terça-feira, 17 de janeiro de 2023
Respondendo à Bala
Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 8
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Montgomery Clift - Hollywood Boulevard - Parte 2
Em relação à vida amorosa também havia muitos conflitos. O pai queria que ele se casasse, que formasse uma família. Monty detestava essa ideia. Na verdade ele não queria ser como seu pai, tendo uma vida completamente enfadonha, vivendo de migalhas em um casamento infeliz. Tão ruim era a ideia do casamento que Monty jamais se casaria. Ele adorava ser solteiro, explorar outras possibilidades. Além disso o que ele menos desejava era uma esposa mandona, que o controlasse. A vida de casado era completamente fora de seus planos. E obviamente isso o levou a ter brigas e mais brigas com o pai, até o dia em que o ator viu que era hora de morar sozinho. Ele alugou um apartamento em Nova Iorque foi à luta.
Depois de passar por um exame extremamente concorrido finalmente foi aceito no Actors Studio. Essa foi uma escola lendária de arte dramática, fundada por Elia Kazan e outros grandes professores e diretores, tanto de teatro como de cinema. Estudando e trabalhando em peças pela cidade, Monty foi firmando sua reputação como ator talentoso e profissional. Sempre era pontual nos ensaios e nunca esquecia suas falas. No Actors Studio conheceu Marlon Brando. O colega estava indo para Hollywood, após se consagrar nos palcos de teatro de Nova Iorque. Monty não tinha, pelo menos naquele momento, esse tipo de ambição. Ele queria antes se tornar um grande ator de teatro, para só depois, quem sabe, virar um ator de cinema.
Isso duraria pouco. Monty era um ator profissional e vivia de seu trabalho. Sempre que surgia uma boa proposta de trabalho ele tinha que levar em consideração. Em 1948 um produtor de Hollywood chamado Lazar Wechsler entrou em contato com a agente de Monty em Nova Iorque. Ele queria contratar o ator para atuar no filme "Perdidos na Tormenta" que seria dirigido por Fred Zinnemann. O cachê era excepcionalmente bom, o equivalente a quatro meses de trabalho duro como ator de teatro em Nova Iorque. Monty engoliu todas as reservas que tinha contra os filmes e pegou o primeiro avião para a costa oeste. Ele estava prestes a fazer seu primeiro filme na cidade, algo que definitivamente mudaria sua vida dali em diante.
Pablo Aluísio.
MacArthur
É tradicional no cinema americano a produção de filmes enfocando os grandes líderes militares do país nos conflitos em que os Estados Unidos se envolveram ao longo da história. Foi assim com o clássico “Patton” e é assim também com esse “MacArthur”. O tom do filme é quase documental, privilegiando o lado mais histórico dos acontecimentos, tentando reproduzir com fidelidade os principais momentos da carreira de Douglas MacArthur (1880 – 1964). Esse general ficou muito famoso durante a II Guerra Mundial por causa de seus feitos marcantes durante o maior conflito da história da humanidade. O filme começa enfocando a queda das Filipinas durante o ano de 1942. MacArthur era o comandante militar americano na região e não conseguiu manter a presença do exército ianque no país. Diante das circunstâncias recebeu ordens de se retirar. Ele não queria retroceder e ficou possesso com a ordem vinda do Presidente.
Ficou famosa na época sua declaração de que “iria voltar” para expulsar as forças japonesas de lá. E tal como prometeu cumpriu sua promessa alguns anos depois. Mas isso foi apenas uma pequena parte da trajetória do general durante a chamada Guerra do Pacifico. MacArthur ainda participaria da rendição incondicional do Império Japonês e por fim cairia em desgraça por causa de seu desastrado envolvimento na Guerra da Coreia quando foi finalmente deposto de seu comando após sugerir ao presidente Truman que invadisse a China e a Coreia do Norte, varrendo o perigo comunista do oriente! De fato ele não era um homem de deixar alguma missão pela metade!
Não há outra conclusão a se chegar: MacArthur é realmente um excelente filme para quem quer saber mais sobre a história da II Guerra Mundial. Gregory Peck, como sempre, está fenomenal, interpretando um personagem que por si só já era muito carismático e polêmico. Douglas MacArthur tinha uma personalidade forte e marcante o que acabou lhe valendo a posição de ser um dos comandantes que venceram a guerra contra o Japão no Pacifico. Era um grande estrategista, um militar talentoso, mas também um excêntrico no modo de ser e agir. O sujeito por si só já era uma figura pois usava um cachimbo feito de espiga de milho e detestava todos os políticos de Washington, especialmente o presidente Truman. Ambos eram pessoas bem diferentes e geralmente entravam em atritos. Na verdade mais de uma vez MacArthur se referiu ao presidente como um “caipira”! Enfim, temos aqui uma excelente aula de história, filmado com muita classe e bom gosto. Se tiverem oportunidade de assistir, não percam.
MacArthur (MacArthur, Estados Unidos, 1977) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Hal Barwood, Matthew Robbins / Elenco: Gregory Peck, Ivan Bonar, Ward Costello / Sinopse: Cinebiografia do general Douglas MacArthur, comandante das forças americanas durante a chamada Guerra do Pacífico, palco de conflito entre Estados Unidos e Japão durante a II Guerra Mundial. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Drama (Gregory Peck).
Pablo Aluísio.