sábado, 16 de agosto de 2025

Encantadora de Tubarões

Encantadora de Tubarões 
Esse documentário está na Netflix. Conta a história dessa jovem chamada Ocean Ramsey. Bonita, loira, dourada pelo sol, ela decide fazer algo incomum em sua vida. Que tal ganhar a vida mergulhando ao lado de tubarões? Claro, ela é uma mergulhadora profissional, mas nada ameniza o perigo de se nadar em pleno oceano ao lado de um dos predadores mais temidos do reino animal. Usando suas redes sociais para divulgar suas fotos ao lado dos tubarões e vídeos de todos os tipos, ela foi ficando cada vez mais conhecida na internet. Não deixa de ser uma maneira corajosa de ganhar engajamento e monetização nas redes sociais com esse estilo de vida de pura adrenalina. 

Só que seus mergulhos ao lado dessas feras acabam também trazendo muitas críticas, principalmente de biólogos e especialistas em vida marinha. Até porque, pense bem, mostrando esses vídeos ela certamente passa, mesmo que indiretamente e de forma inconsciente, a mensagem ao público em geral de que se pode mergulhar ao lado de tubarões selvagens, sem problemas. Isso passa longe de ser uma verdade! As chances de um ataque são grandes, então há igualmente esse lado bem perigoso em relação ao material que ela produz e divulga nas redes sociais. Muitas pessoas passam a assistir seus vídeos, pensando que tudo bem, pode mergulhar ao lado de um tubarão branco enorme que será tudo de boa! Pois é, meus caros. Tudo na vida tem um lado bom e ruim. Muitas vezes é preciso ficar atento para esse tipo de mensagem subliminar que sim, pode ser bem perigosa, quem sabe até mortal, para determinados tipos de públicos que não possuem o devido bom senso e o necessário senso crítico do que assistem na Internet. 

Encantadora de Tubarões (Shark Whisperer, Estados Unidos, 2025) Direção: Harrison Macks, James Reed, JP Stiles / Roteiro: Harrison Macks, James Reed, JP Stiles / Elenco: Ocean Ramsey, Mike Bolton, Keoni TeTawa Bowthorpe / Sinopse: Misto de Reality Show e documentário da Netflix, esse filme mostra a história da mergulhadora profissional Ocean Ramsey e seu sucesso nas redes sociais, onde divulga fotos e imagens de seus mergulhos ao lado de grandes tubarões selvagens. 

Pablo Aluísio. 

A Grã-Bretanha e a Blitz

A Grã-Bretanha e a Blitz 
Durante a Segunda Guerra Mundial os valores e o patriotismo do povo inglês foram colocados à prova. Hitler ordenou uma série de bombardeios nas principais cidades daquela nação. Todas as noites choviam bombas nazistas em Londres, Liverpool, Manchester e demais cidades. E o povo inglês precisou mostrar que tinha coragem e resistência ao que estava acontecendo. As bombas eram incendiárias, colocando prédios e mais prédios no chão, causando grandes incêndios por todas as cidades. A Inglaterra estava frente a frente com seu maior e mais mortal inimigo! 

Esse momento histórico e também heróico foi resgatado nesse ótimo documentário que está disponível na Netflix. Aqui vemos o verdadeiro patriotismo em ação. O povo unido, lutando contra um regime alemão completamente atroz e vingativo. Liderados pelo lendário Primeiro-Ministro Winston Churchill, o povo britânico fez de uma de suas mais famosas frases um lema repetido em todas as esquinas. Na ocasião dos primeiros ataques, Churchill decretou: "Jamais nos Renderemos!" - e cumpriu sua promessa, ao lado desse povo que soube como lutar contra um dos maiores tiranos já vistos na história recente! Uma aula de história e de coragem singular dos ingleses frente à ameaça insana do Nazismo. 

A Grã-Bretanha e a Blitz (Britain and the Blitz, Reino Unido, 2025) Direção: Ella Wright / Roteiro: Ella Wright / Elenco: Winston Churchill, Adolf Hitler, King George VI (em arquivos de imagens) / Sinopse: Documentário que recria os intensos ataques da Alemanha nazista na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Orgulho & Compaixão

Orgulho & Compaixão 
Eu sempre vou adorar filmes como esse. Saudades de uma época não vivida. A história desse filme se passa nas vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Um jovem tenente do exército da fria Dinamarca está começando sua carreira militar. Então, durante um treinamento, ajuda a desatolar uma carruagem que pertence a um velho Barão. Em agradecimento o nobre convida o jovem para lhe fazer uma visita, quem sabe conhecer sua filha. Convite feito, convite aceito. Ela vai na mansão do Barão e lá conhece a jovem que vive reclusa. No começo não sabia, mas a garota, na flor da idade, está cadeirante. Ela sofreu um sério acidente de cavalo e muito provavelmente nunca mais vai andar. O Barão nem disfarça, gostaria que o cadete namorasse sua filha. Ele realmente simpatiza muito com ela, mas fica a questão do preconceito social entre esse sentimento de amor. Afinal namorar uma jovem deficiente, sendo ela rica e ele um pobre tenente, sempre vai levantar fofocas e suspeitas. Haverá preconceito de todos os tipos contra esse romance. 

Muito bom esse filme. Eu apreciei muito. Não apenas pelo bom gosto da produção como um todo, mas também da questão que ele levanta. Esse muro invisível de preconceitos que se levanta quando um jovem normal começa a ter um relacionamento com uma garota deficiente até hoje existe na sociedade. É uma tortura mental para ela, que chega até mesmo a pensar em terminar com a própria vida. Um tema sensível que ganhou muito com a direção do cineasta Bille August. Quem conhece sua obra sabe muito bem a classe e o estilo fino que ele coloca em seus filmes. Um cineasta muito talentoso e elegante. Enfim, grande filme que levanta questões mais do que importantes, mesmo nos dias atuais. 

Orgulho & Compaixão (Kysset, Dinamarca, 2022) Direção: Bille August / Roteiro: Greg Latter, Bille August, Stefan Zweig / Elenco: Esben Smed, Clara Rosager, Lars Mikkelsen / Sinopse: Com a Europa em estado de guerra, na véspera da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial, um jovem tenente começa a ter um relacionamento amoroso com a filha de um barão. Estão ambos apaixonados, mas precisam enfrentar o preconceito da sociedade pois ela é uma pessoa com necessidades especiais e bem mais rica do que ele. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Jurassic World: Recomeço

Jurassic World: Recomeço 
Tudo bem, passa longe de ser um dos melhores filmes da franquia, mas penso que exageraram na receptividade negativa desse novo filme da marca "Jurassic Park". Algumas coisas realmente não ficaram boas como o próprio design dos dinossauros mutantes. Aquele último monstrão, na cena clímax, mais se parece com um Alien mal planejado do que um dinossauro real, então realmente ficou bizarro. Deveriam ter usado os bons e velhos dinossauros que estamos acostumados a ver na franquia. E quando esses aparecem temos as melhores sequências do filme. Todas as honras ficam, claro, com o "Rei Tirano", o Tiranossauro Rex, na cena da balsa no rio de correntezas. O Rex é tiro certo! Sempre que aparece em qualquer um dos filmes disso resulta em boas cenas, aliás nas melhores cenas. Está no inconsciente coletivo de todo o público. Não tem como errar. Então aqui temos, um pequeno exemplo de algo que funciona no filme. 

Outra coisa que eu realmente gostei foi da longa sequência com os dinossauros marítimos. Eles realmente nunca foram bem aproveitados nos filmes anteriores. Aqui ganharam um grande espaço. A sequência é de longa duração (quase a metade do filme!) e isso deu origem a uma das melhores cenas do Jurassic até aqui. Só faltou mesmo algumas tomadas submarinas para vermos melhor os bichanos nadando debaixo da linha da água. OK, decisões foram tomadas no roteiro e não há muito o que fazer em relação a isso. Por falar em roteiro, esse é bem esquemático, quase uma aula básica de roteiro do curso de cinema. Preso a determinadas fórmulas, realmente não há muita criatividade e originalidade. De qualquer forma "Jurassic Park" sempre foi pura diversão acima de tudo e nesse aspecto penso que esse novo filme funciona bem. 

Jurassic World: Recomeço (Jurassic World: Rebirth, Estados Unidos, 2025) Direção: Gareth Edwards / Roteiro: David Koepp, Michael Crichton / Elenco: Scarlett Johansson, Mahershala Ali, Jonathan Bailey / Sinopse: Uma expedição é organizada para ir até uma ilha distante, na costa da América do Sul. Ali se realizaram experiências genéticas em um passado recente, cruzando espécies diferentes de dinosssauros, resultando em monstros completamente desconhecidos na natureza do planeta, até então. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Confissões de um Necrófilo

Confissões de um Necrófilo 
O assassino desse filme tem um nome, Ezra Cobb. É apenas o nome de um personagem de roteiro de cinema. Balela, ignore. A história desse filme foi baseada mesmo na história real de um serial killer bem conhecido da crônica policial americana: Ed Gein. Acredito que seja caso único, pois uma só pessoa deu origem a uma série de personagens diferentes de terror que surgiram inicialmente na literatura, para depois aparecerem em bem sucedidas adaptações para filmes de grande sucesso. Não se engane sobre isso. Gein deu origem a Psicose, O Massacre da Serra Elétrica, Sexta-Feira 13, Halloween e mais um monte de outros filmes de terror por todos esses anos. É seguramente o assassino em série mais presente na cultura pop! Nada se compara a ele. 

E a razão de ter tido tanta "influência" nos filmes e livros de terror é fácil de entender. A história de Ed Gein é bizarra demais! Sim, ele tinha uma obsessão psicótica pela mãe, sim, ele mantinha seu corpo decomposto em sua casa e sim, ele era um necrófilo que roubava cadáveres enterrados no cemitério. Também incorporava com muita regularidade a personalidade da mãe, falando como ela, gritando seus preconceitos nos quartos sujos onde vivia! 

E em determinado momento de sua vida ele começou a matar, levando suas vítimas para sua fazenda sombria, onde morava sozinho há anos, após a morte de sua mãe. Eu penso que esse Ed Gein era claramente um homem com muitos problemas mentais sérios. Era um louco homicida! De qualquer forma ele passou o resto de sua vida preso em instituições de psiquiatria forense, em manicômios. Pensando bem a história de Ed Gein não foi apenas muito estranha, mas igualmente triste. E esse flme aqui conseguiu captar as nuances psicológicas doentias desse criminoso tão conhecido. 

Confissões de um Necrófilo (Deranged, Estados Unidos, 1974) Direção: Jeff Gillen, Alan Ormsby / Roteiro: Alan Ormsby / Elenco: Roberts Blossom, Cosette Lee, Leslie Carlson / Sinopse: Após a morte de sua mãe, um homem, claramente psicótico, já na faixa dos 50 anos de idade, passa a viver sozinho em uma velha fazenda decadente. Sofrendo de problemas de saúde mental, ele começa a cometer os mais nefastos crimes. História baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um jovem casal americano é surpreendido por gritos na casa vizinha. Após o marido sair para averiguar acaba descobrindo que há uma chacina se desenrolando na casa ao lado. Para piorar os insanos moradores invadem sua própria casa, causando quase uma tragédia completa. Em seus últimos momentos, uma mulher, completamente insana e envolvida com rituais satânicos, se agarra na boneca que a esposa acabara de receber de presente do marido. A partir daí o estranho objeto parece ganhar vida, desencadeando eventos sobrenaturais inexplicáveis. Confuso e com medo o casal resolve então partir em busca de ajuda com o padre da paróquia católica local.

Comentários:
Na verdade "Annabelle" nada mais é do que o Prequel do filme "Invocação do Mal". A boneca inclusive já havia aparecido naquela produção de forma mais discreta. Assim o que temos aqui são os acontecimentos anteriores ao filme original. Dito isso, outra explicação é necessária. Ao invés do que anda se escrevendo bastante por aí, os eventos mostrados nesse filme não foram inteiramente baseados em fatos reais. Certamente a boneca amaldiçoada existe e está inclusive em exposição no porão do casal Warren nos Estados Unidos, mas sua história verdadeira nada tem a ver com o filme. Na verdade a boneca de pano Annabelle (que diga-se de passagem é bem diferente da que vemos nas cenas do filme) foi envolvida em eventos sobrenaturais bem diferentes, com outros jovens, durante os anos 1970. Não havia o casal que vemos nesse roteiro, nem nada parecido, sendo tudo mesmo mera ficção. Aliás nem todas es escolhas do roteiro me soaram satisfatórias. 

A coisa toda de envolver Annabelle com uma seita satânica que acaba de uma forma ou outra se vinculando com a boneca me pareceu incomodamente semelhante aos filmes do Chucky (mas claro, sem a galhorfa do boneco assassino). Depois disso o roteiro consegue superar de certa forma sua falha inicial apostando em bem sucedidas sequências de suspense e terror. E é justamente aí que resulta seu grande mérito. Em termos de história em si "Invocação do Mal" é de fato um filme mais completo, mais esclarecedor, com mais informações, mas em questão de índice de medo "Annabelle" o supera. Há de fato ótimos momentos, alguns bem assustadores. A dupla de atores que interpreta o casal funciona apenas como background e escada para os sustos, pois de fato a boneca (na verdade várias delas que foram usadas ao longo do filme) é a grande estrela desse horror. O clímax, por outro lado, me pareceu muito bem bolado, com os personagens em um momento crucial de redenção e sacrifício. Um bom desfecho para um terror que realmente se revela bem acima da média do que vem sido produzido ultimamente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Bandeirantes do Norte

Título no Brasil: Bandeirantes do Norte
Título Original: Northwest Passage
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Laurence Stallings, Talbot Jennings
Elenco: Spencer Tracy, Robert Young, Walter Brennan, Ruth Hussey, Nat Pendleton, Louis Hector

Sinopse:
Dois cowboys se reúnem aos Texas Rangers em pleno período das guerras indígenas. Quando chegam em um forte distante, no meio do velho oeste, chamado Fort Wentworth, descobrem que não há mais ninguém, nenhum militar e nenhum nativo. Nem suprimentos para sobrevivência.

Comentários:
O filme foi vencedor de um Oscar, o de fotografia, dado para a dupla formada por Sidney Wagner e William V. Skall. O título nacional é equivocado. Bandeirantes são figuras históricas do Brasil, não dos Estados Unidos. Feito essa ressalva temos aqui um bom western, estrelado pelo sempre bom e correto Spencer Tracy, aqui sob direção do veterano diretor King Vidor. Esse cineasta sempre foi considerado um profissional de estúdio, que fazia o que os produtores determinavam. Isso não significa que tenha sido um cineasta ruim, nada disso, apenas previsível. Há boas cenas, valorizadas pela região onde o filme foi realizado. Talvez um pouco envelhecido pelo tempo, esse faroeste ainda se mantém pelo seu bom roteiro, que realmente soube manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Vitória Amarga

Esse clássico filme dramático do cinema americano concorreu ao Oscar de melhor filme do ano, mas acabou sendo vencido pelo supremo "...E O Vento Levou". Realmente não havia como superar aquela obra-prima. De qualquer maneira temos aqui um maravilhoso filme estrelado pela sempre ótima Bette Davis. Ela interpreta Judith Traherne (Bette Davis), uma mulher bem sucedida, independente, uma socialite querida no meio social. Um dia ela descobre que tem uma séria doença, um tumor cerebral que sequer pode ser operado. Ao descobrir seu diagnóstico ela também recebe basicamente uma sentença de morte.

Sabendo que vai morrer em breve, ela tenta assim recolocar as coisas no eixo em sua vida pessoal e profissional. Muitos médicos quando informam aos seus pacientes que seus dias estão contados geralmente dão esse tipo de conselho, usando frases como "Se eu fosse você colocaria a partir de agora as coisas em ordem!". Então Judith faz exatamente isso, tenta acertar tudo para que consiga viver seus últimos dias com a dignidade pessoal que merece. O roteiro é tocante e humano, sendo que além da indicação ao melhor filme do ano, "Vitória Amarga" ainda concorreu ao Oscar nas categorias de melhor atriz (para Bette Davis, justíssimo) e melhor música (Max Steiner). Grande drama, grande filme, merece todos os aplausos.

Vitória Amarga (Dark Victory, Estados Unidos,1939) Direção: Edmund Goulding / Roteiro: Casey Robinson, baseado na peça teatral escrita por George Emerson Brewer Jr / Elenco: Bette Davis, Humphrey Bogart, George Brent / Sinopse: O filme conta a história de uma dama da sociedade que descobre que está com um câncer incurável. Ao saber disso ela começa então a aparar e reparar as arestas de sua vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de agosto de 2025

O Caçador

Uma boa produção australiana. O filme conta a estória de um caçador (Willem Dafoe) que é contratado por uma grande empresa de engenharia genética para ir até a Tâsmania (na Austrália) com o objetivo de capturar o que seria a última espécie de um famoso tigre que é dado como extinto pela ciência desde a década de 20. Chegando lá ele acaba conhecendo a família de um ecologista desaparecido. Também tem que lidar com a hostilidade dos moradores locais que pensam que ele também é um pesquisador ecologista, O fato é que a indústria madeireira da região é a única fonte de trabalho dos moradores do local. O filme é lindamente fotografado em uma região extremamente bela da Oceania. Há longas tomadas da fauna e flora da densa floresta australiana. O roteiro soube explorar bem esse lado mais natural sem esquecer também de desenvolver o afeto que o caçador vai nutrindo pela família que lá encontra.

Os fãs do cinema americano provavelmente vão estranhar um pouco o ritmo da produção que não tem pressa nenhuma em contar a estória. Há uso de efeitos digitais também mas eles são discretos e necessários uma vez que o tal tigre da Tasmânia está extinto mesmo e eles tiveram que recriar o animal digitalmente. O roteiro é bem escrito e redondinho e não tem pretensões de ser épico ou tentar desenvolver os personagens mais profundamente. No fundo é um misto de mensagem ecológica com cenas de cartão postal. A única crítica mais severa que faço a "The Hunter" é o seu desfecho que achei realmente imoral e indigno. Poderiam ter desenvolvido outro destino para o animal caçado - do jeito que ficou o final me deixou realmente aborrecido. De qualquer forma assistam, penso que irão gostar (principalmente os defensores da natureza).

O Caçador (The Hunter, Austrália, 2011) Direção: Daniel Nettheim / Roteiro: Alice Addison / Elenco: Sam Neill, Willem Dafoe, Frances O'Connor, Sullivan Stapleton , Dan Wyllie, Callan Mulvey, Jacek Koman, Morgana Davies / Sinopse: Martin David (Willem Dafoe) é um caçador que é contratado por uma empresa de biotecnologia para ir até distante floresta australiana com o objetivo de capturar o último tigre da Tasmânia.

Pablo Aluísio.

Sob o Domínio do Medo

Essa é a segunda transposição para as telas do livro "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams. A obra literária original mostrava uma imagem nada agradável de certos moradores de uma típica cidade sulista do interior dos EUA. Embora o livro tenha sua fama todos os cinéfilos certamente se lembram muito mais do filme original com Dustin Hoffman no elenco e direção de Sam Peckinpah. O filme realizado na década de 70 marcou época por causa de sua violência estilizada. O original tinha uma tensão e um suspense inovadores na linguagem cinematográfica da época o que não se repete aqui nessa releitura. Nessa nova versão resolveu-se trocar tudo isso pela simples e pura violência irracional, sem maiores preocupações com estilo ou estrutura. Os tempos são outros realmente. O que realmente marca esse remake atual é sua característica de produção B com orçamento restrito..Por essa razão esqueça maiores comparações. Claro que a trama segue praticamente a mesma do antigo filme com Dustin Hoffman: casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe. Como sabemos os red necks (caipirões americanos) não são um bom exemplo de gente culta e civilizada. Pelo contrário, conseguem cultuar até nos dias atuais uma mentalidade completamente atrasada e anacrônica.

O elenco é todo formado basicamente por atores de seriados o que vai ser divertido para quem gosta de acompanhar séries. O destaque vai para o ator sueco Alexander Skarsgård. que interpreta o vampiro Eric Northman em "True Blood". Certamente ele tem uma boa presença em cena que não compromete o resultado do filme embora também não surpreenda em momento algum. James Marsden, que faz o protagonista, apesar de carismático ainda não tem cacife para levar uma produção dessas para o sucesso nas bilheterias (tanto que o filme teve resultado bem ruim nesse aspecto não conseguindo sequer recuperar seu investimento). De resto, como já disse, só sobra mesmo muita violência (estupros, torturas, assassinados e mortes bizarras - inclusive uma com uma armadilha para urso, totalmente inusitada). Enfim, um remake realmente desnecessário e sem importância mas que pode até mesmo servir para aliviar o tédio em uma tarde chuvosa se você não exigir muito.

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs, Estados Unidos, 2011) Direção: Rod Lurie / Roteiro: Rod Lurie, David Zelag Goodman baseados na obra "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams / Elenco: James Marsden, Kate Bosworth, Alexander Skarsgår / Sinopse: Casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe.

Pablo Aluísio.