Título no Brasil:
Um Conto do Destino Título Original: Winter's Tale
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Akiva Goldsman
Roteiro: Akiva Goldsman
Elenco: Colin Farrell, Jessica Brown Findlay, Russell Crowe, William Hurt, Will Smith, Jennifer Connelly
Sinopse:Quando ainda era apenas um bebê, Peter Lake (Colin Farrell) é deixado à deriva no mar por seus pais, imigrantes irlandeses que são impedidos de imigrar para os Estados Unidos. Encontrado por um grupo de pescadores ele passa a ser criado por um gangster violento chamado Pearly Soames (Russell Crowe). Anos depois decide abandonar a gangue e começa a ser caçado por seu criminoso bando. Para sua surpresa porém é salvo no último momento por um cavalo alado, com asas angelicais. Depois por acaso, em um assalto, conhece Beverly Penn (Jessica Brown Findlay), uma linda garota ruiva que está com os dias de vida contados pois sofre de tuberculose. Esse encontro mudará a vida de Peter Lake para sempre.
Comentários: Antes de mais nada é bom saber que é um filme de complicada definição. Tem romance mas esse não é o foco principal da trama. O roteiro explora temas religiosos como a eterna luta entre anjos e demônios, mas mesmo assim também não é um filme religioso. Tem cenas de lutas e confrontos mas não se pode considerar um filme de ação. Tem um enredo lírico, quase em tom de contos de fadas, mas não é uma fábula. No final o que acaba atraindo mesmo é a originalidade, pois dificilmente você encontrará por aí algo que seja parecido. As referências bíblica começam logo nas primeiras cenas. O personagem de Peter Lake (Colin Farrell) é abandonado nas águas para ser encontrado (uma clara alusão a Moisés). Depois ele é criado por um sujeito desprezível, um chefe mafioso que se revelará um ser sobrenatural do mal (com direito a um superior bem conhecido, nada mais, nada menos, do que o próprio Lúcifer aqui encarnado em um pouco convincente Will Smith). O texto ainda explora os limites da fé, a veracidade dos milagres e até mesmo a chamada eterna juventude proveniente de algum poder mágico ou divino que nunca fica muito claro. Por se desenvolver em um universo de realismo mágico e misticismo, o roteiro vai exigir uma certa cumplicidade do espectador. Não é aquele tipo de filme que você vai gostar assim imediatamente. Tem que ir ligando os pontos calmamente, para depois criar um mosaico maior sobre a mensagem que o diretor e roteirista quis passar adiante. Com bela direção de arte, ótima trilha sonora e momentos bem cativantes, o filme é mais recomendado para pessoas com sentimentos religiosos mais acentuados. Assim depois de tanto procurar por alguma classificação poderia dizer que se trata de um romance místico, por mais estranho que isso possa parecer. Na dúvida arrisque e não deixe de assistir.
Pablo Aluísio.