quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Elvis Presley - Elvis e Frank Sinatra

São considerados os maiores cantores do século XX. Sinatra conhecido como “The Voice” gravou álbuns maravilhosos, alguns deles entre os melhores da história da música americana. Presley surgiu com o Rock em meados dos anos 50. Era considerado um artista único, revolucionário, que ajudou a quebrar certas estruturas que amarravam a musicalidade americana até aquele momento. Curiosamente, embora fossem grandes astros, jamais se deram muito bem. Frank Sinatra surgiu bem antes, quando estourou em Nova Iorque, levando suas fãs à loucura no Teatro Paramount. Também fez parte de grandes orquestras e se tornou de certa forma o primeiro grande popstar dos EUA. Ultrapassou a linha de mero cantor para se tornar uma celebridade. Por essa época Elvis era apenas um garotinho. Apenas nos anos 50 surgiu no mundo musical o jovem Presley. Com dança e performances desafiadoras era a antítese do que Sinatra representava. Provavelmente isso tenha levado Frank a soltar farpas contra Elvis e toda aquela nova geração de roqueiros. Para quem interpretava grandes obras escritas por Cole Porter e cia, aquelas músicas estridentes realmente soavam como “tambores na selva tocados por selvagens”.

Em 1960 quando Elvis voltou do exército, Sinatra finalmente deu o braço a torcer, pagando uma pequena fortuna para Presley cantar algumas poucas músicas em seu programa televisivo. Foi uma aproximação um pouco problemática, afinal Elvis definitivamente não gostava de Sinatra, mas no final tudo deu certo. A verdade é que embora não fossem rivais diretos (Sinatra tinha um outro estilo musical e um outro público, bem diferente do de Elvis), eles nunca conseguiram se entrosar. Frank Sinatra fazia mais o estilo do sujeito criado nas ruas das grandes cidades, filho de italianos pobres, tinha criado todo aquele estilo meio malandro de quem sempre está querendo tirar proveito dos outros. Elvis Presley teve uma origem bem diferente, criado em pequenas cidades do sul rural, cresceu sob a proteção de uma mãe que certamente não o deixou vivenciar as coisas que Sinatra aprendeu desde cedo em sua vida. O mais discrepante de tudo era que Elvis era profundamente religioso enquanto Sinatra fazia piadinhas com a Bíblia. Pessoas tão diferentes assim certamente nunca seriam amigas.

Isso talvez explique o fato de ambos terem trabalhado somente uma vez na vida, justamente nesse programa de TV. Ao longo dos anos 60 Sinatra bem que tentou outras parcerias. Entrou em contato várias vezes com o Coronel Parker sugerindo que queria trabalhar ao lado de Elvis no cinema. Ofertas foram feitas mas jamais se concretizaram. Sinatra confidenciou a amigos que desconfiava que Parker nem sequer passava suas propostas para Elvis e por isso resolveu procurar Presley pessoalmente no set de filmagens de “Frankie e Johnny”. Elvis como sempre foi muito educado e polido e ouviu as sugestões de Sinatra para estrelar um filme ao seu lado. Prometeu pensar mas nunca deu uma resposta direta, aceitando ou recusando a idéia. Só a partir desse encontro Sinatra teve certeza que o problema não era o Coronel mas o próprio Elvis, que definitivamente não ia com sua cara. De qualquer modo de um jeito ou outro Elvis abriu as portas não para Sinatra mas para sua filha, Nancy, no filme “Speedway”. Provavelmente fez isso para Frank parar de mandar novas propostas de trabalho juntos.

O curioso é que na década de 70 Elvis foi para Las Vegas, o verdadeiro QG de Sinatra e o Rat Pack. Mesmo assim não houve novamente uma boa aproximação entre ambos. Pra falar a verdade Elvis gostava bem mais de Dean Martin, cantor que admirava e que tinha uma boa amizade. Durante as filmagens de “Saudades de um Pracinha” (G.I. Blues, 1960) Dean Martin havia promovido uma festa surpresa para Elvis e desde então eles se tornaram bons colegas. Em 1977 após a morte de Elvis, Sinatra declarou que “Havia perdido um grande amigo”. Curioso, já que Elvis definitivamente nunca realmente quis ser amigo de Sinatra.

Pablo Aluísio. 

Elvis Presley - It´s Now Or Never / A Mess of Blues

O primeiro single de Elvis após sua volta aos Estados Unidos foi “Stuck On You / Fame and Fortune”. O compacto vendeu bem, alcançou boas posições nas paradas, mas definitivamente não causou maior impacto dentro da indústria fonográfica. Elvis precisava de um big hit, um sucesso espetacular para provar que não havia perdido o seu talento de ser fenomenal também no aspecto puramente comercial. E esse grande sucesso veio. Em julho de 1960 chegou nas lojas o novo single de Elvis Presley com “It´s Now Or Never” no lado A e “A Mess of Blues” no lado B.

De inicio a crítica estranhou o fato de Elvis estar gravando uma versão em língua inglesa da famosa canção italiana “O Sole Mio”. O cantor havia tomado contato com ela enquanto estava na Europa, servindo o exército americano. Era inevitável e praticamente impossível um artista como Elvis não sofrer qualquer tipo de influência enquanto estivesse no velho continente. Presley absorveu as sonoridades que ouviu por lá e as trouxe para a América, incorporando ao seu som. O resultado foi muito bom pois trouxe variedade ao seu repertório. No começo Elvis pensou em gravar uma nova releitura da primeira versão em língua inglesa de “O Sole Mio” chamada "There's No Tomorrow", gravada pelo cantor Tony Martin em 1949, mas depois mudou de ideia.

A RCA então designou dois compositores de Nova Iorque, Wally Gold e Aaron Schroeder, para que fizessem uma nova versão. Assim nasceu “It´s Now Or Never”. Desnecessário até falar muito sobre o impacto que essa canção teve ao ser lançada. Basta dizer apenas que rapidamente se tornou o single mais vendido da carreira de Elvis até então. A primeira semana nas lojas americanas foi um estrondo. O compacto vendeu inacreditáveis seis milhões de cópias, sendo superado na semana seguinte com oito milhões de exemplares. Um fenômeno. E o sucesso se espalhou pelo mundo afora, se tornando finalmente o grande estouro que a RCA vinha esperando desde que Elvis voltara. Embora estimativas precisas sejam complicadas de se chegar, em razão dos problemas de comunicação e documentação da época, o fato é que especula-se que o single “It´s Now Or Never” tenha vendido ao total algo em torno de 22 a 25 milhões de cópias em todo o mundo. Foi o produto fonográfico mais bem sucedido da história até aquela data, virando um marco de vendas e um recorde que seria complicado de superar! Nunca Elvis havia vendido tantas cópias de apenas uma música em sua carreira!

O lado B “A Mess of Blues” foi obviamente subestimado, mas também era uma excelente gravação de Elvis em um momento particularmente muito inspirado de sua voz. Essa gravação tinha todas as características que fizeram de seu disco "Elvis is Back!" um dos mais interessantes de sua discografia. Aliás a canção foi gravada para fazer parte desse álbum, mas a RCA Victor achou por bem trazer qualidade nesse compacto também em seu lado B. A gravadora já vinha apostando no sucesso do single antes mesmo dele começar a ser produzido. Depois do sucesso confirmando nas lojas a RCA finalmente pôde respirar aliviada. Elvis, o fenômeno de vendas, estava definitivamente de volta ao mercado.

It's Now Or Never (Aaron Schroeder - Wally Gold / Di Capua) - It's now or never, / come hold me tight / Kiss me my darling, / be mine tonight / Tomorrow will be too late, / it's now or never / My love won't wait. / When I first saw you / with your smile so tender / My heart was captured, / my soul surrendered / I'd spend a lifetime / waiting for the right time / Now that your near / the time is here at last. / It's now or never, / come hold me tight / Kiss me my darling, / be mine tonight / Tomorrow will be too late, / it's now or never / My love won't wait. / Just like a willow, / we would cry an ocean / If we lost true love / and sweet devotion / Your lips excite me, / let your arms invite me / For who knows when / we'll meet again this way / It's now or never, / come hold me tight / Kiss me my darling, / be mine tonight / Tomorrow will be too late, / it's now or never / My love won't wait. / Data de Gravação: 3 de abril de 1960.

A Mess of Blues (Doc Pomus / Mort Shuman) - I just got your letter baby / Too bad you can't come home / I swear I’m goin' crazy / Sittin' here all alone / Since your gone / I got a mess of blues / I ain't slept a week since Sunday / I can't eat a thing all day / Every day is just blue Monday / Since you've been away / Since your gone / I got a mess of blues / Whoops there goes a teardrop / Rollin' down my face / If you cry when you're in love / It sure ain't no disgrace / Whoops there goes a teardrop / Rollin' down my face / If you cry when you're in love / It sure ain't no disgrace / I gotta get myself together / Before I lose my mind / I'm gonna catch the next train goin' / And leave my blues behind / Since your gone / I got a mess of blues / I got a mess of blues / Data de Gravação: 20 de março de 1960.

Elvis Presley - It´s Now Or Never / A Mess of Blues (RCA Victor, EUA, 1960)
Data de gravação: 3 de abril e 20 de março de 1960
Local de gravação: RCA Studio B, Nashville, Tennessee
Produção: Steve Sholes / Chet Atkins
Engenheiro de Som: Bill Porter
Músicos: Elvis Presley (vocais e violão) / Hank Garland (guitarra) / Scotty Moore (guitarra) / Bob Moore (baixo) / D.J. Fontana (bateria) / Murrey "Buddy" Harman (bateria) / Homer "Boots" Randolph (sax) / Floyd Cramer (piano) / The Jordanaires: Gordon Stoker, Hoyt Hawkins, Neal Matthews e Ray Walker (Backup Vocals).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Elvis Presley - Stuck On You / Fame and Fortune

O mundo havia mudado. O tempo em que Elvis passou no exército, longe na Alemanha, o tinha mantido afastado da indústria fonográfica por longos dois anos. Nesse meio tempo astros de sua época afundaram, foram presos, morreram em acidentes e o cenário de estrelas musicais em evidência era outro completamente diferente. A indústria ciente da força do mercado juvenil investiu fortemente em ídolos muitos jovens (na faixa de 16 anos), com visual impecável, comportamento exemplar e bom mocismo. O rock de astros negros como Chuck Berry e Little Richard tinha ficado para trás.

As canções que faziam sucesso agora eram da linha pop romântica adolescente. Nada de rebeldia ou afronta aos valores dos pais. As letras falavam geralmente do mesmo tema, a paixão na escola, a garota ideal, o romantismo de tentar conquistá-la. O romantismo pueril estava de volta. O curioso é que houve um grande retrocesso nas próprias letras, se nas músicas de Chuck Berry ele usava de carrões para dar uns amassos nas garotas, os personagens do novo bom mocismo tinham um outro comportamento. Agora os carinhas das músicas usavam os carros dos pais (obviamente emprestados) para levar as mocinhas aos bailes da escola. Tudo muito bem comportado, é bom explicar. Nada de cruzar o sinal como fazia Berry.
 
Diante desse novo cenário a música de Elvis também mudou. Nos primeiros singles que Presley lançou logo após deixar o exército praticamente não havia mais rocks (e os que apareciam eram muito suaves). Ele se concentrou em também abraçar um pop romântico mais inofensivo. Um exemplo disso é esse seu primeiro compacto após voltar para a vida artística nos EUA. “Stuck On You / Fame and Fortune” é um single pop por excelência.

Nas paradas reinava há nove semanas a ultra romântica "Theme from A Summer Place" de Percy Faith. Embora tivesse uma melodia lindíssima – que até hoje emociona – aquilo definitivamente não tinha mais nada a ver com Rock ´n´ Roll. Elvis, a RCA e o Coronel Parker preferiram ir por essa linha ao invés de tentar ressuscitar o velho Rock dos anos 50, que agora cheirava mal e causava desconfiança nos mais velhos. Afinal Elvis havia virado também um bom moço, após servir o exército e sair com ficha impecável em seu serviço militar. Sai o Elvis roqueiro e entra o Elvis pop. Apesar disso nenhuma das faixas deixam a desejar, são inegavelmente boas canções, belamente executadas, mas que não tinham mais nenhum sinal do bom e velho rock de Elvis Presley. Pois é, o mundo havia mudado e o Rei... do Rock também.

Elvis Presley - Stuck On You / Fame and Fortune (1960)
Elvis Presley (vocais e guitarra) / Hank Garland (baixo e guitarra) / Scotty Moore (guitarra) / Bob Moore (baixo) / D.J. Fontana (bateria) / Murrey "Buddy" Harman (bateria) / Floyd Cramer (piano) / The Jordanaires: Gordon Stoker, Hoyt Hawkins, Neal Matthews e Ray Walker (Backup Vocals) / Prudução: Steve Sholes e Chet Atkins / Engenheiro de Som: Bill Porter / Local de Gravação: RCA Studio B, Nashville, Tennessee, EUA.

Stuck On You (Aaron Schroeder - J. Leslie McFarland) - You can shake an apple off an apple tree / Shake-a, shake- sugar, / But you'll never shake me / Uh-uh-uh / No-sir-ee, uh, uh / I'm gonna stick like glue, / Stick because I'm Stuck on you / Gonna run my fingers thru your long black hair / Squeeze you tighter than a grizzly bear / Uh-uh-uh, / Yes-sir-ee, uh, uh / I'm gonna stick like glue / Stick, because I'm Stuck on you / Hide in the kitchen, hide in the hall / Ain't gonna do you no good at all / 'Cause once I catch ya and the kissin' starts / A team o' wild horses couldn't tear us apart / Try to take a tiger from his daddy's side / That's how love is gonna keep us tied / Uh-uh-uh / Yes-sir-ee, uh,uh / I'm gonna stick like glue / Stick, because I'm Stuck on you / Hide in the kitchen, hide in the hall / Ain't gonna do you no good at all / 'Cause once I catch ya and the kissin' starts / A team o' wild horses couldn't tear us apart / Try to take a tiger from his daddy's side / That's how love is gonna keep us tied / Uh-uh-uh / Yes-sir-ee, uh,uh / I'm gonna stick like glue / Stick, because I'm Stuck on you / I'm gonna stick like glue / Stick, because I'm Stuck on you / I'm gonna stick like glue / Stick, because I'm Stuck on you / Gravado no dia 21 de março de 1960.

Fame And Fortune (Fred Wise - Ben Weisman) - Fame and fortune / how empty they can be / But when I hold you in my arms / That's heaven to me / Who cares for fame and fortune / They're only passing things / But the touch of your lips on mine / Makes me feel like a king / Your kind of love is a treasure I hold / It's so much greater / than silver or gold / I know that I have nothing / If you should go away / But to know that you love me / Brings fame and fortune my way / But to know that you love me / Brings fame and fortune my way / Gravado no dia 21 de março de 1960.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Retorno aos Estados Unidos

Os últimos meses passaram rapidamente na Alemanha. Elvis finalmente cumpriu sua obrigação com o país e deu baixa do exército americano. Como regra geral foi promovido a uma batente acima quando deixou o serviço militar, se tornando sargento do grupamento de tanques. A volta de Elvis causou um verdadeiro frenesi na imprensa americana. Não era para menos, o famoso Rei do Rock estaria de volta aos discos, filmes e shows. No dia em que finalmente deixou a Alemanha Elvis surpreendeu a todos ao pedir que Priscilla fosse se despedir dele no aeroporto.

Isso significava muito pois era a forma encontrada por Elvis para agradecer a Priscilla por todos os momentos em que passaram juntos na fria e distante Bad Nauheim. Presley não a escondeu da imprensa e nem do público e de repente os jornalistas americanos que cobriam sua despedida se viram na frente daquela adolescente que havia sido a namorada do cantor em seus anos na Europa. Antes de se despedir Elvis disse que iria se virar no momento em que entrasse no avião, que olharia para ela para se despedir. E assim o fez. As revistas americanas não perderam tempo e clicaram cada segundo de seu embarque.

O Coronel Parker havia planejado um grande show de retorno na TV americana. Quem ganhou e comprou o passe de Elvis por uma verdadeira fortuna foi o cantor Frank Sinatra que desembolsou um cachê jamais pago no mundo da televisão para que Elvis cantasse algumas canções ao seu lado. Presley nunca havia nutrido simpatia por Sinatra, ainda mais depois que ele tinha soltado farpas contra o rock e os cantores desse gênero que considerava sem valor e barulhento, mas resolveu deixar suas reservas de lado. Mas antes de qualquer coisa, de qualquer compromisso, a RCA exigiu que ele entrasse logo em estúdio para gravar suas novas faixas. O mercado fonográfico estava ávido pela volta de Elvis. Ninguém em sua ausência tinha conseguido chegar sequer perto de seus números de vendas enquanto estava na Alemanha. A demanda pelo primeiro single de Presley já superava mais de um milhão de pedidos antecipados, isso sem ele nem ao menos ter gravado nada ainda.

Enfim depois de uma longa viagem Elvis finalmente pisou novamente em solo americano. Depois pegou um trem e voltou imediatamente para Graceland, sua mansão querida em Memphis. Durante todo o trajeto foi saudado, não importando a hora e nem o local. Elvis também fez questão de sempre aparecer para seus fãs onde quer que eles estivessem. Surgindo com sua roupa militar ele acenava para todos. Quando chegou em Memphis o tumulto foi generalizado. A policia teve que ser chamada e fortemente protegido Elvis foi finalmente escoltado para Graceland. E então o inevitável aconteceu. Assim que abriu as portas de sua casa a lembrança de sua querida mãe, Gladys, se abateu sobre ele. Elvis respirou fundo, sentou-se no velho sofá e decidiu que era o momento de seguir em frente na vida. Havia muito trabalho a ser feito e ele o faria.

Uma das primeiras pessoas a chegar para cumprimentar Elvis por sua volta foi seu empresário Tom Parker. Ele veio repassar a agenda com Elvis. Inicialmente o cantor iria viajar a Nashville para gravar suas primeiras músicas após sua volta do exército. Depois iria a Los Angeles, começar a filmar seu próximo filme na Paramount que já tinha inclusive cenas filmadas em segunda unidade na Alemanha. Nesse meio tempo Elvis cumpriria seu contrato com Frank Sinatra se apresentado no programa “Welcome Home Elvis” (Bem vindo ao lar Elvis). Não havia mais dúvidas, o Rei do Rock estava de volta!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Elvis Presley - Kid Galahad

A trilha sonora de Kid Galahad (Talhado para Campeão) me despertou um pensamento após ouvi-la. Na primeira metade dos anos 60 o som de Elvis passou por um processo de suavização e abrandamento cirurgicamente determinado pelo Coronel Parker e pelos produtores de Hollywood como bem podemos perceber nessa trilha sonora de "Kid Galahad". A ideia básica era começar uma brilhante carreira no cinema e se para atingir esse objetivo fosse preciso "limpar" a imagem e o som de Elvis para a classe média americana então que fosse. Elvis foi literalmente pasteurizado e embalado para o gosto padrão médio americano. Tudo estaria muito bom para Elvis se ele e sua música recém convertida ao American Way of Life não fosse atropelada pelas maiores mudanças sociais e comportamentais do século XX que viriam nos anos a seguir.

Se os EUA e o mundo continuassem com todos os valores que foram tão sagrados nos anos 50 certamente Elvis e o Coronel seriam bem sucedidos. Mas depois que Kennedy foi assassinado, Luther King e Malcom X começaram a luta pelos direitos sociais, a revolução sexual se alastrou e os filhos da América começaram a morrer nas florestas do Vietnã o mundo perdeu a inocência. Com isso a música de Elvis, feita para se conectar com uma sociedade similar à que existia nos anos 50, ficou totalmente ultrapassada e fora de contexto.

Curioso: nos anos 50 Elvis era um ameaça a uma sociedade ainda impregnada de caretice e moralismo, era considerado um artista revolucionário e renovador e nos anos 60 tudo se inverteu, Elvis virou a própria caretice e falso moralismo da América enquanto a própria sociedade americana virava de cabeça para baixo. Elvis estava fora do compasso da dança das mudanças que aconteciam à sua volta.

Se isso era positivo nos anos 50, virou um problema nos anos 60, porque nessa década era ele quem estava do lado errado. Todas as suas trilhas sonoras dos anos 60, sem exceção, sofrem dessa verdadeira esquizofrenia histórica e social. Em poucas palavras: todos esses discos transformaram Elvis Presley em um artista completamente fora de contexto, fora de moda, descompassado com seu tempo, um anacronismo cultural. Só em 1968 mesmo foi que Elvis finalmente acertou o passo de sua dança com o som que estava rolando ao seu redor. Em outras palavras, só no final dos anos 60 Elvis começou a seguir a maré e a corrente das mudanças que estavam mudando todo o mundo à sua volta. Com isso ele voltou a ser novamente um artista relevante e importante para o cenário musical de sua época. Só desse momento em diante Elvis, que sempre foi um grande dançarino, acertou seu passo e dançou a melodia certa de seu tempo.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley ‎– Rock Around The Bloch

Elvis Presley - Rock Around The Bloch'
Já havia escrito rápidas pinceladas sobre esse lançamento antes, mas agora vale a pena também trazer maiores detalhes do aspecto visual do produto em si. Como se sabe essa coleção com livro e CD celebra o concerto que Elvis realizou em 25 de março de 1961, no Havaí, na Bloch Arena. O evento teve ampla cobertura da imprensa. Recentemente um farto material fotográfico foi descoberto pelos pesquisadores do selo FTD. As fotos foram encontradas em diversos arquivos pertencentes a órgãos havaianos de imprensa. Um verdadeiro tesouro escondido.

Com tanto material disponível era de se esperar mesmo que algo nesse sentido fosse lançado. O resultado desse trabalho de arqueologia musical está aí para os fãs. Intitulado "Rock Around The Bloch" (um trocadilho bem humorado com o nome da famosa música de Bill Halley e da arena onde Elvis se apresentou), é um daqueles itens preciosos que os fãs não podem perder. No total são 288 páginas ricamente ilustradas, com mais de 100 fotos inéditas do Rei do Rock nessa apresentação que foi uma breve volta aos palcos. Some-se a isso a gravação do show completamente restaurado e uma recém descoberta coletiva de imprensa de Elvis naquelas praias maravilhosas do Havaí e você terá um item de colecionador em mãos.

É interessante que esse concerto iria fazer parte da verdadeira despedida de Elvis dos palcos até 1968 quando ele retornaria para fazer seu especial de TV na NBC, voltando depois definitivamente para os concertos em Las Vegas, em temporadas anuais. Ora, a pessoa que não conhece muito a biografia de Elvis pode se perguntar o que ele teria feito durante todos esses anos fora do palco. Bem, Elvis estava em Hollywood, fazendo uma média de três filmes por ano, tentando emplacar como astro de cinema. Uma pena que ele tenha deixado os shows de lado por essa época. Basta ver a lista de músicas dessa apresentação para ver como seria interessante ter mais concertos dados pelo cantor. Um exemplo é a inclusão do gostpel  "Swing Down Sweet Chariot" do álbum His Hand in Mine que Elvis nunca mais voltaria a cantar ao vivo. E o que dizer de versões ao vivo de "Such A Night" e "Reconsider Baby", dois clássicos do disco "Elvis is Back" que ele nunca mais voltaria a apresentar nos palcos? Pois é, musicalmente Elvis só perdeu durante seu exílio em Hollywood.

Elvis Presley ‎– Rock Around The Bloch
1.  Introduction Of Elvis
2.  Heartbreak Hotel
3.  All Shook Up
4.  (Now And Then There's) A Fool Such As I
5.  I Got A Woman
6.  Love Me
7.  Introductions
8.  Such A Night
9.  Reconsider Baby
10.  I Need Your Love Tonight
11.  That's All Right
12.  Don't Be Cruel
13.  One Night
14.  Are You Lonesome Tonight
15.  It's Now Or Never
16.  Swing Down Sweet Chariot
17.  Hound Dog
18.  Tom Moffatt Interviews Colonel Parker And Elvis During The Filming Of G.I. Blues, June 21, 1960
19.  Press Conference And Awards Ceremony, March 25, 1961
20.  Tom Moffatt Interviews Elvis On The Set Of Blue Hawaii, April 1961.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de setembro de 2005

Elvis Presley - EPs (Compactos Duplos)

Elvis Presley - EPs (Compactos Duplos)
Segue a seguir a lista completa dos EPs (compactos duplos) lançados por Elvis Presley em sua carreira. Ao contrário dos singles que contavam com apenas duas músicas (uma no lado A e outra no lado B), os compactos duplos podiam surgir com 4, 5 ou 6 canções. Ganhou importância maior na carreira de Elvis a partir do lançamento de trilhas sonoras exclusivamente nesse formato, como aconteceu em filmes como "Jailhouse Rock", "Follow That Dream", "Kid Galahad" e outros. Era uma ferramenta a mais para o artista na era do vinil.

Alguns desses EPs originais, em bom estado, são verdadeiras raridades nos Estados Unidos, alcançando boas cifras no mercado de colecionadores. Segue abaixo a lista completa dos disquinhos duplos, com destaque para os premiados com discos de ouro e platina, prêmios que eram dados para títulos que vendiam milhares de cópias dentro do mercado fonográfico.

Compactos Duplos (Extended Plays) :

01) Elvis Presley (1956) #
02) Elvis Presley (1956)
03) Heartbreak Hotel (1956) #
04) The Real Elvis (1956) #
05) Elvis Presley (1956) #
06) Anyway you Want Me (1956)
07) Elvis Vol.1 (1956) #
08) Love Me Tender (1956) #
09) Elvis Vol.2 (1956) #
10) Strickly Elvis (1957)
11) Just For You (1957)
12) Peace in the Valley (1957) #
13) Loving You Vol.1 (1957) #
14) Loving You Vol.2 (1957) #
15) Jailhouse Rock (1957) #
16) Elvis Sings Christmas Songs (1957) #
17) King Creole Vol.1 (1958) #
18) King Creole Vol.2 (1958) #
19) Christmas With Elvis (1958)
20) Elvis Sails (1959)
21) A Touch of Gold Vol.1 (1959)
22) A Touch of Gold Vol.2 (1959)
23) A Touch of Gold Vol.3 (1960)
24) Elvis By Request (1961)
25) Follow That Dream (1962) #
26) Kid Galahad (1962) #
27) Viva Las Vegas (1964)
28) Tickle Me (1965)
29) Easy Come, Easy Go (1967)

Todos os EPs saíram pela RCA Victor.
# EPs premiados com Disco de Ouro e/ou Platina.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Programas de Televisão (TV)

Elvis Presley - Programas de TV
De certa forma a TV foi o primeiro veículo de massa para a popularização de Elvis Presley nos Estados Unidos. Suas apresentações ao vivo geraram muita polêmica na época. Elvis não era um cantor que apenas subia no palco para cantar. Sua performance ia muito além disso. Ele cantava, dançava, rebolava, fazia gestos e poses ousadas. Tudo isso ajudou na construção de sua fama.

Curiosamente não foram tantas apresentações na TV como poderia se pensar. Na década de 1950 Elvis se apresentou em vários programas. Depois nos anos 1960 o Coronel Parker concluiu que era melhor que Elvis se afastasse da TV, se concentrando apenas em seus filmes de Hollywood. Já na década de 1970 Elvis faria dois concertos exclusivos na TV, resultando em bons programas televisivos. Segua abaixo a lista completa dos programas de TV que contaram com a participação de Elvis Presley.

Programas de TV que tiveram o Rei do Rock como astro principal:

JACKIE GLEASON'S STAGE SHOW
Programa de Tommy Dorsey e Jimmy Dorsey, CBS TV
28/01/56 - "Heartbreak Hotel" e "Blue Suede Shoes"
04/02/56 - "Tutti Frutti" e "I Was the One"
11/02/56 - "Shake Rattle and Roll", "Flip, Flop and Fly" e "I Got a Woman"
18/02/56 - "Baby, Let's Playhouse" e "Tutti Frutti"
17/03/56 - "Blue Suede Shoes" e "Heartbreak Hotel"
24/03/56 - "Money Honey" e "Heatbreak Hotel"

THE MILTON BERLE SHOW
Prpgrama apresentado por Milton Berle, NBC TV, Hollywood
3/04/56 - "Heartbreak Hotel", "Money Honey" e "Blue Suede Shoes"
5/06/56 - "Hound Dog" e "I Want you, I need You, I love you"

THE STEVE ALLEN SHOW
Programa apresentado por Steve Allen, NBC TV, Hollywood
1/07/56 - "I Want you, I need you, I love you" e "hound Dog"

TOAST OF TOWN
Programa apresentado por Ed Sullivan, CBS STUDIOS TV, Hollywood
9/09/56 - "Don't be Cruel", "Love me Tender", "Ready Teddy" e "Hound Dog"
28/10/56 - "Don't be Cruel", "Love me Tender", "Love Me" e "Hound Dog"
06/01/57 - "Don't be Cruel", "Love me Tender", "Heartbreak Hotel", "Hound Dog", "Peace in the valley" e "When my Blue Moon turns to gold again"

WELCOME HOME ELVIS
Programa apresentado por Frank Sinatra, Miami Flórida, ABC TV
12/05/60 - "Fame and Fortune", "Stuck on You", e "Witchcraft / Love me Tender" (dueto com Frank Sinatra)

ELVIS NBC TV SPECIAL
Conhecido como Comeback Special. NBC Studios, Burbank, 1968; Este especial de TV (foto acima) foi considerado essencial para o retorno de Elvis às paradas, ele representou o retorno do Rei aos shows ao vivo. Depois de anos isolado em Hollywood Elvis voltava a tocar sua guitarra junto de seus velhos companheiros como Scotty Moore e D.J. Fontana. Duas músicas inéditas foram apresentadas no programa "If I Can Dream" e "Memories".

ALOHA FROM HAVAII - VIA SATÉLITE
Programa transmitido ao vivo via satélite pela NBC TV Show realizado em Honululu, Hawaii, 1973
Um marco na carreira de Elvis Presley. O especial foi transmitido ao vivo para vários países ao redor do mundo. bateu recordes de audiência onde passou e se tornou um triunfo na transmissão ao vivo via satélite (tecnologia nova na época). Destaque para "Burning Love" e "American Trilogy".

ELVIS IN CONCERT
Último programa de TV da carreira de Elvis, exibido pelaCBS TV, em 1977
Retrata os últimos shows de Elvis pelos EEUU no ano de 1977. Só foi transmitido pela TV americana após sua morte, demonstra o quanto estava debilitado fisicamente, mas ainda com uma bela voz que nos presenteia com grandes interpretações. Aula de História que não se aprende na Escola. Elvis canta repertório diversificado, com destaque para "Unchained Melody" onde toca a canção ao piano.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de setembro de 2005

Elvis Presley - Filmografia Completa

Elvis Presley - Filmografia Completa
No total foram lançados 33 filmes de Elvis Presley nos cinemas. Esses são os filmes oficiais de sua carreira em Hollywood. São os que contam com o Elvis ator, atuando em roteiros convencionais. Seus dois últimos filmes foram diferentes dessa fórmula. São documentários musicais rodados na MGM. Elvis tinha que cumprir seu contrato com esse estúdio de cinema e o caminho encontrado foi justamente esse. Hoje em dia são os filmes mais apreciados pelos fãs pois mostram Elvis no palco, cantando e se apresentando diante de seus fãs.

Segue abaixo a lista completa dos filmes de Elvis com o nome original em inglês, título nacional que foi lançado no Brasil, nome do diretor, estúdio cinematográfico que produziu o filme e ano de seu lançamento nos Estados Unidos. Todos os filmes de Elvis foram lançados nos cinemas brasileiros durante as décadas de 1950, 1960 e 1970. A partir da década de 1980 houve também lançamentos de alguns títulos em VHS e DVD. Isso, claro, sem contar as centenas de reprises que foram apresentadas na TV, principalmente na Rede Globo através da Sessão da Tarde. Embaixo está a lista completa dos filmes de Elvis Presley.

Elvis Presley - Filmografia Completa
1) LOVE ME TENDER (Ama-me com ternura) dir:Robert D.Webb / 20thCentury fox 1956
2) LOVING YOU (A mulher que eu amo) dir:Hal Kanter / Paramount pictures 1957
3) JAILHOUSE ROCK (O Prisioneiro do Rock) dir:Richard Thorpe / MGM 1957
4) KING CREOLE (Balada Sangrenta) dir:Michael Curtiz / Paramount Pictures 1958
5) G.I.BLUES (Saudades de um Pracinha) dir:Norman Taurog / Paramount 1960
6) FLAMING STAR (Estrela de Fogo) dir:Don Siegel / 20th Century Fox 1960
7) WILD IN THE COUNTRY (Coração Rebelde) dir:Philip Dune / 20th Century Fox 1961
8) BLUE HAWAII (Feitiço Havaiano) dir:Norman Taurog / Paramount Pictures 1961
9) FOLLOW THAT DREAM (Em cada sonho um amor) dir:Gordon Douglas / UA 1962
10) KID GALAHAD (Talhado para Campeão) dir:Phil Karson / UA 1962
11) GIRLS, GIRLS, GIRLS (garotas e mais garotas) dir:Norman Taurog / Paramount 1962
12) IT HAPPENED AT WORLD'S FAIR (Loiras, Ruivas e morenas) dir:Norman Taurog / MGM 1963
13) FUN IN ACAPULCO (O Seresteiro de Acapulco) dir:Richard Thorpe / Paramount 1963
14) KISSIN COUSINS (Com Caipira não se brinca) dir:Gene Nelson / MGM 1963
15) VIVA LAS VEGAS (Amor a toda velocidade) dir:George Sidney / MGM 1964
16) ROUSTABOUT (Carrossel de Emoções) dir:Jonh Rich / Paramount 1964
17) GIRL HAPPY (Louco por garotas) dir:Boris Sagal / MGM 1965
18) TICKLE ME (O Cavaleiro Romântico) dir:Norman Taurog / UA 1965
19) HARUM SCARUM (Férias no Harém) dir:Gene Nelson / MGM 1965
20) FRANKIE AND JOHNNY (Entre a loira e a morena) dir:Fred de Cordova / UA 1966
21) PARADISE, HAWAIIAN STYLE (No Paraíso do Hawaí) dir:M.Moore / Paramount 1966
22) SPINOUT (Minhas três noivas) dir:Norman Taurog / MGM 1966
23) EASY COME, EASY GO (Meu Tesouro é Você) dir:John Rich / MGM 1967
24) DOUBLE TROUBLE (Canções e Confusões) dir:Norman Taurog / MGM 1967
25) CLAMBAKE (O Barco Do Amor) dir:Arthur Nathel / MGM 1967
26) STAY AWAY, JOE (Joe é muito vivo) dir:Peter Tewksbury / MGM 1968
27) SPEEDWAY (O Bacana do Volante) dir:Norman Taurog / MGM 1968
28) LIVE A LITTLE, LOVE A LITTLE (viva um pouquinho, ame um pouquinho)1968
29) CHARRO (charro) dir:Charles Marquis Warren / National General 1969
30) THE TROUBLE WITH GIRLS (Lindas Encrencas,As Garotas) / MGM 1969
31) CHANGE OF HABIT (Ele e as três noviças) dir:William Graham / Universal 1970
32) ELVIS - THAT'S THE WAY IT IS (Elvis é Assim) dir:Denis Sanders / MGM 1970
33) ELVIS ON TOUR (Elvis Triunfal) dir:Pierre Adidge/Robert Aded / MGM 1972

Pablo Aluísio.
 

Elvis Presley - Singles & EPs Nacionais

Elvis Presley - Singles & EPs Nacionais
Diante da primitividade da indústria brasileira nos anos 1950 é até de se admirar que de maneira em geral os lançamentos nacionais procuraram seguir o mesmo caminho do que estava sendo lançado nos Estados Unidos pela RCA Victor. Em média os álbuns eram lançados com 1 ano de atraso, mas eram lançados. Os singles (compactos simples) e os EPs (compactos duplos) também seguiam por esse caminho.

O curioso é que algumas músicas só fizeram maior sucesso no Brasil. Então a filial da RCA no Brasil também lançou singles exclusivos para o mercado brasileiro, tudo para acompanhar o sucesso nas rádios. Alguns desses singles não tinham similares com os singles e EPs dos Estados Unidos e foram exclusivos de nossa indústria fonográfica. Alguns desses itens são extremamente raros e valem bastante, principalmente no exterior. Segue abaixo a lista completa do que foi lançado em nosso país naqueles distantes anos.

Singles Brasileiros:

01) Blue Suede Shoes / Trying to Get You (1956)
02) Tutti Frutti / I Got a Woman (1956)
03) King Creole / Mean Woman Blues (1958)
04) It's Now or Never / Make Me Know It (1960)
05) No More / Sentimental Me (1962)
06) Sylvia / Put Your Hand in the Hand (1972)
07) Bridge Over Troubled Water / I've Lost You (1977)

Compactos Duplos Brasileiros (EPs):

01) Elvis (1957)
02) Elvis'Golden Records (1958)
03) Balada Sangrenta (1958)
04) Elvis é Assim (1970)
05) Elvis (1975)
06) Elvis (1976)
07) Elvis (1979)

Obs: Estes Singles e Eps só foram lançados no Brasil.

Pablo Aluísio.