quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 59

Indianapolis 1977, o Último Show!
Data: 26 de junho de 1977 / fonte: "Elvis Presley the final years" / Texto: Lu Gomes e Pablo Aluísio / Jumpsuit: Mexican Sundial suit / Photo: Bob Heis / Local: Market Square Arena, Indianapolis. 

Indianapolis, 1977 - fim de jogo - A única coisa que tirava Elvis de sua interminável crise existencial era a necessidade de cumprir seus contratos e voltar à estrada. Dificilmente Elvis parecia ter condições de cumprir uma série de shows pelos Estados Unidos. Tão gordo ele estava que até suas famosas roupas de 10 mil dólares, adornadas com pedras preciosas do Brasil, ficavam apertadas e não lhe serviam mais. De repente o sangue lhe sobe à cabeça e um caríssimo relógio de ouro Piaget, decorado com opalinas e rubis, explode contra a parede do banheiro. Seu pobre pai abaixa-se para catar os pedaços, mas Elvis o impede, murmurando com desdém: "- Deixa pra lá, Daddy...isso é só dinheiro." Trajando um roupão com capuz, óculos escuros, pijama de náilon preto e botas de vaqueiro Vossa Majestade desce lentamente as escadas, degrau por degrau. Dois volumes de cada lado de seu tórax indicam que ele está usando seus revólveres Colt 45 com cabos de marfim, que pertenceram ao general Patton na II Guerra Mundial. 

Elvis despede-se de sua querida avó e se dirige para fora de seu palácio, imediatamente Al Strada sai em disparada e abre a porta traseira da limousine escura. Nada mais do que a maior Mercedes já fabricada, feita especialmente para Elvis. Seu valete real toma o volante e segue em direção ao portão musical onde um bando de admiradores esteve de vigília a noite toda. Assim que a limusine sai para a rua, uma fila de carros se põe em seu encalço, só pelo prazer de acompanhar o rei do rock até o aeroporto, criando uma verdadeira procissão atrás do carro real. Assim que o comandante do avião recebe a mensagem, acende as luzes traseiras do jato, iluminando a cauda onde está pintado a sigla "TCB". Vossa Majestade, devidamente escoltado, sobe à bordo e cumprimenta a tripulação. Enquanto o majestoso avião cruza os céus dos Estados Unidos em direção à Indianapolis, os controladores de tráfego aéreo dos aeroportos vão saudando o Rei do Rock: -"Alô oito oitenta eco papa!... Como gostaríamos de estar aí com vocês!... Diga a Elvis que nós o amamos!" 

No final de sua vida Elvis Presley fora abençoado ainda mais pela fama e acabou se transformando numa espécie de santidade. Embora o homem estivesse moribundo o mito estava incrivelmente vivo. Elvis poderia morrer pronunciando as mesmas palavras de César em seu momento final: - "Sinto que estou me transformando em um Deus". Uma pequena multidão espera Elvis no aeroporto de Indianapolis; para evitar maiores confusões Presley desce de seu palácio voador pela porta de trás e imediatamente segue em direção ao Market Square Arena, agora totalmente lotado esperando pela visita real. No camarim, com Elvis só de tanga e sentado numa cadeira estofada, Hamburguer James inicia seu trabalho. Primeiro gruda dois grandes band aids em cada um dos joelhos, protegendo-os em seguida com um par de joelheiras elásticas, para amortecer o choque quando Elvis se apoiar em apenas um dos joelhos, durante uma daquelas famosas saudações de sua majestade imperial. 

Depois James coloca um band aid comum em cada um dos dedos das mãos de Elvis, para proteger sua pele e segurar melhor os anéis que ele pretende distribuir durante o show. É chegado o grande momento e Elvis veste sua roupa de show, no caso a famosa Jumpsuit Mexican Sundial, que traz a reprodução de um antigo calendário Azteca, não esquecendo de colocar uma pequena pistola em uma das botas; depois de anos sendo ameaçado de morte, Vossa Majestade sempre entra armado no palco durante essa fase de sua vida. Red West relembra: "Elvis nunca seria assassinado como John Lennon, pois ele sempre estava armado, sabia usar uma arma e confiava nelas, tinha servido o exército, ele mataria o cara antes dele tentar fazer alguma coisa, além disso ele era faixa preta oitavo grau em Karatê, sabia desarmar uma pessoa". Finalmente é colocada a capa e depois de alguns retoques no cabelo Elvis está pronto para entrar! Ele se olha no espelho por alguns minutos, conferindo se tudo está certo. 

A movimentação é intensa fora dos camarins, com uma grande quantidade de seguranças, policiais e até agentes do FBI, amigos do Rei. Todos o acompanham no caminho para o palco, lançando boas vibrações sobre Elvis. Mesmo depois de todos esses anos Presley ainda se sente muito nervoso antes de um show. Ele caminha lentamente e encara a grande cortina, enquanto os acordes da orquestra anunciam sua entrada. Elvis olha para seus ajudantes, faz um pequeno sinal de ok e vai em direção a milhares de fãs que esperam ver o maior cantor de rock de todos os tempos. Era 20:30hs da noite em Indiana, uma noite mais quente do que o normal, com ginásio lotado. Elvis faz uma apresentação memorável. As pessoas presentes, sem saber, tiveram a última oportunidade de assistir ao superstar ao vivo. No final da apresentação o Rei do Rock fez uma saudação imperial e se dirigiu aos seus leais súditos se despedindo de uma maneira que nunca tinha feito antes: "Adios", foram suas últimas palavras em um palco. Nunca mais Elvis Presley pisaria em um palco novamente e nunca mais uma legião de fãs do cantor ao redor do planeta teria a oportunidade de assistir ao show do maior cantor de rock da história. 

O fato de ter sido o último local a assistir ao concerto de Elvis Presley ainda é um grande orgulho para os moradores da cidade. Logo na entrada de Indianapolis o visitante se depara com uma grande placa: "Indianapolis, a cidade que disse adeus a Elvis Presley" O conceito de "nunca mais" é algo presente em muitos momentos de nossas vidas, mesmo que seja difícil aceitar essa realidade. Mas grandes pessoas e momentos sempre deixarão saudade, para sempre. E assim fica a saudade de todos mesmo sabendo a grande verdade dita pelo próprio Elvis no crepúsculo de sua vida: "Na vida não voltamos para um bis".

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - Abril de 2003

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 58

"Moody Blue, 1977"
Data: 26 de Junho de 1977 / fonte: "Elvis Presley the final years" / Texto: Pablo Aluísio / Jumpsuit: Mexican Sundial suit / Photo: Bob Heis / Local: Market Square Arena, Indianapolis. 

Nota: "Moody Blue" é o último disco da carreira de Elvis Presley. É o ponto final na trajetória de um dos mais importantes nomes da música Pop do século. Desde 1956 quando Elvis explodiu no mercado mundial foram muitos anos de glória e também de declínio. Os anos 50 foram seu auge quando ele simbolizou toda a rebeldia dos jovens da época. Nos anos 60 sua carreira foi prejudicada por um grande número de filmes que nada acrescentaram a sua fabulosa veia artística. Finalmente nos anos 70 Elvis conseguiu retomar os rumos de sua carreira gravando músicas de qualidade com ótimos arranjos. Apesar de tudo o que ocorreu em sua vida pessoal, Elvis se mostrou maduro o suficiente para continuar transmitindo alegria e emoção através dos diversos shows que ele fez na década de 70. 

O disco traz canções gravadas no estúdio montado pela RCA em Graceland junto com músicas gravadas ao vivo. É um canto de cisne à altura daquele que foi o maior nome do Rock'n'Roll mundial. Elvis se despediu com este LP como o maior recordista de vendas de todos os tempos sendo o seu nome incluído no livro "Guiness Book" como o artista solo de maior sucesso musical da história mundial. Os números que fazem parte de sua carreira são realmente astronômicos chegando a cifra de mais de um Bilhão de discos vendidos!!! Até os dias atuais ninguém conseguiu atingir tal feito sendo que Elvis hoje, 25 anos depois de sua morte é ainda o maior ícone da fama sendo o cantor que possui o maior número de fãs-clubes ao redor do mundo. Um verdadeiro Rei. 

Single nas Lojas 
Moody Blue (Mark James) - Música título do LP composto pelo autor de um dos maiores sucessos da carreira de Elvis: "Suspicious Minds". As primeiras 250 mil cópias deste disco foram lançadas em vinil azul transparente inspirada nesta música. "Moody Blue" também foi lançada em single junto com "She Thinks I Still Care" em Dezembro de 1976. A Música foi gravada no dia 4 de Fevereiro de 1976 em Graceland. 

She Thinks I Still Care (Duffy/Lioscomb) - Sucesso do início dos anos 60. Elvis fez uma bela versão desta canção sendo que na mesma ocasião foi gravada um arranjo radicalmente diferente deste, em versão blues, versão esta que foi lançado na caixa de 5 CDs intitulada "Walk a mile in my shoes" em 1995. Foi gravada em fevereiro de 1976 sendo lançada como lado B do Single "Moody Blue".

Fãs erguem marco no local do último show de Elvis Presley - Junho 2002 - O último prédio que Elvis deixou pode ter ficado para trás, mas alguns fãs estão fazendo a sua parte para se certificar que ele não será esquecido. Quando Elvis Presley subiu no palco do Market Square Arena durante o verão de 1977, ninguém sabia que seria seu último show. Em 26 de junho, no dia em que se comemora o 25º aniversário deste concerto, um grupo de fãs vai colocar um marco no local onde existia a arena antes de sua demolição no ano passado. O marco terá uma inscrição em bronze com os dizeres "Senhoras e senhores, Elvis deixou o prédio", no topo de uma coluna de granito. "Nós a fizemos de uma maneira que quando algo for construído no local, esperamos que se possa aproveitar a placa e usá-la como uma pedra fundamental", disse Kay Lipps, presidente da Taking Care of Presley memorial Committee. O marco vai ser colocado na esquina de uma rua, perto do estacionamento onde a arena uma vez existiu. Presley morreu no dia 16 de agosto de 1977. O cantor foi o artista que mais emplacou sucessos na história da música americana e internacional, sendo o maior vendedor de discos da história, cerca de um bilhão de cópias ao redor do mundo!

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - Abril de 2003

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 57

"Love me Tender" 1956
Data: agosto de 1956 / fonte: "Elvis Presley die deustchein seiten" / Texto: Pablo Aluísio / Photo: Hermutten Schüller / Local: Hollywood. 

A trilha Sonora de Love me Tender: 
Love Me Tender (Presley / Matson) - Música título de seu primeiro longa Metragem que no Brasil recebeu o nome de "Ama-me Com Ternura". O titulo original do filme era "The Reno Brothers" mas com a ascensão do Rei resolveu-se mudar o titulo para aproveitar o sucesso do cantor. A estória se passa durante o final da guerra civil norte americana e trata da delicada disputa de uma mulher por dois irmãos. A trilha foi lançada em um compacto duplo com "We're Gonna Move", "Let Me" e "Poor Boy" todas de autoria de Elvis Presley e Vera Matson. Era o inicio de uma carreira cinematográfica que iria contar com mais de trinta filmes. "Love Me Tender" foi gravada em Agosto de 1956 nos estúdios I da 20th Century Fox em Hollywood. Ele não contou com sua banda tradicional e sim músicos determinados pelo estúdio cinematográfico da Fox. Elvis produziu Love me Tender durante sua primeira sessão de gravações na Costa Oeste, em agosto de 1956. Ele apresentou a canção no The Ed Sullivan Show, em 9 de setembro. Provavelmente, este foi o primeiro disco da história a ter 1 milhão de cópias pré-vendidas, graças à expectativa gerada em torno de seu lançamento 

Poor Boy (Presley / Matson) - Faz parte da trilha sonora de "Love me Tender" (ama-me com ternura, 1956). É uma linda canção em ritmo de country com uma letra simples que porém traz uma bonita mensagem. Elvis aqui não está acompanhado pelo seu grupo tradicional e sim por músicos da 20th Century Fox. Apesar de ser creditada à autoria da música a Presley, ele não participou da composição desta música, seu nome foi incluído para que ele participasse nos Royalties da canção. Foi gravada no dia 24 de agosto de 1956 

We're Gonna Move (Presley / Matson) - Música que faz parte da trilha sonora do filme "Love me Tender" (ama-me com Ternura, 1956). Todas as canções deste filme foram gravadas nos estúdios da 20th Century Fox. Elvis contou com músicos determinados pela Fox e não com sua banda tradicional. Estes foram os músicos que participaram destas sessões: Elvis Presley (vocal, violão e guitarra), Vito Mumolo (guitarra), Mike Rubin (baixo), Richard Cornell (bateria), Luther Rountree (banjo), Dom Frontieri e Carl Fortina (acordeon), os trabalhos musicais foram dirigidos por Ken Darby. Vera Matson que aparece nos créditos das canções ao lado de Elvis é a esposa de Darby. 

Let Me (Presley / Matson) - A melhor canção de toda a trilha sonora. Impossível ficar indiferente ao seu ritmo alegre e de bom astral. Além disso o vocal de Elvis está simplesmente impagável. A cena do filme é ótima, quando ele a canta em um pequeno palco, durante uma feira de gado. Nota 10. Essa valeu, Elvis!

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - março de 2003

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 56

"Jailhouse Rock, o filme" 1957
Data: julho de 1957 / fonte: "Elvis Presley die deustchein seiten" / Texto: Pablo Aluísio / Photo: Hermutten Schüller / Local: Hollywood. 

A trilha Sonora de Jailhouse Rock: 
Jailhouse Rock (Leiber / Stoller) - Música título do terceiro filme estrelado por Elvis que no Brasil recebeu o nome de "O Prisioneiro do Rock", sendo que sua trilha foi lançada em um Compacto Duplo em outubro de 1957. Foi ainda lançada como single em setembro de 1957 com "Treat Me Nice" no lado B. O Sucesso foi imediato e o single chegou ao primeiro lugar na parada americana. A cena do filme em que Elvis apresenta esta canção é considerado o melhor momento do cantor no cinema. Leiber e Stoller afirmaram posteriormente que sua intenção era "...imitar o som de pedras quebrando" o que de certa forma foi conseguido. Foi gravado em 30 de abril de 1957 nos estúdios Radio Recorders em Hollywood. Assim Elvis ignorou a intenção satírica dos autores (Jerry Leiber e Mike Stoller) e interpretou a canção com fúria. Jailhouse Rock foi o primeiro single da história a ir direto para o topo das paradas no Reino Unido. 

Treat Me Nice (Leiber / Stoller) - Outra canção deliciosa de Leiber e Stoller sendo lançada como lado B de "Jailhouse Rock". No filme é apresentada com a presença dos dois compositores que fazem figuração como membros da banda que acompanham Elvis numa cena. A Trilha de "Jailhouse Rock" (o prisioneiro do rock, 1957) contava ainda com as seguintes músicas: "Baby I Don't Care" (Leiber / Stoller), "Young and Beautifull" (Silver / Schroeder), "I Want To Be Free" (Leiber / Stoller) e "Dont Leave Me Now" (Schroeder / Weisman). Assim como quase todas essas, "Treat me Nice", foi gravada em Abril de 1957 no Radio Recorders em Hollywood. 

Young and beautifull (A. Silver / A. Schroder) - Canção que faz parte da Trilha Sonora do filme "Jailhouse Rock" (O prisioneiro do rock, 1957). Este filme marcou de forma definitiva a carreira do cantor e se tornou um dos seus melhores momentos no cinema. A Atriz que contracenou com Elvis no filme, Judy Tyler, morreu de forma trágica logo após as filmagens o que abalou muito o astro que a partir daí passou a evitar assistir esta película. Esta Canção foi gravada no dia 30 de Abril de 1957 nos estúdios Radio Recorders em Hollywood. 

Baby I Don't Care (Leiber / Stoller) - É outra verdadeira peróla da dupla Leiber e Stoller que foram os responsáveis por quase toda a parte musical deste fantástico filme. Um fato curioso ocorreu na sessão de gravação desta música: o baixista Bill Black não conseguiu executar de forma satisfatória a Introdução da música, então Elvis pegou o contrabaixo de Black e tocou a introdução de forma impecável, sendo esta a definitiva e a que aparece no disco. "Baby I don't Care" foi gravada no dia 30 de Julho de 1957 em Hollywood. 

I Want To Be Free (Leiber / Stoller) - Toda a trilha Sonora foi lançada num compacto duplo em outubro de 1957 alcançando o primeiro lugar nas paradas. Este foi o EP mais vendido da história da indústria fonográfica. Mike Stoller colaborou no piano durante as sessões de gravação que aconteceram no dia 30 de Abril de 1957 em Hollywood. 

Don't Leave Me Now (Schroeder / Weisman) - Faz parte da trilha de outro filme de Elvis, "Loving You" (a mulher que eu amo, 1957). Difícil explicar o porquê desta canção ter sido incluída aqui. Inclusive, esta não é a mesma versão do filme. Particularmente prefiro a versão de "Loving You", apesar da ótima introdução de piano desta. Mas enfim, de qualquer forma ela vem para enriquecer ainda mais a ótima trilha deste filme.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - março de 2003

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 55

Sun Records, 1955
Data:1955 / fonte: All Shook Up : The Life and Death of Elvis Presley / Photo: Jim Smith / Local: Kilgore, Texas. 

Nota: Estamos nos anos 50. Bob Luman, um cantor country daquela época relembra como eram as apresentações de Elvis Presley: "O cara apareceu de calças vermelhas, paletó verde, meias e camisa cor de rosa, com aquela cara de deboche e ficou parado em frente ao microfone por cinco minutos antes de fazer qualquer movimento. Então começou a tocar seu violão e quebrou duas cordas, eu toco há dez anos e no total ainda não quebrei duas cordas! E lá estava ele, as cordas arrebentadas e as garotas gritando e correndo até o palco. Ele mexia os quadris, como se tivesse algum caso de amor com o violão. Assim era Elvis Presley tocando em Kilgore, Texas. Ele me deixou arrepiado cara!" 

Single nas lojas 
That's All Right (Arthur Crudup) - Esta é uma música histórica! Foi a primeira canção interpretada pelo cantor a ser lançada comercialmente pela pequena gravadora de Sam Cornelius Philips: Sun Records. Foi gravada no dia 7 de julho de 1954 por um simples caminhoneiro do Tennessee que ganhou uma chance de Provar seu talento graças a interferência da secretária de Philips, Marion Keisker, que insistiu com o patrão para que ele proporcionasse uma chance para o "Cara de Costeletas". Elvis virou a versão de "Big Boy" pelo o avesso e criou as bases estéticas do Rock'n'Roll! O Rock não é só a mistura de vários ritmos americanos, mas também uma postura positiva e satírica diante da vida e Elvis foi o primeiro a se expressar desta forma criando o "Rockabilly". "Thats All Right (mama)" pode ser considerada uma das dez canções mais importantes da história da música pop do século XX. Ela foi lançada pela primeira vez no Compacto Simples SUN 209 e depois pela RCA no disco "For LP Fans Only". Em 2003 "That's All Right (mama)" foi eleita a canção mais inovadora da História. 

Blue Moon Of Kentucky (Bill Monroe) - Originalmente foi lançada em 1948 pelo próprio autor pelo selo Columbia. Em julho de 1954 chegava às lojas do sul dos Estados Unidos o single "SUN 209" que trazia as duas primeiras canções comerciais interpretadas pelo futuro Rei do Rock'n'Roll. No lado A "That's All Right" e no lado B esta simples balada country. "Blue Moon of Kentucky" foi gravada contando apenas com Elvis, Scotty Moore e Bill Black. O produtor Sam Philips sempre afirmava que o "dia que encontrasse um branco que cantasse como um negro iria ganhar um milhão de dólares", esta frase iria se tornar verdade com a descoberta de "The Pelvis" em Memphis. Sem dúvida este é um dos grandes momentos do cantor pois registrou para a história o momento do aparecimento de um dos maiores fenômenos da música Popular Mundial.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - fev. 2003

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 54

It Happened At World's Fair, 1963
Data: Outubro de 1962 / fonte: Elvis! Elvis! Elvis : The King and His Movies / Photo: Mickey Cross / Local: Seattle. 

Nota: No outono de 1962 Elvis começou as filmagens de It Happened At World's Fair (loiras, ruivas e morenas, 1963). Mas esta não seria uma produção isenta de problemas. Logo no começo dos trabalhos Elvis reclamou a seu empresário da qualidade do material da trilha sonora, achava as músicas muito fracas. Depois Elvis teve que se deslocar para Seatlle, para as tomadas externas e novos aborrecimentos surgiram. Como as gravações eram feitas ao ar livre e durante a feira mundial, as cenas sofreram várias interrupções em decorrência do assédio dos fãs, tornando tudo mais longo e demorado. 

Além disso o cantor não gostou nada do roteiro e muito menos do script, ele queria papéis mais sérios e estava insatisfeito com os que Hollywood lhes dava. Elvis queria fazer personagens com mais profundidade e não apenas comédias musicais românticas. Elvis nunca entendeu que grandes astros não esperam e nem pedem bons papéis, eles exigem. Para piorar ainda mais, as filmagens ocorreram durante a crise dos mísseis de Cuba, um dos momentos mais tensos entre EUA e URSS, quando o mundo chegou bem perto de uma guerra nuclear entre as duas potências. 

Enfim, desde o começo estava previsto que esse não seria um projeto fácil para o cantor e a equipe técnica. Apesar de tudo o filme foi completado dentro do cronograma. A estória tratava do romance entre um piloto de avião e uma enfermeira do hospital, durante a feira mundial de Seattle. Como resultado final o filme fez sucesso e apesar de todas as críticas o público prestigiou. 

Single nas lojas 
One Boken Heart for Sale (Otis Blackwell / W. Scott) - Elvis tinha razão, as músicas deste filme deixavam muito a desejar. A trilha de "It Happened At World's Fair" é considerada a pior de toda a carreira de Elvis. Além de ser muito ruim é muito curta (menos de 30 minutos). A reclamação dos fãs foi geral e a crítica caiu em cima do disco. Como fato preocupante foi o primeiro single de Elvis a não atingir o top ten da Billboard, conseguindo apenas a décima primeira posição. O álbum saiu-se melhor e vendeu bem, conseguindo a quarta posição entre os mais vendidos. 

They Remind Too Much Of You (Don Robertson) - O sempre correto Robertson escorrega um pouco com essa canção. Não que ela seja ruim, mas que fica abaixo do esperado fica, principalmente por se tratar de um single de Elvis. É, no fim das contas, apenas uma canção romântica pop de rotina. O Single foi lançado em janeiro de 1963.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - fev. 2003

domingo, 14 de novembro de 2010

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 53

"Welcome Elvis" 1960
Data:1960 / fonte: "Day By Day" de Ernst Jorgensen / Photo: Hector Stanley / Local: Miami. 

Nota: - Elvis Presley deu baixa no exército norte americano no dia 5 de março de 1960 em Fort Dixon, New Jersey. Havia uma enorme ansiedade por sua volta pois o ritmo musical do qual era Rei estava jogado no esgoto (mais ou menos o que ocorre com o Rock'n'Roll atualmente). Uma série incrível de fatos desagradáveis havia atingido os principais nomes do verdadeiro Rock: Um acidente automobilístico havia acabado com as carreiras de Eddie Crochran e Gene Vincent, Little Richard havia decidido abandonar a música para se dedicar à religião, Chuck Berry havia sido preso por tráfico de escravas brancas, Ritchie Valens e Buddy Holly sofreram um acidente fatal e finalmente o inventor da expressão Rock'n'Roll, o DJ Alan Freed, estava preso e falido, em suma o Rock estava no fundo do poço. 

Por isso a volta de Elvis significa muito para os jovens da época pois os ídolos que estavam na mídia nada mais eram que idiotas como Fabian e Frankie Avalon além de outros "minielvis". "Elvis is Back !" é a resposta do cantor a todos que estavam desesperados por sua volta. Elvis estava de volta! No dia 20 de março o cantor entrava nos estúdios B da RCA em Nashville para a sua primeira sessão de gravação após o serviço militar. Em 3 de Abril Elvis retornava para completar a gravação das canções deste disco. Além das músicas que estão presentes no disco foram gravadas ainda "It's Now or Never", "Stuck on You", "Fame and Fortune", "A Mess Of Blues", "I Gotta Know" e "Are You Lonesome Tonight", todas estas lançadas em singles de enorme sucesso e que foram reunidas posteriormente no LP "Elvis Golden Records Vol.3". 

A Volta definitiva foi comemorada no especial "Welcome Elvis" apresentado por Frank Sinatra em 1960. O cantor já havia sido ofensivo com o rock antes, mas agora teve que se curvar a Elvis para salvar seu programa de TV do cancelamento, por falta de audiência. A apresentação de Elvis foi um enorme sucesso se tornando o programa mais assistido do mês na TV americana. 

Single nas Lojas: 
Stuck On You (Schroder/McFarland) - Canção título do primeiro single lançado por Elvis após seu retorno aos Estados Unidos em 1960. Elvis a apresentou no especial de TV "welcome Elvis" apresentado por Frank Sinatra, mais conhecido como "the voice". Na ocasião Presley fez um dueto com Mr.Sinatra no medley "Witchcraft / Love Me Tender". Interessante salientar que nos anos 50 Sinatra afirmara "O Rock'n'Roll é um ritmo cantado e escutado por cretinos". Bem, Sinatra nunca foi conhecido por sua eloqüência mesmo, mas pelo talento dele a gente perdoa. 

Fame And Fortune (Wise/Weisman) - Música que foi apresentado na TV norte americana no especial apresentado por Frank Sinatra chamado "Welcome Elvis" em homenagem ao retorno de Presley aos Estados Unidos depois dele servir o exército na Alemanha Ocidental. Nesta ocasião Elvis exibiu seu famoso Topete de 15 centímetros com muita brilhantina numa imagem que ficou consagrada como símbolo dos anos 50 e 60. "Fame and Fortune" foi lançada como lado B do single "Stuck on You" em 1960.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - jan. 2003

Arquivo Elvis Presley (EPHP) - Parte 52

No Set de "Follow That Dream"
Data: julho de 1961 / fonte: Travels With Elvis : A Guide Across America to All the Places Where the King Lived, Loved, and Laughed / Photo: Don Smith / Local: Bird Creek, Flórida. 

Nota: Em julho de 1961 Elvis começou as filmagens de "Em Cada Sonho Um Amor" (Follow That Dream), simpático filme que aborda a estória de uma família de caipiras em disputa com o governo por terras que eles ocupavam. As gravações ocorreram na Flórida, no lago Crystal e em Bird Creek. Nesta última localidade Elvis resolveu dar um pulinho no mercado mais próximo para comprar alguns refrigerantes e foi flagrado por um esperto morador que tirou essa rara foto. Elvis estava em uma de suas motos e nem percebeu o click de Don Smith, um garotão de 16 anos, fã do cantor. Poucos momentos depois o mercado era invadido por fãs e admiradores atrás de autógrafos do Rei do Rock! 

Single nas lojas: 
(Marie's the Name) His Latest Flame (Pomus/Schuman) - Priscilla Presley relata em seu livro "Elvis & Eu" (Elvis and Me, Ed. Rocco, 1985) que pensou seriamente que Elvis estava envolvido com uma garota chamada "Marie" quando esta canção foi lançada. Isto reflete bem o pensamento juvenil da garota de 14 anos que se apaixonou por Presley em 1958 e que iria se casar com ele em 1967. Priscilla, que era filha de um oficial da Força Aérea, conheceu Elvis quando ele servia o exército Americano na Alemanha. Foi uma paixão avassaladora entre ambos, tanto que Elvis nunca iria se recuperar de seu divórcio em 1973 quando Priscilla o abandonou. Foi o lado A de um single com Little Sister e as rádios dos EUA tiveram problemas em promover as duas canções, que competiam entre si e acabaram alcançando apenas as 4ª e 5ª posições, respectivamente, nas paradas americanas. Mas alcançou o topo no Reino Unido. 

Little Sister (Pomus/Schuman) - Música lançada como lado B do single "His Latest Flame" em agosto de 1961. A letra é bem fraquinha, porém o ritmo é ótimo principalmente pela aula de guitarra de Scotty Moore. Elvis no filme de 1970 "That's The Way It Is" (Elvis é assim, 1970) apresenta esta música em um ensaio com sua banda, nada levado à sério mas que serve para animar o ambiente durante as gravações.

Fotos do mês Elvis Presley (Pablo Aluísio) 
contato: pabloaluisio@yahoo.com - jan. 2003