terça-feira, 13 de setembro de 2005

Elvis Presley - Singles Anos 1970

Compactos Simples Anos 70 :

75) Kentuck Rain / My Little Friend 1970 #
76) The Wonder Of You / Mama Liked the Roses 1970 #
77) I've lost You / The Next Step is Love 1970 #
78) You Don't Have to Say You Love Me / Patch Up 1970 #
79) I Really Don't Want to Know / There Goes My Everything 1970 #
80) Rags to Riches / Where did They Go, Lord 1971
81) Life / Only Believe 1971
82) I'm Leavin / Heart of Rome 1971
83) It's Only Love / The Sound Of Your Cry 1971
84) Merry Christmas Baby / O Come, All Faithful 1971
85) Until It's time For You To Go / We can Make The Morning 1972
86) He Touched Me / Boson of Abraham 1972
87) An American Trilogy / The First Time Ever I Saw Your Face 1972
88) Burning Love / It's A Matter of Time 1972 #
89) Separate Ways / Always on My Mind 1972 #
90) Steamroller Blues / Fool 1973
91) Raised on Rock / For Old Times Sake 1973
92) I've Got a Think About You Baby / Take Care of Her 1974
93) If you Talk in your Sleep / Help Me 1974
94) Promised Land / It's Midnight 1974
95) My Boy / Thinking About You 1975
96) T-R-O-U-B-L-E / Mr. Songman 1975
97) Bringing it Back / Pieces Of My Life 1975
98) Hurt / For the Heart 1976
99) Moody Blue / She Things I Still Care 1976
100) Way Down / Pledging My Love 1977 #
101) My Way / América 1977 #

Todos os singles saíram pela RCA Victor.
# Singles premiados com Disco de Ouro e/ou Platina. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Elvis Presley - Burbank 68

Elvis Presley estava acabado artisticamente em 1968. Seus discos não freqüentavam mais a lista dos mais vendidos e seus filmes já tinham passado da fase de sofrer críticas implacáveis por sua ruindade à toda prova e eram agora simplesmente ignorados, tanto pela crítica especializada quanto pelo público. Elvis em 1968 era um artista que nem mais era ouvido pelos jovens, que na realidade apenas tinham ouvido falar dele como um grande astro que fez muito sucesso na década anterior mas que já era, um nome importante no nascimento do Rock ´n´ roll mas que agora não passava de um tolo que estrelava filmes completamente ridículos que ninguém mais dava bola.

Elvis Presley estava morto e enterrado, um artista que era ouvido apenas por um seleto grupo de fãs leais que havia ficado ao seu lado, mesmo sendo massacrados ano após ano por uma sucessão de projetos patéticos que fariam vergonha até mesmo a Ed Wood. A carreira de Elvis Presley tinha virado uma piada que não tinha mais a menor graça. A pergunta que todos faziam nessa época era se o outrora aclamado Rei do Rock não passava de um projeto de marketing das gravadoras, um artista fabricado, que só fez sucesso e emplacou vários sucessos porque era um branco boa pinta que simplesmente roubara a cultura negra e a utilizou em seu favor, passando a perna na riqueza cultural afro-americana. Seria isso mesmo? Elvis Presley era uma farsa da indústria musical?

Não havia a menor dúvida que Elvis se encontrava em uma das fases mais delicadas de sua carreira. Ao trocar a música pelo cinema no começo dos anos 60 Elvis colocou seu prestígio como músico em xeque mate, virando um astro canastrão de filmes sem nenhuma importância e agora pagava o preço por ter tomado uma decisão tão equivocada como essa. O jogo finalmente havia chegado em seu final? Haveria saída para Elvis nesse tormentoso momento de sua vida profissional? A saída obviamente passava longe da tela grande dos cinemas, já que foi ali que ele entrou definitivamente em declínio profundo. Sua salvação seria certamente se utilizar de uma mídia de grande poder para lembrar a todos do imenso talento desse artista que, apesar de tudo, ainda estava lá pronto para lutar e reinvidicar seu trono. Era antes de tudo uma forma de deixar claro a todos que Elvis não havia morrido completamente, que ele apenas tinha sido afogado num pantanoso mar de projetos de quinta categoria, o lançando num injusto obscurantismo artístico. Se andava sendo ignorado nos cinemas, com bilheterias cada vez mais murchas, certamente ele não passaria despercebido na TV norte-americana, onde literalmente entraria na casa de todos para cantar (e tocar) seus grandes sucessos e mostrar que ele não estava irremediavelmente morto, que seu talento estava intocável e que seu sumiço das paradas nada mais era do que um fruto mais do que amargo da péssima administração de sua carreira ao longo dos anos.

O CD Burbank 68 captura Elvis nesse momento decisivo de sua vida e mostra os bastidores do especial que literalmente salvou seu pescoço. O especial para a TV NBC foi a tábua de salvação para o cantor que procurava desesperadamente por um projeto que não fosse descartável, tolo e infantil, como a maioria de seus filmes dos anos anteriores. Um projeto em que ele pudesse mostrar novamente ao povo americano seu talento, seu pique nos palcos, sua vontade de interpretar seus velhos sucessos ao mesmo tempo em que mostrava novas canções antenadas com os novos tempos. Uma forma de afirmar a todos que ainda estava vivo, artisticamente falando.

O Elvis que emerge desses registros é um artista extremamente carismático, talentoso e com domínio total sobre o publico. Nada poderia ser mais distante do entediado astro de produções B que literalmente passeava entre a maioria das cenas de seus filmes "linha de produção industrial" daqueles tempos. Um astro genuíno, não um produto de marketing vendido e plastificado para o gosto da acomodada classe média de Tio Sam. Um astro de verdade, não uma paródia de si mesmo. Um interprete de belas canções, não um idiota cantando para ostras e tartarugas como ele próprio gostava de brincar ao se referir aos seus anos em Hollywood. O verdadeiro Elvis Presley estava de volta!
 
Fruto da mente de Steve Binder o NBC TV Special era inovador, brilhante e destoava completamente do que Elvis vinha apresentando naquela época. Só o fato de haver uma preocupação genuína com a qualidade do material apresentado já demonstrava um grande sinal de mudanças na carreira de Elvis. Aliado a tudo isso havia um produtor independente cuidando de tudo, ignorando os absurdos sugeridos de Tom Parker e que conseguia manter uma linha de diálogo franco e aberto com o cantor. Steve Binder, ao contrário de várias pessoas ao redor de Elvis, não procurava esconder nada e era de uma franqueza atroz para com ele. Binder deixou claro para o astro que seus filmes eram muito ruins, que as músicas das trilhas eram péssimas e que Elvis deveria se agarrar ao seu passado glorioso dos anos 50 como forma de tentar reerguer seu legado, claro tudo isso sem ignorar o fato de que deveria apresentar um novo repertório com músicas relevantes e de qualidade.

Seu propósito de dar um choque de realidade em Elvis foi tamanho que ele mesmo levou o cantor para andar ao seu lado nas ruas adjacentes ao estúdio para demonstrar a Elvis como o mundo lá fora havia mudado, como ele poderia andar tranqüilamente entre as pessoas que ninguém iria dar bola. Elvis ficou tão surpreso com a proposta que foi com Binder dar uma volta nas redondezas e lá presenciou a queda de seu popularidade. Pensando que seria rasgado pelos transeuntes ou então teria que sair correndo por um acesso de tietagem por parte de fãs, tudo o que Elvis conseguiu naquela tarde foi ser completamente ignorado pelas pessoas que simplesmente passavam por ele, sem dar a mínima para o ex-Rei do Rock. Depois dessa experiência reveladora Elvis finalmente viu sua ficha cair. Isolado durante anos Elvis ainda pensava que era o furacão dos anos 50, o super astro. Sendo que na realidade a geração flower power dos anos 60 não dava a mínima para ele e sua música ultrapassada, com suas trilhas sonoras pra lá de ruins. Os jovens estavam em outra, curtindo uma revolução cultural sem precedentes e definitivamente Elvis Presley não fazia parte daquele momento fantástico dos costumes, da música e do cinema. Elvis estava por fora, completamente.

Ao entendermos completamente o contexto histórico em que o NBC TV Special foi realizado tomamos consciência de sua importância. Foi o evento que trouxe Elvis do mundo dos mortos, como bem foi escrito na época pela imprensa. Era a volta de um mito que naquele momento nada mais era do uma lenda viva sem mais nenhuma importância para a geração que gozava de uma liberdade cultural que afinal era proveniente do trabalho que o próprio Elvis havia desenvolvido nos anos 50 ao lado dos pioneiros do Rock. Porém se havia sido o Big Bang de todo esse movimento Elvis em 1968 não passava de um grande, enorme e constrangedor buraco negro.

Esse histórico e essencial especial de TV já foi revisitado em vários lançamentos, inclusive um que será lançado ainda nesse ano prometendo ser o box definitivo sobre esse grande momento da carreira de Elvis. Porém o que torna Burbank 68 interessante é o fato de ter sido o primeiro título do selo Follow That Dream (FTD). Esse projeto que começou timidamente a dar os primeiros passos com esse CD, logo se tornou o mais completo plano de resgate da discografia de Elvis nos tempos atuais. Com títulos inéditos trazendo shows ao lado de lançamentos completos de seus álbuns oficiais, o selo FTD vem trazendo a cada ano material de primeira qualidade, deixando sempre o nome de Elvis em destaque e não deixando a chama de seu talento se apagar.

Em termos de qualidade sonora o CD deixa um pouco a desejar. Não que isso seja um defeito do título em si mas sim um problema de todo o material que foi gravado para esse especial. Talvez por ter sido um projeto feito para a TV, o especial não foi tão cuidadosamente gravado como deveria ter sido em termos de sonorização e qualidade sonora. O próprio LP oficial do programa que foi lançado na época já trazia todos esses problemas. Mas deixando de lado esses pequenos detalhes técnicos o que temos é um cantor no auge de sua forma vocal, com um timing perfeito para o programa televisivo. Além disso não podemos esquecer que o Burbank 68 é focado inteiramente nos ensaios realizados por Elvis no dia 25 de junho, o que torna o ambiente bem descontraído e informal afastando ainda mais qualquer traço de profissionalismo exarcebado que poderia supor o ouvinte antes da primeira audição. Com isso a falta de uma qualidade sonora mais rigorosa acaba casando perfeitamente com o clima dos registros em si.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Elvis Presley - The Return To Vegas / Flaming Star

The Return To Vegas - Vamos disponibilizar agora alguns CDs com breves resenhas para informar ao fã de Elvis o que há de novo no mercado fonográfico. Começamos por esse. Se trata de mais um CD trazendo um concerto de Elvis em Las Vegas durante seu histórico retorno aos palcos em 1969. A gravação foi realizada em agosto do mesmo ano. Como sempre nada de muito novo, já que muitas dessas apresentações já foram fartamente exploradas por selos piratas. De positivo mesmo temos que dizer que nenhum concerto dessa temporada é ruim! Elvis estava com muita vontade de fazer bonito nos palcos, ele estava com sede de público e de se apresentar bem, após passar vários anos apenas fazendo filmes em Hollywood. Por isso é aquele tipo de lançamento que você pode comprar sem maiores receios. Vá ouvindo enquanto não saem os concertos de abertura e encerramento dessa temporada com boa qualidade sonora.

Elvis Presley - The Return To Vegas (2014) - Blue Suede Shoes - I Got A Woman - All Shook Up - Love Me Tender - Jailhouse Rock / Don't Be Cruel - Heartbreak Hotel - Hound Dog - Memories - Mystery Train/Tiger man - Life Story (dialogue) - Baby What You Want Me To Do - Are You Lonesome Tonight - Yesterday/Hey Jude - Band introductions - In The Ghetto - Suspicious Minds - What'd I Say - Can't Help Falling In Love.

Flaming Star - Essa trilha sonora tem poucas músicas, até porque o filme se trata de um faroeste ao velho estilo onde não havia muito espaço para Elvis cantar. A fita em si é muito boa, um dos bons momentos de Elvis em Hollywood nos anos 1960, já a trilha sonora deixa um pouco a desejar. Com letras e arranjos simples não há nenhum clássico no CD. "Flaming Star" até que é bem gravada, mas depois de algumas audições se torna cansativa. "Summer Kisses, Winter Tears" tem um arranjo diferente do que Elvis vinha produzindo na época. Divertida mesmo é "A Cane And A High Starched Collar". Como sempre acontece nesse tipo de edição especial temos vários takes alternativos, com excesso de versões de "Summer Kisses, Winter Tears". Se você não gosta dessa música é melhor ficar longe do título. 

Elvis Presley - Flaming Star (2014) -  1. Flaming Star - 02. A Cane And A High Starched Collar - 03. Britches - 04. Summer Kisses, Winter Tears - 05. Flaming Star - 06. Black Star - 07. Black Star - 08. Flaming Star (1) - 09. Summer Kisses, Winter Tears (1, 2) - 10. Black Star (5) - 11. Black Star [end title] (1, 2, 4, 5) - 12. Summer Kisses, Winter Tears (3, 4, 7, 8, 9)  - 13. Summer Kisses, Winter Tears (10*, 12*, 14) - 14. A Cane And A High Starched Collar (1, 2, 3, 4, 5)  - 15. A Cane And A High Starched Collar (take 1, 5, 6) - 16. Summer Kisses, Winter Tears [movie] (2) - 17. Flaming Star (2)  - 18. Flaming Star (3, 4) - 19. Summer Kisses, Winter Tears (15, 16) - 20. Summer Kisses, Winter Tears (17) - 21. Summer Kisses, Winter Tears (19) - 22. Flaming Star (5) - 23. Flaming Star [end title] (1, 3, 4) - 24. Britches (1, 2, 3, 4, 5) - 25. Britches (take 7 + insert take 1) - 26. Summer Kisses, Winter Tears (26) - 27. A Cane And A High Starched Collar - 28. Summer Kisses, Winter Tears (overdubbed).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Elvis Presley - FTD Elvis in Alabama

Elvis Presley - FTD Elvis in Alabama
Esse novo lançamento do selo FTD (Follow That Dream) não foi muito bem recebido. A razão é simples de entender. Há um certo excesso de títulos enfocando shows ao vivo de 1976 nos últimos anos. Os fãs andam meio cansados desse tipo de material. Pelo visto há um vasto acervo já catalogado e restaurado pelo produtor Ernst Jorgensen englobando justamente esse período. Esses concertos de Elvis em 1976 foram caracterizados por um certo sentimento de irregularidade por todos aqueles que participaram das turnês. Elvis vivia em uma montanha russa. Ora fazia boas apresentações, ora concertos desastrosos. No ano do bicentenário dos Estados Unidos Elvis deu vazão a um certo cotidiano de excessos que envolviam abuso de drogas, mulheres, exaustão física (por causa do excesso de apresentações atravessando longas distâncias pelo interior americano) e exageros de todos os tipos. Muitos shows desse período são criticados por justamente apresentarem essas características. Elvis não parecia bem, fisicamente e psicologicamente bem, e por essa razão o que poderia acontecer quando ele subia ao palco era completamente imprevisível. Imaginem o cantor enfurnado em seu quarto, com muitas drogas circulando pela sua mente, com uma pistola carregada nas mãos e dizendo a todos que não iria fazer os shows. A tensão era constante.

Nesse CD temos dois shows realizados na cidade dos foguetes, em Hunstville, no estado sulista e caipira do Alabama. Por essa época o Coronel Parker havia decidido tirar Elvis dos grandes centros urbanos - por causa das críticas - para colocá-lo em redutos de fãs mais fiéis e fanáticos. Assim Elvis passou a se apresentar em cidadezinhas sulistas, lugares que muitas vezes sequer tinham hotéis para acomodar o cantor e sua banda, que acabavam ficando hospedados dentro dos próprios aviões de Elvis nas pistas de pouso dos aeroportos, esperando a hora do concerto chegar. Claro que a chegada de um artista do porte de Elvis fazia com que ele fosse recebido quase como um semi-Deus nessas localidades e era justamente isso que o Coronel Parker queria. Em compensação Elvis acabava também adotando um comportamento meio preguiçoso no palco, já que ele praticamente não precisava fazer muito esforço para conquistar o público. E é justamente isso que percebemos nesses registros. Elvis realizou dois concertos no controle remoto, sem muito esforço, algumas vezes a meia voz, como se não tivesse muita vontade de cantar bem. Não é à toa que os fãs reclamaram tanto.

FTD Elvis in Alabama
CD-1: Afternoon show - 01: See See Rider / 02: I Got A Woman - Amen / 03: Love Me / 04: Fairytale / 05: You Gave Me A Mountain / 06: All Shook Up / 07: Teddy Bear/Don't Be Cruel / 08: And I Love You So / 09: Jailhouse Rock / 10: America / 11: One Night / 12: Polk Salad Annie / 13: Introductions by Elvis / Early Morning Rain / What'd I Say / Johnny B. Goode / 14: Love Letters / 15: School Days / 16: Hurt / 17: Hound Dog / 18: Funny How Time Slips Away / 19: That's All Right / 20: Can't Help Falling In Love / 21: Closing Vamp / CD-2: Evening show / 01: See See Rider /  02: I Got A Woman/Amen / 03: Love Me / 04: Fairytale / 05: You Gave Me A Mountain / 06: All Shook Up / 07: Teddy Bear/Don't Be Cruel / 08: And I Love You So / 09: Jailhouse Rock / 10: Fever / 11: America / 12: Introductions by Elvis / Early Morning Rain / What'd I Say / Johnny B. Goode / 13: Love Letters / 14: School Days / 15: Hurt / 16: Hound Dog / 17: Danny Boy (S. Nielsen) / 18: That's All Right / 19: Blue Christmas / 20: Mystery Train/Tiger Man / 21: Funny How Time Slips Away / 22: Can't Help Falling In Love / 23: Closing Vamp

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - FTD Live A Little, Love A Litte sessions

Novo lançamento do selo FTD (Follow That Dream). Bom, não faz muito tempo comentei sobre as músicas que fizeram parte desse filme de Elvis Presley, um dos últimos que ele rodou em Hollywood naquela velha fórmula de que o Coronel Tom Parker tanto gostava. Uma trilha sonora, um filme, um roteiro básico, garotas, garotas, garotas... em suma, mais uma comédia musical romântica. Esse aqui pelo menos era um pouquinho diferente, com cenas externas (saindo dos estúdios de cinema), um roteiro que procurava ser um pouco mais moderno e algumas canções que não foram reunidas pela RCA Victor na época para a composição de uma trilha sonora (o filme não teve direito a qualquer cuidado ou capricho melhor por parte da gravadora). Uma pena porque havia coisa boa no meio dessas sessões.

Hoje em dia certamente a faixa que mais chama a atenção é o sucesso tardio "A Little Less Conversation". Quando foi lançada originalmente mal conseguiu chamar muito a atenção. Décadas depois estourou como remix de sucesso. Hoje em dia é uma das canções mais famosas da carreira de Elvis Presley. Assim o produtor Ernst Jorgensen usou e abusou da faixa, a repetindo sempre que o CD ameaça cair no marasmo. Das outras canções há pouco destaque, embora não se possa considerar o material como um todo como ruim ou péssimo. Há uma certa qualidade em faixas como "Wonderful World", "Edge Of Reality" e "Almost In Love", a tão falada única música composta por um brasileiro gravada por Elvis em sua carreira. Eu recomendaria esse CD para o fã de Elvis por um simples motivo, a trilha sonora desse filme foi tão mal lançada na discografia oficial que é bem melhor colecionar um CD como esse, que já vem todo organizado, com muitas informações, fotos e detalhes. Temos aqui um caso bem típico de um lançamento atual que supera e muito o que foi feito na época em que as canções foram lançadas originalmente.

Elvis Presley - FTD Live A Little, Love A Litte sessions
Wonderful World
Edge Of Reality
A Little Less Conversation (Take 16)
Almost In Love
Wonderful World (Take 1)
A Little Less Conversation (Takes 1, 2)
Edge Of Reality (Takes 1, 2)
Almost In Love (Takes 1, 4, 5, 6)
Wonderful World (Takes 2, 3)
Edge Of Reality (Take 3)
A Little Less Conversation (Takes 4, 5, 6, 7, 8, 9)
A Little Less Conversation (Take 10)
Almost In Love (instrumental rehearsal)
Wonderful World (Take 7) (film master)
Edge Of Reality (Take 5, 6)
Almost In Love (Take 2, 4)
Wonderful World (Takes 14, 15)
A Little Less Conversation (Takes 11, 12, 16)
Edge Of Reality (Take 8)
Almost In Love (Take 4)
Wonderful World (Takes 16, 17)

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Elvis Presley - Clambake

Clambake (1967) - No começo de janeiro de 1967 o Coronel Parker recebeu um telefonema desesperado. Era Vernon. Ela ligou ao empresário de Elvis com um pedido: que ele arranjasse logo um novo filme para Elvis estrelar porque ele vinha numa orgia de gastanças que estava destruindo todas as suas economias. Vernon era um notório pão duro e ficou horrorizado ao receber as últimas contas de seu filho. Elvis, que sempre foi um conhecido mão-aberta andava exagerando realmente. Ele tinha um novo hobby, um rancho nos arredores de Memphis e estava gastando furiosamente em cavalos, materiais, automóveis e acessórios em geral para o lugar. Era algo sem freios. Para se ter uma ideia Elvis colocou na cabeça que cada membro da Máfia de Memphis teria que ter tudo o que ele tinha naquela rancho. Assim se Elvis tinha um cavalo, todos deveriam ter também seus próprios cavalos. Se Elvis tinha um trailer equipado, todos também deveriam ter um veículo como aquele. Se Elvis tinha um traje completo de cowboy, próprio para o lugar, todos também deveriam estar devidamente equipados. Tudo, claro, pago pelo próprio bolso de Elvis.

O problema é que a carreira de Elvis derrapava. Seus discos já não vendiam bem, as bilheterias de seus filmes decaíam a cada ano e ele não mais realizava shows ao vivo. Não havia mais tanta grana como antes. Elvis porém se indignava quando Priscilla ou Vernon reclamava de seu estilo de vida perdulário. Elvis respondia que o dinheiro era dele e ele gastaria do jeito que bem entendesse. Por essa época Priscilla também começou a se aborrecer pelo fato de Elvis viver sempre ao lado de sua turma, como se fosse um garoto no colegial. Ela tinha esperanças de ter uma vida de casal ao seu lado, para que eles pudessem viver momentos românticos a dois, de mãos dadas pelos campos. Elvis porém enchia seu rancho de gente e estava sempre ao lado dos caras da Máfia de Memphis, que na verdade eram uns caipiras que pouco ligavam para seu romance ao lado da namorada. Elvis também não parecia se preocupar com isso. Os membros da Máfia de Memphis contavam piadas sujas e isso destruía qualquer possibilidade de criar um clima romântico entre eles. Por essa razão Priscilla foi ficando cada vez mais decepcionada com seu comportamento. Ela tinha razão em querer passar mais tempo com Elvis a sós e não ao lado de um bando de caras como aqueles.

De uma forma ou outra o Coronel Parker acabou arranjando um filme para Elvis na United Artists. O roteiro, escrito às pressas por Arthur Browne Jr, não trazia novidades. Era uma derivação de outros filmes passados de Elvis, com muitas garotas, praias e bikinis. Assim que leu o script Elvis deixou claro que havia odiado tudo - as cenas estúpidas, a falta de conteúdo e a precariedade de argumento. De fato era mais uma bobagem adolescente que para um homem como ele, que já havia ultrapassado os trinta anos de idade, soava como algo completamente imbecil e inoportuno. Pressionado pelos gastos porém Elvis cedeu. Ele odiava o fato de ter que voltar para Hollywood para fazer algo assim, ter que gravar mais uma daquelas horrorosas trilhas sonoras cheias de canções ruins. A necessidade porém de colocar as suas contas em dia o fez engolir suas próprias opiniões e Elvis então rumou em direção à costa oeste. Vernon ficou aliviado pois assim ele deixaria o rancho de lado, pelo menos temporariamente.

Antes de entrar no set de filmagem porém Elvis tinha que gravar a trilha sonora. Em fevereiro daquele mesmo ano ele chegou desanimado e cabisbaixo no RCA Studio B em Nashville, Tennessee. Ele havia passado a semana anterior conhecendo o material que gravaria através de gravações demos enviadas pela gravadora e ficara desolado. O material era muito, muito ruim. Um punhado de canções mal escritas, mal feitas, sem melodia decente. Ele ficou tão furioso com o que ouviu que chegou a jogar o disco de demonstração contra a parede, o fazendo em pedaços. Depois reclamou para Priscilla afirmando que aquilo era "um grande monte de m...". Por isso quando entrou em estúdio e cumprimentou Jeff Alexander e Felton Jarvis, Elvis parecia estar com cara de poucos amigos. Resignado, sentado no meio do estúdio Elvis simplesmente sentenciou: "Ok, vamos começar logo para acabar com tudo isso..."

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Way Down In the Jungle Room

Agosto é mês de relembrar a morte de Elvis Presley. A RCA nunca deixa a data passar em branco. Nesse ano de 2016 a gravadora anunciou esse novo CD duplo intitulado "Way Down In the Jungle Room". Como se sabe as últimas sessões de gravação de Elvis em estúdio aconteceram em Graceland, na Sala das Selvas (Jungle Room). É justamente em cima desse material que o CD é composto. Eu gosto muito dessas gravações. A divulgação de takes e ensaios dessa sessão revelou um Elvis de bom humor, brincando com músicos e produtores, tudo em um bom clima, bem ameno.

Algo bem diferente do que foi divulgado por anos e anos em diversas biografias. Antes da revelação desse material muito se escreveu sobre um Elvis deprimido e armado, completamente raivoso por ter que gravar novas canções em sua mansão, em um "estúdio" improvisado, sem qualquer tipo de profissionalismo. Bobagem. É certo que gravar em Graceland não era a mesma coisa que gravar em um estúdio profissional da RCA em Nashville. Aspectos absurdos e amadores - como, por exemplo, o telefone tocando bem no meio da gravação de uma faixa - era algo meio decepcionante, porém não vamos desmerecer esse rico manancial de grandes canções apenas por detalhes como esse. Assim o que o ouvinte vai ter a chance de ouvir aqui é o outro lado da história, com Elvis bem à vontade (afinal de contas ele estava gravando em sua própria casa), se divertindo e tirando onda com seus músicos. Tudo de muito bom astral e divertido.

Elvis Presley - Way Down In the Jungle Room (2016)
Disc 1 - The Masters: 1. Way Down / 2. She Thinks I Still Care / 3. Bitter They Are, Harder They Fall / 4. Pledging My Love / 5. For The Heart / 6. Love Coming Down / 7. He'll Have To Go / 8. Blue Eyes Crying In The Rain / 9. Hurt / 10. Never Again / 11. Danny Boy / 12. Solitaire / 13. Moody Blue / 14. It's Easy For You / 15. I'll Never Fall In Love Again / 16. The Last Farewell / Disc 2 – The Outtakes1. Bitter They Are, Harder They Fall - take 1 / 2. She Thinks I Still Care – take 10 / 3. The Last Farewell - take 2 / 4. Solitaire - take 7 / 5. I'll Never Fall In Love Again – take 5 / 6. Moody Blue – take 1 / 7. For The Heart – take 1 / 8. Hurt – take 3 / 9. Danny Boy – take 9 / 10. Never Again - take 9 / 11. Love Coming Down – take 3 / 12. Blue Eyes Crying In The Rain – take 4 / 13. She Thinks I Still Care – (alternate version) take 2 / 14. It's Easy For You - take 1 / 15. Way Down – take 2 / 16. Pledging My Love – take 3 / 17. For The Heart – take 4.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Elvis Presley - Polk Salad Annie

Abaixo uma lista de versões de "Polk Salad Annie" que merecem ser conhecidas pelos fãs de Elvis Presley. Obviamente há centenas de outras, uma vez que Elvis realmente cantou bastante essa canção em seus concertos dos anos 1970. De qualquer forma é um levantamento inicial (e interessante) para quem gosta dessa singular faixa da carreira de Elvis.

FTD Spring Tours 77 - Polk Salad Annie dá seus primeiros sinais e logo nos primeiros momentos descobrimos que estamos na presença de uma versão especial. Muito mais movimentada e bem arranjada, a Polk Salad Annie de 1977 nada fica a dever a suas predecessoras do começo da década. Primeira constatação importante: Elvis está a mil! O grupo fecha com ele e capricha no apoio que não lhe falta em nenhum momento da execução de seu grande hit! Até mesmo o naipe de metais se mostra altamente feliz nessa noite. Aliás esse show de Milwaukee é muito interessante, muito recomendado para quem quiser ouvi-lo na íntegra. Infelizmente para esse CD só utilizaram essa versão, o que deixará todos com água na boca certamente. Elvis vai no comando da animação e segura muito bem a vibração ao lado de seus músicos, lá pelo meio ele desliza levemente e perde um pouco de fôlego, para logo se recuperar e encerrar a música com tudo! O final dessa versão é a melhor que já ouvi dessa música! Elvis e a TCB Band colocando pra quebrar mesmo e botando abaixo o ginásio. Apoteose pouca é bobagem! Nota 10! Data da gravação: 27 de abril de 1977.

FTD Elvis On Tour The Rehearsals - A versão de estúdio de Polk Salad Annie desse CD é um ensaio e já traz Elvis um pouco desligado e desinteressado de tudo à sua volta. Sutilmente Elvis vai levando ela meio que no controle remoto. Nas partes em que seu tédio é mais visível Elvis vai murmurando a letra. Nem no final eletrizante Elvis se empolga e termina a canção com um indisfarçável ar de preguiça ao bocejar "blablablablablabla...." Difícil segurar o riso ao perceber como Elvis estava de saco cheio nessa ocasião! Data da gravação: 31 de março de 1972.

FTD One Night in Vegas - A Polk Salad Annie desse CD empolga! Apesar de ter sido um dos símbolos máximos da temporada anterior, de fevereiro de 1970, Elvis resolveu repetir a dose, principalmente pela vibração que ela proporcionava entre seu público. Nessa época Elvis ainda declamava a introdução da canção explicando a letra para quem não era natural da Louisiana, mas depois ele dispensou esse preciosismo e nas versões que viriam ele entrava logo na parte principal da canção e mandava ver em seu ritmo! Com o uso excessivo da canção ao longo dos anos ela foi se modificando um pouco, com altos e baixos. Aliás ela serviria também como um termômetro nos anos que viriam. Como, pela sua própria natureza, ela demandava muita energia, logo os fãs sabiam de antemão se Elvis estava bem ou não em um show apenas ouvindo essa canção. Uma versão meia boca significava que Elvis não estava muito bem, já uma versão a mil significava justamente o contrário, que Elvis faria um concerto daqueles! Depois do show ao vivo o CD nos traz cinco canções retiradas de um ensaio feito por Elvis seis dias antes do show. Qualidade sonora de sofrível para ruim, se bem que para falar a verdade no final das contas isso não importa. Data da gravação: 10 de agosto de 1970.

FTD The Impossible Dream - A seguir chega a hora de uma das melhores músicas da carreira de Elvis e um símbolo seus nos palcos nos anos 70, a super funk rock frenética Polk Salad Annie. Umas das mais dinâmicas músicas dos shows de Elvis, Polk era usada para Elvis mostrar seu novo estilo de dança, uma mescla de caratê com os rebolados das décadas passadas. A versão aqui apresentada é razoável. Elvis já havia abandonado a parte falada e introduzido no meio um solo de baixo de Jerry Sheff, porém aqui novamente Elvis encurta a música, cortando o solo de Jerry pela metade. Data da gravação: 28 de janeiro de 1971. (Victor Alves)

FTD Southern Nights - Antes de iniciar Polk Salad Annie Elvis começa a canção Burning Love, porém a interrompe logo nos primeiros versos. A situação fica um pouco embaraçosa, principalmente depois que ele tenta se lembrar da letra e não consegue. Então sua vocalista começa a lhe passar a letra do primeiro verso, Elvis se enche um pouco daquela coisa toda e parte logo para Polk Salad Annie. Aqui podemos perceber que Elvis, depois de cinco shows seguidos, já estava um pouco de saco cheio. Ele nem insiste em tentar terminar (ou melhor dizendo começar) Burning Love, ele simplesmente a descarta! Aliás verdade seja dita, Burning Love nunca foi parte de sua lista de músicas preferidas, tanto que ele foi praticamente levado a gravá-la em estúdio e depois que ela se tornou um grande hit ele se viu na obrigação de apresentá-la nos concertos, mas quase sempre sem muito envolvimento e emoção. A versão de Polk Salad Annie desse último concerto em Huntsville é muito boa e interessante. Percebe-se claramente que Elvis se empenha em cantar direito, até mesmo para acabar com a má impressão deixada pelo fiasco de "Burning Love". Como as versões dessa época Elvis não apresentam a introdução falada e parte logo para a segunda parte da canção. Enfim, mais uma versão de "Polk Salad Annie" para a sua coleção das milhares de outras. O destaque maior fica mesmo com a participação da banda TCB e principalmente pelos solos do baixista Jerry Scheff (que chegou a tocar com os Doors em seu último disco, "L.A. Woman"). Pura paulada! Data da gravação: 1 de junho de 1975.

Polk salad Annie (Tony Joe White) - Some of you all never been down South too much... / I' gonna tell you a little story, so you'll understand where I'm talking about / Down there we have a plant that grows out in the woods and the fields, / and it looks something like a turnip green. / Everybody calls it Polk salad. Now that's Polk salad. / Used to know a girl that lived down there and she'd go out in the evenings to pick a mess of it... / Carry it home and cook it for supper, 'cause that's about all they had to eat, But they did all right. / Down in Louisiana / Where the alligators grow so mean / Lived a girl that I swear to the world / Made the alligators look tame / Polk salad Annie / 'Gators got your granny / Everybody said it was a shame / For the mama was working on the chain-gang / What a mean, vicious woman / Everyday before suppertime / She'd go down by the truck patch / And pick her a mess of Polk salad / And carry it home in a tote sack / Polk salad Annie / 'Gators got you granny / Everybody said it was a shame / 'Cause the mama was working on the chain-gang / Whoo, how wretched, dispiteful, straight-razor totin' woman, / Lord have mercy. / Sock a little Polk salad to him / Yeah, you know what, yeah, yeah / But daddy was a lazy and a no-count / Claimed he had a bad back / All her brothers were fit for / Was stealing watermelons out of my truck / For once Polk salad Annie / 'Gators got your granny / Everybody said it was a shame / For the mama was working on the chain-gang / Sock a little Polk salad to him / You know what meets a meal mention / You sock a little / Hey, hey, hey, yeah, yeah / Chic a bon, chic a bon, chic a bon bon bon bon / Chic a bon, chic a bon, chic a bon bon bon bon / Sock a little Polk salad to him / You know what meets a meal mention / Sock a little Polk salad to him / You know what meets a meal mention / Chinc, chinc, chinc, chin, ling, ling ling / Chinc, chinc, chinc, chin, ling, ling ling / Chinc, chinc, chinc, chin, ling, ling ling / (BMI) 4:40 - Data de gravação: 19 de fevereiro de 1970 - Local: International Hotel Showroom, Las Vegas.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - História, Discografia, Fotos e Documentos

Escrito por Gillian G. Gaar, esse novo livro intitulado "Elvis Presley - História, Discografia, Fotos e Documentos" não me pareceu grande coisa. É um daqueles lançamentos que primam mais pelo capricho na edição (em termos de fotos, qualidade de papel, etc) do que propriamente por seu conteúdo.

São apenas 120 páginas a um preço um pouco salgado (R$ 140,00 em média). Um dos chamarizes promocionais do livro afirma que ele traz uma série de reprodução de documentos raros, etc Bom, esse é o tipo de coisa que só interessa mais a quem é colecionador de memorabilia. Quem estiver em busca de informações e detalhes sobre a biografia de Elvis ou sua carreira ficará um tanto decepcionado.

Claro que há as inúmeras listas que já estamos acostumados a encontrar em lançamentos como esse como lista de álbuns, singles, filmes, etc. A questão é que esse tipo de coisa é facilmente encontrado na internet nos dias de hoje, assim como as várias fotos que recheiam o livro. Não há nenhuma deles especialmente rara ou de complicada localização na web. Assim, colocando os prós e contras na balança, o lançamento só vai lhe interessar mais se você estiver em busca de um livro de encadernação luxuosa em sua coleção, para colocar na sua biblioteca, ou então para mostrar para as visitas. Como conteúdo de fundo, para pesquisa e estudo, o livro é destituído mesmo de maior importância.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de setembro de 2005

Elvis Presley - Sweet Caroline / Release Me

Release Me:
FTD Elvis On Tour The Rehearsals - Aqui temos uma versão de estúdio bem pouco conhecida de "Release Me". Não que a faixa ao vivo, oficial, do disco "On Stage", não seja boa, nada disso. Ela é excelente. O que acontece é que como essa é gravada em estúdio tem muito mais qualidade sonora e de arranjo. Ouçam como ela é muito mais suave, tem muito mais ritmo, enfim como ela é agradável. Nas gravações ao vivo existe toda aquela produção inerente aos concertos para causar impacto no público. Todos aqueles arranjos de metais, muitas vezes super exagerados! Mas ouça essa versão. Nada disso está presente. Elvis, a banda TCB e os vocalistas de apoio estão totalmente entrosados, estão ótimos. Repare como até mesmo o grupo vocal de Elvis está bem mais discreto e oportuno. A melodia se perdeu um pouco no palco. Isso é decorrência do fato de que todo cantor que está se apresentando sente a necessidade de mexer com o público. Nesse processo muitas belas melodias perdem parte de seu charme. No estúdio tudo é mais calmo, mais ponderado, sem pressa e sem necessidade de levantar as pessoas que estão lhe assistindo. Essa "Release Me" de estúdio ficou bem bonita, impossível não notar.

FTD The Impossible Dream - "Release Me" faz parte do repertório desse CD, o que não deixa de ser uma surpresa já que a canção entrava e saia dos concertos, sendo bem inconstante. Na época em que o concerto desse CD foi realizado Elvis não costumava cantá-la com muitas frequência. Não havia razão aparente para que Elvis a descartasse de tempos em tempos. Essa falta de regularidade muitas vezes fazia com que o cantor esquecesse da letra, a mudando ao seu bel prazer. Nessa versão que ouvimos aqui Elvis muda a letra novamente, mas nada muito prejudicial. Para os especialistas as melhores versões da música são de 1972. Eu discordo em parte pois sou particularmente fã da versão oficial do "On Stage". De qualquer forma a música foi seguindo Presley até o fim. Ela fez parte do último show da carreira de Elvis em Indianapolis.

FTD Southern Nights - Aqui temos "Release Me" gravada na tarde do dia 1º de junho de 1975 em Huntsville. Embora não fosse nenhuma novidade, ainda era uma estranha no ninho no repertório de Elvis nesse ano de 1975. Aqui Elvis desacelera a velocidade normal da canção, o que a prejudica, pois seu ritmo correto, que foi utilizado na versão master do disco "On Stage", é muito mais satisfatório. A sensação que Elvis passa aqui é de estar com pouca vontade de levar em frente e terminar a música. Vale como registro, mas certamente não é a melhor versão presente na vasta discografia do artista.

Release Me (Stevenson - Miller) - Oh Yeah, You Like, Please play hard now / Oh please release me, let me go / For I just don't love you anymore / To waste our lives would be a sin / Oh, oh, oh, Release me and let me love again / I have found a new love dear / And I will always want her near / Her lips are warm while yours are cold / Oh, oh, oh, Release me, my darling let me go / Oh Please release me, let me go / For I just don't love you anymore / To waste our lives would be a sin / Oh, oh, oh, Release me and let me love again / Oh Please release me, let me go / For I just don't love you anymore / To waste our lives would be a sin / Oh, oh, oh, Release me and let me love again / Let me go, oh release me, my darling / Let me go / (BMI) 3:48 - Data de gravação: 18 de fevereiro de 1970 - Local: International Hotel Showroom, Las Vegas.

Sweet Caroline:
FTD One Night in Vegas - A versão de "Sweet Caroline" desse CD é bem mais interessante. Originalmente apresentada por Neil Diamond, a música se encaixou muito bem na lista de músicas que Elvis apresentava naquele momento. Ela tinha aparecido na vida musical de Elvis na temporada anterior, de fevereiro de 1970. Tanto que foi lançada oficialmente no disco "On Stage, February 1970" que trazia dez canções gravadas ao vivo (oito delas sendo registradas nessa segunda temporada da carreira de Elvis). Divertida e suave na medida correta acabou sendo uma das mais queridas do público brasileiro. Seu estilo único, aliado ao fato de que a versão original de Neil Diamond nunca chegou a ser muito conhecida em nosso país, fez com que ela se tornasse bem mais popular entre os fãs brasileiros de Elvis Presley. Uma melodia de bom gosto, acima de tudo.

FTD The Impossible Dream - Outra surpresa desse CD é a presença de uma versão ao vivo de "Sweet Caroline", sempre uma música de alegre adição ao repertório (para desespero de Jerry Sheef, que já declarou em entrevistas que odiava essa música!). Cantada desde janeiro de 70, a música começa, porém Elvis pede para parar logo no início e ainda diz: “É assim que nós fazemos as coisas aqui!”. Muito antiprofissional! (Victor Alves)

Sweet Caroline (Neil Diamond) - Where it began, I can't begin to know when / But then I know it's growing strong / Oh, wasn't the spring, whooo / And spring became the summer / Who'd believe you'd come along / Hands, touching hands, reaching out / Touching me, touching you / Oh, sweet Caroline / Good times never seem so good / I made him climb to believe it never would / And now I, I look at the night, whooo / And it don't seem so lonely / We fill it up with only two, oh / And when I hurt / Hurting runs off my shoulder / How can I hurt when holding you / Oh, one, touching one, reaching out / Touching me, touching you / Oh, sweet Caroline / Good times never seem so good / Oh I made him climb to believe it never would / Ohhh, sweet Caroline, good times never seem so good / (ASCAP) 2:55 - Data de gravação: 16 de fevereiro de 1970 - Local: International Hotel Showroom, Las Vegas.

Pablo Aluísio.