sábado, 17 de março de 2007

Marilyn Monroe: Gentlemen Prefer Blondes

Duas coristas, Lorelei e Dorothy (Marilyn Monroe e Jane Russel), viajam até Paris para conhecer o pai do noivo de Lorelei. Elas pretendem unir diversão e trabalho, já que também querem absorver o rico cenário artístico da famosa cidade francesa. Durante a viagem são espionadas por um detetive que tem a missão de provar que ambas são apenas mulheres interesseiras em busca de dotes milionários de homens ricos.

Certa vez Billy Wilder disse que alguns filmes só dariam certos se Marilyn Monroe estivesse neles. Penso que esse é o caso de "Os Homens Preferem as Loiras", um excelente musical com ótima trilha sonora que diverte, encanta e emociona. Assistir Marilyn Monroe cantando tão bem sua mais famosa canção no cinema "Diamonds Are a Girl´s Best Friend" balança com qualquer cinéfilo que se preze. E como Marilyn estava linda no filme! Ela, no auge da beleza e juventude, esbanja sex appeal em todas as cenas, sem exceção. Seu jeito de falar sussurrando era extremamente sensual. Sua personagem, a corista e dançarina Lorelai Lee, se parece muito com a que interpretou em "Como Agarrar um Milionário", mas isso realmente não importa. O que fica mesmo é a ótima coreografia, figurinos e roteiro de uma produção que nasceu para ser leve e bem humorada. Outro dia mesmo reclamei da falta de canções de Marilyn em um outro filme. Pois bem, aqui em "Os Homens Preferem as Loiras" temos a oportunidade de assisti-la cantando quatro músicas, todas ótimas é bom dizer.

Sempre achei Marilyn Monroe uma cantora subestimada. Eu pessoalmente acho seu timbre vocal lindo (além de ser excepcionalmente sensual). Não consigo entender também pessoas que a criticam afirmando que era apenas um mito sexual e não uma grande atriz! Bobagem, Marilyn Monroe tinha um talento nato para comédias e basta assistir a filmes como esse para entender bem esse aspecto de sua carreira. Ela era divertida e não fazia esforço para parecer engraçada em cena (que em suma é o grande segredo dos grandes comediantes). Além disso sua voz sempre me soou relaxante e agradável. Tem que ser muito ranzinza para não gostar de musicais maravilhosos como esse. Mais um ponto positivo na grande carreira do diretor Howard Hawks que sempre foi um dos meus cineastas preferidos, um diretor que conseguia se sair bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos, seja em aventuras, faroestes, dramas ou comédias. Enfim, não precisa dizer mais nada. Quem ainda não assistiu e não consegue entender a longevidade do mito Marilyn Monroe não perca mais tempo. "Os Homens Preferem as Loiras" está lhe esperando. Assista e tenha ótimos momentos de muito bom humor e diversão.
  
Os Homens Preferem as Loiras (Gentlemen Prefer Blondes, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Howard Hawks / Roteiro: Charles Lederer / Elenco: Jane Russell, Marilyn Monroe, Charles Coburn, Elliott Reid, Tommy Noonan, George Winslow / Filme indicado ao Writers Guild of America na categoria de Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio. 

Elizabeth Taylor: Cat on a Hot Tin Roof

Com roteiro baseado na peça "Cat on a Hot Tin Roof" de Tennessee Williams, o filme narra o complicado relacionamento entre a jovem Maggie (Elizabeth Taylor) e seu marido Brick Pollitt (Paul Newman). O casamento de ambos está em frangalhos, principalmente por causa do distanciamento que cresce a cada dia entre eles. Para piorar Brick se sente oprimido por viver em uma velha e tradicional casa do sul dos Estados Unidos dominada por um rico proprietário à moda antiga.

O filme foi roteirizado pelo diretor Richard Brooks. Se formos analisar bem sua carreira veremos que ele sempre foi mais um roteirista do que propriamente um diretor. Pois bem, embora Tennessee Williams tenha reclamado de algumas mudanças em seu texto original, temos que convir que o roteiro em si é muito bem escrito e trabalhado, deixando o filme com ótimo ritmo, fugindo da armadilha de o deixar teatral demais.. Penso que os textos de autoria do grande Tennessee Williams eram perigosos ao serem adaptados ao cinema, pois poderiam deixar qualquer filme pesado ou com aspecto de teatro filmado, o que não seria adequado pois artes diferenciadas exigem também adaptações diferentes. Nem sempre o que é adequado ao teatro consegue ser satisfatório na tela. Em "Gata em Teto de Zinco Quente" isso definitivamente não acontece e o espectador ao final da exibição terá a certeza de que assistiu a um grande filme, cinema puro. A produção é elegante, acima de tudo. O enredo se passa todo dentro de um grande casarão que é sede de uma fazendo de algodão no sul dos EUA. Embora isso possa parecer tedioso, não é.

Hoje a MGM está à beira da falência, mas naquela época não economizava no bom gosto, como bem podemos comprovar aqui. A fazenda tipicamente sulista, o bonito figurino (especialmente de Liz Taylor) e a fotografia inspirada confirmam a elegância da película. A grande força do filme porém vem de seu elenco maravilhoso. Elizabeth Taylor está linda e talentosa, dominando a cena. Ela  esbanja naturalidade e carisma em cada momento que surge na tela. Paul Newman, que passa o tempo todo de muletas e engessado, também demonstra muito talento no papel de Brick Pollitt, talvez o único personagem com algum valor moral dentro daquela casa. O curioso é que mesmo atores com escolas diferentes (com Newman vindo do teatro e Liz sendo basicamente uma atriz de cinema) conseguem se entender extremamente bem em cena. Sua química salta aos olhos, mesmo Paul Newman interpretando um marido que diante de tantos problemas negligencia sua bela e jovem esposa. Do elenco de apoio tenho que destacar primeiramente Burl Ives (Big Daddy, ótimo em sua caracterização de um homem que não conseguiu passar afeto aos seus familiares durante toda a sua vida) e Madeleine Sherwood (que faz a insuportável Mae Pollitt). Dentre as várias excelentes cenas destacaria aquela que se passa entre Newman e Ives no porão quando em tom de nostalgia Big Daddy se recorda de seu falecido pai, um mero vagabundo. Ali ele se mostra totalmente, sem máscaras, o que de certa maneira também serve para revelar a verdadeira face de sua família. Ótimo momento no quesito atuação.

Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on a Hot Tin Roof, Estados Unidos, 1958) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Richard Brooks / Roteiro: James Poe, Richard Brooks / Elenco: Elizabeth Taylor, Paul Newman, Burl Ives, Jack Carson, Judith Anderson, Madeleine Sherwood / Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Paul Newman), Melhor Atriz (Elizabeth Taylor), Melhor Direção (Richard Brooks), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia (William H. Daniels). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Direção.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Elizabeth Taylor: Butterfield 8

Gloria Wandrous (Elizabeth Taylor) é uma bonita e sensual mulher que esconde um aspecto de sua vida pois trabalha como call girl (garota de programa de luxo) para completar sua renda. Praticamente ninguém de seu círculo social sabe disso. Sua vida muda completamente quando resolve se envolver com um homem casado, o que lhe trará inúmeros problemas pessoais.

Esse filme é uma grata surpresa por vários motivos. Primeiro por seu tema. O roteiro enfoca a vida de uma call girl (expressão antiga para designar aquilo que você está pensando mesmo, uma espécie de prostituta de luxo) interpretada com muita sensualidade, luxúria e decadência por Liz Taylor. Pensar que um filme assim foi realizado no começo dos anos 60 já é um feito e tanto. É preciso entender que a primeira metade daquela década foi a época em que comédias românticas bobinhas com Doris Day estavam na moda e nada é mais longe daquela ingenuidade do que esse Butterfield com Elizabeth Taylor. Seu personagem mora com a mãe, que finge não saber o que ela faz. Ao se envolver com um homem casado, Gloria (Liz Taylor) tenta reabilitar sua vida que está fora dos eixos desde a morte precoce do pai.

O filme não tem a profundidade daqueles que foram baseados em peças escritas por Tennessee Williams e nem é tão bem desenvolvido como "Gata em Teto de Zinco Quente", por exemplo, mas compensa isso com diálogos inteligentes recheados de duplo sentido. Aliás o cinismo do filme é um dos atrativos do roteiro. A prostituta Gloria sabe o que é e brinca com o fato. A cena inicial do filme, um longo plano sequência com ela se levantando após uma noite de aventuras com um homem casado é um primor de naturalismo no cinema. Eu acredito que Liz realizou esse filme em resposta ao escândalo de seu envolvimento com o marido de Debbie Reynolds, o cantor Eddie Fisher (que inclusive está no filme). Como ela foi xingada bastante de vagabunda pela imprensa e pelo público em geral, então resolveu interpretar uma personagem assim no cinema! O resultado é ótimo e ela levou seu primeiro Oscar (que dizem ter sido de consolação pois ela enfrentava sérios problemas de saúde na época, a ponto de muitos dizerem que não iria longe!). Mas isso é o de menos. Assista "Butterfield 8" e entenda porque ela foi uma das grandes divas da história do cinema americano.
  
Disque Butterfield 8  (Butterfield 8, Estados Unidos, 1960) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) / Direção: Daniel Mann / Roteiro: John O'Hara, Charles Schnee / Elenco: Elizabeth Taylor, Laurence Harvey, Eddie Fisher, Dina Merrill, Jeffrey Lynn, / Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Elizabeth Taylor). Também indicado na categoria de Melhor Fotografia (Joseph Ruttenberg e Charles Harten). Indicado ainda ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Elizabeth Taylor).

Pablo Aluísio.

Cary Grant: An Affair to Remember

Nickie Ferrante (Cary Grant) é um playboy conquistador que se apaixona por uma espirituosa passageira, Terry McKay (Deborah Kerr), durante uma viagem de navio entre a Europa e os Estados Unidos. O problema é que ambos estão comprometidos. Ele com uma rica herdeira nova-iorquina e ela por um homem bem sucedido que a venera. Quando a viagem chega ao fim resolvem criar um pacto romântico. Caso não se casem em seis meses com seus respectivos e atuais pares, se encontrarão no alto do prédio Empire State (um dos cartões postais de Nova Iorque) para firmarem compromisso entre si.

Um dos filmes românticos mais famosos de Hollywood. "Tarde Demais Para Esquecer" marcou época por causa de sua trama romântica e cheia de charme. Junte a isso um casal muito entrosado em cena e uma trilha sonora simplesmente inesquecível (cantada pelo ótimo cantor Vic Damone). O roteiro criou escola no cinema americano, tanto que o filme acabou sendo refeito duas vezes nos anos seguintes (versões com Tom Hanks e Warren Beatty). O que poucos sabem é que o próprio "Tarde Demais Para Esquecer" era o remake de um clássico da década de 1930 chamado "Duas Vidas" estrelado pela atriz Irene Dunne (hoje injustamente esquecida). Em termos práticos podemos notar duas partes bem distintas na produção. Na primeira acompanhamos o casal se conhecendo e finalmente se apaixonando dentro do transatlântico. Em minha opinião é o melhor momento do filme. Cary Grant com todo seu charme tenta superar sua fama de "conquistador barato" para conquistar a bela e madura Deborah Kerr (muito bonita no filme, elegante e vestida com alta costura).

A aproximação entre eles é sutil, feita de pequenos momentos - como convém a um romance passado na década de 50. Já a segunda parte mostra os encontros e desencontros do casal em terra firme (e que não seria adequado comentar detalhes aqui para não atrapalhar os que ainda não assistiram). Esse segundo ato é um pouco inferior ao primeiro. Subtramas desnecessárias aparecem (como o grupo infantil) e números musicais se alongam além do razoável. Mesmo assim o clímax, apesar de um pouco apressado, fecha com chave de ouro a trama. Infelizmente nos dias atuais já não temos tantos filmes assim. Os próprios relacionamentos mudaram, a moralidade que movia os personagens de "Tarde Demais Para Esquecer", com toda a culpa pela suposta infidelidade, não existe mais. As pessoas hoje em dia simplesmente traem, sem necessidade de encontros marcados em noites chuvosas! Os romances são mais rasos e passageiros e quanto menos envolvimento existir, melhor. De qualquer forma para quem ainda gosta de um boa estória de amor o filme vai cair muito bem. Não há como negar que ele envelheceu um pouco, podendo soar meloso para os mais jovens, mas mesmo assim isso é o de menos pois seu saudosismo acabou virando um charme a mais em um filme já tão charmoso, mesmo após tantos anos de seu lançamento.

Tarde Demais Para Esquecer (An Affair to Remember, Estados Unidos, 1957) Estúdio:  Twentieth Century Fox / Direção: Leo McCarey / Roteiro: Delmer Davis, Leo McCarey / Elenco: Cary Grant, Deborah Kerr, Richard Danning, Neva Patterson, Cathleen Nesbitt, Robert Q. Lewis / Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Som e Melhor Música Original (An Affair to Remember).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Elizabeth Taylor


Elizabeth Taylor
Foto promocional de Liz Taylor para a MGM durante a década de 1950. Ela começou sua carreira ainda criança e havia dúvidas se poderia fazer a complicada transição para a carreira adulta, afinal grandes atrizes mirins como até mesmo Shirley Temple passavam por dificuldades para manter a carreira após a adolescência. Talvez por não ter sido tão famosa na infância como Temple e por ter se tornado uma bonita adolescente, Liz teve muito mais sorte, a ponto inclusive de atingir o seu auge de sucesso justamente nessa fase.

Pablo Aluísio.

Paul Newman - Somebody Up There Likes Me

Uma série rara de fotos de Paul Newman no set de filmagem e bastidores do filme "Marcado Pela Sarjeta" ("Somebody Up There Likes Me" de 1956). Na ocasião Newman teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o próprio personagem que interpretava, Rocky Graziano, o que foi uma ferramenta a mais para ele em sua interpretação. 

Curiosamente Newman não queria conhecer o lutador com receios de não gostar dele - imagine o drama de se dar vida na tela a uma pessoa de quem não se tenha simpatia! Apesar desse receio no final se encontrou com Rocky e para seu alívio acabou gostando do sujeito - o que facilitou bastante no resultado final. Newman costumava chamar esse de "seu primeiro filme" pois queria esquecer a má experiência de "O Cálice Sagrado" em sua carreira.



quarta-feira, 14 de março de 2007

Elizabeth Taylor e James Dean


Elizabeth Taylor e James Dean
Na foto tirada no set de filmagens de "Giant" (Assim Caminha a Humanidade, no Brasil), James Dean e Elizabeth Taylor trocam figurinhas. É curioso que ambos tenham se dado tão bem pessoalmente. Dean era a anti-estrela por definição, odiava todo o sistema mais comercial do cinema americano e não gostava de fazer concessões, como dar entrevistas e promover nem seus próprios filmes. Andava mal vestido e era considerado um ator rude com jornalistas em geral. Já Liz Taylor era ao lado de Marilyn Monroe o exemplo máximo de uma estrela de sucesso em Hollywood. Sempre aparecendo nas mais prestigiadas capas de revistas, lançando moda, dando entrevistas e fazendo tudo o que se esperava de uma atriz como ela. Era naquele momento a queridinha dos estúdios por onde trabalhava. De qualquer maneira, apesar de serem artistas tão diferentes, Dean viu em Taylor uma amizade sincera. Ele certamente não se deu bem com Rock Hudson no set de filmagens mas com Liz criou um vínculo genuíno de amizade e aproximação. Foram amigos até o fim da breve vida de Dean, que morreria não muito tempo depois, de um terrível acidente de carro na estrada de Salinas.

Pablo Aluísio.

O churrasco de Rock Hudson

Na foto ao lado o ator Rock Hudson tenta fazer mais um churrasco em sua casa. Segundo seus amigos, em depoimento para o livro "Rock Hudson - Uma Vida", ele sempre queimava a carne nessa ocasiões. E qual seria a razão? Rock gostava de ficar conversando com os convidados, jogando conversa fora e bebendo (bebendo muito). Havia também uma ótima coleção de discos para se ouvir. Com isso Rock ia adiando o quanto podia o serviço do almoço. E quando a carne chegava, já estava toda queimada, de tanto ficar no forno assando!

Rock também curtia muito o natal, mas curiosamente gostava mais de dar presentes do que receber. Ele tinha verdadeira admiração pelo espírito de natal e por isso caprichava bem nessa ocasiões. Interessante é que apesar de Rock não ser nem um pouco religioso, amava o natal, as trocas de presentes e tudo mais. E ele era bom em fazer embalagens, pois já havia trabalhado como empacotador quando era jovem, numa loja de departamentos da sua cidade. Como se vê os astros da Hollywood clássica também tinham seus talentos e pequenos defeitos escondidos, como por exemplo presentear a todos no natal e queimar muitos quilos de bife em churrascos animados que pareciam nunca terminar e nunca ser servido o almoço.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de março de 2007

Marilyn Monroe em Nova Iorque


Uma série bastante rara de fotos de Marilyn Monroe em Nova Iorque. Ela foi para a "capital do mundo" para estudar no famoso e conceituado Actor´s Studio. Certa vez um jornalista americano perguntou a Marilyn porque ela estava agora estudando arte dramática já que ela tinha se tornado uma estrela de primeira grandeza em Hollywood. Marilyn, também muito bem humorada respondeu: "Estou estudando porque assisti a todos os meus filmes".





O Velho Oeste do Mundo Real

John Wayne em começo de carreira virou símbolo de toda uma era. De arma em punho enfrentando todos os bandidos. Alguns aspectos dos antigos faroestes merecem reflexão. Na realidade o velho oeste americano não foi tão violento como se pensa. Alguns historiadores estão revendo certos clichês que na verdade sempre foram puramente cinematográficos.

Os primeiros filmes de cowboy não foram baseados na história mas sim em literatura de bolso, que era muito popular naqueles tempos. Billy The Kid era muito diferente do que era retratado nesses produtos. Na verdade ele era um bandido pé de chinelo de um lugarejo perdido no meio do nada.

O mesmo vale para os famosos duelos nas ruas empoeiradas do oeste americano. Alguns pesquisadores encontraram registros reais de xerifes do velho oeste que mostram que qualquer cidade moderna era bem mais violenta que as famosas Dodge City ou Tombstone. Em Dodge City no ano de 1883 houve apenas 2 mortes!

Esse tipo de dado seria simplesmente comemorado em cidades brasileiras onde morrem milhares de pessoas todos os anos - ou para ser mais exato 50 mil mortes por ano. Então essa coisa de dizer que o Brasil está virando o velho oeste americano é injusto com o western, uma vez que lá, quem diria, era muito mais pacífico do que a realidade que vivemos em nosso dia a dia.

Pablo Aluísio.