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sábado, 16 de abril de 2011

Filipe II da Espanha

Filipe II da Espanha foi um dos monarcas mais destacados da história de sua nação. Foi um político extremamente habilidoso que também soube como poucos manter suas convicções pessoais intactas. Ele reinou de julho de 1554 até setembro de 1598. Um logo reinado que ajudou a modelar o mundo atual em que vivemos. Sua importância não se deu apenas dentro da Europa, mas atravessou os mares, principalmente no Brasil. Isso pode ser facilmente entendido quando Portugal e Espanha se tornaram um só Reino. O Brasil era uma distante colônia portuguesa na América do Sul, ainda pouco explorada e conhecida. Quando Filipe se tornou também o monarca de Portugal nosso país ficou sob sua regência. Essa fase ficou conhecida como a União Ibérica. A capital da Paraíba - hoje João Pessoa - passou a se denominar na época de Filipéia em sua homenagem. Essa é uma das mais antigas cidades do Brasil.

Pois bem, no campo religioso o Rei Filipe II da Espanha se destacou também por ter sido um fervoroso defensor da Fé Católica. Aqueles foram tempos conturbados na Europa. O protestantismo se espalhava por toda a Europa e o Rei precisou se posicionar sobre o que estava acontecendo. Filipe veio de uma família com longa tradição católica e não estava disposto a abrir mão disso. Ele negou em diversas ocasiões a tomada de decisões que porventura pudessem agredir a liberdade de culto do catolicismo ou a apropriação de seu bens, como havia acontecido na Inglaterra e países nórdicos. Sua posição firme ao lado do catolicismo logo causou problemas externos, principalmente com os chamados Países Baixos (Holanda e Bélgica, principalmente) que começavam a difundir enormemente o protestantismo. Nessas nações começou um movimento de perseguição contra os católicos. Filipe II ficou indignado com a situação que se desenvolvia por lá.

Dentro da Espanha o Rei ordenou que fosse construído o mosteiro de El Escorial onde agrupou uma das mais maravilhosas coleções de arte de cunho religioso. Para lá Filipe enviou os melhores quadros do Reino, entre eles peças de mestres consagrados. Também mandou organizar uma extensa biblioteca para onde foram enviados obras literárias de um momento considerado grandioso na língua espanhola. No campo jurídico mandou organizar em forma de códigos de leis as chamadas ordenações filipinas que inclusive tiveram vigência no Brasil Colônia.

Com a Inglaterra Filipe II teve inúmeros problemas. Ele era um ferrenho crítico do que havia feito Henrique VIII que, impedido de se casar pela segunda vez pela Igreja Católica, resolveu romper laços com o Vaticano, tornando de posse milhares de propriedades da Igreja para fundar sua própria religião, a Anglicana. Filipe considerava isso um grande insulto contra o que ele chamava de a fé verdadeira. Com o aumento de líderes fanáticos protestantes Filipe logo autorizou a instalação da chamada Inquisição espanhola que se tornou instrumento de combate contra as novas heresias que vinha do leste europeu.

Mesmo que esse tenha sido um ponto a se criticar de seu reinado uma coisa se torna clara: O protestantismo jamais conseguiu se firmar com solidez na península ibérica, se tornando sempre uma segunda vertente, algo que não se repetiu em diversos outros países europeus. A preservação da fé católica se estendeu rumo a Portugal e claro em suas colônias pelo mundo afora, inclusive o Brasil que se tornaria no futuro a maior nação católica do mundo, algo que certamente Filipe II apreciaria. Seu legado assim se torna bastante relevante pois sua lealdade ao catolicismo lhe valeu a eternidade em termos históricos.

Pablo Aluísio.