quarta-feira, 25 de maio de 2011
Madonna - True Blue
Desse disco a minha canção preferida é a que dá título ao álbum. "True Blue" parece uma melodia saída de algum compacto de Buddy Holly. Uma delícia. O clipe serviu para que Madonna adotasse um visual a la Marilyn Monroe, algo que sempre achei muito adequado. Ambas inclusive tinham mais em comum do que muitos pensavam. Também sempre considerei a imagem de Madonna dançando como uma pin-up dos anos 50 um verdadeiro ícone da música e do nascimento dos videoclips. A letra é bobinha, para não fundir a cabecinha das fãs, mas tudo bem. Esse é um daqueles pops que ficaram para sempre na cabeça de quem viveu os anos 80. O disco também é cheio de bobagens que não sobreviveram ao tempo. "White Head" é um desses momentos absurdamente datados. Cheio de sintetizadores, com uma parte falada - como se um filme estivesse sendo exibido ao fundo - a canção é um exemplo de como o tempo arrasa certas canções quando elas adotam instrumentos e efeitos sonoros que com o tempo ficam completamente ultrapassados e fora de moda. "Love Makes the World Go Round" também ficou velha, mas seu ritmo latino a salvou da mediocridade total. Vale pelo refrão bem alto astral. Madonna, que nunca foi boba, sabia como levantar uma pista de dança.
Madonna - True Blue (1986)
Papa Don't Preach / Open Your Heart / White Heat / Live to Tell / Where's the Party / True Blue / La Isla Bonita / Jimmy Jimmy / Love Makes the World Go Round.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Madonna - Like a Prayer
O alvo da vez, um dos preferidos da diva, foi a Igreja Católica. Como toda descendente de italianos a cantora sempre teve essa relação de amor e ódio com o catolicismo (afinal seu próprio nome vem da tradição católica romana). Na época Madonna criou polêmica com o clip da música, colocando um Jesus negro em uma igreja de um bairro pobre de Nova Iorque, sofrendo mais uma vez a violência das ruas. Para ser mais ousada ainda surgiu beijando na boca o Messias. Um escândalo! Era o tipo de polêmica que ela queria na época pois se mostrar como uma artista ousada, desafiadora, sempre rendeu bons dividendos de popularidade. E a Igreja Católica com toda sua tradição milenar se mostrou um alvo certeiro mais uma vez. No fundo essas exibições polêmicas de Madonna não possuem qualquer valor mais à sério para se debruçar, pois é queiram ou não seus admiradores, apenas mais uma jogada de marketing. A diva sabe se promover, isso é um fato incontestável. Deixando isso tudo de lado temos aqui uma boa seleção musical com faixas que viraram grandes hits nas rádios. Por essa época de extrema popularidade praticamente todas as canções dos álbuns de Madonna viravam mais cedo ou mais tarde hits radiofônicos. Musicalmente os arranjos, como não poderiam deixar de ser, seguem o receituário da época, ou seja, muitos sintetizadores, melodias dançantes e letras derivativas. Mesmo assim são gravações deliciosamente descartáveis que hoje funcionam como pura nostalgia para quem viveu na época. Uma receita de sucesso que se mostrou imbatível por anos e anos a fio.
Madonna - Like a Prayer (1989)
Like a Prayer / Express Yourself / Love Song / Till Death Do Us Part / Promise to Try / Cherish / Dear Jessie / Oh Father / Keep It Together / Spanish Eyes / Act of Contrition.
Pablo Aluísio.
Madonna - Like a Virgin
Como não poderia deixar de ser o álbum Like a Virgin é lotado de hits. "Material Girl", "Like a Virgin", "Into the Groove" (que foi incluída depois em uma segunda tiragem do disco), "Over and Over","Shoo-Bee-Doo" e "Dress You Up". Essas faixas tocavam o tempo todo, em todas as rádios, o dia inteiro. É literalmente impossível alguém que tenha vivido na década de 80 que não conheça todas elas."Material Girl" e "Like a Virgin" trazem a essência de Madonna. As letras falam de uma nova mulher, mais livre, dona de si, que deixa as amarras moralistas de lado para assumir um lado mais feminino, mais despudorado até. A própria Madonna usava "Like a Virgin" como uma paródia para os costumes e tabus sexuais da época. A virgindade, a suposta pureza que a sociedade exigia das mulheres, tudo isso era satirizado pela cantora. Nem preciso dizer que esse tipo de mensagem, aliada a um visual ousado e uma campanha muito bem pensada de marketing por parte da Warner, transformaram Madonna em um sucesso musical só comparado na época a Michael Jackson, que vinha de seu ultra sucesso "Thriller" (falaremos sobre ele em breve aqui no blog). O curioso é que muitos diziam que Madonna definitivamente não iria durar muito, que era uma estrela juvenil que logo seria esquecida. O tempo provou que ela tem uma forte resistência aos modismos e às modas musicais que vão e vem. De fato Madonna sobrevive. Hoje em dia ainda é considerada uma estrela, mesmo após tantos anos desse seu "Like a Virgin". Por essa razão se você estiver mesmo a fim de entender Madonna em sua mais pura essência não deixe de ouvir Like a Virgin. Um disco fundamental nesse aspecto.
Madonna - Like a Virgin (1984)
Material Girl / Angel / Like a Virgin / Over and Over / Love Don't Live Here Anymore / Into the Groove / Dress You Up / Shoo-Bee-Doo / Pretender / Stay.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Madonna - Madonna
Entre as faixas destacaria "Lucky Star" que tinha um clip bem básico, com Madonna e dois bailarinos com um fundo branco atrás. Nada mais do que isso, apenas dança e o vocal da cantora, sem "estorinhas" a serem contadas. Destaque para o figurino dela. Que cabelo era aquele?! Mas enfim... um típico produto de divulgação da Warner em uma fase pré surgimento da MTV. Como ela ainda não era uma estrela o orçamento desse primeiro clip foi bem econômico. Já o grande hit do disco, "Bordeline", ganhou um clip bem mais elaborado. Ela já havia conquistado a confiança da gravadora com algumas milhares de cópias vendidas. Como era praxe naquela década o enredo é bem bobinho. Madonna no clip interpreta uma garota em duas fases de sua vida, como modelo (onde as cenas aparecem em um preto e branco estilizado, com glamour e cenários bem elaborados) e como uma garota normal, de Los Angeles, que acaba levando o fora de seu crush, um latino de periferia. A letra não é sobre pessoas que sofrem de síndrome de personalidade bordeline, como alguns chegaram a dizer, mas apenas sobre os sentimentos de uma garota cansada de tantos joguinhos com o namorado, vivendo no limite. Nada de desvios psicológicos, é bom salientar. Então é basicamente isso. Um bom LP para a época, com uma Madonna ainda em formação. A grande estrela só iria surgir mesmo pra valer no disco seguinte, esse sim um fenômeno de vendas em todo o mundo.
Madonna - Madonna (1983)
Lucky Star / Borderline / Burning Up / I Know It / Holiday / Think of Me / Physical Attraction / Everybody.
Pablo Aluísio.
Madonna - Blond Ambition
Madonna - Blond Ambition
Documentário que acompanha a cantora Madonna durante sua turnê mundial "Blond Ambition" durante o ano de 1990. O principal foco do filme é mostrar os shows da famosa cantora pop nos palcos japoneses, onde lotou estádios e levou centenas de milhares de fãs ao delírio. "Blond Ambition" foi uma das turnês mais bem sucedidas de Madonna em sua carreira. Ela estava realmente em ótima forma e com ousadas performances chamava a atenção da imprensa e do público. Cada show foi um acontecimento e tanto no mundo do show business. Aqui temos um documentário muito bem realizado mostrando a passagem da turnê pelo Japão.
É curioso notar como essa cultura secular se rendeu facilmente à invasão cultural americana durante aqueles anos. Por essa época Madonna adotou o visual ao estilo Marilyn Monroe, o que sempre achei muito interessante e curioso. Os shows são movimentados, com ótimas coreografias e passos de dança. Sinceramente falando acredito que nesse nicho pop nenhuma cantora ainda hoje conseguiu superá-la, tanto em termos de sucesso como em impacto na mídia. Assim fica a dica para os curiosos e a lembrança para os fãs de que se trata de um item essencial em suas coleções, não vá perder!
Madonna - Blond Ambition
Ano de Produção: 1990 / País: Estados Unidos, Japão / Estúdio: Sony Pictures / Direção: Mark Aldo Miceli / Roteiro: Mark Aldo Miceli, Madonna / Elenco: Madonna, Donna DeLory, Niki Harris.
Pablo Aluísio.
domingo, 22 de maio de 2011
Michael Jackson - Invincible
Eu sempre digo que quando o artista perde o foco de sua arte se preocupando apenas com números ele acaba perdendo sempre o que tem de melhor. É isso é algo bem claro nesse "Invincible". De repente todos estavam falando das poucas cópias vendidas, esquecendo de analisar o CD apenas por seus méritos artísticos. Olhando sobre esse ângulo considero "Invincible" um bom trabalho de Jackson. Não é uma obra prima mas certamente é um trabalho acima da média. Talvez sua preocupação em flertar com artistas do estilo rap tenha ofuscado um pouco o conjunto das canções do álbum mas há outros estilos presentes no disco que o salvam da mediocridade. R&B, hip hop e dance-pop estão presentes na seleção musical para amenizar esse aspecto negativo. Curiosamente Jackson só volta a brilhar mesmo quando retoma seu bom e velho estilo em faixas como "You Are My Life", "Break of Dawn" ou até mesmo a ótima "Speechless" que tem uma linda melodia. Já quando tenta se auto imitar como em "Threatened" derrapa feio pois definitivamente os dias de Thriller estavam há muito superados. A participação de grandes músicos, como Slash, o mitológico guitarrista do Guns and Roses, em "Privacy" também ajudam a manter o interesse. Michael também não deixou o lado mais social de lado dedicando o disco para o garoto negro Benjamin "Benny" Hermansen, morto por grupos neonazistas na Noruega em 2001. Assim no final das contas não importa se o álbum foi ou não um estouro de vendas pois hoje em dia isso não tem qualquer importância. O que é relevante é a música de Jackson, que aqui ressurge não tão brilhante como um dia foi, mas mesmo assim mantendo um nível de qualidade digno de sua posição dentro da música mundial. Sem dúvida ele foi um artista que deixou uma lacuna que dificilmente será preenchida. Era um cantor e compositor realmente fora de série.
Michael Jackson - Invincible (2001)
Unbreakable / Heartbreaker / Invincible / Break of Dawn / Heaven Can Wait / You Rock My World / Butterflies / Speechless / 2000 Watts / You Are My Life / Privacy / Don't Walk Away / Cry / The Lost Children / Whatever Happens / Threatened.
Pablo Aluísio.
sábado, 21 de maio de 2011
Michael Jackson - HIStory
Mas isso é um assunto para se discutir com mais calma em outra ocasião. Como afirmei antes, se focar apenas no músico Michael Jackson nos dias de hoje é algo complicado. Esse CD, HIStory, lançado bem no meio das acusações de pedofilia, mostra como o lado musical de Michael foi soterrado pelas toneladas de tablóides sensacionalistas. Ouvir HIStory agora é algo revelador. Ao longo de suas várias faixas podemos tranquilamente notar o grande artista que o mundo perdeu recentemente. Na verdade o álbum, tal como foi concebido, vem fazer um levantamento sobre a trajetória de Michael ao longo dos anos. Assim no CD 1 temos seus maiores sucessos, com todos aqueles clássicos que tão bem conhecemos (e que por isso não vou tecer maiores comentários). Já o CD 2 traz material inédito gravado por ele naquele ano. O ponto alto é justamente o CD2 de inéditas. Nessas quinze faixas facilmente reconhecemos o que de melhor (e pior) existia na carreira de Jackson. De positivo temos ótimas baladas cantadas por Michael, mostrando mais uma vez o ponto forte de sua voz. "Stranger In Moscow", uma faixa estranhamente intimista mostra esse seu lado vocal, que depois é confirmada na bela "You Are Not Alone" (feita em homenagem a sua esposa de então, a filha de Elvis, Lisa Marie Presley). Para quem gosta do lado mais agitado do astro, duas faixas tentam, sem muito êxito é bom salientar, reviver os dias de Bad e Thriller. Em Scream temos um dueto pouco inspirado ao lado de sua irmã Janet e em 2 Bad constatamos que a velha fórmula havia se desgastado um pouco.
Já "HIStory", a faixa que dá nome ao CD, é no mínimo curiosa, mas pelo sua própria estrutura dificilmente se destacaria nas paradas. O lado ruim do CD vem da regravação desnecessária de Come Together dos Beatles (afinal os direitos eram dele mesmo) e da constrangedora "Childhood" (depois de todas as acusações Michael deveria ter evitado o tema infantil no CD). "Money" tem uma estrutura rítmica muito rica, assim como o vocal de Michael, excelente. "Earth Song" por sua vez se destaca não só pela bonita melodia mas também pela mensagem de tenta passar (Pois é, até na terra do Peter Pan havia consciência com nosso meio ambiente). "Little Susie" é tão estranha quanto curiosa. Não sei onde ele estava com a cabeça ao se envolver com esse tipo de canção. Por fim temos "Smile", que era a sua canção preferida. Aqui temos o grande momento do CD pois não há como negar que se trata de uma das mais lindas releituras dp grande clássico de Charles Chaplin. É um momento primoroso, acima de qualquer crítica, que fez jus ao talento genial de seu criador. É isso, HIStory mostra as facetas de um ser humano complexo, difícil de entender e compreender, mas que no final deixou uma grande obra, essa sim, imortal.
Michael Jackson - HIStory (1995)
HIStory Begins (Disc 1): 01. Billie Jean 02. The Way You Make Me Feel 03. Black Or White" 04. Rock With You 05. She's Out Of My Life 06. Bad 07. I Just Can't Stop Loving You 08. Man In The Mirror 09. Thriller 10. Beat It 11. The Girl Is Mine 12. Remember The Time 13. Don't Stop 'Til You Get Enough 14. Wanna Be Startin' Somethin' 15. Heal The World.
HIStory Continues (Disc 2): 01. Scream 02. They Don't Care About Us 03. Stranger In Moscow 04. This Time Around 05. Earth Song 06. D.S. 07. Money 08. Come Together 09. You Are Not Alone 10. Childhood (Theme from Free Willy 2) 11. Tabloid Junkie 12. 2 Bad 13. HIStory 14. Little Susie.
Pablo Aluísio.
Michael Jackson - Bad
Infelizmente aspectos bizarros de sua vida pessoal começaram também a pipocar nos jornais por essa época, isso foi ruim pois ofuscou o lado artístico de Jackson, dando margem ao aspecto mais sensacionalista de sua vida. Revisando "Bad" nos dias de hoje chegamos na conclusão que a boa sonoridade ainda resiste, embora algumas faixas tenham perdido relevância com o tempo justamente por terem se rendido em demasia aos padrões meramente comerciais dos anos 80. / Estúdio Selo: CBS / Produção: Michael Jackson, Quincy Jones / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Steve Wonder, Eric Gale, Maxi Anderson, David Williams entre outros.
Michael Jackson - Bad (1987)
Bad / The Way You Make Me Feel / Speed Demon / Liberian Girl / Just Good Friends / Another Part of Me / Man in the Mirror / I Just Can't Stop Loving You / Dirty Diana / Smooth Criminal / Leave Me Alone.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Michael Jackson – Thriller
Uma das características que sempre me chamaram atenção em “Thriller” era o incrível número de grandes sucessos presentes em sua seleção musical. Alíás todo o disco foi sucesso, da primeira à última faixa, sem exceções. Eu me recordo bem que nas festinhas de adolescentes da época Thriller era tocado na íntegra porque além de ser um disco extremamente popular não havia faixas ruins ou apagadas – que estavam ali apenas para completar o disco, por exemplo. Pelo contrário, Thriller só tinha sucesso, um atrás do outro, e todas as canções eram extremamente bem trabalhadas e produzidas, mostrando todo o perfeccionismo de Michael Jackson e Quincy Jones nos estúdios. Canções como “Billy Jean”, “Beat It” e a própria “Thriller” viraram verdadeiros hinos de uma geração. Para completar os videoclips (novidade para uma época ainda muito primitiva nesse aspecto) ajudaram a popularizar ainda mais as músicas. Olhando para trás podemos perceber que no fundo “Thriller” foi a glória e a desgraça de Michael Jackson. A glória porque nenhum outro artista conseguiu superá-lo nos números absurdos de cópias vendidas que esse álbum conseguiu alcançar e desgraça porque depois desse avassalador sucesso Michael Jackson nunca mais conseguiu superar o fato dele ter sido literalmente esmagado por sua própria fama e sucesso.
Michael Jackson - Thriller (1982)
1. Wanna Be Startin' Somethin 2. Baby Be Mine 3. The Girl Is Mine 4. Thriller 5. Beat It 6. Billie Jean 7. Human Nature 8. P.Y.T. (Pretty Young Thing) 9. The Lady in My Life.
Pablo Aluísio.
Michael Jackson - Off the Wall
Importante chamar a atenção para o fato de que todos os maneirismos vocais e de performance que Michael iria polir à perfeição no disco seguinte já podem ser encontrados aqui nessas faixas. Em termos de composição Michael ainda se utiliza de outros compositores como o aclamado Stevie Wonder (que escreveu a ótima "I Can't Help It") e Paul McCartney (que tem sua simpática "Girlfriend" do disco "London Town" regravada em excelente versão de Jackson). É um disco coeso, ainda com nuances do movimento Disco que imperava nas paradas daquela época. Um álbum feito para tocar nas rádios e fazer sucesso, algo que Michael Jackson sabia fazer muito bem. / Estúdio Selo: Epic / Produção: Quincy Jones, Michael Jackson / Formato Original: Vinil / Músicos: Michael Jackson, Randy Jackson, Larry Carlton, David Foster, Louis Johnson, John "JR" Robinson, Phil Upchurch, David Williams, entre outros.
Michael Jackson - Off the Wall (1979)
Don't Stop 'Til You Get Enough / Rock with You / Working Day and Night / Get on the Floor / Off the Wall / Girlfriend / She's Out of My Life / I Can't Help It / It's the Falling in Love / Burn This Disco Out.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Janis Joplin - Verdades e Mentiras
Ela sofreu uma overdose de heroína. Janis comprou um tipo de heroína preta mexicana com pureza de cinquenta por cento, uma química fatal para qualquer pessoa. Sozinha em seu quarto, ela se injetou e poucos segundos depois apagou, desmaiou. Caiu ao lado da cama, no chão, mas antes disso bateu com a boca no criado mudo. Ela vinha lutando para deixar a droga, mas após uma fase de abstinência não resistiu e voltou a comprar heroína de seu traficante. Foi seu maior erro. Morreu com apenas 27 anos de idade.Seu corpo só foi encontrado 18 horas depois. Quando os paramédicos chegaram já era tarde demais.
Janis Joplin fez um aborto?
Sim, há confirmação de pelo menos um aborto. Ela ficou grávida e não sabia com certeza quem era o pai, já que tinha uma vida sexual promíscua. O aborto foi mal realizado e trouxe complicações. No camarim, antes de um show, acabou desmaiando por causa do procedimento mal feito em uma clínica clandestina. Foi hospitalizada e por pouco escapou de sofrer um processo criminal pois o aborto era proibido por lei. O pior porém foi o trauma psicológico pois ela levou uma culpa pesada pelo resto de sua vida, como confidenciou a uma amiga algumas semanas antes de sua morte.
Janis Joplin sofria de alcoolismo?
Segundo um amigo muito próximo ela sempre terminava seu dia completamente bêbada. Além de ser viciada em drogas pesadas ela também tinha um problema muito sério com bebidas alcoólicas. Isso atrapalhou sua carreira. Nas gravações causava inúmeros problemas pois quando estava muito alcoolizada, não conseguia cantar. Nos palcos levava um litro de whisky de sua marca preferida para ir tomando entre uma música e outra. Por isso nos finais dos concertos tinha que ser retirada do palco nos braços dos produtores de seus shows.
Janis Joplin esteve no Brasil?
Sim, após o lançamento de um disco que foi bastante criticado ela decidiu dar um tempo. Fugiu dos Estados Unidos e veio parar no Rio de Janeiro, bem no meio de uma comunidade de hippies. Aqui conheceu um americano chamado David que decidiu ajudá-la a ficar limpa. A levou para uma região afastada e fez com que ela ficasse longe das drogas. Foi uma recuperação. Só que de volta aos Estados Unidos sucumbiu de novo ao abuso de drogas. David, o namorado, ficou tão decepcionado que resolveu acabar o breve namoro.
Como foi sua infância e juventude?
Janis era uma mulher fora dos padrões. Texana, rejeitou o padrão que era imposto às mulheres de sua época. Vestia roupas ousadas, algumas masculinas e por isso era alvo de piadas e gozações. Certa vez, na universidade, a elegeram como o "homem mais feio do campus". Isso a magoou bastante, por isso decidiu deixar o Texas para ir para a Califórnia, onde abraçou de vez o movimento hippie, da geração paz e amor. Nas entrevistas sempre reclamava disso, de como tudo havia destruído sua auto estima por anos.Também sofreu bastante com insônia e ansiedade. Nunca conseguiu superar esses dois problemas.
Janis Joplin era lésbica?
Na verdade ela era bissexual, ou seja, se envolvia tanto com homens como com mulheres. Janis fazia da contracultura dos anos 60 uma prática em sua vida pessoal. Com o lema do "amor livre" entre os hippies não havia limites e nem barreiras para esse tipo de comportamento sexual mais liberal. Afinal esse era o lema dessas jovens da Califórnia nos anos 60.
Quanto tempo durou sua carreira e quantos discos lançou?
A carreira musical de Janis Joplin foi extremamente breve. Ela começou a cantar profissionalmente aos 24 anos e morreu aos 27, assim sua carreira mal durou três anos! Nesse período ela só gravou dois discos solos e quando o segundo chegou nas lojas ela já havia morrido de uma overdose de drogas. Esse segundo e último álbum se chamou "Pearl" e chegou ao primeiro lugar nas paradas, afinal sua morte ainda era muito recente e todos estavam chocados pelo fato dela ter morrido tão jovem! Claro, depois a gravadora aproveitou a comoção e lançou inúmeras coletâneas para faturar alto com o mercado.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 17 de maio de 2011
The Beatles - Os Beatles no Cinema
"Help!", o segundo filme do grupo, rendeu uma maravilhosa trilha sonora (com direito a ter "Yersterday" no lado B do álbum) mas paradoxalmente um péssimo filme. Revisto hoje em dia tudo soa terrivelmente datado e mal feito. Os próprios membros do grupo não levaram o filme à sério, uma bobagem sobre um vilão de caricatura que vai atrás de um dos anéis do Ringo Starr. É um filme bem ruim que no final só foi salvo mesmo pela música maravilhosa do quarteto de Liverpool.
"Yellow Submarine", o terceiro filme da banda no cinema, foi uma animação. Eles tinham que cumprir um contrato, mas não estavam a fim de atuar, nem de passar por um novo e cansativo processo de filmagem. Assim contrataram animadores e o resultado saiu melhor do que era esperado. Hoje em dia é considerado um clássico psicodélico. O resultado ficou tão bom que o grupo deu uma canja, em carne e osso, na cena final. A trilha sonora também era boa, mesmo que recheada de reprises e restos de estúdio da discografia deles.
O último filme dos Beatles foi um documentário chamado "Let It Be". Era para ser dividido em duas partes. Na primeira o grupo seria mostrado em estúdio, ensaiando. Depois eles seriam mostrados nos palcos, em grandes shows. Essa era a ideia inicial de Paul McCartney. No meio do caminho porém houve muitas brigas e a ideia de uma grande turnê foi cancelada. Assim o filme que chegou aos cinemas só mostrou mesmo os ensaios, as brigas e a tensão que culminaria no fim da banda. Lançado em 1970 o filme, por mais contraditório que isso possa parecer, acabou até mesmo sendo prestigiado pela academia de Hollywood, sendo premiado com o Oscar de melhor trilha sonora original. Nada mais justo, afinal eram os Beatles!
Pablo Aluísio.
Paul McCartney - Primeiros Shows
No final da carreira dos Beatles quando tudo estava desmoronando, Paul tentou convencer os demais membros da banda a voltarem para a estrada. Ele queria que os Beatles voltassem a tocar ao vivo para capturar o velho sentimento que os unira no passado. Não deu certo. George Harrison não sentia saudades das turnês dos Beatles e John Lennon acreditava que não havia mais como retornar ao velho espírito pois os Beatles já não eram mais garotos de vinte e poucos anos tomados pela febre da Beatlemania. Assim, para desapontamento de Paul, tudo foi deixado de lado.
Ele porém não queria desistir e quando os Beatles implodiram e ele foi para a carreira solo não pensou duas vezes antes de cair na estrada. Foi em 1972 que Paul finalmente voltou aos shows ao vivo. Ele tinha formado uma nova banda chamada Wings e queria sentir novamente a emoção de tocar ao vivo, algo que não fazia há anos por causa da decisão dos Beatles de pararem de fazer concertos. Como Paul ainda se sentia um pouco inseguro de voltar aos palcos ele optou em realizar pequenos shows por universidades da Inglaterra. Nada da loucura das apresentações dos Beatles em grandes estádios.
Outra decisão de Paul McCartney (que ele logo abandonaria) era a de que não tocaria músicas dos Beatles nos concertos, mas apenas faixas de seus três recentes discos solos. Assim os Wings se apresentariam em lugares mais culturalmente relevantes, com um público formado basicamente por universitários ingleses. Nessa primeira turnê ele montou a primeira formação dos Wings, com apenas quatro músicos, ele próprio, Linda, Denny Laine e Denny Seiwell.
A turnê foi batizada de "Wings University Tour" e foi realizada entre os dias 9 e 22 de fevereiro de 1972. Apenas 11 shows foram realizados. O primeiro foi feito na Universidade de Nottingham e o último na prestigiada e internacionalmente conhecida Oxford University. Curiosamente bem no final da agenda Paul decidiu levar os Wings para realizar uma apresentação surpresa no País de Gales, na Swansea University, um dia antes de ir para Oxford. Foi quase um teste para acertar todos os detalhes para o último show dos Wings naquela turnê.
O resultado foi bem positivo, mas Paul percebeu que não dava para fazer shows sem as músicas dos Beatles. O público estava sempre pedindo "Yesterday", "Hey Jude", entre outras e Paul sempre tinha que interromper os pedidos explicando que a apresentação era apenas com canções de sua carreira solo. A cara de decepção dos fãs o fez mudar rapidamente de opinião, afinal de contas todas aquelas músicas maravilhosas tinham sido compostas por ele e não havia muito sentido as deixar de fora dos concertos. Ele, para alegria dos fãs dos Beatles, mudaria tudo para os próximos shows que realizaria em breve. Os Wings estavam lá, mas os Beatles pela grandeza de sua obra jamais poderiam ser ignorados. Essa foi a grande lição que Paul tirou desses concertos iniciais.
Wings Over Europe Tour
No verão de 1972 Paul resolveu partir para sua primeira grande turnê, por toda a Europa, levando seu grupo Wings para a estrada. Entre junho e agosto Paul McCartney e os Wings encararam uma turnê puxada, com shows praticamente diários. A turnê começou na França, onde Paul se apresentou em cinco diferentes cidades, encerrando em Paris no Olympia no dia 16 de julho. Depois de conquistar corações e mentes francesas o grupo seguiu para a Alemanha, onde se apresentaram em Munique e Frankfurt com lotação esgotada. A correria não parou mais e Paul foi cumprir sua agenda na Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Bélgica e Holanda. Foram excelentes apresentações onde Paul McCartney pôde sentir que o nome Beatles ainda tinha uma força incrível perante o público. Deixando os pudores da primeira excursão Paul resolveu trazer vários sucessos dos Beatles para os palcos, com ampla aprovação da platéia.
No geral os concertos foram considerados um grande sucesso de público e crítica. Não houve grandes incidentes a não ser uma prisão de Paul e Linda na Suécia, em 10 de agosto, na cidade de Gothenburg. Alertados por uma denúncia anônima investigadores resolveram averiguar o quarto de Paul na cidade e encontraram maconha em sua bagagem. Paul McCartney e sua esposa foram imediatamente detidos, pagaram uma pequena fiança e seguiram em frente. Perguntado pela imprensa local se ele havia ficado chateado com o acontecimento Paul falou que não, que isso poderia acontecer, e que de certa forma era um tipo de "boa publicidade" para os Wings. Por via das dúvidas, tentando fugir de maiores problemas legais, Paul e banda deixaram o palco direto para o aeroporto depois de seu concerto na cidade. Seria a primeira prisão de Paul por posse de maconha em sua carreira solo mas não a última, pois outras viriam nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
The Beatles – The Beatles Ballads
É curioso que dentro da discografia inglesa oficial dos Beatles essa que é considerada a maior música romântica do quarteto, foi relegada para o lado B do disco "Help!". Nos anos 60 esse espaço era reservado nos discos para as músicas com menor potencial comercial. Até mesmo a expressão "Lado B" tinha exatamente esse significado. Era o lado do vinil que apenas os fãs mais ardorosos conheciam, com músicas que não faziam sucesso nas rádios e nem se tornavam hits. Assim "Yesterday" em seu lançamento original vinha para quebrar esse estigma.
Sobre o conteúdo do disco em si não há maiores novidades. Um aspecto interessante porém vem de sua capa. Essa ilustração iria ser usada na capa do "Álbum Branco", só que John Lennon achou que uma capa completamente branca com o nome "The Beatles" em relevo seria algo mais inovador, mais artístico. Com isso a ilustração criada pelo artista John Byrne em 1968 foi arquivada e finalmente 12 anos depois foi finalmente usada pela EMI para essa coletânea que reunia as melhores músicas românticas do quarteto de Liverpool.
"The Beatles Ballads" foi lançado em 1980 como parte dos lançamentos da EMI-Odeon relembrando os dez anos da separação do grupo. Pois é, não é de hoje que as gravadoras perceberam que datas redondas acabam gerando interesse renovado no mercado. Geralmente várias reportagens e notícias na mídia acabam lembrando aos fãs de momentos importantes na biografia de uma banda e a gravadora sabendo da publicidade grátis que esse tipo de matéria traz, acaba indo atrás. Já em termos de repertório "The Beatles Ballads" não traz muito interesse para aquele colecionador que já tem todos os discos oficiais. É basicamente uma coletânea de baladas feita para um público mais ocasional, que tem poucos ou nenhum disco dos Beatles em sua casa. Por isso também se destaca mais as composições de Paul McCartney na seleção musical, uma vez que ele foi de fato o grande criador das melhores músicas românticas dos Beatles. Enfim, um item dispensável, a não ser que você seja um ouvinte de primeira viagem dos Beatles ou então um colecionador compulsivo que quer absolutamente tudo que já foi lançado pela EMI sobre eles.
The Beatles Ballads (1980)
Lado A: Yesterday / Norwegian Wood (This Bird Has Flown) / Do You Want to Know a Secret / For No One / Michelle / Nowhere Man / You've Got to Hide Your Love Away / Across the Universe / All My Loving / Hey Jude / Lado B: Something / The Fool on the Hill / Till There Was You / The Long and Winding Road / Here Comes the Sun / Blackbird / And I Love Her / She's Leaving Home / Here, There and Everywhere / Let It Be./ Data de lançamento: outubro de 1980 / Lançamento no Brasil: abril de 1981 / Selo: EMI Odeon - Parlophone / Produção: George Martin e Phil Spector / Número de cópias vendidas: 400.000.
Pablo Aluísio.
The Beatles - Brian Epstein e os Beatles
Como dono da loja North End Music Store (NEMS) ele se encontrou. Brian se orgulhava de ter a melhor loja de música do norte da Inglaterra, onde o cliente jamais sairia sem encontrar o disco que procurava. Ele mandava importar álbuns diretamente dos Estados Unidos, pelo porto da cidade e era visitado por colecionadores vindos até mesmo de Londres atrás de raridades em vinil. Os próprios Beatles frequentavam a loja de Brian, mas eles nessa época não se conheciam. Os rapazes ainda eram jovens sem grana da classe trabalhadora de Liverpool. No máximo eles iam até a loja apenas para ouvir as novidades, mas sem comprar os discos, o que não interessava muito a Brian.
De qualquer maneira o negócio prosperou. Brian Epstein era um excelente gerente. Ele criou um método baseado em pura matemática com que deixava a loja sempre abastecida, com um excelente catálogo de discos. Anos depois Epstein diria que o maior vendedor de discos da época era Elvis Presley. Então ele importava discos de Elvis dos Estados Unidos antes mesmo deles serem lançados oficialmente na Inglaterra. Também explorava músicas e discos raros de outros países europeus. Isso transformou Brian não apenas em um excelente homem de negócios, mas também em um expert musical. Sem modéstia pessoal, Brian dizia que conhecia tudo em termos de mercado musical. Ele conhecia todos os cantores, todas as bandas, todos os selos, tudo... absolutamente tudo!
Seu orgulho de ter uma joja impecável só foi quebrado quando um jovem entrou em sua loja e pediu um disco de Tony Sheridan e The Beatles. "My Bonnie" era o lado A do disquinho alemão. Brian ficou chocado! Ele nunca havia ouvido falar nos Beatles e nem encontrou o single para vender nos catálogos que recebia das gravadoras. Era um lançamento desconhecido que ele nem sabia por onde comprar. Assim ele ficou intrigado com aquele pedido. Acabou descobrindo que os Beatles se apresentavam ali pertinho, em um clube. Acabou indo a uma de suas apresentações, mais tentando comprar exemplares do single que não tinha do que propriamente conhecer os jovens daquele barulhento grupo de rock. Depois que Epstein foi apresentado a John, Paul e George, toda a sua vida mudou. Ele nunca havia sido empresário de uma banda, mas também os Beatles nunca tinham sido empresariados antes, ainda mais por um homem de negócios como Brian. Parecia o casamento perfeito. Acabou sendo o encontro que mudaria para sempre a música do século XX.
Pablo Aluísio.