sexta-feira, 8 de julho de 2005

Elvis Presley - Elvis e os discos de Natal

Hoje em dia isso já não é tão comum, mas na época de Elvis era tradicional o fato dos grandes cantores de sucesso gravarem álbuns de natal. Frank Sinatra, Bing Crosby e Dean Martin são exemplos de cantores famosos e populares que gravaram discos com repertório exclusivamente natalino. A razão era simples de entender, esses discos vendiam muito, principalmente porque pegavam o embalo das vendas que cresciam justamente nesse período do ano. Gravar um disco de natal era ter um álbum certo entre os mais vendidos. Uma receita infalível de sucesso comercial.

Elvis não escapou dessa realidade. E foi relativamente cedo que ele gravou um disco natalino. Em 1957, com apenas um ano de sucesso internacional na carreira, a RCA Victor colocou no mercado o "Elvis Christmas Album", o disco de natal de Elvis. É curioso porque o LP chegou nas lojas em uma época em que Elvis era considerado um roqueiro rebelde, uma figura fora do sistema mesmo. Foi uma surpresa porque ninguém pensava que um roqueiro como ele iria cantar músicas de natal. Era como ver James Dean cantar Jingle Bells em um disco de natal. Os jovens rebeldes da época, com jaqueta de couro, cabelos cheios de brilhantina, andando em suas motocicletas possantes, poderiam esperar por tudo, menos por algo assim.

Para os críticos porém o disco surpreendeu. Não havia bregas de natal, mas canções de qualidade. O repertório ia do blues ao rock mais característico da época, embora com letras essencialmente natalinas. Para colocar sua marca registrada nas gravações Elvis até mesmo improvisou um verso dizendo para uma garota que Papai Noel viria em um Cadillac! Esse disco, um dos mais vendidos de toda a carreira de Elvis, poderia ser tudo, menos bobo ou careta. Era realmente um grande trabalho do cantor e não desmerecia em nada sua fase de roqueiro rebelde. Outro fato interessante sobre o "Elvis Christmas Album" de 57 é que esse foi o primeiro LP da carreira de Elvis a ter um tratamento de primeira linha em termos de direção de arte. Havia vários brindes dentro do álbum, muitas fotos e trabalho técnico impecável. "Santa Claus Is Back In Town", "Blue Christmas", "Here Come Santa Claus" e "Santa Bring My Baby Back" são consideradas as melhores do disco. Houve ainda um single tardio lançado em 1966 com a canção "If Every Day Was Like Christmas", mas sem muita repercussão. Os Estados Unidos estavam afundando na Guerra do Vietnã e o espírito natalino estava em baixa.

Elvis só voltaria a gravar para o natal muitos anos depois, já na década de 1970. De fato o "Elvis Christmas Album" foi sendo reeditado ano após ano, até chegar em um ponto que a RCA decidiu que seria interessante gravar um novo disco nos mesmos moldes. Era 1971 e Elvis já era um artista diferente por essa época. De fato ele não queria mais gravar músicas de natal. Apenas após muita pressão acabou cedendo. O material faria parte de um disco chamado "Elvis Sings the Wonderful World of Christmas" (Elvis canta o Maravilhoso Mundo do Natal). Esse segundo e último disco natalino de Elvis tem seus defensores, mas também seus críticos. Para muitos é um álbum melancólico, com um Elvis desinteressado nos vocais. O disco foi gravado meio às pressas, com Elvis improvisando com um pequeno grupo de músicos no estúdio e talvez por isso não seja tão tecnicamente perfeito quanto o primeiro disco dos anos 50. Mesmo assim ainda tem belos momentos como "O Come, All Ye Faithful" (uma canção lindamente melancólica) e "Merry Christmas Baby" (um ótimo blues, com performance perfeita de Elvis e banda). No final esse segundo disco natalino de Elvis não vendeu bem e o cantor finalmente desistiu de insistir nesse nicho musical. Papai Noel não voltaria mais a aparecer em sua discografia.

No Brasil os discos de natal de Elvis se tornaram verdadeiras raridades. O primeiro "Elvis Christmas Album" foi lançado timidamente no natal de 1958 (um ano após seu lançamento nos Estados Unidos) e mesmo assim em tiragem limitada, com apenas 10 mil cópias (chegando praticamente apenas nos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro). Os encartes, fotos e a excelente capa bem produzida que foi usada no lançamento americano também foram deixados de lado no Brasil. A filial da RCA no Brasil decidiu elaborar uma nova edição, bem mais simples e modesta, sem nada do que se encontrava no original Made in USA. Até mesmo a capa foi mudada. Ao invés da bem trabalhada direção de arte com os presentes embaixo da árvore de natal optou-se por uma foto simples de Elvis tirada durante o filme "Jailhouse Rock" (O Prisioneiro do Rock, no Brasil). Nada de luxo.

Se isso já foi bem ruim o pior ainda estaria por vir. Em 1971 a RCA Brasil decidiu que não iria lançar o "Elvis Sings The Wonderfull World of Christmas" no mercado brasileiro. A distribuidora nacional entendeu que não havia mercado promissor para um disco de músicas natalinas cantadas por Elvis Presley em nosso país. Nem a segunda edição do "Elvis Christmas Album" com nova capa e renovado repertório que chegou ao mercado americano pelo selo RCA Camden, encontrou espaço no Brasil. Assim, sem outra alternativa, os fãs brasileiros de Elvis precisaram importar todos esses discos diretamente dos Estados Unidos, por preços nada amigáveis. Na era do vinil, onde não havia ainda internet e nem nada parecido, ou se tinha o LP original ou não se tinha nada. As coisas eram bem mais complicadas.

Depois da morte de Elvis a procura por discos do cantor explodiu, como era de se esperar, e assim a RCA Brasil decidiu inventar o disco "O Primeiro Natal Sem Elvis" que nada mais era do que o álbum de natal de 1971, com a mesma seleção musical, capa e encartes. Tudo para aproveitar o momento de comoção pela morte do cantor. O disco até que vendeu muito bem nas lojas, demonstrando que Elvis havia se tornado novamente um grande campeão de vendas no mercado, mesmo que postumamente. Nesse mesmo ano (estamos falando de 1977) três outros discos de Elvis também venderam muito bem no Brasil naquele natal. Um deles foi o "Elvis Disco de Ouro" (até hoje o LP mais vendido no Brasil). Os dois outros discos foram o "Moody Blue" (idêntico ao americano, com algumas cópias em vinil azul especial) e o "Elvis in Concert" (com a trilha sonora do último especial de TV de Elvis, em edição dupla).

Sem Elvis a RCA então fez o que foi possível nos anos seguintes para sempre lucrar com essas gravações natalinas. Novos álbuns foram criados, com novas capas, seleções musicais diferentes, algumas deles misturando as músicas dos dois discos natalinos originais, mas sinceramente falando nenhum desses discos tinham algum valor histórico. A regra era apenas ter a cada fim de ano apenas mais uma coletânea caça-níquel tentando faturar em cima do clima natalino e do nome de Elvis Presley. Por isso para o fã que queira conhecer esse aspecto diferente da carreira do cantor o ideal é apenas ter os dois álbuns oficiais que foram lançados durante sua carreira, quando Elvis ainda era vivo. Todo o resto é apenas subproduto desses dois discos originais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Ele e as Três Noviças

Esse foi o último filme de Elvis Presley. Foi uma produção conjunta entre o canal NBC e a Universal. Na verdade Elvis estava bastante desiludido com Hollywood e por isso sua carreira de ator estava chegando mesmo ao fim. De certa forma a incrível fama de Elvis foi explorada de forma equivocada pelos grandes estúdios de cinema que ao longo da década de 1960 nunca lhe deram papéis melhores ou consistentes. Como tudo o que Elvis fazia se tornava sucesso as produções seguiam sempre a mesma fórmula que ao longo do tempo foi se desgastando cada vez mais. Os roteiros eram simples desculpas para Presley sair cantando uma música atrás da outra até que finalmente se acertava com a mocinha e The End.

O curioso é que esse filme foge dessa linha mais ingênua. As personagens femininas não são jovens bobas que caem aos pés de Elvis por onde ele passa. O personagem que interpreta não é um piloto-aventureiro ou algo que o valha. Aqui Elvis faz o papel do médico John Carpenter que exerce sua profissão num dos bairros mais pobres de Nova Iorque. Em sua luta diária pelo bem estar de seus pacientes ele acaba se tornando amigo próximo de algumas noviças da paróquia local, entre elas a irmã Michelle (Mary Tyler Moore). Curiosamente embora a estória se passe toda em Nova Iorque o filme não foi rodado lá mas sim em estúdio na Califórnia, em Pasadena.

Além do clima mais pé no chão "Ele e as três noviças" também se destaca por ter uma ambientação mais naturalista, inclusive com cenas externas, algo que era incomum nos filmes de Elvis (praticamente todos os anteriores foram rodados dentro de estúdio). O cantor está com ótima aparência física, fruto de sua volta aos palcos em Las Vegas o que o renovou como artista e intérprete. Outro ponto positivo é a trilha sonora que é incrivelmente livre de bobagens que ouvíamos nas produções mais recentes do cantor. Durante um certo tempo se cogitou em exibir o filme na TV americana mas depois o bom senso prevaleceu e o filme chegou finalmente nas salas de cinema em janeiro de 1970. Depois a própria NBC o exibiu em edição cortada para encaixar dentro de sua programação noturna com menos de uma hora de duração, o que deixou a película bem truncada e sem ritmo.

O filme fazia parte do contrato que Elvis assinou com o canal em 1968 onde ficou estabelecido que ele faria um programa de TV (o NBC Special Comeback) e um telefilme - que acabou sendo esse "Change of Habit". Uma das cenas mais lembradas é a sequência final onde Elvis surge cantando dentro de uma Igreja Católica. No saldo final o filme como um todo agrada. É interessante perceber que quando as coisas pareciam melhorar para Elvis no cinema ele finalmente deixou de lado sua carreira de ator. De certo modo ele, ao que tudo indica, se conscientizou que era mesmo um cantor, um músico e não um ator. Melhor assim pois a partir desse ponto ele voltaria aos palcos definitivamente e com ânimo renovado. Os anos 70 estavam nascendo e na nova década que surgia Elvis entraria de corpo e alma em turnês extremamente bem sucedidas, levando sua música para grandes arenas e grandes multidões. Era o começo de uma nova era em sua vida artística. Nesse cenário é bom saber que Change of Habit foi uma despedida digna de Elvis das telas.

Ele e as Três Noviças (Change of Habit, EUA, 1969) Direção: William A. Graham / Roteiro: James Lee, S.S. Schweitzer / Elenco: Elvis Presley, Mary Tyler Moore, Barbara McNair / Sinopse: Médico em um gueto de Nova Iorque tenta levar sua carreira em um dos bairros mais pobres da cidade. Lá conhece três noviças da paróquia local que também estão determinadas a ajudar a carente população local.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - The Elvis Is Back Sessions


Elvis Presley - The Elvis Is Back Sessions (4-CD)
THE ORIGINAL ALBUM
SIDE 1                                                                      
01 Make Me Know It 2:02                                                   
02 Fever 3:35                                                                                )                                   
03 The Girl Of My Best Friend 2:25                                              
04 I Will Be Home Again 2:37                                                      
05 Dirty, Dirty Feeling 1:36                                                                  
06 Thrill Of Your Love 3:05                                                         

SIDE 2                                                                                       
07 Soldier Boy 3:07                                                                      
08 Such A Night 3:02                                                          
09 It Feels So Right 2:12                                                             
10 Girl Next Door Went AíWalking 2:16                                        
11 Like A Baby 2:39                                                                
12 Reconsider Baby 3:44                                                        

THE ORIGINAL SINGLES SIDES
13 Stuck On You 2:22                                                           
14 Fame And Fortune 2:33                                                                  
15 It’s Now Or Never 3:18                                                                 
16 A Mess Of Blues 2:42                                                                        
17 Are You Lonesome Tonight? 3:09                                             
18 I Gotta Know 2:18                                                                     

Disc 2
THE MARCH SESSIONS
01 Make Me Know It (take 1) 2:37                                                       
02 Make Me Know It (take 2) 1:59                                                        
03 Make Me Know It (take 3) 2:19                                                       
04 Make Me Know It (takes 4-8) 4:02                                                  
05 Make Me Know It (takes 9-11) 2:55                                               
06 Make Me Know It (takes 12 & 14) 3:33                                        
07 Make Me Know It (takes 15-16) 3:01                                             
08 Make Me Know It (takes 17-18) 2:56                                              
09 Make Me Know It (take 19/M) 2:10                                               
10 Soldier Boy (take 1) 3:09                                                              
11 Soldier Boy (takes 2-7) 8:52            
12 Soldier Boy (takes 8-10) 4:15                                                      
13 Soldier Boy (take 11) 3:07                                                           
14 Soldier Boy (takes 12, 14 & 15/M) 4:43                                          
15 Stuck On You (take 1) 2:35                                                          
16 Stuck On You (take 2) 2:25                                                           
17 Stuck On You (take 3/M) 2:30                                                      
18 Fame And Fortune (take 1) 3:32                                                 
19 Fame And Fortune (take 2) 2:37            
20 Fame And Fortune (takes 3-5) 5:40                                             
21 Fame And Fortune (takes 6-7) 3:39                                                
22 Fame And Fortune (take 8) 2:52

DISC 3
THE MARCH SESSIONS (Continued)
01 Fame And Fortune (take 9)    2:54                                                     
02 Fame And Fortune (takes 10-11) 4:10                                           
03 Fame And Fortune (takes 12 & 14) 4:09                                         
04 Fame And Fortune (take 15) 2:42                                                  
05 Fame And Fortune (splice of takes 15 & 14/M) 2:33                   
06 A Mess Of Blues (take 1) 3:05                                                       
07 A Mess Of Blues (takes 2-3) 3:00                                             
08 A Mess Of Blues (take 4) 2:13                                                         
09 A Mess Of Blues (take 5/M)  2:49                                                    
10 It Feels So Right (take 1) 2:08                                                       
11 It Feels So Right (take 2) 2:10                                                        
12 It Feels So Right (take 3) 3:18                                                      
13 It Feels So Right (takes 4 & 5/M) 3:03

THE APRIL SESSIONS
14 Fever (take 1) 3:53                                                                         
15 Fever (takes 2-3) 4:08                                                                    
16 Fever (take 4/M)    3:56                                                                     
17 Like A Baby (takes 1-2) 5:03                                                                            
18 Like A Baby (takes 3-4) 3:53                                                       
19 Like A Baby (takes 5 & 6/M) 3:18            
20 It’s Now Or Never (take 1) 3:29                                                    
21 It’s Now Or Never (take 2) 3:24                                                      
22 It’s Now Or Never (takes 3-4) 3:59

DISC 4                                                                  
THE APRIL SESSIONS (Continued)
01 It’s Now Or Never (splice of takes 4 & 2/undubbed master) 3:18
02 The Girl Of My Best Friend (takes 1-3) 5:10                                          
03 The Girl Of My Best Friend (takes 4-6) 3:51                                
04 The Girl Of My Best Friend (takes 7-9) 4:36                             
05 The Girl Of My Best Friend (take 10/M) 2:34                              
06 Dirty, Dirty Feeling (take 1) 2:25
07 Dirty, Dirty Feeling (takes 2-3) 1:42                                            
08 Dirty, Dirty Feeling (take 4) 1:43                                                      
09 Dirty, Dirty Feeling (splice of take 4 and guitar solo from take 1/M)    1:37                                                                             
10 Thrill Of Your Love (take 1)    3:41            
11 Thrill Of Your Love (takes 2 & 3/M) 3:46                                
12 I Gotta Know (takes 1 & 2/M) 3:05                                                
13 Such A Night (take 1) 3:15                                                        
14 Such A Night (takes 2-4) 2:27                                                    
15 Such A Night (take 5/M) 3:13                             
16 Are You Lonesome Tonight? (takes 1-2) 3:49                          
17 Are You Lonesome Tonight? (takes 3-4) 2:11                         
18 Are You Lonesome Tonight? (take 5)    3:12                                 
19 Are You Lonesome Tonight? (workpart take 1) 0:58                            
20 Are You Lonesome Tonight? (workpart take 2) 1:18                          
21 Are You Lonesome Tonight? (splice of take 5 & workpart take 2) 3:09                                                                               
22 Girl Next Door Went A’ Walking (takes 1-3) 4:06                             
23 Girl Next Door Went A’ Walking (take 4/M) 2:24                             
24 I Will Be Home Again (take 4/M) 2:47                                           
25 Reconsider Baby (take 2/M) 3:53

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Elvis Presley 1976

Elvis estava muito obeso por volta de 1976. Isso porém não o impediu de encarar uma agenda insana de shows por todos os Estados Unidos. Viajando em seu avião particular, o Lisa Marie, Elvis cruzou os céus e cumpriu uma das mais lotadas turnês de sua carreira. Era o ano do bicentenário de independência da América e ele queria mostrar para seus fãs todo o seu patriotismo nos palcos. Mandou confeccionar uma nova roupa de palco que chamou de bicentennial com as cores da bandeira do país.

Só que nem todo o entusiasmo de Elvis conseguiu superar seus problemas. Ele passou a se apresentar com dificuldade, principalmente por causa do peso. Suando muito, esquecendo as letras das músicas, ele começou a ser criticado pelos jornalistas que iam até seus shows. O público, obviamente, comparecia para prestigiar, mas nem sempre ficava plenamente satisfeito. Havia problemas bem visíveis ali, era algo muito claro para quem assistia aos concertos.

Elvis então adotou duas estratégias para se preservar. Ele adotou uma fórmula de atender a pedidos da plateia. Assim caso esquecesse as letras poderia ter uma desculpa em mãos. Também adotou uma longa apresentação de sua banda, com solos de praticamente cada um de seus membros. Geralmente nesses momentos Elvis sentava numa cadeira ou então ia embora para o camarim se recuperar. Em termos de repertório ele introduziu poucas músicas novas. As mais notórias eram "Hurt" e "America, The Beautifull". Uma raridade foi ter cantado "Danny Boy", mas isso foi tão breve e singular que nem sequer serve como uma citação, um exemplo válido de renovação que ele vinha promovendo nos shows.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley: The Searcher

Esse é um documentário sobre Elvis Presley que está sendo exibido no Brasil pelo canal HBO. É dividido em duas partes. Na primeira somos levados aos primeiros anos de Elvis, quando ele saiu de uma origem humilde para se tornar o cantor número 1 dos Estados Unidos, sendo coroado logo no começo da carreira como o verdadeiro Rei do Rock. Afinal o novo estilo musical, batizado de rock, começava a dominar as rádios da América naquele período histórico. Nessa primeira parte vemos Elvis ainda bem jovem, muito apegado à mãe, procurando por novos caminhos, querendo acima de tudo trazer uma vida melhor para sua família.

Na segunda parte vemos Elvis voltando do exército, tentando retomar os rumos de sua carreira. É interessante porque o documentário demonstra bem a divisão entre as escolhas pessoais de Elvis em relação à sua música (bem presentes em discos como Elvis is Back e His Hand in Mine) e o material imposto por Hollywood, onde a vontade do cantor se tornava nula. Eram músicas que ele não acreditava, mas que gravava, por imposição contratual. O documentário é rico em imagens raras e fotos pouco conhecidas. Na frente de tudo está a ex-esposa Priscilla Presley que colaborou bastante na produção. Se você gosta de Elvis Presley e quer conhecer mais sua história se torna uma ótima dica na programação da TV a cabo. Não vá perder.

Elvis Presley: The Searcher (Estados Unidos, 2018) Direção: Thom Zimny / Roteiro: Alan Light / Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Tom Parker, Steve Allen, Ann-Margret, Chet Atkins / Sinopse: Documentário sobre o ator e cantor Elvis Presley, desde os seus primeiros anos, passando pelo estrelato em Hollywood até seu final, quando foi encontrado morto no banheiro de sua mansão Graceland no ano de 1977,

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de junho de 2005

O escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley - Parte 2

A briga judicial entre Lisa Marie Presley e seu ex-marido Michael Lockwood segue em frente. Entre derrotas e vitórias, eles continuam a troca de acusações pela imprensa. Lisa Marie Presley havia acusado o ex-marido de ter material criminoso envolvendo pedofilia em seus computadores pessoais. Todos os equipamentos foram então recolhidos pelo departamento de polícia. Na semana passada saiu o resultado da perícia. O xerife do condado resolveu não indiciar Lockwood em seu inquérito policial pois segundo ele nenhum material comprometedor foi encontrado nos HDs dos computadores.

O resultado foi uma vitória para Michael Lockwood. Ele disparou dando entrevistas, dizendo que Lisa Marie queria destruir sua imagem e sua reputação com falsas acusações, mentiras dizendo que ele era pedófilo. Lockwood também afirmou que Lisa não conseguiu se livrar de seu vício em cocaína, tendo largado o tratamento pelo meio do caminho. "Lisa mente e ainda está com problemas de dependência química! Ela é mentirosa e viciada!" - disparou Lockwood.

O ex-marido de Lisa também deixou claro que vai recorrer da decisão de primeira instância que lhe negou o pagamento de uma pensão mensal. Os advogados de Lisa afirmaram ao juiz do caso que ela estaria falida, sem condições financeiras de bancar essa pensão. Também disseram que a pensão não tinha razão de ser pois Lockwood era músico profissional e não tinha sua capacidade de trabalho comprometida, nem por sua saúde e nem por sua idade. O juiz acolheu as teses da defesa e o pedido de Lockwood foi negado! O ex-marido porém não se dá por derrotado. Ele também parece disposto a brigar pela guarda das duas filhas, pois as meninas gêmeas agora estão sob a guarda da avó, Priscilla Presley, após o órgão de proteção à infância de Los Angeles ter determinado a retirada delas da guarda de sua mãe, Lisa Marie. Pelo visto novos capítulos dessa briga virão em breve.

Pablo Aluísio.

O escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley - Parte 1

E o escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley segue em frente. Na última sexta-feira houve uma audiência judicial na corte de Los Angeles. Essa foi a primeira aparição pública de Lisa Marie Presley desde que ela se retirou para se submeter a um tratamento de recuperação e reabilitação de seu problemas de vício em relação a cocaína. Nessa semana Lisa também perdeu a guarda das duas filhas de oito anos que foram morar com a avó, Priscilla Presley.

Lisa parecia bem de saúde, posou para fotos e sorriu para os fãs de Elvis que foram até o fórum de Los Angeles. Parecia bem disposta e saudável. Algumas fontes afirmam que ele entrou recentemente em um programa dos N.A. (Narcóticos Anônimos) para ajudar em sua recuperação de sua dependência química.

Em meio a tantos escândalos Lisa conseguiu uma vitória nas tribunais. O juiz negou o pedido de seu ex-marido Michael Lockwood que havia solicitado uma pensão mensal de 40 mil dólares a ser paga por Lisa, afirmando que estaria morando de favor na casa de um amigo, dormindo em seu sofá. Lockwood afirmou ao juiz que esse valor seria justo pois ninguém conseguiria viver com dignidade com menos do que 40 mil dólares mensais (algo em torno de 130 mil reais!).

O juiz indeferiu seu pedido dizendo que Lockwood não havia perdido sua capacidade de trabalhar, que não sofria de nenhuma doença grave e que poderia arranjar um emprego para superar suas dificuldades financeiras. Além disso explicou que as duas filhas estavam sob a guarda da avó Priscilla e que nada justificaria o pagamento de uma pensão a ele.

Indignado o ex-marido de Lisa Marie declarou que ela está tentando destruir sua reputação ao afirmar que ele tinha material de pedofilia em seus computadores. "Eu estou enojado com o que foi feito contra mim! Nada foi provado e eu irei provar que fui vítima de uma armação!" - gritou aos jornalistas ao deixar o tribunal. Ele também afirmou que irá recorrer da decisão que negou sua pensão mensal, além de seguir em frente para ter sua parte na fortuna de Lisa Marie Presley. O advogado de Lisa, por outro lado, negou que sua cliente tenha tanto dinheiro como afirmado por Lockwood. "Minha cliente passa por dificuldades financeiras, excelência!" - teria dito o advogado de Lisa ao juiz do processo de divórcio - "Ela está falida!" - Concluiu.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Elvis Presley - RCA Studio C

Em março de 1972 Elvis foi até o estúdio C da RCA em Hollywood para gravar novas músicas. Inicialmente os planos eram de gravar material inédito para ser lançado na trilha sonora do novo filme de Elvis pela Metro chamado "Elvis on Tour". Foi programada uma semana de gravações e as expectativas do produtor Felton Jarvis eram muito boas. Porém Elvis tinha outros planos e só apareceu mesmo por três dias.

No total ele gravou poucas músicas - sete apenas - porém nos chama a atenção até hoje a qualidade das faixas e a boa receptividade que essas canções tiveram depois. Na primeira noite de trabalho Elvis gravou apenas três músicas. Os trabalhos começaram com "Separate Ways" que havia sido escolhida pelo produtor para ser o lado A do próximo single de Elvis. Por essa razão resolveram caprichar bem nos arranjos, trazendo belos solos de violão. A letra era bem significativa para Elvis naquela ocasião pois ele estava bem no meio do turbilhão de problemas causados por seu divórcio da esposa Priscilla.

Logo após vieram as não tão marcantes "For the Good Times" e "Where Do I Go from Here?". Essas ficaram um bom tempo arquivadas, sendo que a última, por exemplo, só veio a ser lançada tempos depois no disco "Elvis", também conhecido como "The Fool Album". Essa primeira noite foi considerada pouco produtiva pelo produtor Felton Jarvis pois ele tinha planos de gravar pelo menos seis, sete faixas, até o dia amanhecer, mas Elvis não parecia tão disposto.

No dia seguinte Elvis foi ainda menos produtivo. Ele só gravou duas canções. Parecia um pouco cansado das longas viagens e dos concertos sem fim. Mesmo assim puxou energia para uma das canções mais populares dos anos 70, o hit "Burning Love". Era uma velha sugestão da RCA Victor, tentando fazer Elvis gravar músicas mais embaladas, alegres, não ficando tão restrito apenas às baladas românticas e ao material country. A outra gravada nesse mesmo dia foi "Fool" que no ano seguinte se tornaria a música de trabalho do disco "Elvis".

E para finalizar essas curtas, porém extremamente bem sucedidas faixas, Elvis terminou seu trabalho no dia 29 com a gravação da imortal "Always on My Mind" seguida da também excelente "It's a Matter of Time". Fazendo um panorama em cima da seleção de repertório é impossível negar que todas essas músicas tinham algo em comum e retratavam de certa maneira o momento emocional que Elvis vinha passando em sua vida. Até parecia que o cantor queria compartilhar com todos os fãs a triste realidade de um casamento destruído, fracassado. O fim de um sonho romântico que não se concretizou.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de junho de 2005

Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 2

Elvis Presley sempre foi um cara muito tímido. Em seus anos de colegial ele nunca se destacou muito no círculo social dos estudantes de sua classe. As únicas coisas que chamavam a atenção nos corredores da escola eram seus cabelos e suas roupas, que fugiam do padrão. Ele porém nunca se comportou como um rebelde sem causa ao estilo James Dean. No fundo era um estudante calado, educado e completamente na dele.

Assim quando Elvis se viu diante de um microfone nos estúdios da Sun Records ele ficou um pouco intimidado. A velha timidez apareceu mais uma vez. Elvis e seu violão foram gravados. Ele interpretou "My Happiness" de um jeito muito acanhado, com uma vozinha tímida, quase desaparecendo. A secretária da Sun que atendeu Elvis naquela tarde chegou a comentar anos depois: "Elvis foi provavelmente a pessoa mais tímida que já havia entrado na Sun até aquele momento!".

O produtor e dono da Sun Records Sam Phillips não estava no estúdio naquela tarde. Por isso a secretária Marion Keisker resolveu anotar em um pequeno bloco de notas a frase: "Elvis Presley, bom cantor de baladas, entrar em contato. Fone...". Elvis ficou surpreso ao ouvir Marion dizendo que iria passar seu nome para Sam, para quem sabe algum dia ele for chamado para um teste. Tudo era possível. Então Elvis pagou quatro dólares pela gravação e saiu com o primeiro disco de Elvis Presley da história. Um pequeno acetato com um selo tosco, batido a máquina de escrever, trazendo  apenas o nome da música e do cantor. Tudo meio mal feito, amador.

Elvis jogou o acetato no banco de seu caminhão e voltou para casa pois o expediente na companhia de energia de Memphis havia chegado ao fim. No começo Elvis pensou que Marion estava apenas sendo gentil, dizendo que iria indicar seu nome para Sam Phillips. Ela era uma dessas senhorinhas simpáticas, sempre pronta a dizer algo agradável. Elvis porém estava errado, Marion havia falado sério. Quando Sam chegou ao estúdio ela lhe disse que um rapaz muito interessante tinha aparecido na Sun naquela tarde para gravar um disquinho. Era um garoto apenas, sem banda, tocando apenas com seu violão. Um lobo solitário. Sam disse de pronto: "Ligue para ele então! Vamos fazer uma audição!". Sam vivia dizendo: "O dia que encontrar um branco que cante como um negro eu vou ficar rico!". Será que Elvis Presley era essa pessoa?

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 1

Em 1953 Elvis Presley era apenas um jovem que havia terminado o colegial. Fazia pouco tempo que ele havia começado a trabalhar em seu primeiro emprego como motorista de caminhão da companhia de eletricidade da cidade de Memphis. De vez em quando Elvis levava seu violão, o colocando no banco ao lado da cabine de seu caminhão. Enquanto a equipe consertava os fios elétricos, Elvis ficava dedilhando seu instrumento, cantando algum sucesso que ouvira nas estações de rádio.

Como era pobre, Elvis não via possibilidades de ir para uma universidade. Nos Estados Unidos as universidades eram privadas e caras e ele simplesmente não tinha dinheiro para bancar algo assim. Além disso tinha que trabalhar para ajudar no orçamento muito apertado de sua família. Elvis morava ao lado de seu pai e sua mãe em um conjunto habitacional construído pelo governo Roosevelt que tinha como objetivo justamente dar moradia para famílias de baixa renda de todo o Sul do país. Era parte do New Deal, o programa do governo que procurava levantar o país depois da grande depressão. O objetivo era ajudar as famílias mais pobres do país, um programa social de habitação popular.

Assim cursar uma universidade estava fora dos planos e das possibilidades de Elvis. Ao contrário disso e seguindo os conselhos de seu pai ele se matriculou em um curso técnico para se tornar eletricista. Seu pai Vernon, um homem que havia trabalhado nos campos de algodão, sabia como era importante aprender uma profissão, além disso como ele uma vez disse ao filho: "Esses eletricistas ganham muito bem Elvis! Entre um conserto e outro eles enchem os bolsos!". Embora gostasse de cantar e tocar violão, não passava pela cabeça de Elvis se tornar um músico profissional. A classe artística era mal vista naqueles tempos, coisa de vagabundos da Beale Street, a rua onde se concentrava os bares de Memphis.

Embora não tivesse planos de ser um dia alguém que viesse a viver de sua música, Elvis tinha curiosidade em saber como soaria sua voz em um disco! Sua curiosidade acabaria o levando a tentar a sorte ao ver um anúncio da Sun Records, pequeno selo musical de Memphis, que fazia discos caseiros para quem pagasse o valor cobrado. Ao passar pelo estúdio viu o anúncio e decidiu gravar uma versão de uma velha canção chamada "My Happiness" de 1933. Durante muitos anos se espalhou a lenda de que Elvis teria gravado esse disquinho para dar de presente para sua mãe, mas isso não foi verdade. A família Presley não tinha vitrola e nem sua mãe estava fazendo aniversário naquela época. A verdade pura e simples é que Elvis tinha curiosidade e queria ouvir sua voz gravada em um acetato! Será que sua voz ficaria bem numa gravação?

Pablo Aluísio.