quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Elvis Presley - Discografia Oficial Americana

1) ELVIS PRESLEY (1956) #
2) ELVIS(1956) #
3) LOVING YOU (1957) Trilha Sonora #
4) ELVIS CHRISTMAS ALBUM (1957) #
5) ELVIS GOLDEN RECORDS (1958) Coletânea #
6) KING CREOLE (1958) Trilha Sonora
7) FOR LP FANS ONLY (1959) Coletânea
8) A DATE WITH ELVIS (1959) Coletânea
9) ELVIS GOLDEN RECORDS Vol.2 (1959) Coletânea #
10)ELVIS IS BACK! (1960)
11)G.I.BLUES (1960) Trilha Sonora #
12)HIS HAND IN MINE (1960) LP Gospel #
13)SOMETHING FOR EVERYBODY (1961)
14)BLUE HAWAII (1961) Trilha Sonora #
15)POT LUCK (1962)
16)GIRLS,GIRLS,GIRLS (1962) Trilha Sonora #
17)IT HAPPENED AT WORLD'S FAIR (1963) Trilha Sonora
18)FUN IN ACAPULCO (1963) Trilha Sonora
19)ELVIS GOLDEN RECORDS Vol.3 (1963) Coletânea #
20)KISSIN COUSINS (1964) Trilha Sonora
21)ROUSTABOUT (1964) Trilha Sonora #
22)GIRL HAPPY (1965) Trilha Sonora
23)ELVIS FOR EVERYONE (1965)
24)HARUM SCARUM (1965) Trilha Sonora
25)FRANKIE AND JOHNNY (1965) Trilha Sonora
26)PARADISE, HAWAIIAN STYLE (1966) Trilha Sonora
27)SPINOUT (1966) Trilha Sonora
28)HOW GREAT THOU ART (1967) LP Gospel #
29)DOUBLE TROUBLE (1967) Trilha Sonora
30)CLAMBAKE (1967) Trilha Sonora
31)ELVIS GOLD RECORDS Vol.4 (1968) Coletânea #
32)SPEEDWAY (1968) Trilha Sonora
33)ELVIS SINGS FLAMING STAR (1968)
34)ELVIS NBC TV SPECIAL (1968) #
35)FROM ELVIS IN MEMPHIS (1969) #
36)FROM MEMPHIS TO VEGAS/FROM VEGAS TO MEMPHIS (1969) #
37)LET'S BE FRIENDS (1970)
38)ON STAGE (1970) Ao Vivo #
39)WORLDWIDE 50 GOLD AWARDS HITS (1970) Coletânea #
40)ELVIS IN PERSON AT INTERNATIONAL HOTEL (1970) Ao Vivo #
41)BACK IN MEMPHIS (1970)
42)ALMOST IN LOVE (1970)
43)THAT'S THE WAY IT IS (1970) Trilha Sonora #
44)ELVIS COUNTRY (1970) #
45)YOU'LL NEVER WALK ALONE (1970) Coletânea #
46)LOVE LETTERS FROM ELVIS (1971)
47)THE OTHER SIDES-WORLDWIDE 50 GOLDEN HITS (1971) Coletânia #
48)C'MOON EVERYBODY (1971) Coletânia
49)I GOT LUCK (1971) Coletânia
50)ELVIS SINGS THE WONDERFULL WORLD OF CHRISTMAS (1971) #
51)ELVIS NOW (1972) #
52)HE TOUCHED ME (1972) LP Gospel #
53)ELVIS SINGS HITS FROM HIS MOVIES (1972) Coletânia
54)ELVIS AS RECORDED LIVE AT MADISON SQUARE GARDEN (1972) #
55)ELVIS SING BURNING LOVE AND HITS FROM MOVIES Vol.2(1972) #
56)SEPARATE WAYS (1972) Coletânia
57)ALOHA FROM HAWAII VIA SATELITE (1973) Ao Vivo #
58)ELVIS (1973)
59)RAISED ON ROCK/FOR OLD TIMES SAKE (1973)
60)A LEGENDARY PERFORMER Vol.1 (1974) Coletânia #
61)GOOD TIMES (1974)
62)ELVIS AS RECORDED LIVE ON STAGE IN MEMPHIS (1974)
63)HAVING FUN WITH ELVIS ON STAGE (1974)
64)PROMISED LAND (1975)
65)PURE GOLD (1975) #
66)ELVIS TODAY (1975)
67)A LEGENDARY PERFORMER Vol.2 (1975) Coletânia #
68)DOUBLE DYNAMITE (1975) Coletânia
69)THE SUN SESSIONS (1976) Coletânia
70)FROM ELVIS PRESLEY BOULEVARD,MEMPHIS,TENNESSEE (1976) #
71)WELCOME TO MY WORLD (1976) Coletânea #
72)MOODY BLUE (1977) #
73)ELVIS IN CONCERT (1977) LP Póstumo #

Todos os Lps Foram Lançados Pela RCA Victor
# LPs Premiados com Disco de ouro e/ou Platina

Lisa Marie Presley - Now What

Infelizmente dessa vez não deu. O segundo CD da filha de Elvis, Lisa Marie Presley, foi um grande fracasso de vendas nos Estados Unidos, com menos de 100 mil cópias vendidas. Lisa Marie tem talento de sobra, mas parece faltar a ela uma assessoria mais presente, evitando por exemplo que ela se exponha demais na mídia. Ao se apresentar mais como celebridade do que como artista, Lisa Marie não consegue se impor e conquistar novos fãs. E olha que ela até se esforçou, fazendo uma turnê universitária, se apresentando em campus de universidades por todos os Estados Unidos.

Parece que passada a curiosidade inicial sobre sua voz e seu modo de cantar, os fãs de Elvis não voltaram às lojas para repetir o sucesso do disco anterior dela. Mesmo assim é de se indicar algumas faixas desse trabalho. Lisa Marie Presley parece demonstrar afinidade com um estilo musical que eu poderia até mesmo denominar de "Country Dark". As letras muitas vezes são pessimistas, com teor sombrio. Ao que tudo indica a filha única do Rei do Rock também tem seus próprios demônios pessoais para superar.  

Lisa Marie Presley - Now What (2005)
 1. I'll Figure It Out;
2. Turbulence;
3. Thanx;
4. Shine (featuring Pink)
5. Dirty Laundry
6. When You Go
7. Idiot
8. High Enough
9. Turn To Black
10. Raven

Pablo Aluísio. 

Lisa Marie Presley - To Whom It May Concern

A questão principal é: a filha de Elvis Presley tem talento? A resposta é sim. Gostei muito de todo o CD, acho que é um trabalho que vai surpreender muita gente. De boba a garota não tem nada, se cercou de gente competente e mandou ver em uma dúzia de canções que surpreendem de tão bem escritas. Não vou comparar com Elvis porque aí é covardia, mas merece uma boa nota pelo álbum, principalmente por ser o primeiro CD dela.

As faixas possuem uma certa melancolia. Não é um trabalho pop como muita gente está acostumada a ouvir por aí. E nesse aspecto a Lisa Marie se sai bem, principalmente por optar em não imitar ninguém, nem seu pai famoso e nem muito menos outras estrelas da pop music. Assim ela escolheu de forma certa seguir por seu próprio caminho. Depois com o tempo a Lisa Marie meio que se decepcionou com sua carreira e após problemas envolvendo drogas deixou a profissão de cantora de lado, o que foi uma pena. Ela deveria ter insistido mais por seguir esse lado de artista. Uma grande perda mesmo ela ter largado tudo cedo demais. Teria sido uma cantora realmente muito boa.

Lisa Marie Presley - To Whom It May Concern (2003)
1.S.O.B.
2.The Road Between
3.Lights Out
4.Better Beware
5.Nobody Noticed It
6.Sinking In
7.Important
8.So Lovely
9.Indifferent
10.Gone
11.To Whom It May Concern
12.Excuse Me
13.Lights Out

Pablo Aluísio.

Frank Sinatra - Sinatra '57 in Concert

Ao contrário de Elvis que lançou muitos discos gravados ao vivo, principalmente na década de 1970, poucos foram os álbuns lançados nesse estilo por Frank Sinatra. O cantor era muito perfeccionista e não se sentia confortável ou confiante para lançar discos gravados ao vivo, uma vez que a qualidade sonora nem sempre ficava muito boa, além das eventuais falhas que sempre ocorriam nesse tipo de apresentação, onde o imprevisto e o erro eram a regra. Assim apenas muito mais tarde na carreira foi que Sinatra sentiu-se seguro o suficiente para autorizar o lançamento de discos gravados em concertos na sua discografia oficial. Por tudo isso esse CD tem um valor e tanto para os fãs do The Voice. Afinal de contas ele traz um concerto de Sinatra gravado em Seatlle no ano de 1957. Ao ouvir a íntegra do show não posso ficar surpreso com a boa qualidade sonora. Certamente passa longe da perfeição pois de certa maneira a maravilhosa orquestra que acompanhava Sinatra ficou um pouco abafada ao fundo, mesmo assim considerei realmente excelente o tratamento que foi realizado nas fitas originais. Não é preciso lembrar que nos anos 1950 a técnica de gravação de shows era muito precária, quase primitiva. Apenas faixas gravadas em estúdios profissionais apresentavam boa qualidade sonora.

Outro aspecto que merece destaque é a própria postura de Sinatra no palco. Não há espaço para maiores improvisos ou brincadeiras. Nesse ponto Sinatra era realmente um profissional admirável. Ele tinha um repertório para interpretar e o fazia com extrema maestria e cuidado técnico. Como eu escrevi, para alguém tão perfeccionista não havia espaço para falhas. No máximo ele se dava o prazer e privilégio de cantar alguma música com uma entonação mais divertida. Em pequenos momentos ele se divertia mais como em "I Get a Kick Out of You", onde acabava perdendo por um momento o fio da meada do acompanhamento de seus músicos. É interessante que esse tipo de show era bem diferente do que ele estava mais acostumado a realizar em Las Vegas. Ao lado do Rat Pack a proposta era bem outra. Quando estava acompanhado de Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford ou Joey Bishop, o cantor com copo de whisky na mão adotava outra postura, outro comportamento, quase como um comediante. A intenção não era apenas cantar bem, mas acima de tudo divertir o público, contando piadinhas e histórias engraçadas. Nem sempre esse tipo de material foi bem apreciado pelos críticos, já que todos queriam mesmo ouvir o talento de Sinatra com a devida perfeição e profissionalismo. Se esse for o seu caso então recomendo esse CD sem receios.

Frank Sinatra - Sinatra '57 in Concert
1. Introduction / You Make Me Feel So Young
2. It Happened in Monterey
3. At Long Last Love
4. I Get a Kick Out of You
5. Just One of Those Things
6. A Foggy Day
7. The Lady Is a Tramp
8. They Can't Take That Away From Me
9. I Won't Dance
10. Sinatra Dialogue
11. When Your Lover Has Gone
12. Violets For Your Furs
13. My Funny Valentine
14. Glad to Be Unhappy
15. One For My Baby
16. The Tender Trap
17. Hey Jealous Lover
18. I've Got You Under My Skin
19. Oh! Look at Me Now

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Chuck Berry - Too Much Monkey Business

É uma pena que o mito e pioneiro do rock Chuck Berry tenha nos deixado. Ele morreu no dia 18 de março de 2017. Estamos sempre comentando sobre Berry aqui no blog, pois sua música, seus discos e suas gravações estão sempre vivas nesse espaço, na ordem do dia. Pois bem, para homenagear esse grande roqueiro, um dos verdadeiros pais do rock ´n´ roll, nada melhor do que falar sobre sua arte. Em 1956, em pleno auge da explosão do rock, Berry lançou mais esse single pela Chess.

O compacto era extraído de seu álbum "After School Session" (um dos ícones da primeira geração de roqueiros americanos) e trazia dois clássicos absolutos, com "Too Much Monkey Business" no lado A e "Brown Eyed Handsome Man" no lado B. A letra, como convinha a Berry nessa época, usava de gírias da época, pois a expressão "Monkey Business" era muito utilizada entre os jovens. A música fez bastante sucesso, chegando ao quarto lugar da Billboard e entrou definitivamente no panteão de grandes clássicos do rock ´n´ roll, ganhando versões posteriores de grandes astros da música como os Beatles e Elvis Presley. Algum tempo depois um outro single seria lançado com a canção "Let It Rock" no lado A, mostrando como essa faixa era popular na carreira de Chuck Berry.

Chuck Berry - Too Much Monkey Business (1956)
Single: Too Much Monkey Business / Brown Eyed Handsome Man / Cantor: Chuck Berry / Álbum: After School Session / Selo: Chess Records / Data de Lançamento: Setembro de 1956 / Produção: Leonard Chess, Phil Chess / Músicos: Chuck Berry (vocais e guitarra), Johnnie Johnson (piano), Willie Dixon (baixo), Fred Below (bateria).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Chuck Berry - Chuck Berry In London

Recentemente foi anunciado que Chuck Berry gravaria um novo disco apenas com canções inéditas, algo que ele não faz há muito tempo. Eu recebi essa notícia com bastante reserva. Chuck Berry tem sido explorado por sua família já há bastante tempo. Ele está com 90 anos de idade e não deveria estar mais em um palco ou em um estúdio de gravação e sim curtindo sua aposentadoria em paz. Ele já fez tudo o que deveria fazer em sua carreira. Recentemente ele fez alguns concertos realmente desastrosos, causados justamente por causa de sua idade avançada e da falta de condições de se apresentar bem. É hora do bom e velho Berry descansar.

Dito isso deixa aqui a dica desse excelente álbum ao vivo gravado em Londres quando Berry visitou a Inglaterra para uma série de concertos para seus fãs ingleses (que definitivamente não são poucos). O disco foi lançado originalmente em 1965 e naquela época Berry ainda era uma explosão em cima de um palco. O curioso da seleção musical desse concerto é que Chuck Berry fugiu completamente da set list habitual que costumava usar em seus shows. Ao invés de apostar nos velhos sucessos que todos conheciam ele optou por um repertório completamente fora dos padrões, focado principalmente em canções de blues. Isso é interessante porque ele já sabia que o material seria usado em um disco a ser lançado, por isso caprichou, tanto do ponto de vista em escolher as músicas certas, como também na hora de tocar e cantar, procurando dar sempre o melhor de si. O resultado é ótimo. Eis aqui um álbum que definitivamente não pode faltar na coleção de nenhum roqueiro que se preze.

Chuck Berry - Chuck Berry In London (1965)
My Little Love-Lights / She Once Was Mine  / After It's Over / I Got A Booking / Night Beat / His Daughter Caroline  / You Came A Long Way From St. Louis / St. Louiis Blues / Jamaica Farewell / Dear Dad / Butterscotch / The Song Of My Love / Why Should We End This Way / I Want To Be Your Driver.

Pablo Aluísio.

Chuck Berry - St. Louis to Liverpool

Chuck Berry ficou vários anos na prisão. Finalmente em 1963 ele ganhou a liberdade. Quando saiu da cadeia ele percebeu que os grupos de rock que mais faziam sucesso nas paradas, como Beatles e Rolling Stones, estavam gravando vários de seus antigos clássicos. Assim o interesse em sua música estava renascendo. Ao ser preso nos anos 50 uma das coisas que Berry havia dito era que jamais voltaria a gravar pela gravadora Chess, pois era, em suas próprias palavras, uma empresa comandada por um bando de ladrões. Pois bem, ao sair da prisão, falido e sem muitas perspectivas, ele acabou cedendo às pressões e voltou para a Chess para gravar esse álbum. Ele engoliu seu orgulho pessoal para ter uma nova oportunidade na carreira.

O título procurava fazer uma ponte entre o legado de Berry e as novas bandas, por isso a referência a Liverpool, a terra dos Beatles. É claro que havia ali um oportunismo barato por parte dos produtores, mas para Berry o importante era voltar à ativa, voltar a trabalhar. E como era de se esperar o resultado era genial. Em seus anos preso, Berry aproveitou para compor vários temas, muitos deles gravados aqui pela primeira vez. Um repertório fantástico, capaz de derrubar dúzias de bandinhas da moda. Ele era realmente genial. Basta dar uma olhada na seleção para verificar que novos clássicos da geração rocker eram lançados nesse álbum como, por exemplo, "Promised Land" (que Elvis Presley regravaria alguns anos depois), "Merry Christmas Baby" (outra que Elvis aproveitaria, um autêntico blues de natal, composto na amargura de se passar uma noite de natal atrás das grades) e "Little Marie", uma espécie de continuação de "Memphis, Tennessee". Enfim, o disco era mais uma obra prima da discografia de Berry, produzido em uma época complicada de sua vida. A despeito de tudo contra, Chuck Berry mais uma vez provava que ainda era capaz de produzir rock de extrema qualidade. Ser genial é isso aí.

Chuck Berry - St. Louis to Liverpool (1964)
1. Little Marie 2. Our Little Rendezvous 3. No Particular Place to Go 4. You Two 5. Promised Land 6. You Never Can Tell 7. Go Bobby Soxer 8. Things I Used to Do 9. Liverpool Drive (instrumental 10. Night Beat (instrumental) 11. Merry Christmas Baby 12. Brenda Lee

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Chuck Berry - Chuck Berry Is on Top

Bom, se eu fosse indicar algum álbum da discografia original de Chuck Berry para algum marinheiro de primeira viagem em sua obra certamente apontaria para esse "Chuck Berry Is on Top". Aqui Berry resolveu unir alguns singles de sucesso com gravações novas, inéditas. O resultado mais uma vez é excelente. Uma pena que na carreira e na vida pessoal Berry estivesse vivendo um verdadeiro caos, um inferno astral. Profissionalmente ele estava brigando com a gravadora Chess Records. Havia acusações para todos os lados, mas Berry insistia que estava sendo roubado pelos irmãos Leonard Chess e Phil Chess! A coisa toda iria atingir um ponto em que eles iriam partir para as raias dos tribunais, tamanho o nível de atrito que havia se instalado. Na vida pessoal as coisas também não iam nada bem. Chuck Berry vinha enfrentando acusações pesadas, em processos criminais, que culminariam em sua prisão alguns meses depois.

Com tanto coisa jogando contra não é de se admirar que ele tenha tido vários problemas para colocar um disco completamente inédito nas lojas. Particularmente abomino coletâneas em geral que considero resumos incompletos das obras dos artistas de que gosto. É um produto comercial para vender e nada mais. Em relação a roqueiros como Chuck Berry e Little Richard a coisa ficou ainda mais feia pois a partir dos anos 60 sairiam uma infinidade de títulos como "Golden Hits" e coisas do gênero que apenas procuravam relançar velhas gravações com novas capas. Uma verdadeira praga. Mesmo assim ainda consigo indicar - com certa reserva - um álbum como esse, afinal de contas em seu favor temos o fato dele ter sido parte da discografia original de Berry nos anos 50. Uma prova que sua carreira foi realmente meteórica, de poucos anos. Depois ele infelizmente se tornaria mais um artista ao estilo revival, vivendo de glórias passadas e pouco produzindo algo de novo.

Chuck Berry - Chuck Berry Is on Top (1959)
Almost Grown / Carol / Maybellene / Rock Sweet Little & Roller / Anthony Boy / Johnny B. Goode / Little Queenie / Jo Jo Gunne / Roll Over Beethoven / Around and Around / Hey Pedro  / Blues for Hawaiians.

Pablo Aluísio.

Chuck Berry - Chuck Berry Blues

Há um certo consenso sobre a carreira de Chuck Berry sobre o fato dele ser muito mais do que apenas um roqueiro celebrado pelos anos pioneiros do surgimento do Rock americano, lá nos distantes anos 50. Na verdade Chuck deve ser celebrado também como um talentoso intérprete de blues. Até porque não há como separar o rock original de todos aqueles gêneros que lhe deram origem com especial destaque para o próprio blues, o gospel e até mesmo o jazz. Cada um desses estilos deram sua contribuição para o surgimento daquele novo idioma musical que ficaria conhecido popularmente como Rock ´n´ Roll.

Uma boa oportunidade para conhecer o blueseiro Berry vem justamente desse álbum chamado muito apropriadamente de "Chuck Berry Blues". A edição em CD vem com 16 faixas, quatro a mais do que o LP original. No repertório vemos o cantor tentando resgatar suas origens. Berry não se sai mal em nenhuma das gravações, mas temos que reconhecer que ele não também não consegue ser tão brilhante como em seu lado rocker, já que como roqueiro ele foi um dos mais importantes da história. Como blueseiro, devo dizer, ele é apenas um músico esforçado, embora como eu escrevi, talentoso. Berry chega a até mesmo, em momentos ocasionais, a brilhar como em "I Just Want To Make Love To You", "The Things I Used To Do" e principalmente "St. Louis Blues". Mesmo assim há momentos que deixam a desejar como na preguiçosa "Still Got The Blues", onde Berry parece se contentar em ficar no piloto automático, apelando para clichês. Dentro do blues o grande mentor de Berry, como ele sempre admitiu, sempre foi Willie Dixon. Na prática porém Berry chega mais próximo do estilo de Muddy Waters, o que convenhamos também não é nada mal.

Chuck Berry - Chuck Berry Blues
House Of Blue Lights / Wee Wee Hours / Deep Feeling / I Just Want To Make Love To You / How You've Changed / Down The Road Apiece / Worried Life Blues / Confessin' The Blues / Still Got The Blues / Driftin' Blues / Run Around / Route 66 / Sweet Sixteen / All Aboard / The Things I Used To Do / St. Louis Blues.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Chuck Berry - One Dozen Berrys

Segundo álbum da carreira de Chuck Berry e o primeiro a ser lançado oficialmente na Europa - uma prova de seu sucesso comercial. Esse disco tem alguns dos maiores clássicos da carreira do cantor e compositor. Duas delas são ícones absolutos que merecem estar em qualquer lista de melhores rocks de todos os tempos, são elas "Sweet Little Sixteen" que estouraria nas paradas assim que foi lançada e "Rock and Roll Music" que anos depois seria regravada pelos Beatles em seu disco "Beatles For Sale". Em tempos politicamente corretos em que vivemos uma letra como a de "Sweet Little Sixteen" certamente traria problemas para Berry, afinal imagine a paranoia que iria se formar ao se deparar com uma canção que falava de uma doce garota de dezesseis anos! Seria o caos em cima do pobre Chuck. Já "Rock and Roll Music" tem uma grande letra, algo bem típico de Chuck Berry pois ele usava de uma linguagem quase cinematográfica para passar seu recado. Obra Prima!

"One Dozen Berrys" faz parte da primeira fase da carreira do cantor. Por essa época ele ainda gravava seus álbuns em Chicago, sob supervisão dos próprios irmãos Chess (Leonard e Phil Chess) que dominavam todo o processo de gravação com mãos de ferro, algo que em pouco tempo os colocaria contra as ideias de Chuck Berry que não ficaria muito tempo no selo - ele saiu batendo a porta literalmente, dizendo que estava sendo roubado pelos donos da Chess na cara dura! De uma forma ou outra não há como negar que é um grande trabalho. Não importam muito as brigas de bastidores quando o ouvinte se delicia com esse repertório. Berry até procura inovar um pouco ao considerar gravar ousadias como "Rockin' at the Philharmonic", uma óbvia tirada de sarro dele para cima dos críticos do Rock ´n´ Roll que não paravam de qualificar as primeiras canções de rock como imbecis e destituídas de valor musical. O tempo, senhor de tudo, porém iria dar o devido reconhecimento para Berry e todos os pioneiros do rock uma vez que esse disco hoje é considerado um verdadeiro clássico! Nada mal...

Chuck Berry - One Dozen Berrys (1958)
Sweet Little Sixteen / Blue Feeling / La Jaunda / Rockin' at the Philharmonic / Oh Baby Doll / Guitar Boogie / Reelin' and Rockin / In-Go / Rock and Roll Music / How You've Changed / Low Feeling / It Don't Take But a Few Minutes.

Pablo Aluísio.

Chuck Berry - After School Session

Chuck Berry foi um poeta da geração jovem da década de 50. Através das letras de suas canções ele procurou cantar o universo de um adolescente da época. Suas canções geralmente falavam de assuntos triviais mas muito importantes para quem tinha seus 16, 17 anos. Em suas músicas temas como garotas, namoros, escola e carrões estavam sempre presentes. Ao longo da vida Berry criou um estilo próprio, sendo considerado até hoje um dos mais criativos guitarristas e compositores da história do rock. De fato poucos tiveram tanto talento em escrever riffs aparentemente simples mas muito bem elaborados. Os solos de Berry são inconfundíveis, formando uma sonoridade que fica na mente de quem ouve para sempre. Basta ouvir uma vez para ser fisgado! Assim não é de se admirar que tenha composto tantos sucessos no começo de sua carreira. Esse seu primeiro álbum na carreira traz um exemplo perfeito disso. O disco é composto basicamente por canções gravadas nas primeiras cinco sessões de estúdio do artista na gravadora Chess e mostra todas as características que fizeram de Berry um dos nomes mais importantes do surgimento do rock´n´roll americano.

Chuck Berry nunca foi uma pessoa fácil de se controlar e essa característica ele aprendeu pelas gravadoras pelas quais passou. Sua passagem na Chess Records foi seguramente sua fase mais inspirada. Nessa gravadora ele colecionou hits após hits, todos lançados em singles de grande sucesso comercial. Para um cantor negro como ele na década de 50 um single de sucesso era tudo o que se procurava alcançar pois isso geralmente significava mais shows e com mais shows mais grana ele conseguia ganhar. Pois Berry não conseguiu apenas um single mas vários, em sequência. Infelizmente como ele próprio definiu anos depois tudo o que conseguiu por essa época foi ser literalmente roubado por empresários e donos de gravadora. Sempre às turras com esse pessoal, Berry não foi consultado nem sobre esse seu primeiro álbum, cujas faixas foram escolhidos à sua revelia. De qualquer modo esse “After School Sessions” é um joia da fase artística mais inspirada de Berry com canções fantásticas que até hoje inspiram as novas gerações de roqueiros. Um disco maravilhoso de um artista numa fase comercialmente conturbada de sua carreira mas artisticamente muito produtiva em sua vida.

Chuck Berry - After School Session (1957)
School Days / Deep Feeling / Too Much Monkey Business / Wee Wee Hours / Roly Poly (Rolli Polli) / No Money Down / Brown Eyed Handsome Man / Berry Pickin / Together (We'll Always Be) / Havana Moon / Downbound Train / Drifting Heart / You Can't Catch Me * / Thirty Days (To Come Back Home) * / Maybellene * / * Faixas bônus do lançamento em CD.

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Chuck Berry

Chuck Berry - Na famosa foto de divulgação da gravadora Decca ao lado, vemos o cantor e compositor Chuck Berry com sua guitarra, ainda no começo da carreira. Ele diria depois que pouco sobrou de seus primeiros anos. Em entrevista Berry recordou: "Todos me roubaram. Meu empresário, os donos das gravadoras, as editoras de música, minhas ex-esposas,  meus parentes! O dinheiro que ganhei no auge da minha carreira foi todo roubado! Assim eu tive que continuar trabalhando para não morrer de fome!"

Chuck Berry, como muitos dos pioneiros do rock, não tinham a menor ideia de como a indústria musical funcionava. Por essa razão assinaram contratos em que praticamente cediam todos os direitos de suas músicas e gravações. Para esses primeiros roqueiros o que importava era gravar discos, mostrar que estava fazendo sucesso no meio musical.

Só que ao assinarem esses contratos leoninos eles perdiam direito a quase tudo. O próprio Chuck Berry iria descobrir que não tinha o direito sequer de usar seu próprio nome pois ele havia cedido tudo para a gravadora Decca, desde suas gravações de seus maiores sucessos, passando por sua imagem e até mesmo o nome! Chuck Berry assim precisou lutar por anos em processos e mais processos judiciais para finalmente começar a ganhar algum dinheiro com sua própria arte.  

Chuck Berry - I Just Want To Make Love To You / House Of Blue Lights / Confessin' The Blues
"I Just Want To Make Love To You" é um dos blues mais bem arranjados da discografia de Chuck Berry. Além da onipresente guitarra de Berry ele resolveu colocar também uma guitarra rítmica que lembra muito a sonoridade típica dos anos 70, um tipo de arranjo que iria fazer parte de muitas músicas daquela época. De todas as faixas do disco "Chuck Berry Blues" essa era uma das mais vocacionadas a virar um hit nas rádios. Só que isso acabou não acontecendo, muito provavelmente por desleixo da gravadora que não trabalhou direito na promoção da música nas estações de rádio. Uma pena.

"House Of Blue Lights" abre com um daqueles rifs memoráveis de Berry. Essa canção é puro rock ´n´ roll dos anos 50. A única razão dela ter sido incluída nesse álbum foi para ajudar na promoção do disco. OK, um dos ingredientes da formação do rock como ritmo musical foi o blues, todos sabem disso, porém "Blue Lights" não é uma canção de blues, pelo contrário, é puro rock mesmo, sem tirar e nem colocar nada. Grande gravação de Berry e também um dos melhores momentos do disco. A melodia é das mais agradáveis e lembra imediatamente de outros sucessos de Berry como a sempre lembrada "Johnny B. Goode".

Mais híbrida é a animadinha "Confessin' The Blues". Dessa faixa aprecio especialmente o "duelo" de guitarras, com Berry solando em praticamente toda a gravação. A melodia com as várias "paradinhas" é outro ponto de atração. Assim como "Make Love to You" essa é igualmente uma das mais bem arranjadas canções do disco. O próprio Chuck Berry abriu espaço no meio da faixa para solar e improvisar como nunca com sua Gibson. Precisava mais de alguma coisa? Penso que não. Em apenas dois minutos Chuck Berry mandou muito bem, adicionando todos os elementos que o fizeram um dos grandes nomes do surgimento do rock nos Estados Unidos.

Chuck Berry: O Ocaso de um Mito
É lamentável saber que um dos grandes mitos da história do rock, Chuck Berry, está nesse momento fazendo uma turnê pela América do Sul (Argentina, Chile, etc) sem ter a menor condição de se apresentar mais com dignidade. Aos 86 anos o velho roqueiro não está nada bem, nem fisicamente e nem psicologicamente falando.

Sua última apresentação no último dia 14 de abril na Argentina foi avaliada como “desastrosa” pela imprensa local. Berry subiu ao palco visivelmente debilitado, sem condições de tocar ou cantar adequadamente. Ao lado de sua famosa guitarra mal conseguiu acertar as notas de seus clássicos.Executou apenas 10 canções em 1 hora de show e saiu sem dar adeus. Acompanhado de uma banda considerada “medíocre” pela crítica argentina Berry não tem mais condições psicológicas e nem de saúde para se expor a esse tipo de apresentação. Seu concerto foi classificado como “triste, bizarro e indigno” pela edição argentina da Rolling Stone. A todo momento Berry era ajudado por sua filha que ao que parece tem sido a organizadora de suas últimas e lamentáveis aparições ao vivo.

Para piorar o que já era bem ruim o cantor não parece mais saber direito onde se encontra ou que está fazendo. De fato Berry só não foi vaiado por causa de sua importância na história do rock – e os argentinos entendem perfeitamente isso. Seria a repetição de mais uma história triste envolvendo os pioneiros do rock? Explorado por familiares e parasitas em geral esses músicos são levados a concertos por cachês altos mesmo não tendo mais a menor condição de levar um show em frente. Triste saber que o maravilhoso Berry se encontra nessa situação. Espero que ele consiga encontrar alguma paz em seus últimos anos de vida. Obs: o texto foi escrito antes da morte do cantor. Chuck Berry morreu em 18 de março de 2017.   

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Brian Jones

Foi um dos fundadores do grupo Rolling Stones. Na verdade para muitos a idéia que deu forma ao conjunto partiu exclusivamente dele. Brian Jones era um dândi, um sujeito bem sofisticado, com ótima formação cultural que resolveu embarcar na onda do Rock ´n´ Roll para se divertir e quem sabe ganhar alguns trocados. Ele se uniu então a alguns jovens “Teddy Boys” que encontrou como Mick Jagger e Keith Richards e sem ter noção do que estava criando acabou fundando um dos maiores grupos de rock da história.

Era um grande instrumentista mas como colega de grupo era um sujeito complicado. Esnobe, só aceitava ficar nos melhores hotéis (enquanto os demais Stones se viravam em quartos fajutos). Achava que era o líder intocável dos Stones mas sua presunção acabou minando sua liderança. Aos poucos os garotos de rua, Jagger e Richards, assumiram esse posto. Jones porém não viveu para ver sua queda arquitetada.

Ele morreu antes, em circunstâncias misteriosas na piscina de sua casa. Era um jovem ainda e até hoje não se sabe com exatidão o que aconteceu (para alguns estava tão drogado que simplesmente se afogou de forma acidental). Hoje, passados tantos anos isso não importa mais. Brian Jones sempre será lembrado como o idealista criador dos Rolling Stones. Um dândi afetado que agora faz parte da constelações dos grandes nomes do rock na história.

Brian Jones (1942 – 1969)

Pablo Aluísio.

Raul Seixas – O Dia Em Que A Terra Parou

Depois de alguns problemas de saúde e divergências artísticas Raul Seixas resolveu cair fora da Phillips, a gravadora onde ele havia gravado seus maiores sucessos. De mala e cuia na mão ele acabou indo parar na recém fundada WEA, braço nacional da multinacional Warner. Raul Seixas em casa nova então começou a trabalhar no novo disco. Ao lado de seu parceiro Cláudio Roberto acabou compondo todas as canções do disco. Raul e Cláudio Roberto não era de fato uma dupla tão significativa como Raul e Paulo Coelho mas não há como negar que compuseram alguns dos grandes clássicos do repertorio de Raulzito, inclusive “Maluco Beleza” que está aqui no disco. Como se pode perceber pelo próprio nome do álbum Raul era acima de tudo um grande fã de cinema. “O Dia em que a Terra Parou” é o nome do famoso clássico Sci-fi dos anos 50. Raul então se aproveitou do título para compor uma simpática faixa onde em um inspirado jogo de palavras mostrava um dia em que “ninguém estaria lá”. Nada de ETs ou Aliens na letra, apenas a idéia simples e bem bolada em que ninguém mais sairia de casa, ficando tudo parado no dia em que literalmente a terra parou.

O álbum foi criticado por alguns por não trazer tantas faixas significativas como nos primeiros discos de Raulzito mas não concordo plenamente com essa visão. Existem no mínimo quatro grandes canções na seleção musical. Além das óbvias “Maluco Beleza” (onde brincava com sua fama de lunático) e a já citada “O Dia Em Que a Terra Parou” havia ainda a deliciosa “No Fundo do Quintal da Escola” onde Raul dava uma banana para seus críticos mais ferozes. Aproveitava também para relembrar dos dias de colegial quando pulava o muro do quintal da escola. Ótima letra. Afirmando que não sabia para onde estava indo mas que estava no seu caminho, Raulzito dá seu divertido recado para os que gostavam de lhe passar sermões. Outro momento fenomenal é “Sapato 36” onde em uma letra nostálgica Raul relembra aspectos de sua infância, mostrando que já não era mais a criança de antes mas sim uma pessoa ciente de si mesmo. Um recado sincero para seu pai. Enfim, para os críticos de sua fase na WEA basta apenas uma audição. Certamente não é um disco filosófico e cheio de mensagens como os anteriores mas não há como negar que é uma bela coleção de canções do eterno maluco beleza.

Raul Seixas – O Dia Em Que A Terra Parou (1977)
Tapanacara
Maluco Beleza
O Dia em que a Terra Parou
No Fundo do Quintal da Escola
Eu Quero Mesmo
Sapato 36
Você
Sim
Que Luz É Essa?
De Cabeça-pra-Baixo

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Frankie Valli and the Four Seasons

Certa vez li um texto escrito por um jornalista inglês especializado em música pop dizendo, de forma bem irônica e ácida, que o Four Seasons foi “a melhor banda de casamentos da história”. Era um tom de escárnio com a música do grupo, como se quisesse desmerece-los por causa de suas canções inocentemente românticas. Bom, como diria o presidente JFK jamais confie em especialistas! Na verdade o grupo Frankie Valli and the Four Seasons marcou bastante a música americana, principalmente naquela fase de entressafra, quando a música jovem daquele país passava por uma grande mudança. A indústria que se assustara com os roqueiros rebeldes e perigosos dos anos 50 agora abraçava moços bem comportados, que só queriam emplacar sua música nas paradas de sucessos. Nada de derrubar o sistema, nem de invocar rebelião nas escolas. O grupo só queria mesmo cantar o amor juvenil daquela época para assim vender muitos discos. Esse aliás era o grande sonho do baixinho Frankie Valli, descendente de italianos, que queria mostrar o talento de seu grupo. Dono de uma voz finíssima e até estridente, Valli, mesmo que por caminhos tortuosos, conseguiu chegar lá!

O grupo nasceu em 1960 e sua formação inicial contava com o próprio Frankie Valli como líder vocal, Bob Gaudio nos teclados, Tommy DeVito na guitarra e Nick Massi no baixo.  Frankie Valli já tinha estrada pois estava tentando decolar na carreira desde 1953. Ele participou de sucessivos grupos mas a sorte não parecia bater na sua porta. Não conseguiu se sobressair e nem fazer sucesso, também pudera na década de 50 o rock americano teve uma verdadeira explosão de criatividade, dominando todas as paradas. Só na década seguinte Valli conseguiu conquistar seu lugar ao sol, justamente quando se uniu ao Four Seasons. O primeiro single foi um fracasso mas aos poucos o grupo foi chamando a atenção, conquistando seu espaço. A explosão veio com "Sherry”, seguido do sucesso número 1 da Billboard, "Big Girls Don't Cry". A partir daí o grupo se firmou e foi conseguindo um sucesso atrás do outro até a invasão britânica em 1964 que de uma forma ou outra enterrou várias carreiras de artistas americanos. É claro que o som deles jamais poderia ser páreo para os Beatles e os Rolling Stones. Não faz mal. Ouvir um álbum do Four Seasons hoje é um dos maiores prazeres que um fã da música dos anos 60 pode desfrutar. Seu som, suas letras sobre romances adolescentes e principalmente a voz de Valli ainda soam maravilhosamente inocentes e cativantes. Uma volta ao tempo que faz muito bem à alma e ao espírito. Por isso serão sempre eternos.

Pablo Aluísio.