quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sputnik

Essa é uma nova ficção que está sendo lançada nesse ano de 2020, tempos complicados. Curiosamente vi apenas seu trailer. A impressão que tive foi de estar assistindo a uma versão de Aliens falado em russo. Pois é, Sputnik, apesar de usar o nome do famoso satélite soviético, não é uma tentativa de contar os fatos históricos, mas sim de fazer mesmo um filme bem de acordo com o clássico Sci-fi de Ridley Scott.

Vai dar certo?

Eu ainda não vi o filme, mas duvido muito que algo assim seja bom. Me pareceu filme B, sem maior orçamento para dar conta de uma história como essa, que convenhamos sempre vai exigir um bom quadro técnico responsável em efeitos especiais e isso, claro, custa bastante dinheiro.

Porém até assistir ao filme darei o benefício da dúvida. Vai que o filme seja algo especial e eu esteja apenas sendo bem pessimista. A direção é de Egor Abramenko, com roteiro da dupla Oleg Malovichko e Andrei Zolotarev. No elenco temos Oksana Akinshina, Fedor Bondarchuk e Pyotr Fyodorov. Beleza, agora tente falar todos esses nomes russos rapidamente e em alto e bom som! Seus vizinhos vão adorar as pronúncias.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Fargo / Better Call Saul

Fargo 1.01 - The Crocodile's Dilemma
Depois que "Hannibal" e "Bates Motel" tiveram êxito na TV americana era de se esperar que outros filmes fossem adaptados para o mundo das séries. Assim, seguindo esses passos, surge esse "Fargo". Provavelmente você seja jovem demais ou então simplesmente nunca tenha assistido a "Fargo", filme lançado em 1996, com direção de Joel Coen. O filme foi bastante elogiado na época de seu lançamento. Acontece que a história real que deu origem ao roteiro da produção original era tão instigante que era questão de tempo para que virasse uma série. No fundo o enredo envolvendo diversas mortes numa cidadezinha gelada e sem importância de Minnesota revela na verdade a mediocridade da vida cotidiana de certas pessoas. O personagem Lester Nygaard (Martin Freeman) é o símbolo disso. Ele foi vítima de bullying nos tempos de escola e por pura infelicidade reencontra o valentão que o agredia naqueles tempos. O sujeito se acha no direito de voltar a ofendê-lo, bem no meio da rua, na frente de seus filhos. Para piorar a vida de Lester não é ruim apenas fora de casa, mas dentro também. Ele é casado com uma víbora, uma mulher que lhe humilha e lhe rebaixa sempre que pode. Um casamento sem amor, um verdadeiro inferno. A vida de Lester porém muda quando ele encontra por acaso a figura de Lorne Malvo (Billy Bob Thornton), um assassino profissional. O resto é história, aliás história mesmo, pois tudo foi baseado em fatos reais! Com mais de uma hora de duração esse episódio piloto já deixa claro que a série é realmente muito boa, ideal para acompanhar daqui em diante. Realmente Classe A. / Fargo 1.01 - The Crocodile's Dilemma (EUA, 2014) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks.

Fargo 1.02 - The Rooster Prince
Esse episódio toca em uma questão que é bem comum, inclusive no Brasil. Em cidades pequenas do interior a rede de amizades e relações sociais que existem entre as pessoas geralmente acabam prejudicando investigações policiais e mais além, até mesmo julgamentos são comprometidos por esse tipo de situação. Não é à toa que o tribunal do júri geralmente acaba fracassando no Brasil em cidadezinhas pelo interior afora. Mas voltemos a Fargo. Após as diversas mortes do primeiro episódio a polícia local continua a dar voltas sem ir a lugar nenhum. O xerife Bill Oswalt (Bob Odenkirk) foi amigo de escola de Lester Nygaard (Martin Freeman) e por isso se recusa a acreditar na tese de sua colega de farda, que insiste em dizer que Lester tem muito provavelmente algo a ver com os crimes. Para Bill isso seria uma bobagem, já que Lester sempre foi um garoto tímido, frágil, que jamais faria mal a alguém (e ele, para surpresa de todos, fez ao matar sua própria esposa com um martelo no porão de sua casa!). O ator Bob Odenkirk aliás é o mesmo que interpretou o advogado picareta Saul Goodman na série de grande sucesso "Breaking Bad". Ver ele aqui, com outra caracterização completamente diferente, interpretando um xerife bronco e caipira não deixa de ser uma das maiores diversões de acompanhar essa nova série. Tenho gostado muito dessa versão televisiva de "Fargo". O formato de muitos episódios proporciona um melhor desenvolvimento de todos os personagens, algo que não aconteceu no filme por motivos óbvios. / Fargo 1.02 - The Rooster Prince (EUA, 2014) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Noah Hawley, Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks, Bob Odenkirk, Martin Freeman.
 
Fargo 1.03 - A Muddy Road
O maior problema para a oficial Molly Solverson (Allison Tolman) é que seus superiores são um bando de matutos, sem qualquer experiência ou faro investigativo. Desde o começo ela soube que havia uma ligação entre Lester Nygaard (Martin Freeman) e um estranho suspeito que chegou na cidade para aterrorizar determinadas pessoas. Ele é um assassino profissional, um criminoso de ofício, que foi contratado por um rico empresário para descobrir quem o estaria chantageando. Como não existe ética entre bandidos o próprio Lorne Malvo (Billy Bob Thornton) resolve assumir a chantagem, ou seja, contratado para acabar com o crime ele próprio se apoderou dele, tencionando com isso faturar uma bolada. E ele não parece muito preocupado em se esconder. Indo atrás de um devedor de apostas ele literalmente o arranca do escritório, o levando pela gravata para "passear" em seu carro. Obviamente a intenção é dar um susto no tal sujeito, mas as coisas não saem como esperado e o pobre homem sai correndo no meio da nevasca (detalhe, completamente sem roupas, o que lhe trará morte certa em poucos minutos). Para Malvo isso pouco importa, afinal de contas ele tem coisas mais importantes (e lucrativas) para se importar. Mais um bom episódio dessa série que vem para complementar o que vimos no cult dos irmãos Coen. Há mais tempo para desenvolver os personagens e a trama, o que torna tudo ainda mais bem-vindo. Ótima diversão. / Fargo 1.03 - A Muddy Road (EUA, 2014) Direção: Randall Einhorn / Roteiro: Noah Hawley / Elenco: Billy Bob Thornton, Allison Tolman, Colin Hanks.

Better Call Saul 1.01 - Uno
Bom, se você acompanhou a maravilhosa série "Breaking Bad" já sabe muito bem quem é Saul Goodman (Bob Odenkirk). Ele é aquele advogado completamente picareta que vivia de dar cobertura para Walter White e Jesse Pinkman. Certamente era um dos mais divertidos coadjuvantes dessa série que realmente marcou época. A partir daí era de se esperar que algum spin off aparecesse no horizonte. Assim os produtores aprovaram a ideia do criador e roteirista Vince Gilligan em focar apenas nele nesse novo seriado. O episódio tem duas linhas narrativas. Uma no presente, com Saul de bigode, trabalhando em uma lanchonete de Shopping Center. Claro que depois de tudo o que ele aprontou era mesmo previsível que ele tentasse se esconder atrás de um disfarce pelo resto de sua vida. Sua vida passa longe da adrenalina do passado. Após cumprir seu expediente tedioso tudo o que lhe resta é voltar para casa, solitário e deprimido. Para relembrar um pouco de seus tempos de advogado ele resolve rever em uma velha fita vhs as propagandas de TV que estrelava, onde sempre usava o bordão "Better Call Saul". A partir desse ponto o episódio dá um longo flashback, mostrando acontecimentos em sua vida, anteriores inclusive ao que acompanhamos em "Breaking Bad". O episódio piloto fez grande sucesso de audiência na TV americana, mas lamento dizer que me deixou um pouco decepcionado. Menos divertido e cômico do que era de se esperar a série precisa se soltar mais, criando situações realmente engraçadas, já que Saul sempre foi um alívio de humor na série que lhe deu origem. Do jeito que está ficou sombrio e melancólico além da conta. Espero que daqui para frente acertem o tom de uma vez. / Better Call Saul 1.01 - Uno (EUA, 2015) Direção: Vince Gilligan / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.02 - Mijo
Esse segundo episódio foi bem melhor do que o primeiro. Na verdade os roteiristas encontraram o tom certo, mostrando e investindo muito mais no bom humor, que sempre foi o símbolo do personagem em "Breaking Bad". Nesse aqui Saul paga por suas picaretagens. Após se unir a dois skatistas sem noção, ele vê seu plano de arrancar dinheiro de uma pobre velhinha ir por água abaixo. Isso porque a velha senhora tem um neto que não vai deixar isso barato. O sujeito mais parece ter saído de uma gangue de traficantes mexicanos. Com cara de poucos amigos, ele resolve colocar Saul e seus comparsas em seus devidos lugares. Após render o trio de picaretas, ele então  leva todos para o deserto do Novo México - praticamente uma sentença de morte para quem conhece aquela região hostil! Lá ocorre a melhor cena do episódio. Saul, tal como se estivesse numa audiência de conciliação judicial, começa a barganhar com o criminoso, tentando convencer que não se mate os jovens, pois eles possuem uma mãe doente (o que é uma tremenda lorota) e que apenas lhes sejam aplicados uma lição, do tipo "quebrar suas pernas". Impecável realmente e muito divertido. O desfecho também é muito engraçado. Para os fãs de "Breaking Bad" vale a pena prestar atenção pois vários personagens da série original vão aparecendo em pequenas aparições, tão rápidas que merecem mesmo atenção dobrada! O caminho é esse, espero que continuem por essa linha daqui em diante. / Better Call Saul 1.02 - Mijo (EUA, 2015) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.03 - Nacho
As aparências enganam. Quando uma família inteira desaparece de sua casa, sem deixar rastros, todos começam a desconfiar que Jimmy McGill (Bob Odenkirk), ou melhor dizendo Saul, estaria envolvido com o que supostamente seria um sequestro! Seria mesmo? Afinal de contas ninguém colocaria a mão no fogo por esse advogado especializado não em direito civil ou penal, mas sim em trambiques e fraudes de todos os tipos! Assim Saul resolve ir por conta própria atrás dessa família que parecia um modelo de honestidade e bondade, a típica família suburbana norte-americana, com tudo o que isso significa. Mesmo com terno, maleta e tudo, ele assim resolve encarar o desafio de sair pelo meio do deserto em busca deles! Aos poucos a realidade vai surgindo, mostrando que as primeiras deduções estavam completamente erradas. De todos os episódios dessa nova série "Better Call Saul" esse foi um dos mais divertidos, recuperando em parte o bom humor que caracterizava esse personagem na série "Breaking Bad". Pessoalmente acredito que esse programa não irá muito longe, provavelmente consiga duas ou até mesmo três temporadas pela frente (e isso sendo bem otimista). A questão é que Saul se encaixava muito bem na série original, mas aqui, de forma solo, falta um pouco mais de conteúdo para manter a atenção do espectador por um longo período. Vamos ver até onde "Better Call Saul" consegue ir. / Better Call Saul 1.03 - Nacho (EUA, 2015) Direção: Terry McDonough / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Better Call Saul 1.04 - Hero
Nesse episódio Jimmy McGill (Bob Odenkirk), ou melhor dizendo Saul, recebe pela primeira vez suborno - e fica com a consciência pesada por isso, quem diria... Pois é, em começo de carreira ele tenta levantar a bola de seu escritório situado nos fundo de um salão de beleza. O dinheiro é oferecido pela mesma família que a polícia pensa estar sequestrada, mas que na verdade se mandou para fugir com uma bolada de um golpe financeiro. Assim Saul acaba embolsando a grana e nem pensa duas vezes, compra um terno novo, roupas elegantes e contrata um imenso outdoor em uma avenida com suas já conhecidas propagandas picaretas (que iriam ficar famosas em "Breaking Bad"). Como se tudo isso não fosse o bastante ainda usa a logomarca de um escritório conhecido da cidade, tudo com o objetivo de angariar clientes de forma nada ética! Afinal de contas se não fosse jogar sujo ele não seria o velho Saul que conhecemos. Depois de ser processado administrativamente ele é condenado a retirar a propaganda enganosa, não sem antes fazer um grande teatro, como se estivesse sendo perseguido por ricos e poderosos e toda essa situação absurda acaba ocasionando um evento que acredite o vai transformar em um herói na mídia por 15 minutos (afinal todos terão seus quinze minutos de fama um dia)! Quinto episódio da temporada dessa nova série que sinceramente ainda não conseguiu me convencer muito. Sigo acompanhando mais ou menos no controle remoto. Embora seja fã de "Breaking Bad" esse Spin-off ainda não empolgou. Só o tempo dirá quando tempo ainda irei acompanhar. Por enquanto só tem servido mesmo para nos deixar com saudades de Walter White e cia. / Better Call Saul 1.05 - Hero (EUA, 2015) Direção: Colin Bucksey / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.
 
Better Call Saul 1.05 - Alpine Shepherd Boy
O episódio do outdoor trouxe finalmente a publicidade que Saul precisava. O problema é que os clientes que vão surgindo são os piores possíveis. Um rico e ignorante fazendeiro do Texas quer que seu rancho vire um país independente dos Estados Unidos, tal como se fosse um Vaticano americano. O outro coloca uma babá eletrônica na privada e pensa que se trata de uma nova invenção maravilhosa! Enfim, só pessoas sem noção, algumas completamente loucas. Ser advogado freelancer definitivamente não é fácil para Saul. Para piorar o seu irmão é levado sob custódia sob a acusação de ter roubado o jornal da vizinha! Como se sabe Chuck tem problemas em sair de casa (não se sabe se é um tipo de loucura ou uma condição real). Ele diz ter hiper sensibilidade à eletricidade o que o faz viver isolado em uma casa escura e sem nenhuma luz ou aparelho elétrico. Envolto em uma malha de alumínio ele tem ataques e convulsões se exposto a qualquer tipo de eletricidade. Mesmo uma lâmpada comum o deixa em pânico. Levado a um hospital após sofrer um colapso Saul precisa convencer a médica que o atende que ele realmente tem algum problema. Para a doutora ele é apenas um sujeito com problemas psicológicos sérios e nada mais. Enquanto isso Saul tem que correr atrás de clientes - e ele escolhe um asilo de idosos - seu cinismo nessa cena é a melhor coisa do episódio. Muito divertido. No mais a série ainda luta para encontrar seu próprio caminho. Por enquanto ainda não encontrou o tom certo. / Better Call Saul 1.05 - Alpine Shepherd Boy (EUA, 2015) Direção: Nicole Kassell / Roteiro: Vince Gilligan, Peter Gould  / Elenco: Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Arnold Schwarzenegger: Jogo Bruto / O Predador

Depois de vários sucessos no cinema o ator voltou para cumprir um contrato mais antigo. Acontece que ele ainda tinha a obrigação de fazer mais um filme com a companhia De Laurentiis Entertainment Group (DEG). Assim em 1986 surgiu nas telas o filme "Jogo Bruto". Não havia robôs assassinos e nem bárbaros violentos. O enredo girava em torno da máfia, seus crimes e a violência bem típica desse tipo de grupo criminoso. Arnold com muito gel no cabelo surgia novamente como uma espécie de "exército de um homem só", exterminando seus inimigos em larga escala.

Foi um filme que tive a oportunidade de conferir no cinema. Eu me lembro que na época não achei grande coisa. Não era o filmão que eu esperava. O poster e o trailer enganavam bem aos fãs de filmes de ação dos anos 80, porém o roteiro deixava a desejar, sendo confuso e sem direção em muitos pontos. O diretor John Irvin era muito bom, mas a equipe de roteiristas (quase todos italianos) erraram bastante a mão.

As coisa iriam melhorar (e muito) no ano seguinte. Arnold Schwarzenegger havia assinado para mais um filme de ficção. O roteiro era bem original. A produção se chamava apenas "O Predador". A direção foi entregue ao excelente John McTiernan. A estória era simples, direta a eficaz. Um grupo de militares fortemente armados eram surpreendidos no meio da selva com a presença de uma estranha criatura, sedenta de sangue. No começo, quando o enredo foi divulgado, muitos pensaram que Arnold iria interpretar o alienígena predador, mas não. Ele era apenas um dos membros da tropa, um "bad ass" que iria partir para o corpo a corpo com o estranho bicho vindo do espaço.

O filme foi um tremendo sucesso comercial. Em poucos dias de exibição se tornou um blockbuster. Em plenos anos 80, com Spielberg reinando de um lado e os filmes de ação do outro, não poderia se esperar por outra coisa. O filme caiu nas graças do público e Arnold se tornou novamente um dos nomes mais quentes de Hollywood. O filme também acabou se tornando o primeiro de uma nova linha de filmes de ficção, tão popular quanto o próprio "Aliens". E por mais irônico que isso possa parecer nos anos seguintes as duas franquias iriam se mesclar dando origem a filmes intitulados "Aliens vs Predador". Quem poderia imaginar?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

The Flash / The Astronaut Wives Club / Dominion / Manhattan

The Flash 1.01 - Pilot
Sou suspeito para avaliar uma série como essa. Escrevo isso porque sendo bem sincero nunca fui muito fã desse personagem. Eu me lembro vagamente da antiga série, que inclusive chegou a ser exibido pela Rede Globo na época, em 1990. Durou apenas uma temporada e para falar a verdade não chegou a fazer muito sucesso. Na verdade o Flash é um dos heróis que menos me interessam no universo DC. A Warner tem se dado bem em termos de audiência com "Arrow", então era de se esperar que outro personagem da mesma galeria viesse a ganhar uma nova série para o canal a cabo da empresa. Dito isso lamento confessar que esse episódio piloto não me empolgou em nada. O Flash aqui está bem mais jovem do que na antiga versão e o ator que o interpreta, o jovem Grant Gustin, é bem medíocre. O problema central é que o nível etário também caiu para o produto como um todo. Assim o que temos aqui é realmente um seriado mais infanto-juvenil, que provavelmente pouco interessará aos mais adultos. Comparações são sempre equivocadas, porém aqui abrirei uma exceção para dizer que "Arrow" é bem mais interessante do que esse "The Flash". Claro que o arqueiro verde até faz uma micro participação para dar uma força ao novo herói, mas isso soa mesmo gratuito e sem importância. Muito provavelmente não seguirei acompanhando, já que com tantas séries interessantes no ar não há como perder tempo com algo que não se curtiu muito. Vida que segue. / The Flash 1.01 - Pilot (EUA, 2014) Direção: David Nutter / Roteiro: Greg Berlanti, Andrew Kreisberg  / Elenco: Grant Gustin, Candice Patton, Danielle Panabaker.

The Astronaut Wives Club 1.01 - Launch
Essa é a nova série do canal abc. O enredo se passa no começo dos anos 1960. Os Estados Unidos se empenhavam para colocar o primeiro homem no espaço, mas perdem essa honra quando os russos colocam o cosmonauta Iuri Gagarin em órbita. A partir daí o governo de John Kennedy começa a se empenhar totalmente para colocar o primeiro homem na lua. E tudo começa justamente com o projeto Mercury que é mostrado nesse primeiro episódio. O roteiro dessa série porém não se preocupa em explorar a vida política envolvendo a questão e nem muito menos se propõe a mostrar os preparativos e a vida dos astronautas, mas sim focar o interesse nas esposas deles. Na época houve um intenso interesse nelas, uma vez que eram consideradas mulheres de grande coragem por causa da profissão arriscada de seus maridos. Assim a protagonista acaba sendo Louise Shepard (Dominique McElligott), esposa do astronauta Alan Shepard (Desmond Harrington), que em pouco tempo se tornaria o primeiro americano no espaço. Bom, obviamente que a história é interessante e provavelmente chamará a atenção dos que gostam da história da corrida espacial. Infelizmente, como acontece com quase todas as séries da abc, tudo é bem açucarado, amenizado e plastificado. Até mesmo questões que poderiam trazer um pouco de carga dramática para a série - como o fato de Alan Shepard ter sido um grande mulherengo - são deixadas de lado, sem grande desenvolvimento. Tudo é tão família e enlatado que se torna quase constrangedor. Mesmo assim vou seguir em frente acompanhando. Só o simples fato de se passar na década de 60 já é um ponto de interesse. Não tenho ideia se a série vai melhorar com o tempo, mas vale pelo menos lhe dar o benefício da dúvida. / The Astronaut Wives Club 1.01 - Launch (EUA, 2015) Direção: Lone Scherfig / Roteiro: Stephanie Savage / Elenco: JoAnna Garcia Swisher, Yvonne Strahovski, Dominique McElligott.

Manhattan 1.01 - You Always Hurt the One You Love
Episódio piloto dessa nova série Manhattan. Bom, se você andou matando as aulas de história o projeto Manhattan foi um dos mais importantes da história militar dos Estados Unidos. Foi através dele que os americanos conseguiram chegar na tecnologia atômica, criando uma bomba definitiva, que prometia encerrar de uma vez por todas a Segunda Guerra Mundial. Nesse primeiro episódio, como era de se esperar, todos os personagens são apresentados ao espectador. De uma maneira geral temos dois grupos de cientistas disputando internamente para decidir quem seguirá dando as cartas dentro do projeto. Embora não haja um foco em cima de apenas um personagem o enredo coloca em relevo um jovem físico e sua esposa que vão para o meio do deserto desenvolver teorias que depois seriam usadas na construção da bomba. Na verdade o acampamento no meio do nada mais parecia um grupo de habitações provisórias das forças armadas, o que levava as esposas à loucura pela falta de estrutura. No geral temos uma boa série, bem roteirizada e com boa direção de arte e reconstituição histórica. Essa promete por isso seguirei acompanhando.

Dominion 1.03 - Broken Places
Estou quase jogando a toalha dessa série. As coisas andam ruim demais. Claro que por ser uma série do canal Syfy não era de se esperar por nenhuma obra prima da televisão. O problema é mesmo de roteiro. Os episódios não são mal feitos, passa longe disso, alguns efeitos especiais são até bacanas, mas os textos são embaralhados, não possuem fluidez e para completar a trama é completamente truncada e confusa. Pouca coisa lembra o filme original (que repito, não era também lá grande coisa). Fizeram uma mistura indigesta além da conta, se tivessem simplificado mais, teria sido mais eficiente. Agora de todas as coisas ruins de Dominion a mais marcante é mesmo o protagonista e seu papel dentro da estória, uma mistura boba e tosca que o coloca como uma espécie de messias da raça humana. O problema é que como "messias" o sujeito não tem filosofia nenhuma, sabedoria zero e carisma abaixo da escala. Quem em sã consciência consegue acreditar em algo assim, tão sem conteúdo? Pois é, os anjos que me desculpem, gosto muito desse tema, mas seguir em frente está ficando complicado. Daqui a pouco quem baterá asas será esse que vos escreve. / Dominion - Broken Places (EUA, 2013) Direção: Rick Jacobson / Roteiro: Vaun Wilmott, Dario Scardapane / Elenco: Christopher Egan, Tom Wisdom, Roxanne McKee.

Pablo Aluísio. 

Pretty Little Liars

Essa série adolescente durou sete temporadas que foram exibidas entre os anos de 2012 a 2017. No Brasil onde recebeu o péssimo título de "Maldosas" nunca chegou a fazer muito sucesso, mesmo sendo exibida em um canal aberto. Já nos Estados Unidos virou uma febre entre as jovens, a ponto de alavancar a carreira de algumas de suas atrizes, entre elas Lucy Hale, para o cinema. Acompanhar tudo exigiu mesmo um teste de fôlego, porque foram dezenas de episódios, com roteiros que muitas vezes giravam sobre o mesmo tema: a identidade da misteriosa (ou misterioso) personagem chamado simplesmente de A, que passava a chantagear as meninas.

De minha parte (e aqui vai uma opinião muito pessoal) nunca tinha assistido uma série que enrolasse tanto o espectador. As idas e vindas eram tantas, isso sem chegar a lugar nenhum, que lá pela quarta temporada perdi a paciência e larguei a série pelo meio do caminho. Simplesmente não dava mais. Sim, as mocinhas eram uma graça e a série era até bem produzida, me fazendo lembrar em certos momentos da franquia cinematográfica "Pânico", porém tudo na vida tem um limite não é mesmo? O meu foi atingido lá pelo meio da quarta temporada. De qualquer forma compilo aqui nessa postagem as (poucas) resenhas que fiz de alguns episódios das Lindas Pequenas Mentirosas. É ler para crer...

Pretty Little Liars 4.01 - A Is for A-l-i-v-e
"Pretty Little Liars" é uma febre entre as adolescentes americanas. A série que começou para ter apenas uma temporada fez tanto sucesso que já vai seguindo rumo à sétima temporada!!! Isso tem um lado bom para a emissora que assim fatura horrores, mas também joga a série em um labirinto sem fim de pistas e enrolações onde nada é decifrado, sendo cada um episódio apenas um gancho para outro episódio e no final de tudo nada se resolve. Na quarta temporada, por exemplo, ainda persiste o mistério sobre a identidade de "A". Ninguém sabe ao certo quem seria ela e nisso a embromação ganha ares épicos. Para falar a verdade "Pretty Little Liars" se sustenta apenas pelo carisma à toda prova do elenco, formado por jovens atrizes gracinhas que conseguem manter o interesse na série. No mais Aria (Lucy Hale) continua enrolada com sua paixão ainda não resolvida pelo professor Ezra (Ian Harding) e Moma (Janel Parrish) se une às garotas para tentar decifrar o enigma de "A", o que não deixa de ser contraditório, já que apenas alguns episódios antes a própria Moma era a principal suspeita. Enfim se preparem meninas para mais uma rodada sem fim de embromação! Teste seus limites de paciência! / Pretty Little Liars - A Is for A-l-i-v-e (EUA, 2013) Direção: I. Marlene King / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.

Pretty Little Liars 4.02 - Turn of the Shoe
"Pretty Little Liars" finalmente chegou nas telas brasileiras e está sendo exibida pelo SBT com o pavoroso título nacional de "Malvadas". Vai entender a mente desses tradutores. De qualquer forma a saga das quatro garotas segue em frente. O espectador obviamente não saberá quem é "A" nesse episódio, mas pistas vão surgindo aqui e ali para tentar juntar o quebra-cabeças. Como o próprio título do episódio entrega, a peça central aqui é um sapato manchado de lama que Hanna Marin (Ashley Benson) descobre em sua própria casa, debaixo da pia. O objeto pertence à sua mãe, o que faz com que pela primeira vez ela apareça como uma potencial suspeita. E eu pensando que a mãe da Hanna Banana só servia mesmo para contracenar com ela na cozinha (praticamente todas as cenas delas juntas é nesse recinto da casa, provavelmente por ser o único cenário!). Pitadas de ironia à parte, o fato é que "Pretty Little Liars" caiu mesmo no gosto das adolescentes. Outro acontecimento digno de nota é a recusa de matrícula da universidade em relação a Spencer Hastings (Troian Bellisario). Ela tem seu pedido recusado, o que a deixa arrasada pois sempre foi a mais estudiosa das Liars. Enquanto isso Aria Montgomery (interpretada pela atriz Lucy Hale, que tem uma incrível semelhança com Priscilla Presley quando jovem) vai se enamorando do professor de artes marciais. A garota pelo visto tem mesmo obsessão por professores mais velhos! Por fim a mais chatinha do grupo, a sem graça Emily Fields (Shay Mitchell), sofre um sério acidente na piscina. Trocando em miúdos, um típico episódio da série. / Pretty Little Liars 4.02 - Turn of the Shoe (EUA, 2013) Direção: Joanna Kerns / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.

Pretty Little Liars 4.03 - Cat's Cradle
Que tal mais algumas doses dessa "guilty pleasure"? Pois é, a série segue em frente sem maiores sinais que o espectador vai finalmente descobrir quem é na verdade "A", a misteriosa entidade que vive chantageando as garotas. Pode ser uma só pessoa ou várias, como já foi ficando bem claro em vários episódios. Nesse episódio as meninas acabam descobrindo algumas pistas valiosas. Mexendo em tralhas de Alison DiLaurentis (Sasha Pieterse) elas descobrem uma máscara, que já havia sido usada várias vezes em ataques misteriosos anteriormente. Seguindo pistas vão parar no estúdio onde a peça foi confeccionada. A modelo usada foi a própria Alison. Várias máscaras foram produzidas, provando que elas ainda estão por ali. A mais reveladora descoberta vem porém quando elas descobrem que na mesma ocasião Melissa, irmã de Spencer Hastings (Troian Bellisario) também esteve por lá! Isso começa a formar de novo um quebra-cabeça onde surge Melissa, velha suspeita de todas as Liars. Estariam realmente certas sobre isso? / Pretty Little Liars 4.03 - Cat's Cradle (EUA, 2013) Direção: Norman Buckley / Roteiro: I. Marlene King, Sara Shepard / Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn, Lucy Hale.
 
Pretty Little Liars 4.05 - Gamma Zeta Die!
O sonho da mãe de Spencer Hastings (Troian Bellisario) é enviar ela para uma boa universidade. Para isso resolve contratar um conselheiro para preparar a filhona para sua nova vida. O problema é que Spencer parece mais preocupada com outras coisas, entre elas descobrir quem seria "A". Já Hanna leva um susto quando encontra uma arma nas coisas da mãe. Ela já vinha desconfiada de certas coisas, de certas histórias mal explicadas, de meias verdades que encontrou pelo meio do caminho. Assim elas decidem ir mais a fundo em suas investigações e acabam fazendo uma visita numa universidade, tudo com a intenção de seguir mais pistas envolvendo "A" e sua verdadeira identidade. Para falar a verdade nem sei mais porque assisto essa série adolescente. Na verdade deve ser algum tipo de masoquismo de ver um episódio atrás do outro sem que nada seja explicado. A enrolação de "Pretty Little Liars" atinge realmente picos olímpicos, pois a série já está chegando na marca expressiva de 150 episódios e nada de revelar o mistério que move sua trama! Uma coisa de outro mundo mesmo! Pior do que isso só o péssimo título no Brasil (Maldosas), um nome que mais parece ter saído de uma novela mexicana de quinta categoria! / Pretty Little Liars 4.05 - Gamma Zeta Die! / Direção: Mick Garris / Roteiro: Marlene King, Sara Shepard/ Elenco: Troian Bellisario, Ashley Benson, Tyler Blackburn.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Morte de Ryan O'Neal

Ryan O’Neal morre aos 82 anos
O ator indicado ao Oscar Ryan O'Neal, que ganhou destaque no programa de TV “Peyton Place” e se tornou uma grande estrela da década de 1970 em filmes como “Love Story”, “What's Up, Doc?”, “Paper Moon” e “Barry Lyndon”, morreu na sexta-feira, disse seu filho Patrick no Instagram. Ele tinha 82 anos. O’Neal foi diagnosticado com leucemia crônica em 2001 e com câncer de próstata em 2012.

“Ryan era um homem muito generoso que sempre esteve disponível para ajudar seus entes queridos durante décadas”, escreveu seu filho. “Meu pai tinha 82 anos e viveu uma vida incrível.". A família ainda não informou detalhes sobre o funeral do ator. 

Tatum O’Neal presta homenagem ao pai Ryan O’Neal
A filha de Ryan O´Neal declarou sobre o falecimento do pai: “Sentirei falta dele para sempre” Tatum O’Neal está se manifestou após a notícia da morte de Ryan O’Neal na sexta-feira. A atriz vencedora do Oscar compartilhou uma declaração com a People sobre como ela se sentiu após o falecimento de seu pai. Os dois tiveram um relacionamento difícil desde que trabalharam juntos em Paper Moon, de 1973, pelo qual Tatum ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante com apenas 10 anos de idade.

“Sinto muita tristeza pelo falecimento do meu pai”, disse Tatum à publicação. “Ele significava o mundo para mim. Eu o amava muito e sabia que ele também me amava. Sentirei falta dele para sempre e me sinto muito sortudo por termos terminado tão bem.” 

Lola Dee, cantora popular da década de 1950, morre aos 95 anos
A cantora pop Lola Dee, que gravou para as gravadoras Columbia e Mercury na década de 1950 e fez turnês ao redor do mundo com nomes como Bob Hope, Jimmy Durante e Johnnie Ray, morreu. Ela tinha 95 anos. Dee morreu quinta-feira de causas naturais em uma clínica de enfermagem em Hinsdale, Illinois, anunciou seu publicitário e produtor de CD, Alan Eichler. Depois de assinar um contrato de cinco anos com a Mercury Records, com sede em Chicago, uma empresa recém-formada que tinha Frankie Laine, Vic Damone e Patti Page em seu elenco, a cantora, então conhecida como Lola Ameche, se juntou à Orquestra Al Trace em 1951 “ Pretty Eyed Baby”, que alcançou a 21ª posição nas paradas da Billboard.

Ela e Trace lançaram outro sucesso naquele ano, “Hitsity Hotsity”, e ela gravou mais de duas dúzias de músicas nos três anos seguintes, incluindo versões swingadas de “Dance Me Loose”, “Old Man Mose”, “Down Yonder”, “Take Two to Tango”. A cantora se tornou muito popular nos anos 50, onde era elogiada pela crítica especializada e adorada por seu público. Estava há anos afastada do meio artístico, mas se lembrava com carinho de seus anos de sucesso e fama. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

The Librarians

Essa série teve quatro temporada nos Estados Unidos, mas eu nunca tinha assistido nenhum episódio. Bom, nunca é tarde para se conhecer. Assim resolvi conferir o episódio piloto que na realidade é uma fusão do primeiro e segundo episódios, com mais ou menos 90 minutos de duração (a mesma de um longa convencional). A minha conclusão é a de que embora seja bem produzido, realizado, com elenco interessante, simplesmente não é a minha praia. Essa série eu recomendaria apenas para um público mais juvenil, na faixa entre 12 a 16 anos. Muito provavelmente se você tiver uma faixa etária maior do que essa, simplesmente não vai gostar.

O enredo é bem ao estilo fantasia. Tudo gira em torno de uma biblioteca que inclusive teria personalidade e vontade própria. No centro fica a figura do bibliotecário e seus guardiões cuja principal função seria a de recuperar artefatos históricos famosos (como a coroa do Rei Arthur, por exemplo). A referência óbvia que me veio a mente foi as aventuras de Indiana Jones, mas claro tirando todas as devidas proporções, com o diferencial de que aqui tudo é muito mais fantasioso. Não há nada muito interessante para adultos, a não ser a presença da bela atriz Rebecca Romijn (a Mystique da franquia X-Men) que sinceramente falando parece meio perdida, sem o timing certo para seu papel (como era de esperar há sempre um clima presente de humor em praticamente todas as situações).

Talvez o maior mérito da série seja a tentativa de transformar o ambiente de bibliotecas interessante para essa juventude que está aí, pouco interessada em livros. É uma metáfora que passa a mensagem subliminar de que livros podem levar você a mundos e lugares de muita aventura e fantasia, bastando para isso uma boa imaginação. Então é basicamente isso, ficarei por aqui, não pretendo continuar seguindo assistindo. Porém se você estiver na faixa etária ideal para assistir, vale a recomendação.

The Librarians (Estados Unidos, 2014/2018) Direção: Dean Devlin / Roteiro: John Rogers / Elenco: Rebecca Romijn, Christian Kane, Lindy Booth / Sinopse: Essa série juvenil explora as aventuras que nascem dentro de uma biblioteca, onde os guardiões vão precisar recuperar artefatos famosos da história e dos livros de fantasia.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Pessoa Ideal e a Pessoa Possível

Quem acompanha meu blog sabe que sempre dei preferência sobre textos analisando filmes, discos, obras de arte em geral. Raramente escrevo sobre outros assuntos, até porque os blogs foram pensados dessa forma. Não deveria ser diferente. Aos poucos porém vou diversificando os temas quando possível (geralmente a partir de agora nos fins de semana quando me sobra mais tempo livre). Pois bem, ontem recebi a visita de uma velha amiga, uma pessoa muito querida dos tempos de escola. Curiosamente ela, que vou ocultar seu nome por razões óbvias, está passando por um momento delicado na vida, com o divórcio batendo as portas de seu casamento de quinze anos.

Tentando explicar seus motivos ela acabou me trazendo esses dois conceitos que achei muito interessante: a da pessoa ideal e a da pessoa possível. Do que se trata? A pessoa ideal é aquela que ela nutriu no passado uma grande paixão, um grande sentimento. Na verdade poderíamos dizer que ela ficou loucamente apaixonada por essa pessoa. Essa foi sua pessoa ideal e como o próprio nome deixa claro ela seria a pessoa que ela idealizava passar o resto de sua vida. Um amor verdadeiro, como se costuma dizer. Por um motivo ou outro seu romance ideal porém nunca se concretizou ou deu certo. E então surge a pessoa possível! Geralmente é aquele que está em segundo plano, o plano B ou como algumas garotas mais sarcásticas costumam chamar o "estepe"! Recentes pesquisas provaram que mais de cinquenta por cento das mulheres mantém um homem na reserva, caso seu alvo principal não venha a dar certo. Esse acaba se tornando a pessoa possível.

Quando se é adolescente e tudo mais a figura do "estepe" pode até ser aceitável. Afinal de contas adolescentes morrem de medo de ficarem sozinhas. O problema na verdade surge quando as mulheres acabam indo longe demais com esse tal "homem possível" e acabam se casando com ele! Um erro grave. Isso porque o tal sujeito não é na verdade o foco de seus sentimentos. Ele até pode ser um cara muito conveniente, correto e tudo mais. O que muitas não percebem é que um amor verdadeiro jamais consegue ser plenamente soterrado. O sentimento fica bem escondidinho no coração de muitas delas e mais cedo ou mais tarde vem a sensação de angústia, tristeza, frustração e até mesmo depressão. Isso quando o arrependimento não corrói inteiramente suas almas. Como eu escrevi, ter uma pessoa como estepe na adolescência é algo até aceitável, mas se casar com ele, ter filhos e viver um longo casamento pode destruir emocionalmente a vida de uma mulher. Foi o caso dessa minha amiga. Tentando ser verdadeira com seus sentimentos e cansada de viver uma mentira ela resolveu ir embora e acabou com o casamento. Não precisa ser advogado para entender que o alto número de casamentos desfeitos é resultado direto desse tipo de situação. Você se casa com quem não ama verdadeiramente, muitas vezes apenas por conveniências financeiras ou sociais e depois de algum tempo olha para trás e descobre que grande parte de sua vida sentimental se perdeu pelo caminho.

As mulheres muitas vezes são imaginativas em criar denominações e figuras de linguagem. Essa de homem ideal (o verdadeiro amor de suas vidas) e a do homem possível (o estepe que estava mais conveniente e próximo) acabou me surpreendendo ainda mais pela força de imaginação delas. Claro que é um tanto cruel chamar um companheiro ou namorado de estepe, mas muitas delas gostam mesmo de usar expressões desse tipo. Hoje essa minha querida amiga acredita que teria sido muito mais proveitoso em sua vida se ela simplesmente tivesse ficado solteira, pois quem sabe com o tempo ela conheceria um verdadeiro amor depois ou até melhor do que isso: ela poderia finalmente ter se acertado com o homem de seus sonhos, a grande paixão de sua vida amorosa. Se isso tivesse acontecido ela certamente teria encontrado a verdadeira felicidade em sua vida. Assim deixo essa pequena lição de vida para as garotas mais jovens: Lutem por seus amores verdadeiros e não se contentem em se relacionar ou casar com alguém que esteja no banco de reservas de seu coração. O tempo pode deixar essa sua escolha equivocada bem amarga com o passar dos anos. Afinal de contas o que vale mesmo na vida é ser feliz com a pessoa amada ao seu lado!

Pablo Aluísio.