sexta-feira, 30 de março de 2007

James Dean - Reflexões de um Rebelde

James Dean sempre teve uma paixão em sua vida, falar ou escrever sobre reflexões de si próprio ou das pequenas nuances da sua existência. Seus rascunhos trazem uma visão bastante complexa para um jovem de apenas 24 anos. O ator em diversos momentos dos escritos fala de sua mãe Milred, dos seus amigos mais íntimos, das durezas de se tornar um ator e o caminho até chegar ao sucesso. Alguns dos pensamentos a seguir foram tirados de cartas e textos pessoais, outros de entrevistas. E aí Jimmy, o que foi que você disse mesmo?

"Talvez possa parecer loucura, egoísmo, ou algo parecido, mas acho que existe apenas uma forma de grandeza para o homem. Se um homem puder ultrapassar o abismo entre a vida e a morte, se conseguir viver depois que morreu, então, talvez tenha sido um grande homem. Quando falam sobre sucesso, falam sobre chegar ao topo. Bem, na minha opinião não há topo. É preciso continuar sempre, nunca parar em ponto nenhum. Para mim, o único sucesso, a única grandeza para o homem, é a imortalidade.”

“Ter o trabalho lembrado na história, deixar alguma coisa nesse mundo que dure séculos... Isso é grandeza! Quero crescer longe do mundo mesquinho que existimos. Quero deixar tudo para trás, todas as coisas mesquinhas sobre assuntos frívolos, coisas que estarão completamente esquecidas daqui a 100 anos, de qualquer forma.”

“Existe um nível, acima do qual tudo é sólido e importante. Tentarei chegar lá e encontrar um lugar perto da perfeição, um lugar onde todo esse mundo confuso deveria estar, e poderia estar, se tivesse tempo de aprender."

"Representar é para mim a maneira mais lógica de me livrar das minhas neuroses. Os atores representam para expressar suas fantasias e os fantasmas de que são prisioneiros"

"Minha mãe morreu deixando tudo nas minhas costas"

"Aprendi desde cedo que um dos impulsos mais profundos do ser humano é o desejo de ser apreciado, a vontade de ser amado, estimado, e ser uma pessoa procurada"

"Gosto dos animais porque me aceitam tal como sou. Ou gostam ou não gostam de nós, mas nunca nos julgam"

"Ao volante me sinto uma estrela, mas com preocupações aterradoras. Por isso devo todas as minhas vitórias à minha ansiedade"

"É próprio do homem ser prisioneiro de miragens que estão fora de seu alcance"

"Não entendo como as pessoas conseguem ficar na mesma sala que eu. Sei que eu não agüentaria a mim mesmo"

"Acho que não existe nada que não se consiga fazer quando a gente se dedica completamente. A única coisa que impede as pessoas de conseguirem o que elas querem, são elas mesmas. Elas colocam muitas barreiras no caminho. É como se tivessem medo de serem bem sucedidas. De uma certa forma, acho que sei porquê. Existe uma quantidade enorme de responsabilidades que vem com o sucesso, e quanto maior o sucesso, maior a responsabilidade. As pessoas não querem este tipo de responsabilidade”

"Existem algumas coisas na vida que simplesmente não podemos evitar, atraímos nosso próprio destino... fabricamos nossa sorte"

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Esther Williams

Esther Williams
Segue texto que escrevi na ocasião da morte da atriz Esther Williams: Uma das atrizes mais populares da chamada era de ouro do cinema americano faleceu no último dia 6 de junho em sua mansão em Beverly Hills. Esther Williams nasceu em Inglewood, Califórnia, no dia 8 de agosto de 1921. Atlética, dona de um porte físico privilegiado, ela tentou conciliar a carreira de atriz com a de nadadora. Estreou no cinema em 1942 no filme “A Dupla Vida de Andy Hardy” mas encontrou seu papel ideal, que marcaria toda sua carreira, apenas dois anos depois em “Escola de Sereias”.

A partir daí não parou mais, quase sempre apresentando elaboradas coreografias náuticas que encantavam o grande público. A critica não levava seus personagens e seus filmes muito à sério mas a plateia adorava, proporcionando a ela grandes sucessos de bilheteria em série. Os títulos de suas fitas eram bem sugestivas: A Filha de Netuno, A Sereia e o Sabido, Eva na Marinha, A Rainha do Mar, Numa Ilha com Você, etc.

No fundo eram variações da mesma personagem em roteiros bem parecidos, onde uma história de amor virava pano de fundo para maravilhosas cenas em piscinas azuis (que eram perfeitas para o berrante technicolor da época). Depois de um certo período como era de se esperar a fórmula se desgastou e Esther Williams partiu para conquistar outros desafios. Curiosamente ela realizou poucos filmes em sua carreira (33 no total) se despedindo do cinema em 1961. Preferiu manter a imagem de eterna sereia do que definhar na vista de seu público querido. Não importa, fica aqui nossa homenagem para essa estrela, que era acima de tudo um símbolo de um tempo em que Hollywood era bem mais inocente e estelar.

O Melhor de Esther Williams
Escola de Sereias (1944)
Quem Manda é o Amor (1946)
Saudade de Teus Lábios (1947)
Numa Ilha com Você (1948)
A Bela Ditadora (1949)
Eva na Marinha  (1952)
A Rainha do Mar (1952)
Salve a Campeã (1953)
Na Voragem de uma Paixão (1956)

Pablo Aluísio. 

Rick Nelson

Nascido Eric Hilliard Nelson na cidade de Teaneck, New Jersey (EUA) em 8 de maio de 1940, Rick Nelson - codinome que carregou pelo resto da vida - era filho de pais artistas. Sua mãe Harriet Nelson e seu pai Ozzie Nelson eram líderes de uma banda nos anos 40. Em 1944, os dois estrearam no rádio o programa: The Adventures of Ozzie and Harriet, no qual seus filhos eram interpretados por atores. Só em 1949, Rick (então com 9 anos) e seu irmão David começaram a atuar no programa dos pais, que durou até 1954. No entanto, dois anos antes, o show foi parar na televisão onde se tornou um sucesso estrondoso, ficando no ar entre 1952 e 1966. Foi exatamente neste período na TV que Rick ganhou o apelido de "garoto prodígio". Na verdade, Rick Nelson não sonhava em ser cantor, seu sonho de vida era ser ator. Porém em 1957 o "garoto prodígio", então com 17 anos, para impressionar uma fã de Elvis Presley, resolveu gravar seu primeiro single chamado, I'm Walkin. Pronto!...Rick sem saber tinha acabado de esfregar a lâmpada maravilhosa. Bastou tocar a música na TV para que o disco vendesse como água no deserto: chegou ao quarto lugar nas paradas com mais de 1 milhão de cópias vendidas.

De 1957 a 1962, Rick Nelson - que não sonhava em ser cantor - teve 30 hits nos top 40, uma façanha monumental, superada na época apenas por Elvis Presley e Pat Boone. Em agosto de 1958 quando a Billboard instituiu a parada Hot 100, o primeiro single a chegar ao primeiro lugar foi "Poor Little Fool", do garoto prodígio, Rick Nelson. Em 1963, Rick assinou um contrato de 20 anos com a Decca Records. Chegou a experimentar algum sucesso na nova empresa, mas foi desbancado pela chamada "invasão britânica" dos anos 60. Ou seja: Beatles e Rolling Stones. Em meados da década de 60, Rick começou a mergulhar em um novo ritmo: a música country. Tornando-se um dos seus precursores. Com o novo ritmo, Rick só voltou às paradas em 1970 quando regravou a música She Belong to Me, de Bob Dylan, ao lado da Stone Canyon Band. Em 1972, chegou pela última vez às paradas de sucesso com a música Garden Party, que escreveu depois de ser vaiado por uma platéia, no famoso Madison Square Garden. Com Garden Party, Rick conseguiu o sexto lugar na Hot 100 e o primeiro na Billboard Adult Contemporary Chart.

Carreira no cinema
A estréia de Rick Nelson no cinema foi uma extensão do trabalho na TV com a "Família do Barulho" (Here Come the Nelsons - 1952). No ano seguinte participou de um dos segmentos de "A História de Três Amores" (The Story of Three Loves - 1953), dirigido por Vincent Minnelli. Em 1959 Rick Nelson viveu o pistoleiro Colorado no seu filme mais famoso: "Onde Começa o Inferno" (Rio Bravo - 1959) clássico do western americano, dirigido por Howard Hawks e com John Wayne e Dean Martin encabeçando um elenco estelar. Na comédia "O Pior Calhambeque do Mundo" (The Wackiest Ship in the Army - 1960), foi protagonista ao lado de Jack Lemmon, no papel de um jovem oficial da marinha. Em 1965 estrelou Love and Kisses filme dirigido pelo seu próprio pai, Ozzie. Daí em diante Rick viu sua carreira no cinema descer ladeira abaixo. Sua última aparição foi no western dirigido por Don Siegel, "O Último Pistoleiro" (The Shootist -1976) que por coincidência foi também o último filme do mítico John Wayne.

Na TV as atuações de Rick Nelson, também foram bem modestas, principalmente depois dos anos 60. Nos anos 70 participou de duas séries famosas: "São Francisco Urgente" (The Streets of San Francisco - 1973) série estrelada pelos astros Michael Douglas e Karl Malden, além da série "O Barco do Amor" (The Love Boat - 1978). No início dos anos 80, Rick ainda gravava de forma periódica, mas sua principal fonte de renda eram shows realizados em clubes, bares e feiras estaduais, onde atraía uma quantidade enorme de fãs que ainda se lembravam de seus dias de ídolo adolescente. No início de 1985, Rick se uniu a um bem-sucedido "tour nostálgico de rock" por toda a Inglaterra; o sucesso foi enorme. De volta aos EUA tentou repetir o sucesso que tivera em solo inglês. Iniciou a turnê pelo sul e mais uma vez obteve êxito. Em 31 de dezembro de 1985, após fazer um show em Guntersville no Alabama, o avião em que Rick Nelson viajava, caiu em Dallas no Texas decretando a morte do garoto prodígio que um dia chegou a ser chamado por muitos de o novo Elvis Presley. Rick Nelson morreu aos 45 anos de idade.

Telmo Vilela Jr.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Audrey Hepburn

Audrey Hepburn
A atriz foi durante décadas sinônimo de elegância, sofisticação e glamour. Em uma carreira tão marcante, de tantos filmes inesquecíveis, se destacam dentre outros “Bonequinha de Luxo”, “Sabrina”, “A Princesa e o Plebeu”, “Uma Cruz à Beira do Abismo”, "Infâmia" e “Minha Bela Dama”. Em todos esses seus clássicos foi bastante elogiada pela crítica. Foi um caso até raro de atriz que conseguia agradar igualmente ao público e aos críticos de cinema. Tinha praticamente unanimidade nesse aspecto. Todos pareciam gostar dela.

Sua filmografia não é longa. Comparada com os demais astros e estrelas de sua época ela realmente fez poucos filmes. Foram apenas 34 filmes como atriz. A estreia se deu na TV, em 1949, um filme simples. Era uma garotinha. Seu primeiro filme mesmo, considerada por ela mesma, foi "O Mistério da Torre", lançado em 1951.

 Ela foi indicada seis vezes ao Oscar! Por anos ela se considerou azarada pois nunca conseguia ser premiada. Já caminhava para o rol de grandes nomes da história de Hollywood que tinham sido injustiçados pela Academia quando sua sorte mudou. Finalmente em 1953 ela finalmente foi premiada por seu trabalho no filme "A Princesa e o Plebeu" onde contracenava com o ótimo Gregoy Peck. Reconhecendo o excelente trabalho dos demais envolvidos no filme dedicou o prêmio ao colega de cena e ao diretor William Wyler. Era considerada uma profissional disciplinada, amiga e humilde dentro do set de filmagens. Sua gratidão com quem havia lhe ajudado estava em toda parte por onde atuava.

Sua última aparição no cinema se deu pelas mãos de Steven Spielberg. Ela apareceu pela última vez em "Além da Eternidade" de 1989. Fazia anos que estava afastada do trabalho de atriz. Apenas após muita insistência de Spielberg ela finalmente aceitou voltar para uma despedida final do cinema. E foi um belo gesto de adeus.  Após a aposentadoria no cinema se destacou por seu empenho em causas humanitárias e de ajuda aos países mais pobres. Ela faleceu no dia 20 de janeiro de 1993 em sua casa na Suíça. Ela havia deixado os Estados Unidos em busca de um lugar mais tranquilo para viver. Tinha apenas 63 anos de idade quando partiu. Deixou saudades em todos os cinéfilos mundo afora. Audrey Hepburn foi um mito eterno da sétima arte.

Pablo Aluísio.

Ennio Morricone

Ennio Morricone (1928 - 2020)
Faleceu ontem o compositor e maestro romano Ennio Morricone. Ele foi um gênio da história do cinema. A sua música embalou diversos clássicos ao longo das décadas. Os números impressionam. Sua obra muscal esteve presente em mais de 520 filmes! É provavelmente um recorde em sua area de atuação. Além de ser um maestro de mão cheia, era também um profissional sério e querido por todos que trabalharam ao seu lado.

Para muitos seu auge se deu dentro do próprio cinema italiano onde compôs trilhas sonoras marcantes e inesquecíveis no chamado western spaghetti. Ao lado de Sergio Leone teve alguns de seus melhores momentos, principalmente em filmes como "Era uma vez no Oeste", "Era uma vez na América" e "Três Homens em Conflito". Soube se reinventar e compôs não apenas para filmes de faroeste, mas para todos os gêneros cinematográficos, inclusive sendo muito lembrado pela trilha sonora do clássico "Cinema Paradiso".

Foi indicado sete vezes ao Oscar. Ganhou um prêmio especial pelo conjunto da obra em 2007 e finalmente levantou a estatueta por uma trilha sonora para o filme "Os Oito Odiados". O diretor Quentin Tarantino ficou emocionado com sua premiação e chegou a dizer que ele seria "tão importante como Mozart". Quem poderia discordar?

Ennio Morricone faleceu após sofrer um acidente doméstico. Ele teve tempo de escrever uma carta de despedida, agradecendo a familiares e pessoas que o ajudaram ao longo de sua vida. Humilde, pediu que não fossem ao seu funeral, que as pessoas não precisavam mais se incomodar com ele, pois já estaria morto. Um último ato de despedida de um grande nome da história da música no cinema.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de março de 2007

Marilyn Monroe - Primeiros Filmes

Há bastante semelhança entre as carreiras de Marilyn Monroe e Grace Kelly. Ambas começaram como modelos, mas tinham desejo mesmo de se tornarem atrizes. Quando o primeiro marido de Marilyn saiu para uma longa viagem (ele era marinheiro da marinha mercante), Marilyn decidiu terminar seu casamento. Ela tinha muitos sonhos e não estava mais disposta a sacrificar sua vida sendo apenas uma dona de casa. Ela escreveu uma carta para o marido, colocou sua aliança dentro e deu adeus para a vida de jovem esposa que ficava cuidando de casa.

Depois disso colocou todas as suas roupas numa mala e pegou o primeiro ônibus para Los Angeles. Marilyn queria ser estrela em Hollywood, igual a Lana Turner, que ela admirava. Depois de fazer vários ensaios como modelo fotográfica de revistas da moda, Marilyn finalmente conseguiu sua grande chance em um novo filme da Columbia Pictures. Embora seu destino estivesse totalmente ligado à Fox, Marilyn surgiu pela primeira vez numa tela de cinema em uma produção da Columbia.

Não foi uma grande estreia. Marilyn Monroe recebeu 125 dólares (uma quantia irrisória) para apenas passar andando na frente da câmera. O filme se chamava "Idade Perigosa". O ano era 1947. Em pleno período do pós-guerra, Marilyn mostrava que não havia nada de errado em ser bonita, loira e insinuante. Ela era basicamente uma pin-up, uma garota do calendário, daquelas que tiravam fotos em poses sensuais para serem vendidas para os soldados americanos que lutavam no exterior. Embora não fosse grande coisa, sua personagem nem nome tinha, o fato é que aparecer no cinema já era a realização de um sonho para a jovem Norma Jean. Quem diria... Logo ela que tanto sonhava ser uma estrela de Hollywood, agora aparecia finalmente em um filme!

Marilyn costumava dizer que ela havia sido picada pela febre da vontade de se tornar uma artista com esse seu primeiro filme. Ela estava disposta a não parar nunca mais! Um ano depois ela teve outra chance. O filme se chamava "Nasceste Para Mim". Se o primeiro filme era um drama, sem muitas possibilidades para Marilyn chamar mais atenção, esse seu segundo filme era um musical romântico bem divertido, com muitas canções e cenas de dança (como era comum nos musicais da época, obviamente inspirados nas peças da Broadway). O roteiro se passava nos anos 1920 e mostrava parte da vida do bandleader Chuck Arnold. Um filme muito promissor, porém grande parte da participação de Marilyn acabou sendo cortada na sala de edição. Isso porém não atrapalhava suas ambições. Ela sabia que mais cedo ou mais tarde iria ter a grande chance que tanto esperava.

Essas primeiras experiências de Marilyn no cinema não foram muito animadoras. Muitas vezes ela não passava de uma figurante bonita, um elemento a mais no cenário. Porém ela era uma sonhadora. Costumava dizer que iria vencer porque era a garota que sonhava com mais força por uma vida melhor. Em Los Angeles, nos primeiros tempos, a vida não foi fácil. Os cachês dos filmes eram fracos e muitas vezes ela se via sem ter dinheiro para pagar o próprio aluguel. Segundo uma amiga que conheceu Marilyn nessa época ela era basicamente uma loira bonita com uma mala na mão. Assim que recebia o pedido de despejo ia para outro lugar, alugava outro quartinho e seguia em frente. Marilyn não tinha um contrato com nenhuma companhia cinematográfica e nem renda fixa. Para ganhar alguns dólares ela posava de modelo, o que na época lhe rendia mais dinheiro do que o cinema. Porém essa realidade iria aos poucos mudar para melhor.

Pablo Aluísio.

Marilyn Monroe


Marilyn Monroe
Marilyn Monroe em trajes de banho para uma foto promocional da Fox. A. Atriz não foi apenas uma deusa do cinema, mas também  um autêntica pin-up. Tanto isso é verdade que suas fotos publicadas para a Playboy foram uma das mais vendidas da história da revista adulta norte-americana. Aqui, ela mostra nessa foto toda sua boa forma física, uma mulher realmente belíssima. Que marcou época e trouxe padrões de beleza para a sociedade em geral.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de março de 2007

10 Curiosidades - O Vampiro da Noite

1. O Script de Christopher Lee no filme não era exatamente longo! Na verdade ele só tinha treze linhas de diálogo para dizer durante todo o enredo. Sobre isso Lee diria que o seu Drácula era na essência um monstro e monstros não são muito de bate papo. O Conde do filme só troca diálogos com um único personagem durante todo o filme, Jonathan Harker.

2. Depois de 30 anos desaparecida a capa que Christopher Lee usou no filme apareceu numa loja de fantasias de Londres. Uma relíquia para a história do cinema inglês ela seria vendida em um leilão por 50 mil dólares. Antes da ser colocada à venda porém a casa de leilões contratou Lee para reconhecer a peça e marcar sua autenticidade.

3. Houve um acidente durante as filmagens. Numa cena que deveria ser ao mesmo tempo aterrorizante e sensual o ator caiu em um buraco no set de filmagens, atingindo a dublê da personagem Mina. Apesar do constrangimento e da dor não houve ferimentos mais graves.

4. Em sua autobiografia o ator confessou que recebeu apenas 750 libras por sua atuação como Drácula no filme. A Hammer alegou não ter maiores recursos para pagar um cachê melhor. Lee, por outro lado, estava precisando de trabalho e aceitou o pouco que lhe ofereceram. Nos filmes seguintes ele iria endurecer o jogo, pedindo cachês cada vez mais altos a cada sequência, além de privilégios que não havia tido, como um camarim próprio, por exemplo.

5. O filme foi dirigido por Terence Fisher, veterano cineasta inglês que morreu em 1980. Ele iria dirigir ainda "As Noivas do Vampiro" (1960) e "Drácula, o Príncipe das Trevas" (1966). Também assinaria outros clássicos do terror com monstros famosos como Frankenstein em produções como "A Vingança de Frankenstein" (1958) e "Frankenstein Tem que Ser Destruído" (1969).

6. O Vampiro da Noite recebeu três prêmios do Hugo Awards nas categorias de Melhor Direção (Terence Fisher), Melhor Roteiro Adaptado (Jimmy Sangster) e Melhor História (dado como homenagem a Bram Stoker, autor do livro original).

7. Quando o filme foi lançado no mercado americano a distribuidora daquele país resolveu mudar o título do filme para "Horror of Dracula" por questões envolvendo direitos autorais. Também pesou em favor da decisão o fato de que os americanos responsáveis pela distribuição tinham receios que o filme fosse confundido com o clássico estrelado por Bela Lugosi, que inclusive estava para ser exibido pela primeira vez na TV americana pelo canal CBS.

8. Uma sequência do filme ficou perdida por anos até que finalmente foi reencontrada do outro lado do mundo, no Japão. Uma cópia original preservada pela National Film center de Tóquio conseguiu salvar essa cena da destruição pois ela não era mais encontrada em cópias na Inglaterra.

9. As filmagens duraram praticamente três meses, começando em 11 de novembro de 1957 e terminando em 3 de janeiro de 1958. Curiosamente o filme estreou antes nos Estados Unidos numa exibição em Milwaukee, Wisconsin. Só uma semana depois é que o filme iria finalmente surgir nas salas de cinema britânicas (apesar do filme ser inglês)!

10. O filme foi incluído na lista "Os 1000 Filmes Que Você Precisa Assistir Antes de Morrer" escrita por Steven Schneider.

Pablo Aluísio.

Marilyn Monroe na Coreia

Marilyn Monroe tinha acabado de se casar com o jogador aposentado Joe DiMaggio quando o departamento de Estado americano a convidou para realizar uma pequena turnê na Coreia para as tropas estacionadas naquele distante país. Era tradição em Hollywood desde a Segunda Guerra Mundial o uso de artistas e estrelas famosas do cinema como esforço de guerra, onde eles poderiam providenciar entretenimento e diversão para os combatentes. Marilyn adorou a ideia, mas seu marido odiou. O casamento mal tinha começado e ela e Joe já tinham desavenças sérias e conflitantes, algumas vezes tudo indo parar em agressão física. Mesmo com Joe dizendo para ela não ir, Marilyn pegou o primeiro avião para a Coreia.

Segundo algumas biografias na noite anterior da viagem de Marilyn houve uma séria briga na casa onde eles viviam em San Francisco. Joe teria agarrado Marilyn com força e ela acabou torcendo o polegar da mão. Isso obviamente não passou despercebido da imprensa pois quando Marilyn chegou no aeroporto de Seul todos puderam constatar que ela realmente estava com o dedo machucado que escondia usando um pequeno curativo. Joe era um italiano típico e não aceitava desaforos da esposa. Sua forma antiga de entender como um casal deveria se relacionar acabou sendo o estopim do fim do casamento. Marilyn era independente demais para aceitar esse tipo de coisa. Embora ela posasse para a imprensa como a esposa perfeita e dona de casa ideal todos sabiam que no fundo ela estava decepcionada e frustrada com o casamento.

Para manter as aparências Marilyn chegou a dizer para um jornal de San Francisco: "Adoro cuidar das coisas do meu marido. Estou sempre passando sua roupa e suas camisas. Quando vejo Joe com uma camisa nova passada por mim, fico muito feliz. As mulheres devem tratar muito bem seus maridos para que o casamento seja feliz". Tudo era mentira por parte dela. Marilyn contratou três empregadas domésticas e eram elas que afinal passavam a roupa do marido. Organização aliás não era com Norma Jean (seu verdadeiro nome). Marilyn deixava roupas espalhadas pelo chão da casa e não se importava com arrumação doméstica. Ela viveu quase toda a vida meio largada, em pequenos apartamentos de Los Angeles e nunca foi muito asseada. Já Joe DiMaggio era maníaco por organização. A diferença de personalidade deles certamente dava origem a muitas brigas violentas com gritos e agressões físicas.

Naquela altura de sua vida porém Marilyn não queria mais saber disso. Ela foi escalada para cantar na Coreia e isso a deixava nervosa. Marilyn nunca foi uma cantora segura de si. Desde os primeiros tempos na Fox, ainda nas aulas de canto, ela se sentia extremamente nervosa e insegura. Na frente daquele monte de soldados ela teve que dar o melhor de si e acabou não se saindo nada mal. As apresentações foram curtinhas, onde Marilyn subia ao palco, cantava meia dúzia de músicas, acenava para os militares, sorria, brincava, falava algumas piadinhas e ia embora. O ponto alto foi sua apresentação muito sensual de "Do It Again", que levantou a tropa. "Kiss" também contou com toda a malícia do mito. Por fim ela não poderia deixar de cantar sua música mais conhecida, "Diamonds Are a Girl's Best Friend". Foram quatro shows no total e Marilyn recebeu um agradecimento especial do comando militar americano. Esses shows serviram para Marilyn voltar a ter contato com o grande público. Depois deles, ela desistiu daquela coisa de ser uma dona de casa. A atriz queria voltar o mais rapidamente possível para os filmes. Pior para Joe DiMaggio que ficou para trás..

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2007

Marlon Brando


Marlon Brando
Em 1972, o ator Marlon Brando fez um dos seus filmes mais polêmicos. Estou me referindo ao hoje clássico o último tango em Paris. Um filme intimista, perturbador e polêmico desde sua estreia nas telas de cinema. A crítica adorou o resultado. O público ficou chocado. Principalmente depois que foi revelado que uma das atrizes havia sido propositalmente violentada, em plena cena. Verdade ou mentira? Até hoje, a questão levanta dúvidas em todos os cinéfilos.

Pablo Aluísio.