Quando jovem, o escritor Fyodor Dostoyevsky acabou se envolvendo com um grupo revolucionário russo que lutava contra a monarquia. Eles queriam derrubar o regime Romanov. Não deu certo. Dostoyevsky foi preso e enviado para a congelante Sibéria onde amargou dez anos numa prisão de trabalhos forçados. A história desse filme começa quando encontramos Dostoyevsky já na velhice. Ele luta pela sobrevivência, sempre sendo explorado por editores gananciosos que no fundo querem apenas controlar seus direitos autorais. Desde sempre escritores são explorados, infelizmente esse é um capítulo que se repete ao longo da história. Para facilitar e agilizar seu novo romance ele então contrata uma jovem secretária. Enquanto ele dita, ela vai escrevendo a história. E ele fica emocionalmente envolvido com ela, pra variar...
Seu mundo vira do avesso novamente quando um jovem surge em seu caminho. O rapaz tem os mesmos ideais que tinha o jovem Dostoyevsky, só que os anos de experiência na prisão quebraram sua alma. Mesmo assim, sem refletir muito e indo pelos valores que ele tanta prezava em seus tempos de juventude, o velho Dostoyevsky acaba se envolvendo um pouco demais nessa nova luta revolucionária. Bom filme, valorizado pelo bom desempenho dos atores e por um detalhe que não deve passar em branco para quem for assistir essa produção cinematográfica. A trilha sonora foi assinada pelo talentoso Ennio Morricone. Mais simbólico do que isso para quem ama cinema, impossível.
Demônios de São Petersburgo (I demoni di San Pietroburgo, Rússia, Itália, 2008) Direção: Giuliano Montaldo / Roteiro:Andrey Konchalovskiy, Paolo Serbandini, Monica Zapelli / Elenco: Predrag 'Miki' Manojlovic, Carolina Crescentini, Roberto Herlitzka / Sinopse: Na velhice o escritor Dostoyevsky encontra um grupo de jovens revolucionários e isso novamente acende seus ideais dos tempos de sua própria juventude.
Pablo Aluísio.