Depois do enorme sucesso de O Código Da Vinci era apenas questão de tempo para que um novo livro de Dan Brown fosse novamente adaptado para as telas. O escolhido foi Anjos e Demônios, uma opção mais do que natural. Todos os ingredientes que fizeram a fama e fortuna do filme / livro anterior estão aqui novamente. Teorias da conspiração, tentativas de encobrir supostas verdades históricas, o suposto poder maquiavélico da Igreja Católica e as onipresentes sociedades secretas que farão de tudo para que a verdade não venha à tona. Dan Brown, que não é bobo nem nada, não iria mexer em time que se está ganhando. Se deu certo uma vez, certamente dará certo novamente. Por essa razão todas as críticas que foram feitas em Código da Vinci podem ser repetidas mais uma vez aqui. Como eu já afirmei, Dan Brown nada mais é do que um escritor bem esperto que junta no mesmo caldeirão uma infinidade de coisas, teorias, pseudo-história, e tudo o mais que encontra pela frente para causar a sensação no leitor que de existe algo muito grande e muito terrível nos bastidores tentando manipular a humanidade. Instituições milenares sempre viram alvo na escrita de Brown e a Igreja Católica obviamente é seu saco de pancadas preferido. A mensagem subliminar que o autor sempre deixa é a de que algo que vem perdurando há tantos séculos deve ter algo muito terrível a esconder. Para tanto não medirá esforços para manter seu poder e domínio sobre os homens. Como se vê é tudo uma grande bobagem mesmo.
Aqui a trama se aproveita da eleição de um novo Papa. Junte-se a isso o mistério de um assassinato e a presença maquiavélica de mais uma sociedade secreta conhecida como Illuminati, Eu não acabei de escrever que a literatura de Dan Brown se aproveita até a exaustão de fórmulas? Pois aí está. A estrutura é a mesma do livro anterior, sem tirar nem colocar nada de novo. Tudo muito formulaico. O curioso é que o autor ao mesmo tempo em que elege a Igreja como sua vilã preferida, mostra mesmo que indiretamente uma atração pelos costumes, rituais e liturgias da instituição religiosa. O filme foi novamente dirigido pelo pouco ousado e burocrático Ron Howard. Tom Hanks retornou ao seu personagem e a produção procurou seguir os passos do primeiro filme. Tudo sem nenhuma novidade digna de nota a não ser a boa presença de Ewan McGregor que a despeito de seu bom trabalho ao longo do filme tem que pagar um mico enorme na cena final que é simplesmente patética, vamos falar a verdade. Pára quedas na Praça de São Pedro? É um pouco demais da conta vamos convir. Enfim, só recomendo para os fãs mais radicais de Dan Brown. Para os cinéfilos em geral tudo vai soar bem convencional, nada marcante. E se você gosta do tema histórico sobre Papas recomendo que procure por livros de história escritos por historiadores renomados, que sejam realmente interessantes e historicamente corretos. Deixe Dan Brown de lado, ele é literatura pop chiclete em essência e já não consegue enganar mais ninguém.
Anjos e Demônios (Angel & Demons, Estados Unidos, 2009) Direção: Ron Howard / Roteiro: David Koepp, Akiva Goldsman, baseado no livro de Dan Brown / Elenco: Tom Hanks, Ayelet Zurer, Ewan McGregor, Stellan Skarsgård, David Pasquesi, Cosimo Fusco, Allen Dula./ Sinopse: Durante a eleição do novo Papa uma terrível sociedade secreta colocará em risco a vida de várias pessoas, entre elas a do professor e estudioso Robert Langdon (Tom Hanks).
Pablo Aluísio.
Anjos e Demônios
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