor do mundo, o Papa assim se manifestou: "Expresso minha solidariedade ao povo birmanês. Rezo para que aqueles que assumem responsabilidades no país se comprometam, com sincera disponibilidade, com o serviço do bem comum, promovendo a justiça social e a estabilidade nacional a favor de uma coexistência democrática harmoniosa. Neste momento tão delicado, quero voltar a assegurar ao povo birmanês minha proximidade espiritual, minha oração e minha solidariedade."

Os Velhos do Velho Testamento
O leitor da Bíblia leva um susto quando lê que personagens do velho testamento como Matusalém, viveram mais de 900 anos! Como um ser humano poderia viver tanto naqueles tempos antigos? É verdade que havia pessoas na antiguidade que viviam mil anos? Ora, há duas respostas para esse tipo de pergunta. A primeira é literária e teológica e a segunda é histórica.

Do ponto de vista da teologia e da literatura esses velhos do velho testamento são explicados de duas maneiras. Na época em que os textos da Bíblia foram escritos havia um princípio de teologia que dizia que quando mais perto da criação o homem vivesse, mais ele viveria. Os filhos de Adão, por estarem cronologicamente próximos da criação, iriam viver mais anos do que os netos de Adão e assim por diante. Por isso esses escritores colocaram idades absurdas para essas figuras do velho testamento. Porém, como se sabe, essas são questões inerentes apenas à literatura e à teologia.

Historicamente nenhum ser humano chegou a viver 900 anos. Essa parte da Bíblia é apenas uma alegoria, uma forma de defender uma visão teológica. Na realidade os homens da antiguidade viviam menos do que os homens da modernidade. isso porque não havia a tecnologia científica e médica dos dias atuais. Um homem de 40 anos de idade na era antiga era considerado um ancião, uma pessoa bem velha mesmo. Se Matusalém realmente existiu, se foi uma pessoa, uma figura histórica, ele deve ter chegado aos 80 anos de idade, o que espantava as pessoas que viviam naqueles tempos. Só não vá pensar que ele viveu 900 anos, pois isso seria biologicamente impossível, no presente e no passado também. 

A Existência Histórica de Pôncio Pilatos
Pôncio Pilatos realmente existiu? Ele foi uma figura histórica real? Ao longo dos séculos pouco se duvidou da existência histórica de Pôncio Pilatos. Ele havia sido citado não apenas no novo testamento, mas também em outras obras da época como Flávio Josefo. Para os historiadores todas essas citações já seriam válidas para determinar a certeza histórica desse romano.

Na década de 1960 uma pedra retirada do teatro romano em Cesárea Marítima colocou fim definitivo sobre a dúvida. Nessa pedra havia inscrições onde aparecia o nome de Pôncio Pilatos como prefeito daquela região. Ele era nomeado bem abaixo do nome do imperador Tibério, ou seja, todos os elementos históricos estavam no lugar certo, perfeitamente localizados naquela fase da antiguidade.

Essa pedra também foi importante pois além de citar Pôncio Pilatos, citava seu cargo, o de prefeito. Esse romano iria cair em desgraça alguns anos após a morte de Jesus. Ele era um déspota e um homem cruel que estava sempre provocando as crenças do povo judeu. Sua governança foi considerada tão complicada que não tardou e ele foi chamado de volta à Roma. Os eventos de sua morte e seus últimos anos não são bem conhecidos pela história, mas uma coisa é certa, ele de fato existiu, foi um homem real, confirmando mais um aspecto descrito nos evangelhos. Provavelmente morreu no ostracismo, em uma das muitas casas de nobres em Roma. 

Jesus Cristo e Apolônio de Tiana
Há muitas semelhanças entre as histórias de Jesus de Nazaré e o filósofo grego Apolônio de Tiana. Isso levou alguns a perguntar: seria a história de Jesus uma cópia, um plágio, da vida de Apolônio de Tiana? A resposta é negativa. E os historiadores concordam sobre esse aspecto por uma simples questão cronológica. Os Evangelhos foram escritos antes das principais obras que contam a história do grego Apolônio de Tiana. Embora Apolônio de Tiana tenha nascido no ano 2 da era cristã, as principais obras sobre sua vida foram escritas séculos depois de sua morte.

O fato é que esses livros que contavam a vida desse professor e pensador grego pecavam pela fantasia. Muitas das histórias atribuídas a Apolônio de Tiana não passam de mera ficção. O que aconteceu foi que sua obra foi muito popular no império romano. Imperadores como Adriano adoravam essas obras literárias que misturavam pequenos trechos do pensamento desse filósofo com camadas e mais camadas de pura literatura de ficção. Além disso esses textos foram escritos muitos anos depois da vida de Jesus.

Presume-se que muitos desses autores tardios sobre Apolônio de Tiana tenham inserido em suas narrativas, coisas que leram nos evangelhos. Assim Apolônio de Tiana poderia surgir como o filho de uma virgem, um homem que fazia milagres, que ressuscitava mortos, etc. Pedaços da vida de Jesus foram utilizados nesses livros de mera literatura sobre Apolônio de Tiana. Embora não seja de bom tom hoje em dia falar algo nesse sentido, o fato é que não foi Jesus um plágio de Apolônio de Tiana, mas justamente o contrário disso. 

O Barco de Jesus
Há um trecho no evangelho segundo Mateus em que Jesus acalma a tempestade no mar da Galileia. Ele estava em um barco nessa ocasião e acalmava o mar bravio e o céu chuvoso, da tempestade. Em 1986 um barco do século I, ou seja, da mesma época em que Jesus andou pela Terra, foi encontrado no Mar da Galileia, na mesma região onde Jesus pregou por anos e anos. Seria esse o barco de Jesus? Ou seria o barco que havia pertencido a Pedro, que era um pescador?

Infelizmente essas duas últimas perguntas não podem ser respondidas com certeza pela arqueologia. O que se pode afirmar através de exames que foram feitos na madeira desse barco antigo é que ele realmente pertenceu a um pescador do Mar da Galileia no século I da era cristã. Fazendo exercícios de imaginação poderíamos até pensar que esse mesmo barco foi um dia avistado por Jesus nas margens desse Mar ou então, indo mais longe, o próprio Jesus poderia ter navegado nele em algum momento de sua vida.

Apesar de não se afirmar com certeza sua ligação com Jesus de Nazaré, o fato é que esse artefato arqueológico é dos mais importantes já encontrados, mostrando uma peça da história do povo de Israel. Ali os historiadores encontraram também uma peça de argila e uma lâmpada antiga, mostrando artefatos que pertenciam aos povos que ali viviam há 2 mil anos! Algo muito raro e quase impossível de se encontrar nos dias de hoje. Se foi de Jesus ou de algum de seus apóstolos, nunca saberemos, mas que é uma peça incrível de um passado remoto, isso podemos afirmar com absoluta certeza. 

O Evangelho de Filipe
É um dos mais controversos textos antigos sobre Jesus que se tem notícia. Não faz parte do grupo de evangelhos canônicos, reconhecidos pela Igreja Católica e por essa razão é classificado como um texto apócrifo, de procedência e origem incertas. Mas o que chama tanto a atenção nesse texto antigo (escrito, segundo historiadores por volta do século I e II da era cristã)?

Há revelações (ou pontos de vista) bem interessantes aqui. Foi o próprio apóstolo Filipe que o escreveu? Não se sabe, mas muito provavelmente não! Historiadores acreditam que o texto foi escrito em cima de tradições orais, quase centenárias à época, que foram reunidos por seguidores de um grupo de cristãos que viveram muito provavelmente no norte da África ou no Egito.

Entre as coisas que mais chamam atenção nesse texto é a importância dada a Maria Madalena. Ela é mostrada como a seguidora preferida pelo próprio Jesus, sua companheira. O texto afirma que Maria Madalena era esposa de Jesus? Não, não chega a afirmar isso, mas ao mesmo tempo dá enorme importância a Maria Madalena no ministério de Jesus.

Inclusive é nesse evangelho que existe um trecho muito controverso que diz que Jesus havia beijado Maria Madalena na... Infelizmente não se pode saber onde Jesus a beijou. O trecho da palavra no papel foi destruído pela ação do tempo. Onde Jesus beijou Maria Madalena? Na boca? No rosto? Impossível se determinar. Até que se encontre outra cópia desse evangelho tudo o que existirá são suposições, para o deleite de teorias da conspiração. Que o diga o autor de "O Código Da Vinci". 

O Estranho Livro de Enoque
Hoje em dia se fala muito nesse livro de Enoque. Para alguns ele deveria estar na Bíblia pois é citado nela, em trecho escrito por Judas. Ora, se um dos autores da Bíblia o usa como citação, por que o livro de Enoque não está entre os livros do velho testamento? A Igreja Católica o retirou da Bíblia? Qual é sua origem? Por que não faz parte dos livros canônicos? Foi realmente escrito pelo profeta Enoque? Muitas perguntas ficam no ar, vamos responder algumas delas.

Antes de mais nada é importante dizer que historiadores e teólogos concordam que o chamado Livro de Enoque não foi escrito pelo Enoque que está na Bíblia. Esse é dito como o sétimo homem após Adão e o texto que chegou até nós data de aproximadamente dois séculos antes de Cristo. Logo as datas históricas não batem. Se Enoque realmente foi uma pessoa real e pertencia à sétima geração após Adão ele provavelmente viveu há aproximadamente 10 mil anos no passado!

O Livro de Enoque é basicamente um livro de fantasia, com monstros e gigantes vivendo entre os homens. É um livro que não se pode ler como se fosse um registro histórico do passado, a não ser que você queira ler livros como "O Senhor dos Anéis" como retratos fiéis de algo que realmente aconteceu. Esse livro de Enoque também tem origem desconhecida. Quem foi o seu verdadeiro autor? Ninguém sabe.

Judas realmente o cita na Bíblia, mas o faz para derrubar os argumentos de quem acreditava nele. Não é um texto de confirmação de nada, do valor de suas palavras. O Livro de Enoque nunca foi considerado como um livro inspirado por Deus, nem dentro do cristianismo e nem dentro do judaísmo. É um livro, repito, de pura fantasia. Um curioso caso de um livro antigo trazendo seres do mundo da fantasia, o que não deixa de ser, apesar de tudo, uma prova do pensamento imaginativo do homem antigo. É uma das obras de fantasia mais antigas que se tem notícia.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de março de 2011

Bento XVI: O Homem Que Não Queria Ser Papa

Temos no momento uma boa oportunidade para ampliar os horizontes na leitura, geralmente aproveitando o tempo livre para se dedicar a temas de interesse, que não sejam necessariamente ligados à sua profissão. Recentemente li essa interessante obra intitulada "O Homem Que Não Queria Ser Papa" de autoria de Andréas Englisch. Ele é um Vaticanista veterano que resolveu escrever um livro mostrando a subida do cardeal Joseph Aloisius Ratzinger ao trono de São Pedro. Como ele era um jornalista alemão enviado ao Vaticano por seu jornal para cobrir as notícias papais, acabou encontrando farto material para escrever sobre a ascensão do primeiro papa alemão em séculos de existência da Igreja Católica. Curiosamente apesar de ser da mesma terra de Bento XVI ele não era do círculo íntimo do Papa, que aliás tinha sérias reservas em relação ao escritor, agravado após a publicação de um artigo onde ele acabou irritando Ratzinger profundamente.

Pois bem, o mais interessante nesse livro é que o Papa Bento XVI é mostrado em seu lado mais humano, uma aproximação impensada para qualquer católico comum ao redor do mundo. Ratzinger é retratado como um estudioso, um homem extremamente culto e erudito, mas também profundamente tímido e reservado. Um homem de letras, que adorava ficar em seu escritório por longas horas escrevendo suas teses acadêmicas. Quando João Paulo II morreu, ele planejou voltar para sua terra natal, onde iria dedicar seus últimos anos de vida para escrever vários livros que planejava sobre a infância e juventude de Jesus. Era um velho sonho do cardeal. Ele certamente queria apenas participar da eleição do novo Papa, pedir sua aposentadoria ao Vaticano o mais rapidamente possível e voltar feliz e realizado para sua cidade natal na Alemanha. Queria morrer em paz na região onde foi criado por pais amorosos e bastante religiosos. Inclusive já havia acertado tudo com sua irmã que iria morar ao seu lado.

Agora imaginem um senhor idoso como ele, ciente que havia chegado ao fim de uma longa caminhada, ser eleito, praticamente da noite para o dia, o novo Papa! Por isso o livro se chama, de forma muito adequada aliás, "O Homem Que Não Queria Ser Papa". Naquela altura de sua vida Joseph Ratzinger se sentia pronto e realizado para curtir uma aposentadoria ao lado de seus amados livros. Um homem que estudou a vida inteira e que queria terminar seus dias ao lado de sua irmã, fazendo aquilo que mais gostava: ler e escrever. Ele inclusive já havia mandado grande parte de sua biblioteca para a Bavária. Estava literalmente de malas prontas.

De repente ele acabou sendo eleito Papa, se tornando líder espiritual de mais de 1 bilhão de católicos ao redor do mundo! Foi uma reviravolta complicada de se lidar. O autor aproveita justamente essa delicada situação para mostrar o tumulto e caos que se seguiu à eleição de Ratzinger! O velho cardeal alemão bem sabia que não tinha muitos dos pressupostos necessários para suceder o grande João Paulo II, homem que admirava imensamente. Ele não se considerava carismático e nem tinha o dom de levantar multidões. Para ser ter uma visão de seu modo de ser, ele gostava de realizar missas com poucas pessoas, em igrejinhas de Roma que comportavam no máximo 50 pessoas. Também adorava rezar missas em latim, algo que o fazia lembrar de sua infância querida. Para Ratzinger as missas tinham que ter um certo sentimento de aproximação e familiaridade entre o sacerdote e seus fiéis. Muito longe das missas campais celebradas por Papas, onde se chega a cifras absurdas de pessoas presentes.

Assim o autor vai mostrando os primeiros dias de Joseph no trono, seus pequenos erros e gafes e sua imensa dificuldade de assumir um cargo de tamanha grandeza e responsabilidade. Como era um religioso de bastidores, foi muito penoso para ele ir para a frente das câmeras, participar de eventos públicos com milhões de pessoas e se mostrar confortável com tudo o que teve que enfrentar. Confesso que em determinados momentos do livro cheguei até mesmo a sentir pena de Bento XVI por causa de algumas situações aflitivas pelas quais passou. Um homem que jamais almejou virar a estrela do show ou ir para debaixo dos holofotes do mundo! Apenas uma pessoa reservada como ele entenderá perfeitamente os sentimentos que ele precisou enfrentar, tendo o mesmo temperamento.

Conservador e muito firme em suas opiniões, Bento XVI sempre será lembrado como um Papa de transição entre dois Papas que são verdadeiros símbolos da mídia moderna, João Paulo II e Francisco. Por falar em Jorge Mario Bergoglio, ele também está nas páginas do livro em um momento particularmente muito saboroso, justamente no conclave que elegeu Ratzinger! Poucos sabem, mas o fato é que Francisco quase foi escolhido nessa primeira votação. Os cardeais presentes na Capela Sistina reconheceram prontamente a vocação de Bergoglio para assumir o anel do pescador, porém segundo o autor, o futuro Papa sentiu a pressão e dizem ficou bastante nervoso naquele momento. Suando bastante e de cabeça baixa, Jorge Mario Bergoglio parecia sentir o peso de cada voto dado a ele. Talvez por isso os demais cardeais tenham no último momento escolhido o mais frio e equilibrado Joseph Ratzinger.

É bom também chamar a atenção para o fato de que muito do que se tornou realidade com a renúncia de Bento XVI pode ser entendido ao se ler esse livro. Pequenos e grandes desapontamentos do novo Papa parecem confirmar a tese que ele realmente não aguentou a pressão a que vinha sendo submetido desde os seus primeiros dias. A saúde também já não era boa. Ele tinha problemas de locomoção e sentia muitas dores. Não queria passar pelo que passou João Paulo II que foi sucumbindo à doença na frente do público ao longo dos anos. Ele próprio mudou uma questão de direito canônico para deixar mais clara sua posição na renúncia. Um mosaico de eventos e fatos que acabou dando origem à sua decisão que deixou o mundo surpreso. Assim deixo a recomendação desse livro - um revelador passeio por dentro dos muros do Vaticano em um dos momentos mais importantes e vitais de sua história.

Pablo Aluísio. 

Arquivos do Vaticano VII

Arquivos do Vaticano VII
Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos.  

Papa Francisco e a importância das mulheres no mundo - Nesse 8 de março o Papa Francisco relembrou a importância das mulheres dentro da sociedade humana. O Papa afirmou que o mundo que marginaliza as mulheres em geral se torna um mundo estéril. Para Francisco as mulheres buscam a cada dia construir uma sociedade mais humana e acolhedora. A importância de sua presença na vida de todas as famílias deve sempre ser ressaltada e valorizada. As mulheres não apenas trazem vida, mas também conseguem entender e olhar o mundo com olhos diferentes, com um coração mais criativo, mais paciente e mais terno. Francisco dedicou uma oração e uma benção particular para todas as mulheres ao redor do mundo e em especial para as que estavam presentes na Praça de São Pedro nesse domingo de graça.

Ele afirmou: “Hoje, 8 de Março, uma saudação a todas as mulheres que em cada dia procuram construir uma sociedade mais humana e acolhedora. Um obrigado fraterno também àquelas que em mil modos testemunham o Evangelho e trabalham na Igreja. E esta é para nós uma ocasião para reafirmar a importância das mulheres e a necessidade da sua presença na vida de cada um de nós. Um mundo onde as mulheres são marginalizadas é um mundo estéril, porque as mulheres não apenas trazem a vida, mas nos transmitem a capacidade de olhar mais além, a capacidade de entender o mundo com olhos diferentes, de sentir as coisas com um coração mais criativo, mais paciente, mais terno. Uma oração e uma bênção particular para todas as mulheres aqui presentes na Praça e para todas as mulheres do mundo. Uma saudação”

O Papa Francisco também relembrou em sua oração mariana do Angelus o trecho do evangelho onde Jesus expulsou os vendedores do Templo, lugar de oração que era usado para o comércio e enriquecimento próprio dos sacerdotes. Francisco afirmou: “Na verdade, este gesto de Jesus e a sua mensagem profética percebem-se totalmente à luz da sua Páscoa. Temos aqui, segundo João, o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: o seu corpo, destruído na cruz pela violência do pecado, se transformará na Ressurreição no lugar de encontro universal entre Deus e os homens. Por isso, a sua humanidade é o verdadeiro templo, onde Deus se revela, fala, se faz encontrar; e os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo material, os detentores do poder e do saber religioso, mas aqueles que adoram a Deus em espírito e verdade".

Por fim o Papa realçou a importância de se viver esse período da Quaresma para a celebração da Páscoa, quando o fiel finalmente renova seus compromissos assumidos no batismo em Cristo. Para Francisco o verdadeiro cristão deve assumir uma posição de caridade e ajuda ao próximo, principalmente em relação aos mais humildes e fracos, os mais pobres. Agindo assim o cristão assume a construção de um templo em sua própria vida, se tornando exemplos vivos do caminho de Cristo na Terra. Depois o Papa levou a multidão presente na Praça de São Pedro a uma reflexão. O Papa afirmou que sempre devemos nos perguntar se o Senhor realmente está presente em nossas vidas e em nossos corações. Se realmente passamos por um processo de limpeza e purificação em nossa existência. E se realmente expulsamos de nossa alma as atitudes de ganância, ciúmes, mundanidade, inveja e ódio. Finalizando o Papa Francisco convidou os católicos a abrirem seus corações para que a misericórdia de Deus faça a verdadeira limpeza dentro de cada um de nós.

Papa Francisco e o coração dos homens - Nessa quarta-feira o Papa Francisco lembrou a situação dos idosos no mundo de hoje. Para o Papa Francisco as pessoas idosas ganharam mais tempo de vida graças aos avanços da medicina, porém continuam sendo negligenciadas e abandonadas, até mesmo por familiares. O Papa Francisco afirmou: "Os idosos deviam ser, para toda a sociedade, uma reserva de sabedoria! Infelizmente muitos idosos estão abandonados não só em condições materiais precárias, mas também enfrentando numerosas dificuldades para sobreviver em uma sociedade que não quer mais a sua participação. A vida humana aumentou em anos de vida, mas o coração não cresceu". O Papa Francisco relembrou ainda a importância dos avós na vida familiar e na sociedade em geral e como eles estão sendo deixados de lado por uma sociedade que não os valoriza.

O Papa inclusive usou o exemplo de Bento XVI que ao visitar um lar para idosos em Roma afirmou: "A qualidade da sociedade, direi da civilização, julga-se também na forma como os idosos são tratados e do lugar que ocupam dentro de uma comunidade". Francisco ainda deixou claro que a Igreja Católica não pode se conformar com o modelo consumista atual, onde os mais jovens olham a velhice com impaciência, indiferença e desprezo. O Papa Francisco comentou: "Os idosos são homens e mulheres, pais e mães, que percorreram, antes de nós, as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos de despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça o idoso sentir-se como parte ativa da sua comunidade."

O Papa Francisco alertou para os perigos de uma sociedade que não valoriza os idosos. Em sua maneira de ver toda civilização digna desse nome deve respeitar a sabedoria e a experiência de vida dos idosos. Em uma sociedade sem lugar para pessoas mais velhas não poderá haver pleno desenvolvimento da alma humana. O Papa ainda comentou entristecido o caso de uma senhora idosa que foi abandonada e não vê seus filhos há quase um ano!". Para o Papa Francisco não há dúvidas que isso é um pecado mortal por parte de seus filhos, que a deixaram abandonada. A conclusão que o Papa chegou é clara: “Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens”. No final de sua catequese o Papa Francisco resolveu fazer uma saudação muito especial aos peregrinos de língua portuguesa. O Papa os lembrou do dom maravilhoso que é a vida humana. Lembrou ainda que todos devem caminhar com a Virgem Maria para que ela os guie pelos caminhos da vida.

A Semana do Papa Francisco - Papa Francisco condena atentados terroristas em Paris - O Papa Francisco afirmou no Vaticano sua preocupação com o terrível atentado ocorrido em Paris aos jornalistas do tablóide de humor Charlie Hebdo. A publicação que muitas vezes havia satirizado o próprio Papa e a religião católica foi alvo de terroristas fundamentalistas islâmicos após a publicação de charges envolvendo o profeta Maomé, o que resultou na morte de 12 pessoas. Para o Papa Francisco: "O atentado em Paris nos faz pensar na grande crueldade humana, no terrorismo. O atentado contra o semanário francês Charlie Hebdo foi um ato de extrema crueldade humana" lamentou o Papa. Depois pediu aos católicos que rezassem pelas pessoas cruéis, para que o Senhor lhes mude o coração. O Papa também condenou o que chamou de  “difusão do ódio e qualquer forma de violência física e moral que possam destruir a vida e violar a dignidade, atingindo radicalmente a convivência pacífica entre as pessoas e os povos.". Por fim Francisco dirigiu os pêsames às famílias das vítimas do atentado unindo-se "à dor e à tristeza de todos os franceses”.

Vaticano divulga novas viagens do Papa Francisco - Além dos Estados Unidos o Papa Francisco irá visitar mais dois países em breve: Sri-Lanka e Filipinas, divulgou o Vaticano. Para Francisco a viagem tem um claro objetivo, levar uma mensagem de reconciliação e esperança aos cingaleses, e de solidariedade aos filipinos, atingidos por vários desastres naturais nos últimos anos. É a segunda visita oficial do Papa a países asiáticos, numa clara demonstração de preocupação do Papa com o catolicismo nessa parte do mundo. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, essas viagens do Papa representam acima de tudo um apelo ao diálogo inter-religioso, uma maneira de criar vínculos de paz com outras religiões orientais. Além disso, como todo bom jesuíta, Francisco também almeja levar a palavra do evangelho aos mais distantes locais da Terra.

Papa Francisco recebe Angelina Jolie no Vaticano - No meio de uma semana muito agitada no Vaticano o Papa Francisco recebeu rapidamente a atriz Angelina Jolie. Ela esteve lá para divulgar seu novo trabalho, "Invencível". No filme acompanhamos a história real de um atleta olímpico que foi feito prisioneiro dos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Um enredo que fala sobre superação e garra diante dos desafios da vida. Para Jolie foi uma honra projetar o filme nos jardins do Vaticano mesmo sem a presença do Papa, muito atarefado com os assuntos da Igreja. Ela se mostrou emocionada com o encontro e depois comentou: "Ser convidada para projetar o filme no Vaticano foi uma honra e uma homenagem à memória de Louis (o personagem principal do filme), um homem de fé que representou a coragem do espírito humano".

Papa Francisco afirma que "somente o Espírito Santo torna o coração dócil à liberdade do amor" - Em missa realizada em Santa Marta o Papa chamou todos os católicos a uma reflexão importante. Para Francisco os homens precisam reencontrar o verdadeiro amor do Espirito Santo em suas vidas, deixando de lado o orgulho e o sentimento de auto suficiência, esquecendo do próximo ao abraçar uma vida de egoísmos e individualidades extremas. Francisco afirmou: “O coração, quando endurece, não é livre e se não é livre é porque não ama: assim terminava o Apóstolo João na primeira leitura. O amor perfeito expulsa o temor: no amor não há temor, porque o temor supõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Não é livre. Tem sempre o temor de que aconteça algo de doloroso, triste, que me faça ir mal na vida ou arriscar a salvação eterna ... São tantas as imaginações, porque não ama. Quem não ama não é livre. E o seu coração estava endurecido, porque ainda não aprendeu a amar. Quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza?” – perguntou o Papa Francisco. Depois veio sua resposta: “Somente o Espírito Santo”. No final de sua pregação o Papa Francisco concluiu: “Você pode fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de yoga, zen, e todas essas coisas. Mas tudo isso nunca vai ser capaz de lhe dar a liberdade de filho. Somente o Espírito Santo move o seu coração para dizer 'Pai'. Somente o Espírito Santo é capaz de afastar, de quebrar essa dureza de coração e tornar um coração macio ...“dócil”. Dócil ao Senhor. Dócil à liberdade do amor”.

Papa Francisco e o exame de consciência - Nesse novo 2015 que nasce o Papa Francisco chama todos os cristãos para um exame de consciência. Em suas palavras: "Um ano chega ao fim e outro começa. Essa é a ocasião perfeita para que todos reflitam sobre como têm usado seu tempo e os dons que Deus lhes deu - especialmente a forma como cada um tem ajudado ao seu próximo, aos pobres". Para Francisco Deus é eterno, porém a passagem do tempo é importante até mesmo para Ele. Na Basílica de São Pedro Francisco afirmou: "Deus queria revelar-se e salvar-nos da história, tornar-se humano para demonstrar o seu amor concreto pela humanidade." Com um vento de inverno forte que soprava do lado de fora da basílica, o Papa Francisco encerrou 2014 celebrando a oração da noite, com a adoração eucarística e a bênção, com o canto solene do "Te Deum", um hino de louvor pelas bênçãos de Deus. Depois prosseguiu dizendo: "O final do ano, assim como o final de uma vida, nos leva a um exame de nossa própria consciência, lembrando-se de tudo o que aconteceu, agradecendo ao Senhor por tudo de bom que recebemos e fomos capazes de realizar. Ao mesmo tempo temos que nos lembrar também de nossos pecados, dar graças e pedir perdão pelos erros cometidos".

Depois se dirigindo aos moradores de Roma o Papa afirmou que os cristãos devem ter coragem de levantar a bandeira dos mais pobres que precisam ser defendidos. Para o Papa não são as pessoas que devem ser defendidas dos pobres, mas o contrário, todos devem proteger os mais humildes, pois o fraco deve ser amparado em suas carências. Depois o Papa relembrou sobre os inúmeros casos de corrupção que estão em todos os jornais, mundo afora. Para o Papa a corrupção é um dos grandes males do século. Francisco observou: "Os graves casos de corrupção que assolam o mundo político exigem uma conversão séria e consciente. É necessário passar por uma renovação espiritual e moral. É preciso haver um compromisso renovado para a construção de uma sociedade baseada em justiça e solidariedade, onde os pobres, os fracos e os marginalizados estejam no centro da preocupação". Para o Papa o pecado original e seus efeitos ainda assolam a humanidade, tornando muitos meros escravos e seguidores da "voz do Maligno". A corrupção seria uma manifestação disso dentro da sociedade.

Para o Papa Francisco Deus enviou Jesus para que todos os pecadores fossem resgatados dessa escravidão. Depois perguntou: "Vivemos como filhos de Deus ou como escravos?". Depois continuou com seus questionamentos: "Vivemos e fomos batizados em Cristo de forma gratuita? Ou vivemos de acordo com a lógica mundana, como corruptos, fazendo o que o diabo quer nos fazer crer ser de nosso interesse?" E prosseguiu: "Temos uma tendência para resistir à liberdade, pois na verdade tememos a liberdade, preferindo paradoxalmente a escravidão! A liberdade nos assusta, porque coloca o tempo diante de nós e, com ele, a responsabilidade de viver bem", disse ele. "A nostalgia dos ninhos de escravidão ainda resiste em nossos corações, porque parece mais reconfortante do que a liberdade, o que é muito mais arriscado. A escravidão se concentra apenas no momento, fazendo com que as pessoas se esqueçam de seu passado, mas também roubando-lhes esperança para o futuro. A escravidão nos faz acreditar que não podemos sonhar, voar ou ter esperanças. O fim de um ano é um lembrete de que haverá uma "hora final" e que todas as pessoas serão julgadas, em particular sobre como usaram sua liberdade e como a utilizaram para cuidar e ajudar ao próximo."

Após uma breve oração e apesar do frio de zero grau, o Papa Francisco fez questão de ir até a Praça de São Pedro para rezar um pouco antes de se dirigir até a a cena da natividade representada no presépio do Vaticano. Depois ao avistar muitas pessoas atrás das barricadas montadas pela guarda suíça resolveu ir até lá para dar um "Feliz Ano Novo" bem pessoal e caloroso aos que o estavam esperando no frio gelado de Roma. Cumprimentou a muitos, desejando sempre felicidades para o ano novo que está nascendo.

Papa Francisco - Missa do Galo 2014 - Ontem tivemos mais uma bela celebração na Basílica de São Pedro. Foi a segunda Missa do Galo a ser celebrada pelo Papa Francisco. Graças ao bom Deus tudo transcorreu sem maiores problemas. Tradicionalíssima, a missa relembrou o nascimento de Jesus Cristo. O texto do evangelho escolhido foi o de Lucas. Pessoalmente me senti duplamente abençoado pois não faz muito tempo terminei de reler mais uma vez esse evangelho, considerado por muitos um dos mais perfeitos sobre a vida de Jesus. Vou abaixo transcrever o texto que foi lido durante a celebração no Vaticano.

Nascimento de Jesus. Os pastores (Evangelho Segundo Lucas, capítulo 2, versículos de 1 a 20. 1 Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra 2 – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. 4 Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, 5 para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. 7 Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho. 9 Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. 10 O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: 11 hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! 12 E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”. 13 De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: 14 “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!” 15 Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou. 16 Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Quando o viram, contaram as palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. 18 Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração. 20 Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito.

Depois apresentou-se uma filarmônica de Viena. O Papa então realizou sua homilia dando enfoque para dois trechos bíblicos dos mais relevantes. O primeiro afirma que “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles” (Is 9, 1). O segundo que diz “Um anjo do Senhor apareceu, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles” (Lc 2, 9). Depois o Papa Francisco deu continuidade à sua mensagem dizendo: "É assim que a Liturgia desta santa noite de Natal nos apresenta o nascimento do Salvador, como luz que penetra e dissolve a mais densa escuridão. A origem das trevas que envolvem o mundo perde-se na noite dos tempos. Pensemos no obscuro momento em que foi cometido o primeiro crime da humanidade, quando a mão de Caim, cego pela inveja, feriu de morte o irmão Abel (cf. Gn 4, 8). Assim, o curso dos séculos tem sido marcado por violências, guerras, ódio, prepotência. Mas Deus continuou a esperar pacientemente face à corrupção de homens e povo – observou o Santo Padre – tal como o pai da parábola do filho pródigo, à espera de vislumbrar ao longe o regresso do filho perdido". Depois continuou perguntando: "Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? Temos a coragem de acolher, com ternura, as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficientes mas desprovidas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade que o mundo tem hoje de ternura!”

Francisco seguiu em sua mensagem afirmando: "A vida deve ser enfrentada com bondade, com mansidão. Quando nos damos conta de que Deus Se enamorou da nossa pequenez, de que Ele mesmo Se faz pequeno para melhor nos encontrar, não podemos deixar de Lhe abrir o nosso coração". Francisco ainda chamou a atenção para o fato de que a luz de Deus foi vista por “pessoas simples, dispostas a acolherem o dom de Deus” e não pelos “arrogantes, os soberbos, aqueles que estabelecem as leis segundo os próprios critérios pessoais, aqueles que assumem atitudes de fechamento.” Finalizando o Papa Francisco deixou a todos uma bela mensagem de amor e paz ao dizer: "“Olhemos o presépio e façamos este pedido à Virgem Mãe: Ó Maria, mostrai-nos Jesus!”

A Semana do Papa Francisco - Nessa semana nosso querido Papa Francisco foi novamente bem enfocado pela imprensa mundial. De fato a cada dia o Papa surpreende, encanta e cativa ainda mais o planeta. Vamos saber os principais fatos da semana na vida do nosso querido e amado Santo Padre.

Papa Francisco afirma que os bichinhos de estimação vão para o céu - Durante um encontro casual o Papa se encantou com um garotinho que lhe contou, muito triste, que seu cãozinho havia morrido naquela semana. O Papa Francisco então o consolou afirmando que os cães e demais bichinhos de estimação também vão para o céu! Curiosamente um ato tão bondoso do Papa acabou gerando uma grande polêmica envolvendo teólogos e gente de todas as idades na internet. Afinal os bichinhos também vão para o céu? No meio de muito bate boca o bom resultado de tudo foi relembrar a todos nós que os animais de estimação como seres viventes e criaturas de Deus que são, merecem todo o nosso respeito e carinho. E como bem resumiu uma internauta os animais de estimação são anjos peludos que nos ensinam a amar.

Papa Francisco não vai se encontrar com o Dalai Lama
Outro fato que chamou bastante atenção da mídia essa semana foi o cancelamento do encontro entre o Papa Francisco e o Dalai Lama. O Vaticano informou que o encontro foi cancelado pois há receios de que haja um endurecimento do regime comunista da China contra os católicos que vivem naquele país caso o encontro fosse realizado. O Dalai Lama luta pela independência de seu país, ocupado há décadas pelo regime de Pequim. Como os casos de perseguição religiosa contra cristãos está aumentando consideravelmente nos últimos anos o Papa Francisco achou por bem esperar um pouco mais, afinal um encontro como esse pode trazer consequências perigosas para a integridade física dos católicos que vivem na China.

Pesquisa mostra que Papa Francisco tem boa imagem em praticamente todo o mundo
Recentes pesquisas comprovam que Francisco tem uma excelente imagem pelo mundo afora, principalmente nos países europeus e nos Estados Unidos. Seus índices mostram que o Papa Francisco é amado e admirado ao redor do globo. A pesquisa também demonstrou que a maioria dos países anseiam por uma visita do Papa o mais breve possível. Infelizmente Francisco não tem feito todas as viagens que estão sendo solicitadas por causa de sua idade já um pouco avançada. Além disso há toda uma organização muito bem orquestrada que precisa ser feita para cada viagem internacional do Santo Padre em cada nação que visitar, o que demanda naturalmente um bom tempo para ser perfeitamente planejada. A última confirmação de Francisco em termos de viagem foi feita na última semana pelo Vaticano ao declarar que o Papa visitará os Estados Unidos em 2015.

Papa Francisco nomeia dois novos bispos no Brasil
O Papa Francisco nomeiou dois novos bispos auxiliares para a Arquidiocese de São Paulo. Os novos bispos são os atuais padres Devair Araújo da Fonseca e Eduardo Vieira dos Santos. O padre Eduardo Vieira, de 49 anos e natural de Bom Sucesso, no Paraná, tem formação ligada ao clero da Arquidiocese de São Paulo e é mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ele deixa a cura da Catedral Metropolitana da Sé e o cargo de chanceler do Arcebispado para ocupar o posto. Já o padre Devair Araújo, de 46 anos, nasceu em Franca, no interior paulista, onde teve formação junto ao clero diocesano da cidade e é mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Ele era pároco da Paróquia São José. Desejamos felicidades aos dois, que Deus ilumine sempre seus caminhos.

Papa Francisco: Religião não é negócio - O Papa Francisco condenou sacerdotes e leigos que transformam suas paróquias em um "negócio" com a cobrança em dinheiro para celebrações tais como batismos, bênçãos e intenções de Missas - chamando-o um escândalo que é difícil perdoar. Afirmou Francisco: "É interessante: o povo de Deus pode perdoar os seus sacerdotes, quando são fracos; quando eles deslizam sobre um pecado, as pessoas sabem como perdoá-los, mas há duas coisas que o povo de Deus não pode perdoar: um padre ligado a dinheiro e um padre que maltrata pessoas. Isso eles não podem perdoar! É escandaloso ... " O Papa centrou sua homilia sobre o Evangelho de Lucas em que Jesus vira mesas e expulsa aqueles que estavam vendendo coisas no interior do templo, dizendo que é um lugar sagrado, santificado para oração e não para negócios. As boas pessoas que iam ao templo tinham que pagar para realizar suas oferendas e realizar suas preces. Segundo o Papa Francisco isso era uma forma muito grave de corrupção religiosa que acabou escandalizando todo o povo daqueles tempos.

O Papa ainda lembrou a história bíblica de Anna, a mãe de Samuel, que era uma mulher humilde que foi ao templo e sussurrou suas orações em silêncio, enquanto o sacerdote e seus dois filhos corruptos exploravam os peregrinos que vinham ao templo. Para Francisco esse escândalo de fazer da igreja um negócio é algo muito triste que ainda acontece nos dias de hoje, principalmente quando se dá preços a batismos, bençãos e intenções de missa ou cultos. Para Francisco quando o sacerdote se torna um empresário as pessoas devem mesmo se escandalizar. E completou: "É escandaloso quando o Templo, a Casa de Deus, torna-se um lugar de negócios, como no caso de preços cobrados para realizações de casamentos pois a igreja acaba sendo alugada para esse tipo de celebração abençoada por Deus."

Para Francisco quando Jesus usou de seu chicote contra os vendilhões do templo ele não o fez tomado de raiva, mas sim com a ira de Deus, pois zelou por sua casa! Para Francisco a redenção de Deus não tem que ter preço, pelo contrário, ela é grátis para todos aqueles que recebem o evangelho em seu coração. Quando preços são estipulados pelas igrejas elas estão colocando um preço na salvação e essa, desde a chegada de Jesus, é completamente gratuita, que vem até nós com a gratuidade abrangente do amor de Deus. Por fim o Papa Francisco lembrou de Maria. Quando Maria entrou no templo ela surge como uma jovem mulher, simples, tal como Anna antes dela. Depois que entrou no templo de Jerusalém Maria rezou pela pureza da casa de Deus. Assim a Santíssima Virgem nos ensinou que a Igreja deve ser mantida limpa, para receber o amor de todos aqueles que vêm em busca de Deus, sem cobrar nada por isso.

Papa Francisco na Coreia - Nesse fim de semana o Papa Francisco esteve em visita oficial na Coreia do Sul. O país é um dos mais desenvolvidos da Ásia e o Catolicismo passa por um momento maravilhoso por lá, sendo a religião que mais adeptos ganha a cada ano. Em sua missa campal ontem o Papa Francisco conseguiu levar mais de um milhão de coreanos ao evento, um recorde histórico que mostra muito bem sua popularidade naquela nação. Além do significado espiritual, onde o Papa beatificou mais de cem mártires da fé católica, há ainda um profundo aspecto político em sua visita.

Como se sabe a península Coreana é fonte de muitos problemas desde que o país foi dividido entre Coreia do Sul capitalista e Coreia do Norte comunista, essa com um dos regimes mais brutais que se tem notícia na história. O interessante é que ambas as nações viraram perfeitos exemplos dos sistemas econômicos e políticos que abraçaram. A Coreia do Sul é uma das nações mais desenvolvidas do mundo, com ótima renda per capita, alta escolarização de sua população e um marco no desenvolvimento tecnológico mundial. Hoje a Coreia do Sul é sem dúvida uma das mais prósperas nações do planeta.

Já do lado comunista o que vemos é uma das regiões mais atrasadas e subdesenvolvidas do mundo. Um país fechado, obscuro, com milhões passando fome e sofrendo a repressão de um regime sanguinário que elimina qualquer ameaça de oposição ao seu sistema desumano. Praticamente todo o orçamento vai para a compra de armas, pois como em todo país comunista a paranóia está na ordem do dia. No poder absoluto manda o ditador Kim Jong-un, um jovem com ares de megalomania, o terceiro de sua dinastia que se impôs pela força bruta e assassinatos em série. Seu nome só surge na imprensa por atos de violência bárbara cometidas contra seu povo ou seus vizinhos de fronteira. Recentemente mandou seu próprio tio para ser devorado vivo por cães pois havia sinais de que ele iria liderar uma oposição ao regime em busca de maior abertura política e econômica. 

A Igreja Católica sempre lutou contra o comunismo. Conseguiu vitórias históricas contra os regimes comunistas do leste europeu. O Papa João Paulo II foi figura de destaque na queda da União Soviética. O socialismo, como ideologia que prega o ateísmo e a perseguição religiosa contra os opositores aos regimes ditadorias, precisa ser combatido sempre e em todos os lugares por onde sua infestação prospera. A presença de Francisco na região traz justamente esse significado político. Não é à toa que o louco ditador norte-coreano jogou três misseis no mar, no mesmo dia em que Francisco chegou na vizinha Coreia do Sul. É o desespero de um ditador comunista maníaco que sabe que um dia seu reinado de terror e atrocidades também chegará ao fim.

Papa Francisco e os Dez Mandamentos da Felicidade - Em entrevista o nosso querido Papa Francisco explicou quais seriam os Dez Mandamentos para ser feliz! Confira os conselhos do Papa Francisco sobre a felicidade e a forma de se chegar até ela!

1. Viva e deixe viver
Todos devem se guiar por esse princípio, segundo Francisco. "Siga em frente e deixe que os outros façam o mesmo."

2. Esqueça o que é negativo!
Pare de ser negativo! Francisco explica: "A necessidade de falar mal dos outros indica baixa auto-estima. Isso significa: 'Eu me sinto tão baixo que em vez de me levantar eu tenho que puxar os outros para baixo também'", disse o papa. "Não faça isso! Cultue uma atitude positiva perante a vida. Deixe de lado as coisas negativas pois isso é saudável para sua alma."

3. Busque ativamente a paz
Essa é uma questão muito importante para o Papa Francisco. Ele explicou: "Estamos vivendo em uma época de muitas guerras e o apelo à paz deve ser gritado. Paz às vezes dá a impressão de ser tranquila, mas nunca é calma, a paz é sempre pró-ativa e dinâmica." O Papa também falou sobre a importância de ajudar os imigrantes de todo o mundo, principalmente os refugiados de guerra que são expulsos de seus lares por causa dos inúmeros conflitos que se espalham pelos países.

4. Compartilhe os domingos com a família
O domingo para Francisco significa o momento de compartilhar com a família. Para Francisco: "Os trabalhadores devem ter folga aos domingos porque Domingo é dia para reunir toda a família", disse ele.

5. Brinque com as crianças
Para Francisco os pais devem sempre dar atenção aos seus filhos, mesmo nos dias de hoje onde o ritmo de vida é muito acelerado. O bom católico deve ser presente na vida dos filhos. O lazer também deve ser valorizado. Francisco explicou que "Mesmo os pais que possuem um ritmo de trabalho de longas horas devem reservar seu tempo para dedicar aos filhos, brincar com eles, se mostrar presente. Francisco também incentivou aos pais que façam refeições ao lado dos filhos para se consolidar uma boa comunicação entre todos eles. Nessa horas a TV e todas as distrações devem ser deixadas de lado. Pais e filhos precisam de diálogo diariamente e as refeições se mostram um bom momento para isso.

6. Respeite quem pensa diferente
O respeito a opiniões alheias é muito importante. As pessoas precisam cultivar um nível de diálogo constante e respeitar aqueles que pensam diferente, que possuem outras opiniões. Francisco resumiu a questão da seguinte forma: "As pessoas precisam ser abertas e generosas com as outras. Se você passar a só aceitar suas opiniões então se tornará um egocêntrico, alguém que não avança, imerso em si mesmo. Lembrem-se que água parada geralmente se torna podre"

7. Ajude os jovens a conseguirem um emprego
O trabalho traz dignidade ao homem. Só através do trabalho o jovem se auto determinará na vida. Todos devem ajudar no primeiro emprego, no primeiro trabalho dos jovens. Os empresários precisam ser criativos e tratar a todos com dignidade, sejam jovens ou velhos.

8. Aja respeitosamente
As pessoas precisam respeitar as crenças dos outros. Se você é religioso precisa respeitar a maneira que o próximo pensa ser a adequada para se chegar até Deus.

9. Junte-se aos outros
Seja um membro ativo de sua comunidade, participe de trabalhos voluntários, faça parte, se una aos demais para criar um mundo melhor até porque a união faz a força.

10. Cuide da natureza
A natureza é um presente de Deus para a humanidade que precisa ser respeitada e cuidada. A humanidade, segundo Francisco, cometerá seu próprio suicídio se continuar usando a natureza de forma abusiva e tirânica.  A preservação da natureza é um dos maiores desafios da humanidade para o Papa e deve ser buscada a todo momento, sendo que cada um deve fazer sua parte pelo incrível dom que Deus deixou para os homens de todo o mundo.

Papa Francisco na Terra Santa - Maravilhosa essa viagem do Papa Francisco à Terra Santa. Como ele próprio definiu seria uma peregrinação meramente religiosa, de fé, mas como todos sabemos ninguém pode ignorar o lado político do líder da Igreja Católica. Assim Francisco tem aproveitado sua passagem por aquela explosiva região para disseminar uma linda mensagem de paz e cooperação entre todos os povos. Os frutos já surgiram. O Papa levou a proposta de que ambos os líderes dos povos judeus e palestinos se reunissem no Vaticano para, quem sabe, recomeçar os diálogos trazendo paz para o Oriente Médio. Convite feito e convite aceito. O fato do presidente de Israel se prontificar a ir até o Vaticano para encontrar o presidente palestino já é, por si só, uma vitória, haja visto que em abril os dois lados se retiraram da mesa de negociação, alegando que não mais levariam conversações de paz em frente. Francisco porém não estaria disposto a desistir da paz!

Até hoje o mediador desse conflito estava sendo o presidente dos Estados Unidos mas, como se pode perceber pela posição parcial do líder americano em favor de Israel, isso jamais poderia dar certo. Ao assumir a posição de mediação neutra, o Vaticano e o Papa, se tornam a melhor opção dos dois países em conflito para se chegar a um bom termo de paz e prosperidade para todos os povos envolvidos nesses problemas. Franciso pretende exercer uma liderança neutra, imparcial e já deu sinais disso ao rezar junto a um muro que separa palestinos e israelenses. Quebrando todos os protocolos ele foi até lá, orar pela paz, entre os dois povos. Seu gesto - que não estava programado - virou um ícone hoje em todos os jornais e meios de comunicação ao redor do mundo. Um gesto simbólico de profundo significado político e religioso.

Outro aspecto tratado por Francisco nessa viagem foi a delicada posição da Síria, que se encontra em uma sangrenta guerra civil. O número de refugiados não pára de crescer, muitos deles indo parar em regiões de fronteira, como na Jordânia. O Papa aproveitou sua visita nessa nação para elogiar os esforços das autoridades jordanianas no acolhimento desses refugiados, que vivem em acampamentos improvisados no meio das areias escaldantes do deserto. Francisco rezou por essas pessoas e inclusive conheceu vários jovens refugiados que vivem em campos como esse. Uma salutar lembrança para todos os que sofrem nesses ambientes hostis. O problema sírio porém é de complicada solução. O líder do país é um tirano, disso ninguém tem dúvidas, porém luta contra rebeldes fundamentalistas ainda mais sanguinários que desejam implantar um regime fortemente influenciado pelo lado mais fanático do islamismo. Um regime como esse seguramente ninguém no mundo civilizado deseja ver implantado.

Por fim o Papa demonstrou sua decepção com todos aqueles que lucram com essas guerras, em especial traficantes de armas, que visam lucro financeiro em cima da morte de centenas de milhares de pessoas. Pedindo por sua conversão o sumo pontífice deixou claro o papel desprezível e decisivo desse tipo de gente que age nos países destruídos pela violência e pela guerra. Além disso, para coroar ainda mais sua visita com brilhantismo, ele se encontrará com Bartolomeu 1º, patriarca de Constantinopla, principal bispo da Igreja Ortodoxa. O encontro significará muito pois mostrará a aliança entre a Igreja Católica do ocidente e a Igreja Ortodoxa, ambas milenares. Francisco resumiu o encontro com a frase: "Pedro e André voltarão a dar as mãos", citando os fundadores de ambas as igrejas. Uma forma de mostrar que a tolerância religiosa e o respeito para com as demais religiões deve ser o principal objetivo a ser alcançado por todos os líderes religiosos ao redor do mundo. O Papa Francisco está fazendo história mais uma vez! Viva o Papa!

 Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Arquivos do Vaticano VI

Arquivos do Vaticano VI - Segue a seguir uma série de textos de natureza religiosa que escrevi para o blog Catolicismo em Maria. Os textos estão resgatados com a finalidade de arquivo pessoal de meus escritos. Papa Francisco canoniza novas santas e defende o papel da mulher dentro da Igreja

Papa Francisco canoniza novas santas e defende o papel da mulher dentro da Igreja - Nesse fim de semana o Papa Francisco canonizou quatro novas santas. Duas delas são palestinas, se tornando as primeiras santas do povo palestino. As novas santas palestinas são: a irmã carmelita Santa Maria de Jesus Crucificado (1846-1878) e Santa Maria Alfonsina (1843-1927), uma das fundadoras da Congregação das Irmãs do Rosário de Jerusalém. Também foram canonizadas a francesa Jeanne Emilie de Villeneuve e a italiana Maria Cristina Brando da Imaculada Conceição. Todas mulheres e todas santas. Para o Papa Francisco esse evento abriu margem não apenas para falar sobre a paz no Oriente Médio, principalmente envolvendo a eterna crise entre Israel e Palestina, como também da importância do papel da mulher dentro da Igreja Católica.

Em seu discurso o Papa ressaltou a importância das mulheres dentro da Igreja. "As mulheres devem ser nomeadas para cargos mais importantes dentro da Cúria Romana" - disse o Papa. "Isso não será suficiente para recuperar ainda mais seu papel dentro da Igreja, mas é um bom começo. Elas devem ser promovidas para posições de lideranças. Isso é vital e algo muito importante para nossa Igreja. Atribuir lideranças a mulheres é acima de tudo uma questão funcional, garantindo a elas voz e posição dentro da Igreja" - esclareceu o Papa Francisco. Depois prosseguiu: "Quando nós, os homens, estamos lidando com um problema, chegamos a uma conclusão, mas se lidamos com o mesmo problema ao lado das mulheres, a conclusão poderia ser bem diferente. Isso poderia levar ao longo do mesmo caminho, mas seria bem mais rico, mais forte, mais intuitivo" - ele disse. "Mulheres na igreja devem ter este papel fundamental, porque a igreja precisa da personalidade e do gênio feminino".

O Papa também ressaltou a importância das mulheres dentro das diocesses e lembrou de sua própria experiência pessoal, em Buenos Aires, quando incentivava cada vez mais a participação efetiva das religiosas dentro de sua comunidade. "As mulheres são excelentes confessoras e guias espirituais" - destacou o Papa. "Quando vinham me pedir conselhos eu sempre perguntava a elas se não existia em suas paróquias alguma irmã sábia, com sabedoria de vida! Depois eu aconselhava que essa mulher fosse colocada em lugar de destaque dentro da comunidade cristã de sua região. Incentivava para que todos a seguissem como guia espiritual. Esse não é uma função exclusiva para sacerdotes. Leigos também podem exercer isso de maneira muito produtiva para a comunidade" - explicou o Papa Francisco. Para reforçar ainda mais seu exemplo o Papa lembrou de uma pessoa comum, um carpinteiro, que era muito sábio. "Ele nem era um Diácono, mas ele era um grande diretor espiritual".

Assim em seu discurso o Papa encorajou os membros da Igreja a identificarem em suas comunidades pessoas boas e sábias que podem contribuir bastante como guias e diretores espirituais de seus rebanhos. Depois reconheceu que não é uma tarefa fácil, mas que vale a pena seguir em frente nessa direção. "Uma pessoa assim estará na comunidade para que as pessoas falem sobre o que sentem em seu coração e também para darem consolação aos que sofrem." E nesse aspecto Francisco mais uma vez destacou a importância das mulheres nesse processo. Para Francisco o verdadeiro amor cristão é o amor materno, concreto. Envolver, dar carinho e alimentar os famintos, vestir os que nada possuem para usar e visitar os que sofrem, inclusive os que estão em hospitais, prisões, etc. Para Francisco o papel da mulher é mais do que significativo nesse processo, pois é aquele que trará a verdadeira harmonia dentro das dioceses católicas ao redor do mundo.

O Papa Francisco e Cuba
Hoje o Papa Francisco recebeu o presidente de Cuba, Raúl Castro. Como se sabe ele assumiu o poder da ilha caribenha após a saída do irmão, Fidel Castro. A aproximação acabou virando uma das notícias mais comentadas do fim de semana por uma questão histórica. A Igreja Católica sempre foi uma instituição que lutou ao longo da história contra o comunismo. Depois da queda do muro de Berlim e da derrocada do regime soviético, ao qual o Papa João Paulo II se empenhou pessoalmente, criou-se um forte antagonismo entre o catolicismo e os regimes socialistas que sobraram no mundo, em especial Cuba. Essa ilha do Caribe inclusive virou um símbolo para os comunistas que tentavam reerguer sua ideologia após o grande golpe que sofreu em nível mundial no final da década de 1980.

O Papa Francisco se destacou nos últimos anos pelos esforços diplomáticos em romper a barreira existente entre Estados Unidos e Cuba. Há anos imperava um grande bloqueio comercial americano contra Cuba e isso causava reflexos dentro da sociedade cubana, isolada e longe de praticamente tudo em termos de inovações tecnológicas (basta ver os carros que circulam pelas ruas de Havana para entender bem do que estou falando). Com a saída de Fidel do poder, por motivo de idade e saúde, seu irmão Raúl assumiu as rédeas do poder. Ele sempre foi bem mais liberal em sua forma de entender os problemas de seu país. Internamente sabe que Cuba precisa manter relações comerciais com países ricos para sobreviver economicamente. Os Estados Unidos, tão pertinho de seu país, pode ser a solução para a crise.

Com a chegada de Obama na Casa Branca, um presidente democrata e menos radical do que seu antecessor, Raúl viu uma grande oportunidade de acabar com essa situação de isolamento que sua nação enfrenta há décadas. O Papa Francisco assim surge como um elo importante de aproximação. Isso não o transforma em um comunista, como alguns andam defendendo em redes sociais. Muito pelo contrário, Francisco se mostra nessas negociações como um agente diplomático relevante e extremamente importante dentro do cenário das relações internacionais. Claro que a aproximação com o regime cubano, tão conhecido pelas violações aos direitos humanos e liberdade, pode incomodar alguns. Por outro lado é interessante verificar que uma vez dentro da sociedade cubana a Igreja Católica pode prestar seguramente um grande serviço para que Cuba volte novamente a trilhar os caminhos da liberdade em seu regime político. O Papa Francisco luta por essa aproximação pois está pensando principalmente no povo cubano, pois é esse que sofre em última instância pelo embargo econômico americano.

Em breve o Papa Francisco começará uma série de viagens por países da América Latina e Estados Unidos. Ele está na verdade costurando uma importante rede de aproximações entre nações que até bem pouco tempo atrás se hostilizavam. A abertura de diálogo, de aproximação, jamais pode ser condenado por um verdadeiro cristão. Jesus, na essência de sua mensagem, sempre pregou o amor entre os homens, amar ao próximo como ele próprio os amou. Francisco assim segue seu exemplo da forma mais pura possível. Sua semente de paz e superação de problemas ideológicos certamente dará excelentes frutos nos anos que virão. O catolicismo assim se fortalece, mostrando sua importância dentro de um mundo cada vez mais globalizado e plural.

Igreja Católica exalta novamente a importância da Aparição de Fátima - O cardeal Angelo Amato deu uma brilhante palestra no Vaticano sobre as aparições da Virgem Maria em Fátima. Intitulado "A mensagem de Fátima entre o carisma e a profecia" ele publicou a íntegra do texto que proferiu em conferência realizada no último dia 7 de maio. Alguns aspectos de seus escritos merecem atenção. O cardeal reforçou que, em sua mensagem, Maria, mãe de Jesus, deixou claro que haveria novamente uma intensa perseguição contra os cristãos em todo o mundo. Ela também teria previsto com antecedência o advento da Segunda Grande Guerra Mundial que chegou ao fim há exatamente setenta anos. Como Secretário da Congregação para a doutrina da fé o cardeal teve o privilégio de ler os manuscritos originais do aparecimento de Fátima. Segundo seu ponto de vista a mensagem não se restringiria a acontecimentos históricos do século XX, mas iriam além, alcançando nossos dias, aqueles em que vivemos atualmente. Para o Cardeal o século XX não foi apenas um momento de razão e fraternidade entre os povos, mas também um período negro e trágico para o cristianismo em geral.

Ao lado da propaganda de que teria sido uma era de ciência e racionalismo o que se viu durante todo o século XX foi um quadro devastador de guerras, mortes e genocídios. Sem dúvida o século passado foi banhado pelo sangue de muitos mártires cristãos que foram mortos por sua fé. Houve o genocídio armênio (relembrado pelo Papa Francisco recentemente), a repressão estatal contra a religião no México, as perseguições na Espanha, o extermínio da fé cristã nos países comunistas e por fim a perseguição promovida por grupos radicais islâmicos. Para o cardeal isso gerou milhões de vítimas de ideologias genocidas que continuam a proliferar pelo mundo afora, criando ódios, conflitos e divisão entre os povos.

O Cardeal afirmou: "Como o Papa Francisco sempre me fala, a Igreja hoje é sobretudo a Igreja dos mártires, dos cristãos indefesos que são mortos por causa de sua fé inabalável em nosso nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem de Fátima, de forma visionária, evocou essa tragédia que os cristãos iriam viver e isso em eventos históricos claros e concretos.". Para o cardeal o que temos atualmente é uma nova onda de ataques do maligno contra a Igreja, pois a sua maldade sempre se oporá contra a benevolência de Deus. A esse ser de puro mal incumbe a tarefa de colocar sentimentos negativos de inimizade e morte dentro dos corações humanos.

O cardeal deixou claro que a mensagem de Fátima é única em termos religiosos. Foi a mais profética e importante mensagem de todas as aparições no mundo contemporâneo. O religioso também esclareceu que atualmente não existem mais segredos guardados pela Igreja Católica em relação a essa aparição. Ao contrário do que se espalha em inúmeras teorias da conspiração sem fundamentos, não existem segredos de Maria ainda guardados nos arquivos secretos do Vaticano. Tudo foi revelado, inclusive o último segredo, por ordens diretas do Papa João Paulo II.

A aparição de Fátima se deu em Portugal no ano de 1917. Na ocasião Maria teria revelado três segredos a três crianças pastorinhas da região. Anos mais tarde uma delas, a irmã Lúcia Santos, escreveu sobre os segredos de Fátima. Eles revelavam profecias, inclusive a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a ascensão do comunismo e a perseguição religiosa contra os cristãos nesses países, uma visão do inferno e por fim o triunfo do imaculado coração de Maria sobre o mundo, em especial sobre a Rússia, assolado pelo ateísmo estatal comunista. O cardeal finalmente revelou a essência da aparição de Fátima. "Há a necessidade de reconhecermos a presença e a ação do mal sobre toda a humanidade. Ela é constantemente seduzida pelo adversário do bem, que está sempre pronto a fazer a humanidade cair no abismo da perdição. O Filho de Deus veio ao mundo precisamente para destruir as obras do mal. E nessa luta, Maria está totalmente envolvida na obra de salvação do Cristo. Ele coopera efetivamente com seu divino filho contra os planos de Satanás." Maria acompanha a Santa Igreja e a humanidade e desperta no coração dos fiéis a luta em prol de Deus contra as ideologias perversas que se espalham pelo mundo. E é justamente nisso que reside toda a força e o carisma de Fátima.

Papa Francisco e a unidade familiar - O Papa Francisco ressaltou hoje em seu pronunciamento na Praça de São Pedro a importância do casamento entre o homem e mulher como um dos mais importantes pilares da sociedade. Para o Papa os valores familiares estão sendo corroídos por um mundo cheio de ceticismo, desconfiança e hostilidade em relação aos valores tradicionais. Essa cultura moderna não mais valoriza a aliança estável e vivificante do casamento tradicional. Ao contrário disso ataca determinados valores religiosos, procurando colocar algo novo e pouco claro no lugar. Para o Papa esse tipo de pensamento acaba se tornando uma perda enorme para todos. Para o Papa o papel da mulher deve ser valorizado novamente, trazendo de volta a dignidade que todas as mulheres tinham em um passado recente.

Para o Papa, no centro de tudo, deve haver a valorização da família. Ele citou o gênesis, afirmando que Deus criou o céu e a terra e então para cuidar de sua criação fez a maior de todas as suas obras primas: o homem. A humanidade é dessa forma o ápice da criação de Deus. No jardim do Éden, Deus entendeu que o homem não deveria viver só pois lhe faltava algo, uma comunhão fraterna com uma companheira. Eva, a primeira mulher, então veio em resposta a essa situação. A mulher foi criada não para ser inferior ou subordinada ao homem, mas sim para ser a companheira, amiga e mãe de toda a humanidade. "A mulher não é uma criatura do homem, mas de Deus!" - afirmou o Papa. Homens e mulheres devem caminhar juntos pela vida, não com desconfiança ou divisão, mas sim com amor. Esse foi o plano de Deus. A personificação desse amor são os filhos. E dessa união, homem, mulher e filhos, nasce a base da sociedade humana, a família.

Para o Papa Francisco a família faz parte dos planos de Deus e deve sempre ser valorizada. Assim todo católico deve lutar contra a desvalorização da família tradicional, do casal formado por homem e mulher. Para o Papa Francisco devemos restaurar a honra do casamento e da família. Francisco esclareceu seu ponto de vista afirmando: "A desvalorização social da aliança estável e fecunda entre homem e mulher é uma perda para todos. Se não formos capazes de cuidar com simpatia desta aliança, capaz de proteger as novas gerações da desconfiança e indiferença, os nossos filhos serão cada vez mais excluídos". Francisco ainda relembrou sobre a ternura de Deus para com a humanidade, sendo que a família é a concretização desse sentimento. Dessa maneira Deus cuida e protege a sua maior obra-prima.
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Papa Francisco: Pais e Filhos - O Papa Francisco falou sobre a crise da paternidade na sociedade. Mesmo as crianças com os pais podem ser "órfãos" se o pai está muito ocupado com o trabalho, ele disse. O Papa aconselhou aos pais que eles devem brincar com seus filhos, ser fortes, amorosos e modelos morais para as crianças. Para o Papa Francisco o problema ocorre quando as vidas dos pais se resumem a trabalho e nenhuma diversão. Em sua opinião nesse caso os pais transformariam seus próprios filhos em "órfãos" que não teriam mais a presença de um pai para guiá-los, mostrar-lhes o verdadeiro amor e ensinar-lhes valores morais e religiosos. O Papa Francisco afirmou: "Muitas crianças são órfãos no mundo de hoje porque seus pais são ausentes em suas vidas. Seja quando estão fisicamente ausentes da casa, seja quando estão presentes, mas não dialogam com seus filhos, não cumprem seu papel de educadores, não lhe ensinam valores, princípios e regras da vida. Não estão presentes em suas vidas".

Falando para uma audiência aproximada de sete mil pessoas presentes na sala Paulo VI no Vaticano o Papa Francisco ainda alertou para o perigo de "transformar os próprios filhos em seus servos, sendo autoritários demais, não ajudando-os a trilhar seu próprio caminho e nem assumir a responsabilidade por suas próprias vidas". Para o Papa Francisco não se deve ir de um extremo ao outro na educação dos filhos. Não se deve ser extremamente autoritário e nem liberal demais. Para o Papa o grande problema do mundo atual é a ausência dos pais na educação de seus filhos, não impondo limites ou os abrindo em excesso.

Para Francisco o mundo de hoje, principalmente no ocidente, parece ser um mundo sem pais presentes. Homens e mulheres estão focados em sua vida profissional e assim acabam esquecendo de suas próprias famílias. O papa lembrou de seus dias como arcebispo em Buenos Aires, quando recebia queixas de filhos que se sentiam abandonados pelos pais. Quando procurava por eles a resposta era praticamente sempre a mesma "Eu não tenho tempo para meus filhos!". Para o Papa Francisco esse tipo de desculpa é algo realmente terrível de se dizer. Para o Papa muitas crianças passam por problemas sérios em sua vida, do ponto de vista emocional, por causa da ausência constante dos pais. Para Francisco muitos problemas na sociedade começam exatamente assim, quando não há pais presentes na vida de seus filhos.

Outro problema lembrado por Francisco ocorre quando os próprios pais não sabem direito que papel devem desempenhar na vida de seus filhos. Alguns pais parecem perdidos, não sabem ao certo o que fazer no relacionamento com os garotos. Assim acabam decidindo por se retirarem de suas vidas, negligenciando suas responsabilidades, se escondendo atrás de uma vida supostamente sem tempo, onde o trabalho ocuparia todo o seu dia a dia. Isso leva muitas vezes os pais a se comportarem como se fossem "os amigos de seus filhos". Pais que não conseguem passar autoridade nenhuma. Para o Papa Francisco isso definitivamente também não é bom para uma criança pois ela acaba crescendo sem ter um modelo a seguir. Assim o Papa Francisco concluiu seu pensamento afirmando, com pesar, que a cada dia cresce o número de filhos "órfãos" de seus próprios pais. Jovens sem valores ou esperanças, que se agarram em uma vida vazia de prazeres fugazes e sem sentido, adotando o dinheiro como o verdadeiro deus em suas vidas. Finalizando o Papa lembrou que Cristo deixou claro que jamais iria deixar ninguém para trás e que ele seria "a esperança de que o mundo pode mudar, que o amor vence o ódio e que pode haver um futuro de fraternidade e de paz para todos."

Papa Francisco e a ideologia do gênero - O Papa Francisco condenou hoje no Vaticano a chamada "Teoria do Gênero" que prega o fim das identidades masculinas e femininas, implantando um conceito vago que fuja da qualificação natural entre homem e mulher. Para Francisco acabar com a diferença entre sexos não é solução, mas um problema. Para o Papa Francisco a sociedade humana é formada por relações entre homens e mulheres e que essa diferença é natural, querida por Deus. A família é assim formada pela "diferença e a complementaridade entre homens e mulheres", dando origem ao sacramento do matrimônio. O Papa disse que quando Deus criou a humanidade à sua imagem, fê-lo para que homens e mulheres caminhem juntos, "como um casal," em um estado de partilha e harmonia. A Diferenciação sexual existe, portanto, não para criar conflitos ou uma situação de subordinação, mas sim de reciprocidade e de fecundidade para a comunhão e geração de filhos, sempre com a imagem e a semelhança de Deus".

Para o Papa Francisco homens e mulheres foram criados por Deus para que possam se unirem e se ajudarem, uns aos outros, em sentimentos, no trabalho e na fé. Para o Papa essa teoria do gênero, que não vê a existência do feminino e nem do masculino, é uma criação da cultura moderna, que a despeito de tentar entender os novos rumos da sociedade atual só consegue mesmo introduzir muitas dúvidas e muito ceticismo entre as pessoas. Para Francisco a teoria do gênero seria um sinal da frustração e da resignação de certos setores que pretendem apagar a diferença sexual natural existente entre homens e mulheres. A teoria entende que as características masculinas e femininas são construções sociais em grande parte maleáveis. Para Francisco esse tipo de pensamento não representa avanço, mas sim retrocesso.

Francisco afirmou: "Deus confiou a terra para a aliança entre homem e mulher: seu fracasso drena o mundo de afeto e obscurece os céus de esperança." Depois deixou claro que esse novo tipo de pensamento lança sinais preocupantes sobre a humanidade, que estaria prestes a deixar de viver de acordo com o plano original de Deus de reciprocidade e harmonia entre homens e mulheres. Para o Papa está claro que as mulheres certamente devem ser mais ouvidas, mais reconhecidas dentro da sociedade e da igreja, usando-se inclusive o exemplo de Jesus, que em sua história de vida estava sempre contando com a ajuda preciosa delas em seu ministério religioso. Para Francisco o gênero feminino é essencial no desenvolvimento pleno da humanidade. Não será desconsiderando o papel da mulher que se resolverá certos problemas.

Francisco finalizou alertando aos católicos: "A comunhão com Deus é refletida na comunhão do casal humano. A perda de fé no pai celeste gera divisão e conflito entre homens e mulheres". Para o Papa o rebanho católico deve redescobrir a cada dia a beleza do plano do criador. Homens e mulheres devem se tratar com imenso respeito entre si, tudo resultando em uma cooperação amigável, com a graça de Deus, em casamentos que criem famílias sólidas, duradouras, felizes e fortes. Para o Papa o principal objetivo hoje é construir uma sociedade mais livre e justa, tanto para homens como também para mulheres.

A Mensagem de Páscoa do Papa Francisco - Leia a mensagem de Páscoa do Papa Francisco:"Queridos irmãos e irmãs, Jesus Cristo ressuscitou! O Amor triunfou sobre ódio, a vida conquistou a morte, a luz dissipou as trevas! Por amor a nós, Jesus Cristo despiu-se de sua glória divina, esvaziou-se, tomou a forma de um escravo e se humilhou até à morte, a morte na cruz. Por esta razão Deus o exaltou e o fez Senhor do universo. Jesus é o senhor! Com sua morte e ressurreição, Jesus mostrou a todos o caminho da vida e da felicidade e este caminho é o da humildade, que envolve até mesmo a humilhação. Este é o caminho que conduz à glória. Apenas aqueles que se humilham poderão ir para as "coisas que estão acima", no sentido de Deus (cf. Col 3:1-4). O olhar orgulhoso "de cima para baixo" nada edifica; o olhar humilde "de baixo para cima." leva a Deus. Na manhã de Páscoa, alertados pelas mulheres, Pedro e João correram ao túmulo. O encontraram aberto e vazio. Então eles se aproximaram e inclinaram-se a fim de ver o que havia dentro. Para entrar no mistério de Deus, precisamos também nos curvarmos, para a base de nós mesmos. Só quem agir desse modo entenderá a glorificação de Jesus e será capaz de segui-lo em seu caminho.

O mundo propõe que devemos nos colocar na frente a todo o custo, para competirmos e nos fazermos prevalecer sobre os outros... Mas os cristãos, pela graça de Cristo, morto e ressuscitado, são as sementes de outra humanidade, em que procuramos viver em serviço para o outro, para não sermos arrogantes, mas que ao contrário disso, para que nos tornemos bastante respeitosos e prontos para ajudar. Isto não é fraqueza, mas a verdadeira força! Aqueles que carregam dentro de si o poder de Deus, seu amor e sua justiça, não necessitam empregar a violência; Eles falam e agem com o poder da verdade, beleza e amor. Do Senhor ressuscitado, pedimos a graça para não sucumbirmos ao orgulho que se torna o combustível da violência e da guerra. Pedimos a coragem da humildade, do perdão e da paz. Pedimos a Jesus, o vitorioso sobre a morte, para aliviar os sofrimentos dos nossos muitos irmãos e irmãs que são perseguidos por causa de seu nome e de todos aqueles que sofrem a injustiça e a violência dos conflitos em curso.

Pedimos pela Paz, acima de tudo. Que na Síria e no Iraque cessem o barulho das armas. Que a paz seja restaurada e que as relações pacíficas entre os grupos voltem a reinar nesses países que hoje se encontram armados. Pedimos a comunidade internacional que se faça presente nessa intensa tragédia humanitária que está acontecendo nesses países. Que ajudem no drama dos numerosos refugiados dessas regiões atingidas pela guerra. Rezamos pela paz, que ela chegue a todos os povos da Terra Santa. Que a cultura do acordo e do encontro cresça entre israelenses e palestinos. Que o processo de paz entre esses povos seja retomado, colocando finalmente fim a anos de sofrimento e divisão. Imploramos pela paz na Líbia. Que os atos de violência, barbaridade e derramamento de sangue venham a cessar. Que todos os interessados no futuro dessa nação possam se reconciliar para construir uma sociedade verdadeiramente fraterna em que haja o pleno respeito da dignidade humana. Também expressamos nossa esperança para que a paz volte a ser um desejo comum no Iêmen, para o bem de seu povo.

Esperamos que na esperança que depositamos no Senhor misericordioso tudo seja retomado em direção a um mundo mais seguro e fraterno. Ao Senhor ressuscitado pedimos pelo dom da paz para a Nigéria, Sudão do Sul e República Democrática do Congo. Pedimos em oração constante pelas pessoas de boa vontade desses países, como também por aqueles que perderam suas vidas, em especial aos jovens que foram mortos na última quinta-feira no Quênia. Pedimos por todos aqueles que foram sequestrados e forçados a abandonarem suas casas e seus entes queridos. Que a ressurreição do Senhor traga luz à Ucrânia armada, em especial para todos aqueles que sofreram violência nesse conflito nos últimos meses. Que essa nação possa redescobrir o caminho da paz e da esperança, graças ao empenho sincero de todas as partes interessadas.

Pedimos paz e liberdade para todos os homens e mulheres que são submetidos a antigas e novas formas de escravidão por parte de grupos e indivíduos criminosos. Que a paz e a liberdade também cheguem às vítimas dos traficantes de drogas, que muitas vezes se aliam a membros poderosos de seus países, justamente os mesmos que deveriam combater o crime, zelando pela harmonia da sociedade e da família humana. Pedimos paz para esse mundo subjugado pelos traficantes de armas. Olhemos para os marginalizados, os presos, os pobres e os imigrantes que são tantas vezes rejeitados, maltratados e descartados nos países onde vivem. Olhemos para os doentes, para as crianças que sofrem, especialmente aquelas que são vítimas de violência. Para todos os que estão de luto e para todos os homens e mulheres de boa vontade. Que todos ouçam as palavras do Senhor Jesus que desejou paz a cada um deles, porque assim Jesus determinou: "Não temas, porque eu estou ressuscitado e estarei sempre com vocês"

Papa Francisco e a crisma  - Nosso querido Papa Francisco celebrou nessa Quinta-feira Santa a missa do Crisma. A cerimônia foi realizada na Basílica Vaticana. Na ocasião Francisco fez a benção dos santos óleos, que serão utilizados nos sacramentos de Batismo, Unção de Enfermos e Crisma. Em sua homilia o Papa Francisco dedicou especial atenção aos sacerdotes da Igreja Católica. Para ele o ato de servir a Deus deve ser um esforço constante, que não pode ser abalado pelo simples cansaço físico ou emocional. Francisco confessou aos membros do clero que sempre pensa sobre essa questão e reza pedindo a Deus que dê forças aos membros da Igreja para que jamais desistam de seguir em frente pregando a palavra do Senhor.

Francisco ainda lembrou a importância da missão de cada um, que deve trabalhar junto ao povo de Deus, mesmo que em lugares isolados e perigosos. Para Francisco o cansaço de cada sacerdote é elevado a Deus, como se fosse um incenso que sobe silenciosamente ao Céu e de lá adentra diretamente ao coração do pai celestial. O Papa Francisco também lembrou Nossa Senhora afirmando que ela também está plenamente consciente do cansaço de cada membro do clero. Francisco recordou que Maria, como Mãe, sabe compreender o quanto seus filhos estão cansados e se preocupa com essa questão. Na palavras do Papa a mensagem de Maria pode ser entendida na frase: "Descansa, meu filho. Depois falamos... Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?".

O Papa Francisco também frisou que o descanso é importante e que os membros da Igreja precisam aprender a lidar com o cansaço e o merecido repouso. Todos devem também aprender a repousar pois cada sacerdote deve entender que além de levar a palavra de Deus aos outros também é ele próprio uma ovelha do rebanho de Deus. Para Francisco essa recompensa virá do amor, da gratidão e do carinho de cada fiel de Deus, após o trabalho pastoral de cada um. Não se deve perseguir o descanso dos ricos, com luxos e tudo mais, mas sim o descanso e o repouso dos pobres, evitando assim cair nas armadilhas da sociedade de consumo. Depois Francisco reforçou o compromisso dos padres, bispos e cardeais da Igreja que é o de levar a boa nova, o evangelho, aos oprimidos, aos que estão cativos, aos que se encontram na escuridão. Lembrou o profeta Isaías que dizia que todos devem cuidar daqueles que possuem seus corações despedaçados. Todos precisam consolar os aflitos. O Papa lembrou ainda que cada sacerdote precisa criar um vínculo com seu povo, com as multidões. Que deve carregar em si o cheiro de suas ovelhas, com um sorriso de pai que contempla os seus filhos e netinhos.

Finalizando o Papa Francisco lembrou que o inimigo jamais se cansa. O diabo e seus seguidores não dormem. Como não conseguem suportar a palavra de Deus precisam ser combatidos, todos os dias, em todas as horas. Para o Papa Francisco essa luta não se resume a apenas fazer o bem, mas também proteger seu rebanho dos avanços do maligno e o mais importante: se defender a si próprio desse mesmo mal. Francisco disse: “O maligno é mais astuto do que nós e é capaz de destruir num instante aquilo que construímos pacientemente durante muito tempo. Aqui é preciso pedir a graça de aprender a neutralizar: neutralizar o mal”

Papa Francisco no Domingo de Ramos
Nosso querido Papa Francisco celebrou hoje ao lado dos católicos o Domingo de Ramos no Vaticano. A procissão foi realizada na própria Praça de São Pedro, lotada de peregrinos católicos de todo o mundo. O Santo Padre deu uma benção especial aos presentes, lembrando sempre do exemplo de Jesus Cristo em nossas vidas. O Papa também fez questão de lembrar de todos os cristãos que são perseguidos pelo mundo afora por causa de sua fé, principalmente dos que estão sendo mortos no Oriente Médio simplesmente por serem cristãos. Francisco pediu a todos que rezem pela "Igreja que sofre" em lugares onde imperam a intolerância religiosa e o fanatismo de religiões que não aceitam a existência do cristianismo. Foi uma celebração muito bonita que deixou a todos emocionados. Que a graça do Senhor esteja convosco!

Papa Francisco e a Água - Papa Francisco exalta importância da água no mundo e distribui evangelhos de bolso aos católicos - Na oração do Angelus desse domingo o Papa Francisco ressaltou a importância da água na vida de todos. Organismos internacionais promovem nesse domingo o denominado "Dia Mundial da água" para conscientizar os povos do mundo da importância vital na vida humana desse precioso elemento da natureza. Apoiando a campanha o Papa Francisco lembrou a todos como a água é um precioso presente de Deus e como todos devemos ter uma relação de responsabilidade com ela, evitando desperdícios e abusos no dia a dia, já que grande parte da humanidade já passa por dificuldades ao redor do mundo por sua escassez e má administração por parte das autoridades públicas.

Por falar nelas, o Papa Francisco ganhou novamente as manchetes dessa semana ao promover uma de suas mais duras críticas contra a corrupção. Para o Papa o verdadeiro cristão jamais pode se envolver com atos de corrupção ou se solidarizar de qualquer forma com eles. A corrupção não é apenas um crime perante os homens, mas também perante os olhos de Deus, pois a corrupção em geral tira recursos justamente dos mais pobres e necessitados, daqueles que dependem da saúde pública e da educação promovida pelo próprio Estado. Para Francisco a corrupção fede e mostra a degradação da alma humana em todos os seus níveis. 

Seguindo na pregação do Angelus na praça de São Pedro, Francisco deu um belo presente para todos os fiéis que foram ao Vaticano nesse domingo. Ele mandou distribuir gratuitamente exemplares de bolso do Evangelho. As freiras católicas distribuíram os livros totalmente de graça para todos os que estavam na Praça de São Pedro para ouvir as palavras do Papa. Francisco recomendou aos católicos que levem o pequeno evangelho de bolso sempre ao seu lado, aproveitando para ler pequenos trechos do evangelho sempre que tiverem um pouco de tempo livre, seja nas viagens de ônibus, numa fila, nos momentos de descanso etc. Francisco aconselhou a leitura do bolsilivro como um hábito do cotidiano, pois a palavra do Senhor pode abrir caminhos em nossas vidas, sempre que devidamente consultado. Por fim Francisco saudou os católicos espanhóis, franceses e húngaros que estavam presentes na praça de São Francisco. Também saudou com especial carinho os franciscanos que foram até Roma para ouvir as preciosas palavras papais.

Pablo Aluísio.

Papa Leão XI

Esse foi um Papa de breve papado. Apenas 26 dias no trono de Pedro. Seu nome de batismo era Alessandro Ottaviano de' Medici, nascido em Florença. Foi embaixador, Bispo de Pistola e Arcebispo de Florença. Pertencia à poderosa família Medici, clã tradicional na formação de Papas durante a história. Para se ter uma ideia de sua linhagem ele era parente direto de dois Papas. Era sobrinho-neto de Leão X, ao qual homenageou quando se tornou Papa. Também era parente de Clemente VII. Então ter Papas em sua família era algo até mesmo normal.

Esse Papa foi eleito contra os interesses do Rei da Espanha, porém apoiado pelo clero italiano em Roma. Também contava com a simpatia e o apoio de toda a nobreza francesa. Assim criou-se uma rivalidade entre as mais importantes coroas da Europa sobre sua eleição. Porém uma vez empossado não havia mais como retroceder.

Como esteve como Papa por poucos dias - foi um dos mais breves papados da história - ele não teve tempo de fazer grandes realizações. Para falar a verdade não houve tempo para nada, nem para organizar os principais cargos dentro da cúria romana. O que teria causado sua morte? Até hoje são levantadas suspeitas, mas sem provas concretas. Na época de sua morte falou-se em envenenamento por parte de enviados da coroa espanhola. Outros dizem que sua morte foi natural. De uma forma ou outra esse Papa subiu ao trono de Pedro no dia prmeiro de abril de 1606 e morreu no dia 27 desse mesmo mês. Por isso alguns historiadores se referem a essa Papa como Leão, o Breve.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Papa Inocêncio X

Quando o Papa Urbano VIII faleceu o trono de Pedro ficou vazio e começaram as acirradas disputas para saber quem seria o novo Papa. Os reinos da França e Espanha começaram uma intensa luta política para decidir o conclave. Por parte da Espanha o indicado era o cardeal Jules Mazarin. A França, na figura do "Rei Sol" Luís XIV, apoiava o cardeal Giambattista Pamphili. Quando finalmente os votos foram contados o favorito do rei francês venceu a eleição. Luís XIV ficou extremamente contente e mandou que fosse realizada uma grande festa em Roma, tudo pago pelo trono francês.

Um grande desfile foi realizado com carruagens douradas e fogos. O novo Papa assumiu como Inocêncio X. Inicialmente temia-se por causa de sua idade. Quando se tornou Papa já contava com mais de 70 anos de idade, considerado muito velho por alguns. Porém o novo Papa surpreendeu a todos, ficando uma década no trono em Roma. Ele inclusive se revelou um ótimo estadista, sabendo aparar as intrigas e animosidades entre França e Espanha, nações inimigas da época.

O Papa também conseguiu pacificar regiões germânicas, naquele momento em intenso conflito por questões religiosas, econômicas e sociais. Não obteve porém melhor resultado na Inglaterra. Por lá um rebelde republicano chamado Oliver Cromwell havia tomado o poder. O rei tinha sido decapitado. Mesmo que a Igreja Católica tivesse rompido com o trono inglês na época de Henrique VIII, havia ainda uma preocupação com a queda da casa real. Via de regra Roma apoiava todas as monarquias da Europa e sustentava teologicamente que os reis tinham direito divino de governar. A coroa era uma determinação de Deus na Terra.

Em Roma mandou construir novos prédios e promoveu o embelezamento da cidade, inclusive determinado por decreto uma série de reformas de cunho sanitário. Foi considerado um excelente gestor da cidade eterna. Apesar de todos os seus méritos pessoais esse Papa também enfrentou problemas particulares envolvendo seus familiares. O clero romano tinha pavor de familiares próximos demais ao Papa, principalmente pelos acontecimentos envolvendo Alexandre VI e por isso esses parentes foram vistos com desconfiança. O Papa faleceu em 7 de janeiro de 1655 e foi sucedido por Alexandre VII. Para os historiadores esse Papa Inocêncio X foi considerado um bom pontífice. Homem correto, honesto e sem manchas em sua reputação pessoal.

Pablo Aluísio.