quarta-feira, 15 de junho de 2016

Vivien Leigh - A Nau dos Insensatos

A atriz Vivien Leigh entrou para a história do cinema por causa de sua atuação no papel de Scarlett O´Hara no clássico "...E O Vento Levou". Depois de realizar um filme como esse, considerado um dos maiores de todos os tempos, ela poderia até mesmo deixar a carreira de lado que ainda assim estaria imortalizada para sempre nas telas. Acontece que Vivien seguiu em frente e de fato ainda trabalhou em outras grandes obras da sétima arte como, por exemplo, sua sempre lembrada atuação como Blanche DuBois em "Uma Rua Chamada Pecado" ao lado de Marlon Brando. Embora de saúde frágil, Vivien nunca realmente parou de atuar simplesmente porque amava sua profissão.

É verdade que ela era extremamente criteriosa na escolha dos roteiros, mas isso só ajudou a consagrar sua filmografia, recheada de pequenas e grandes obras primas. Em 1965 Vivien fez seu último filme, que no Brasil recebeu o título de "A Nau dos Insensatos", Ao lado de um elenco realmente muito bom - embora não houvesse nenhum grande astro - ela deu vida a uma amarga viúva americana viajando em um navio entre o México e a Alemanha. Esnobe, fria e tentando manter uma postura de fina elegância, ela fazia força para esconder todos os seus problemas emocionais mais profundos.

Os anos do frescor da juventude já tinham ficado para trás, mas mesmo assim Vivien Leigh esbanjava beleza com seus olhos marcantes. O diretor Stanley Kramer me deixou a impressão de que teria ficado até mesmo intimidado por ter dirigido Leigh. Tanto isso me pareceu verdade que sua personagem, Mary Treadwell, parece estar sempre resguardada, só surgindo em cena nos momentos mais cruciais. Talvez por essa razão também Vivien Leigh acabou ficando de fora nas indicações do Oscar naquele ano. Embora "A Nau dos Insensatos" tenha sido indicado a oito estatuetas, ela não foi indicada ao prêmio de melhor atriz. Melhor se saiu Simone Signoret, cuja personagem tinha muito mais espaço dentro da estória do filme.

Ainda assim Vivien tem dois excelentes momentos no filme. No primeiro ela entra em sua cabine e fica particularmente desolada após ter sido até mesmo devastada por um tripulante com quem ela vinha mantendo um flerte casual. Após esnobá-lo ele lhe diz que em muito breve ela só conseguirá ter a companhia de homens se pagasse por isso. Foi uma forma rude de dizer que ela estava ficando velha e sem atrativos. Depois quando o personagem de Lee Marvin entra por engano em seus aposentos ela começa a desferir nele todo o seu ódio, como se quisesse se vingar da vida. Enfim, deixo aqui a recomendação desse belo filme clássico, o último de uma das atrizes mais marcantes do cinema.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 8.6

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. No filme Sete Dias com Marilyn, uma atriz a interpreta no período em que era mulher do grande Laurence Olivier e ela até consola a neurótica e insegura Marilyn; mas o que chama atenção é que neste filme ela, apesar de ainda jovem, aparece meio devastada e, inclusive, preterida ate em filmes do próprio marido para atrizes mais jovens e já sofrendo de um ostracismo precoce. Sorte que ela morreu cedo, pois parece que o futuro se anunciava terrível para quem desfrutou tão jovem de enorme gloria.

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  3. Segundo Marlon Brando em seu livro de memórias a Vivien Leigh tinha uma personalidade problemática, com tendência para a depressão e a melancolia. Eu acredito que ela não soube lidar muito bem com a chegada da idade. Ela foi uma das mulheres mais bonitas do cinema americano (veja em "...E o Vento Levou" para conferir como ela foi belíssima) e então quando parte dessa mesma beleza se foi ela não soube muito bem como lidar com isso...

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