A vida de Gloria Bell (Julianne Moore) não é das mais felizes. Ela se divorciou do marido e seus filhos, agora adultos, não dão muita bola para ela. Para aliviar um pouco essa vida de tensão que se resume em ir para o trabalho e voltar para casa, ela decide frequentar uma discoteca meio capenga e cafona, onde só tocam sucessos da era do disco, dos anos 70. E na pista de dança dessa discoteca fora de moda ela conhece Arnold (John Turturro), um homem de sua idade, que também se diz divorciado e infeliz, pai de duas jovens que parecem nunca encontrar o rumo de suas vidas. Arnold é dono de um velho parque de diversões decadente e enferrujado e logo começa um namoro com Gloria.
Bom filme, mostrando a vida de uma mulher comum, cheia de problemas pessoais, como todos nós. Depois do divórcio ela tenta reconstruir os pedaços de sua vida emocional, mas é tudo tão complicado. Para uma mulher que viveu toda a sua existência reprimida é complicado nessa altura, com essa idade, arranjar um namorado e não ser julgada pelos outros. O namorado também fica longe de ser perfeito. É um cara que parece mentir o tempo todo, fazendo com que ela desconfie que ele ainda é casado. Pior, ele está sempre sumindo dos encontros, sem nem se despedir. Um cara estranho. Enfim, apesar de uma certa melancolia, esse filme me passou algo bem verdadeiro e humano em seu roteiro. E sim, Julianne Moore continua sendo uma grande atriz.
Gloria Bell (Gloria Bell, Estados Unidos, 2018) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Alice Johnson Boher, Sebastián Lelio, Gonzalo Maza / Elenco: Julianne Moore, John Turturro, Michael Cera, Brad Garrett, Rita Wilson, Caren Pistorius / Sinopse: O filme conta a história de uma mulher bem mais velha e madura que tenta reconstruir sua vida emocional e encontra muitos desafios pelo caminho.
Pablo Aluísio.