Um casal de americanos (interpretado pelos atores Viggo Mortensen e Kirsten Dunst) está na Grécia de férias curtindo a região. Como todo bom turista eles resolvem conhecer o Pathernon e as antigas ruínas da milenar Atenas. Casualmente acabam conhecendo também um guia de turismo, Rydal (Oscar Isaac), um jovem americano que vive há bastante tempo naquele país. Inicialmente se aproximam sem muito interesse até porque desde o começo o marido começa a nutrir uma certa desconfiança em relação ao rapaz. Rydal, por sua vez, nem disfarça muito em esconder que está visivelmente interessado na esposa do sujeito. O que parece começar como um flerte casual, sem maiores consequências, acaba ganhando cores dramáticas após Chester (Mortensen) matar por acidente um detetive particular que estava em seu encalço. Apesar da postura de normalidade Chester é na realidade um fraudador do mercado de ações da bolsa de Nova Iorque. Após dar um golpe na praça, ficando com o dinheiro de pessoas inocentes que confiaram nele, parte para a Europa, com o duplo objetivo de curtir belas férias ao mesmo tempo em que foge dos problemas que deixou na América. Sua tranquilidade porém acaba drasticamente quando o crime acontece. A partir desse ponto ele precisa desesperadamente arranjar um jeito de ir embora da Grécia para fugir de uma iminente acusação de homicídio. O trio então resolve ir até a histórica ilha de Creta onde pretendem encontrar um falsificador de documentos que irá providenciar passaportes falsos para que eles finalmente fujam da região.
Sinceramente achei esse filme bem cansativo. Ele não é longo, tendo pouco mais de 90 minutos de duração, mas mesmo assim consegue cansar o espectador. Seu problema não se resume ao tempo gasto para assisti-lo, mas sim o fato do roteiro se desenvolver de forma muito preguiçosa, sem uma adequada carga dramática que consiga manter nossos olhos abertos. Para piorar o elenco também pareceu se acomodar em cena. Sem exceção os atores que interpretam os personagens principais não parecem muito empolgados e nem se esforçam muito em atuar bem. Parecem cansados e exaustos (será por causa do calor grego?). O roteiro basicamente gira em torno de apenas três personagens (o casal e o guia turístico) e falha ao tentar desenvolver melhor esse pouco convincente triângulo amoroso. O resultado é bem morno e sem atrativos. Viggo Mortensen só serve para sentirmos saudades de filmes melhores de seu passado. Seu personagem aqui é o rei da antipatia e do marasmo. Para piorar também surge como um sujeito completamente desastrado que mata sem intenção (algo que na linguagem jurídica chamamos de crimes preterdolosos, quando o sujeito almeja cometer um ato de menor gravidade, mas que no final acaba cometendo outro bem mais grave - dolo no ato antecedente e culpa do procedente). De bom mesmo apenas as ótimas tomadas captadas em Atenas e na ruínas de Creta. Pena que são momentos fugazes e breves. No saldo geral é sim um filme sonolento que nunca empolga ou decola de verdade. Não aconselho assistir no período da noite pois o sono certamente será um desafio a mais em uma produção que peca por ser puro marasmo e pretensão tediosa.
As Duas Faces de Janeiro (The Two Faces of January, Estados Unidos, Inglaterra, França, 2014) Direção: Hossein Amini / Roteiro: Hossein Amini, Patricia Highsmith / Elenco: Viggo Mortensen, Kirsten Dunst, Oscar Isaac / Sinopse: Casal de americanos acaba se envolvendo em um crime enquanto passa férias na Grécia. Com receios de irem para a prisão resolvem contratar os serviços de um guia turístico para a compra de passaportes falsos. Na ilha de Creta acabam se envolvendo ainda mais em complicações legais. Filme indicado ao London Critics Circle Film Awards.
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★
Cotação Geral: ★★
Nota Geral: 6.0
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim
Bela análise Pablo! Você é um craque!
ResponderExcluirMuito obrigado prezado Serge!
ResponderExcluir