quinta-feira, 1 de abril de 2010

Elvis Presley - Elvis is Back! - Parte 5

Certa vez o cantor e compositor de blues Howlin' Wolf disse que Elvis era um cantor de blues. Apenas isso, um cantor de blues. Não importava qual gênero musical ele gravasse, fosse rock, gospel ou country. Elvis tinha o timbre de um cantor de blues. Bom, se ele estava certo ou não, essa é uma questão hoje em dia meramente secundária. O que podemos dizer com certeza é que Elvis se saía excepcionalmente bem gravando blues. O exemplo mais cabal disso se pode encontrar nesse álbum "Elvis is Back!" de 1960.

Para esse disco Elvis gravou duas grandes músicas de blues. A primeira foi "Like a Baby". Essa canção foi gravada pela primeira vez em 1957, no mesmo ano que Elvis estrelou seu filme "O Prisioneiro do Rock" (Jailhouse Rock). Chegou ao mercado em um single obscuro gravado por Vikki Nelson, por seu próprio selo musical, a  Vik Records. Não causou grande repercussão no mercado. Quem se saiu melhor foi James Brown, com uma versão envenenada da música.

A versão de Elvis, como já foi dito, foi gravada em 1960, justamente para fazer parte do repertório do "Elvis is Back!", seu disco de retorno após passar alguns anos servindo o exército americano na Alemanha. A versão de Elvis, ao meu ver, tem muito mais estilo do que as demais. Elvis optou por desacelerar um pouco a velocidade da música, resultando tudo em mais sofisticação e elegância. Do meu ponto de vista ficou bem melhor.

Agora em se tratando de blues todos só lembram mesmo da versão de Elvis para "Reconsider Baby". Lowell Fulson a compôs e foi o primeiro a gravá-la, em single, no ano de 1954, quando Elvis dava seus primeiros passos na Sun Records. Ao contrário de "Like a Baby" esse blues já nasceu como um clássico do gênero. Na versão de Elvis ele decidiu abrir um grande espaço para o solo de sax do instrumentista Boots Randolph. É o mais longo solo instrumental da discografia de Elvis, só rivalizando talvez com "Girls, Girls, Girls", a música título do filme. Um bem-vindo espaço para um grande saxofonista. Desnecessário dizer que a gravação ficou primorosa, uma verdadeira obra-prima.

Pablo Aluísio.

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