quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Marilyn Monroe - Contradições de uma Estrela

Marilyn Monroe tinha uma personalidade muito volátil. Para muitos especialistas que leram suas biografias e relatos da época, de pessoas que viveram ao lado da atriz, ela no mínimo seria bipolar, com tendência a ser limítrofe, o que talvez explique muitos de seus atos ao longo da vida. Definitivamente não era fácil viver ou trabalhar ao seu lado. Era exigência primária ter muita paciência ou então muita compreensão pelos atos e decisões que ela tomava.Marilyn poderia ser doce e amável, ser terna e carinhosa ao máximo e poucos segundo depois virar o avesso disso. Ela tinha uma personalidade que poderia ser considerada medrosa ao extremo em determinados momentos e depois ser ousada, corajosa e desafiadora. Isso se reflete com seu complicado comportamento nos sets de filmagens onde ela poderia morrer de medo de entrar no trabalho, para filmar sua próxima cena e ao mesmo tempo poderia também demonstrar muita coragem de enfrentar os executivos mais poderosos da Fox face a face, impondo exigências absurdas em seus contratos.

Medo de ser aceita e exigências descabidas para essa mesma aceitação. Essa era a Marilyn. Um produtor que conviveu muito com a triz em seus anos na Fox chegou a declarar: "Marilyn Monroe era o médico e o monstro. Isso mesmo. Ela poderia ser a melhor profissional do mundo em um dia e a pior de todos os tempos no dia seguinte! Muitos diretores se recusaram a trabalhar ao seu lado por causa disso. Não havia segurança nenhuma que ela terminaria um filme! Era roleta russa!"

Em seus casamentos a mesma coisa. Seus maridos sentiram na pele o que era tentar manter um relacionamento estável com uma estrela de cinema loira, linda e... neurótica! Marilyn se casava muitas vezes por impulso, para logo depois, em poucas semanas, perder o interesse pelo marido. Quando ignorada, ela tentava de todas as maneiras conquistar um homem, mas logo que ele se revelava apaixonado, ela perdia o interesse por ele. Caso se tornasse submisso, como aconteceu com seu último marido, o escritor e dramaturgo Arthur Miller, a coisa toda desandava para a pura humilhação. No final desse casamento Marilyn passou a ter desprezo pelo marido.  Ela odiava homens fracos, sem personalidades fortes. Ao mesmo tempo não conseguia se ver como submissa dentro de nenhum casamento. Uma equação que levou todos os seus casamentos para o fracasso completo.

Pablo Aluísio.

A Morte de Judy Garland

A eterna Doroth de "O Mágico de Oz" teve uma morte bem triste. Judy foi uma das estrelas mais populares da MGM. Ela começou a carreira artística muito cedo, pressionado pela mãe, uma pessoa má que a forçava trabalhar sem descanso, segundo suas próprias palavras. A verdade é que ela nunca chegou a ter infância e juventude, como outras pessoas de sua idade. Sempre havia a pressão do trabalho, dia após dia. Em determinados momentos das filmagens ela chegava a trabalhar por até 17 horas diárias! Um absurdo.

Com tanta cobrança ela acabou se viciando em pílulas dadas pelos próprios executivos da MGM. As tais bolinhas eram consumidas em grandes quantidades. Até porque Judy tinha que cantar, dançar e atuar de forma impecável. O tempo passou, inúmeros casamentos fracassaram e suas finanças quebraram. Quando passou dos trinta anos de idade ninguém mais queria contratá-la em Hollywood.  A outrora estrela da MGM começou a cantar em pequenos bares por cachês irrisórios, coisa de 150 dólares por noite.

No final de sua vida ela estava falida, endividada, tentando fazer seu quinto casamento dar certo. Foi a Londres em busca de uma proposta. Uma rede de cinemas queria usar seu nome, mas depois desistiu. Foi um baque para a pobre Judy pois ela estava contando com esse dinheiro para pagar suas dívidas. Pior do que isso, ela estava magra demais, frágil, sem estrutura física ou psicológica para enfrentar tanto stress. O relacionamento com os filhos era complicado. Nenhum deles compareceu ao seu último casamento. Nenhum dos filhos mais fazia parte de sua vida pois havia muitas brigas no passado a se superar.

Judy acabou sendo encontrada morta no banheiro de um apartamento, após o que se supõe ter sido uma overdose acidental de drogas prescritas. Ela não conseguia mais dormir direito e após anos e anos de abusos com drogas precisava sempre aumentar ainda mais as dosagens. Judy foi ao banheiro pela madrugada, mas perdeu a consciência e caiu para a frente. Seu marido não notou sua ausência e só no dia seguinte foi até lá, a encontrando morta. Segundo os peritos Judy já estava morta há horas, já apresentando sinais de rigidez cadavérica.

A autópsia revelou que ela tomou uma dose fatal de barbitúricos. Esse tipo de droga sempre foi extremamente prejudicial, viciante e perigosa pois até mesmo um pequeno erro na dosagem poderia ser fatal. Nos anos 60 ainda era receitada com certa regularidade, sendo que hoje em dia só é indicada em casos extremos. Também apresentou uma magreza extrema, pois provavelmente estava desnutrida. Amigos próximos disseram após sua morte que ela desenvolveu um trauma alimentar desde a adolescência, pois os produtores geralmente a acusavam de estar gorda. Com isso Judy passou a ter medo de comer, o que acabou arruinando seu organismo com o passar dos anos. Ela passava dias sem comer nada! Provavelmente sofria de uma bulimia não diagnosticada. Judy teve uma morte trágica, mas jamais será esquecida pelos amantes da sétima arte, pois ela estrelou alguns dos maiores clássicos da história do cinema.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Cinema Clássico - Marilyn Monroe



10 Curiosidades Sobre o Vampiro da Noite

1. O Script de Christopher Lee no filme não era exatamente longo! Na verdade ele só tinha treze linhas de diálogo para dizer durante todo o enredo. Sobre isso Lee diria que o seu Drácula era na essência um monstro e monstros não são muito de bate papo. O Conde do filme só troca diálogos com um único personagem durante todo o filme, Jonathan Harker.

2. Depois de 30 anos desaparecida a capa que Christopher Lee usou no filme apareceu numa loja de fantasias de Londres. Uma relíquia para a história do cinema inglês ela seria vendida em um leilão por 50 mil dólares. Antes da ser colocada à venda porém a casa de leilões contratou Lee para reconhecer a peça e marcar sua autenticidade.

3. Houve um acidente durante as filmagens. Numa cena que deveria ser ao mesmo tempo aterrorizante e sensual o ator caiu em um buraco no set de filmagens, atingindo a dublê da personagem Mina. Apesar do constrangimento e da dor não houve ferimentos mais graves.

4. Em sua autobiografia o ator confessou que recebeu apenas 750 libras por sua atuação como Drácula no filme. A Hammer alegou não ter maiores recursos para pagar um cachê melhor. Lee, por outro lado, estava precisando de trabalho e aceitou o pouco que lhe ofereceram. Nos filmes seguintes ele iria endurecer o jogo, pedindo cachês cada vez mais altos a cada sequência, além de privilégios que não havia tido, como um camarim próprio, por exemplo.

5. O filme foi dirigido por Terence Fisher, veterano cineasta inglês que morreu em 1980. Ele iria dirigir ainda "As Noivas do Vampiro" (1960) e "Drácula, o Príncipe das Trevas" (1966). Também assinaria outros clássicos do terror com monstros famosos como Frankenstein em produções como "A Vingança de Frankenstein" (1958) e "Frankenstein Tem que Ser Destruído" (1969).

6. O Vampiro da Noite recebeu três prêmios do Hugo Awards nas categorias de Melhor Direção (Terence Fisher), Melhor Roteiro Adaptado (Jimmy Sangster) e Melhor História (dado como homenagem a Bram Stoker, autor do livro original).

7. Quando o filme foi lançado no mercado americano a distribuidora daquele país resolveu mudar o título do filme para "Horror of Dracula" por questões envolvendo direitos autorais. Também pesou em favor da decisão o fato de que os americanos responsáveis pela distribuição tinham receios que o filme fosse confundido com o clássico estrelado por Bela Lugosi, que inclusive estava para ser exibido pela primeira vez na TV americana pelo canal CBS.

8. Uma sequência do filme ficou perdida por anos até que finalmente foi reencontrada do outro lado do mundo, no Japão. Uma cópia original preservada pela National Film center de Tóquio conseguiu salvar essa cena da destruição pois ela não era mais encontrada em cópias na Inglaterra.

9. As filmagens duraram praticamente três meses, começando em 11 de novembro de 1957 e terminando em 3 de janeiro de 1958. Curiosamente o filme estreou antes nos Estados Unidos numa exibição em Milwaukee, Wisconsin. Só uma semana depois é que o filme iria finalmente surgir nas salas de cinema britânicas (apesar do filme ser inglês)!

10. O filme foi incluído na lista "Os 1000 Filmes Que Você Precisa Assistir Antes de Morrer" escrita por Steven Schneider.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Mortos que Matam - Curiosidades

Vincent Price insistiu que deveria levantar pessoas reais para colocar na parte traseira do carro de seu personagem no filme. A razão? Mostrar verdadeiro cansaço, para melhorar sua atuação no filme. 

O estúdio decidiu mudar o nome do personagem principal. Assim Robert Neville se tornou Robert Morgan. O curioso é que esse filme é considerado o mais fiel ao livro original. Já as duas outras adaptações, A Última Esperança da Terra (1971) e Eu Sou a Lenda (2007), mantiveram o nome do protagonista do livro, mas mudaram diversas partes do enredo.

O filme foi rodado em grande parte na Itália. Isso foi um problema, principalmente em relação aos carros. Modelos americanos foram comprados pelo estúdio e suas placas mudadas, para dar a impressão ao espectador de que toda a estória se passava em San Francisco, na Califórnia.

O estranho prédio, em forma de OVNI ou em forma de cogumelos, em segundo plano por trás do Dr. Robert Morgan é o "Ristorante IL Fungo" localizado em Roma, construído em 1957.

Richard Matheson originalmente escreveu o roteiro em 1957. Naquela ocasião o estúdio havia planejado que o filme teria como diretor Fritz Lang. E que tudo seria produzido em parceria com a Hammer de Londres. Planos iniciais que ficaram pelo meio do caminho.

No roteiro a estória do filme se passa em 1968, ou seja, quatro anos no futuro, já que o filme chegou aos cinemas em 1964. No texto original o mundo chegaria ao fim antes dos anos 1970.

Charlton Heston assistiu a essa primeira versão antes de atuar em "A Última Esperança da Terra". Ele não gostou desse primeiro filme. Em sua opinião esse primeiro filme era mal produzido, sem grande orçamento. Antes do começo das filmagens de sua versão ele declarou ao diretor  Boris Sagal que "podemos fazer algo muito melhor do que a versão de Vincent Price".

Pablo Aluísio.

Doris Day: 90 anos

Segue texto que escrevi por ocasião dos 90 anos de aniversário da atriz Doris Day: Ontem a querida Doris Mary Ann Kappelhoff completou 90 anos de idade! O aniversário foi amplamente divulgado pela imprensa americana e (pasmem!) pela brasileira também (provavelmente a reboque do que era escrito lá fora). Um bom reflexo que mostra que a estrela da atriz ainda brilha, mesmo após tantos anos de sua aposentadoria. Não cabe aqui fazer mais um levantamento burocrático sobre seus filmes como a imprensa oficial fez. 

O que vale a pena mesmo é homenagear essa sobrevivente. Sim, a vida de Doris passou muito longe de seus personagens açucarados no cinema. Grande cantora, uma atriz de presença, ela perdeu tudo o que havia ganho por se envolver com homens errados. Um deles, seu marido, limpou sua conta corrente e desapareceu. Mulheres bonitas e de boa índole geralmente se envolvem com cafajestes - não me perguntem o porquê! 

O fato é que depois de uma carreira muito bem sucedida em Hollywood ela teve que recomeçar sua vida. Foi para a TV, tentou emplacar sucessos na telinha (em um de seus programas nos anos 80 recebeu um Rock Hudson corroído pela AIDS) e também enveredou por outros caminhos. Fundou uma instituição de apoio a animais abandonados e seguiu em frente. Talvez magoada pela falta de consideração que o show business tem por seus antigos ídolos abandonou completamente sua carreira de atriz no cinema. Não parece ter olhado para trás. Seu último filme a ser lançado comercialmente nos cinemas foi no distante ano de 1968 com "Tem um Homem na Cama da Mamãe". De lá para cá sempre manteve uma postura de distância dos grandes estúdios.

Também procurou pela privacidade perdida em seus anos de estrela. Se tornou reclusa com seus animais e não faz aparições públicas. Há uns dois anos resolveu ir a um mercadinho perto de sua casa e foi fotografada por paparazzis, sempre em busca de uma invasão da privacidade alheia. Doris estava com roupas informais, cabelos longos e despenteados e obviamente mostrando as marcas do tempo. Infelizmente a foto foi parar nas revistas de fofocas americanas em um típica demonstração de frivolidade dessas publicações. Isso porém não importa em nada. Doris Day sempre será lembrada pelos 39 filmes que realizou. Muito bom que ela tenha abraçado a causa da defesa dos animais, até porque todos precisamos de um objetivos para levantarmos cedo pela manhã. Hoje, aos 90 anos (quem diria) ela parece ser uma mulher serena e realizada. Um belo final feliz para um dos maiores símbolos da era de ouro em Hollywood. Parabéns Doris!

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de setembro de 2007

Meu Reino por um Amor - Curiosidades

Errol Flynn e Bette Davis nãos e deram bem nas filmagens. Ela era uma atriz orgulhosa de sua profissão e não via com bons olhos o estilo galã de Flynn. Em sua biografia o ator relembrou que ela desferiu um tapa de verdade nele durante uma das cenas. Flynn aceitou numa boa, mas percebeu que ela agiu assim com uma certa maldade. Anos depois ela lhe diria que havia sido proposital, para ver se ele finalmente atuava bem! 

Bette Davis brigou com o estúdio porque queria Laurence Olivier no papel do Conde Essex. Segundo Davis o roteiro tinha diálogos extremamente bem escritos que exigia um grande ator em cena. Só que os produtores não aceitaram suas sugestões e contrataram Errol Flynn. Anos depois Davis encontraria Olivia de Havilland e diria a ela que Flynn tinha realizado um bom trabalho no filme e que ela, na época, tinha sido injusta com o ator.

Bette Davis teve as sobrancelhas removidas pela equipe de maquiagem do filme. Isso porque a rainha Elizabeth I também não as tinham, por um costume de época. O problema é que segundo a própria Bette Davis elas nunca mais cresceram adequadamente, o que a levou a ter que desenhá-las com lápis para os filmes que faria depois. Era algo que Davis iria se arrepender pelo resto de sua vida. 

Quando o filme foi realizado Bette Davis tinha uma grande diferença de idade com a rainha Elizabeth I. Quando a monarca se apaixonou pelo Conde Essex ela tinha 63 anos de idade. Quando o filme foi feito a atriz Bette Davis tinha aproximadamente a metade dessa idade. A equipe de maquiagem do filme então a envelheceu para que parecesse uma senhora já em idade mais avançada. 

Para dar a ilusão de calvície, Bette Davis raspou a cabeça dois centímetros na frente para mostrar uma testa alta sob as perucas vermelhas de Elizabeth. A rinha tinha sérios problemas de calvície. Alguns historiadores afirmam inclusive que ela morreu praticamente careca, o que escondia sob pesadas e volumosas perucas ruivas. 

A rainha Elizabeth I e o Conde de Essex tinham laços familiares, o que levava alguns membros da corte a qualificar o romance como incestuoso. O primeiro roteiro do filme explorava esse aspecto, mas o diretor Michael Curtiz decidiu cortar essa parte pois em sua opinião o público não teria qualquer interesse em saber disso. 

Pablo Aluísio.

Mayerling - Curiosidades Cinematográficas

No filme Ava Gardner interpretava a imperatriz Sissi, mãe do personagem de Omar Shariff. O problema é que a diferença de idade entre a atriz e o ator era de apenas nove anos. Mesmo assim acabaram sendo convincentes no filme.

No projeto original o filme teria outra dupla de protagonistas, estrelando o casal Mel Ferrer e Audrey Hepburn. Ela inclusive já tinha contato com a história pois tinha participado da versão para a TV de Mayerling em 1957. Só que por questão de falta de tempo em sua agenda a atriz acabou recusando gentilmente o convite feito pelo estúdio.

Quando o filme começou a ser rodado em estúdio um dos produtores executivos era o próprio ator Mel Ferrer. Foi ele inclusive quem contratou Terence Young para a direção. Algum tempo depois Ferrer resolveu abandonar o filme, porém Young continuou confirmado como diretor da fita.

Outros atores foram cogitados pelo estúdio para interpretar o papel principal, do herdeiro imperial. Marcello Mastroianni que havia sido a primeira escolha foi descartado, por causa da idade. Alec Guinness foi inicialmente escolhido para interpretar o imperador Francisco I, mas também acabou não ficando.

Historiadores afirmam que o arquiduque Rudolf era na verdade apaixonado por uma atriz e prostituta (que está sutilmente representada no filme) e não por Maria Vetsera. O roteiro porém investiu numa grande paixão entre o casal que acabaria cometendo suícidio junto.

Catherine Deneuve não tinha a idade certa para interpretar Maria Vetsera. Na história real ela tinha apenas 16 anos de idade quando se matou ao lado do arquiduque. Também tinha cabelos negros e não loiros como mostrados no filme. Tampouco chegava aos pés da beleza de Deneuve, considerada por muitos uma das atrizes mais bonitas da história do cinema.

Omar Sharif também não se parecia em nada como o verdadeiro Rudolf, herdeiro do trono. Ele era calvo e magro, nada belo. Já Omar era considerado um dos grandes galãs do cinema americano e europeu. Nascido em Alexandria, no Egito, o ator era bem diferente do austríaco nobre que interpretou nesse filme.

Pablo Aluísio.

sábado, 22 de setembro de 2007

Johnny Weissmuller

Johnny Weissmuller foi o primeiro ator a fazer realmente carreira apenas com um personagem, Tarzan, que o marcaria para sempre. O interessante é que ele jamais pensou em atuar na sua juventude. Queria ser atleta olímpico. O esporte escolhido foi a natação. Acabou se tornando um grande campeão da modalidade, vencendo cinco medalhas de ouro nos jogos olímpicos de 1924 e 1928, O sucesso nas piscinas chamou a atenção de publicitários e depois de produtores de cinema. Ele tinha o físico perfeito para certos papéis.

Em 1932 interpretou o Rei das Selvas em "Tarzan, o Filho da Selva", um grande sucesso de bilheteria. Como ator era bem limitado, mas isso no final das contas não tinha muita importância, já que o seu Tarzan era um homem rude, criado entre macacos e que sabia falar poucas palavras em inglês. O que importava para o diretor W.S. Van Dyke era que ele conseguisse fazer bem as cenas de ação no meio da selva. E nisso Johnny correspondia muito bem às expectativas.

O lucro enorme que o filme fez o transformou em uma série cinematográfica. Nos anos seguintes Weissmuller voltaria a atuar como Tarzan nos filmes "A Companheira de Tarzan", "A Fuga de Tarzan", "O Filho de Tarzan", "O Tesouro de Tarzan", "Tarzan Contra o Mundo", "Tarzan, O Vingador", "Tarzan em Terror no Deserto", "Tarzan e as Amazonas", "Tarzan e a Mulher Leopardo" e "Tarzan e a Caçadora". Finalmente em 1948 fez o último filme com o personagem chamado "Tarzan e as Sereias". Foram 14 anos atuando exclusivamente como o famoso herói criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs. A idade foi chegando e ele foi perdendo a forma física, não dava mais. Sobre isso chegou a declarar para uma revista de cinema da época: "Eu não posso interpretar Tarzan para sempre!".

No mesmo ano em que abandonou Tarzan ele começou a filmar "Jim das Selvas". Era uma maneira de tentar manter seu sucesso junto ao público, mas com o passar dos anos sua fama foi se apagando. Como um homem rico, com o dinheiro ganho nos cinemas e em em peças publicitárias, ele conseguiu ter uma velhice moderadamente tranquila. Enfrentou alguns problemas mentais, mas conseguiu se recuperar. Faleceu aos 84 anos de idade, em Acapulco, no México, após sofrer uma trombose seguida de um derrame cerebral. Imortalizado para sempre nas telas como o primeiro grande Tarzan da história do cinema, ainda hoje é lembrado pelos fãs dos filmes e quadrinhos, sempre sendo citado como um dos melhores intérpretes do personagem no cinema.

Pablo Aluísio.

O fim da dupla Martin e Lewis

Quando Dean Martin atuou no drama romântico "Deus Sabe Quanto Amei" ao lado do amigo e colega Frank Sinatra ele já tinha provado seu ponto de vista para Jerry Lewis. Como se sabe eles começaram juntos, muitos anos antes, quando se conheceram em New Jersey. Ambos estavam se apresentando em um night club. Martin era o cantor da noite e Lewis o contador de piadas. Uma noite os dois tiveram uma ideia. Que tal unir o palhaço com o galã italiano no palco. Poderia dar certo? Claro que sim. A dupla a partir daí não parou mais de se apresentar juntos.

Tudo caminhava bem e ficou ainda melhor quando o produtor Hal Wallis decidiu levar a dupla Martin e Lewis para a Paramount Pictures. A partir daí já sabemos bem o que aconteceu. Eles fizeram dezenas de sucessos no cinema e em determinado momento se tornaram os mais populares astros do cinema americano. Foi de fato um sucesso de bilheteria espetacular.

Só que nada dura para sempre. Alguns biógrafos dizem que a dupla começou a ruir por causa da esposa de Dean Martin. Ela colocou na cabeça do cantor e ator que ele estava sendo ofuscado por Jerry Lewis nos filmes. Uma bobagem porque cada um tinha um papel bem definido nas produções. Ninguém estava passando a perna em ninguém. Mesmo assim Martin não pensou direito e resolveu romper com o comediante. Depois disso todos em Hollywood ficaram em dúvida: será que Dean Martin iria sobreviver no cinema sem Jerry Lewis?

Filmes como esse provaram que sim. Aliás é bom que se diga que Dean Martin teve mesmo uma carreira brilhante em Hollywood após o fim de sua parceria com Jerry Lewis. Ele atuou com grandes diretores e atores e fez bonito em alguns dos grandes clássicos da sétima arte. O fim da dupla Martin e Lewis iria deixar mágoas, mas nos anos 1970 eles finalmente se encontraram em um programa de TV que Jerry Lewis estava apresentando. Foi um encontro breve, mas que valeu para demonstrar que a velha amizade ainda poderia sobreviver. Nunca mais fariam filmes juntos, mas pelo menos a antiga amargura do rompimento tinha ido embora para sempre.

Pablo Aluísio.