terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Respondendo à Bala

Quando o filme começa, encontramos um soldado da cavalaria dos Estados Unidos bem no meio do deserto. Ele está tentando chegar na cidade mais próxima. Só que nada é tão ruim que não possa piorar. Logo se vê cercado por um grupo de guerreiros indígenas. São nativos da nação Cheyenne. Liderados por um jovem guerreiro arrogante que deseja pegar seu cavalo e suas armas. E se o soldado reclamar muito, provavelmente morrerá. O roubo acaba sendo interrompido com a chegada de um velho cacique e líder da tribo. Ele impede o crime. Ambos vão se reencontrar mais na frente no filme, quando um tenente da cavalaria, um sujeito sem experiência e sem via diplomática, resolve combatê-los. É uma situação complicada, porque junta um tenente incompetente do exército americano, que não tem nenhum tipo de sabedoria para lidar com os índios, com um guerreiro que no fundo só pensa em matar todo homem branco que encontrar pela frente. 

Temos aqui até um bom filme de faroeste dos anos 60. As guerras indígenas estão no ar, mas ainda limitadas por um tratado entre o homem branco e o índio que vivia naquela região. O roteiro também aproveita para trazer alguns personagens históricos reais do velho Oeste. Uma delas é a famosa Calamity Jane, que ficou muito conhecida no cinema pelo filme "Ardida como Pimenta", onde era interpretada por Doris Day. Ela é apaixonada pelo soldado, mas é um romance daqueles que não vai para frente. Para quem gosta de um pouco de ação, há um bom conflito envolvendo soldados e peles vermelhas no deserto. E não faltam também alguns toques de sutileza e humor. Fazendo com que o filme muitas vezes fique bem leve para toda a família.

Respondendo à Bala (The Plainsman, Estados Unidos, 1966) Direção: David Lowell Rich / Roteiro: Michael Blankfort / Elenco: Don Murray, Guy Stockwell, Abby Dalton / Sinopse: Um militar da cavalaria dos Estados Unidos se vê envolvido em uma guerra entre o exército e os indígenas em uma região deserta daquele país. E tudo isso acontecendo no momento em que ele estava dando baixa do serviço militar.

Pablo Aluísio.

Randolph Scott e o Velho Oeste - Parte 8

Randolph Scott surgiu nos cinemas com seu novo filme intitulado "Perigo à Frente". Era um western, gênero pelo qual ele ia ficando cada vez mais afeiçoado, não apenas pelas boas bilheterias, mas também pela excelente receptividade que vinha da crítica. O ator tinha mesmo o porte e o visual perfeito para filmes do velho oeste e ele pareceu entender bem isso na época. Esse filme foi todo rodado no rancho que servia de estúdio para a Paramount Pictures. Um lugar bonito, espaçoso, onde uma equipe de cinema tinha toda a estrutura adequada para trabalhar.

O curioso é que o roteiro trazia um enredo que se passava no Alasca, envolvendo dois homens e uma mulher numa aventura que envolvia minas, bandidos e tiroteios. Mesmo não sendo o lugar perfeito para reproduzir o Alasca nevado, do frio intenso, os técnicos do filme deram um jeito para tornar tudo crível. A direção desse faroeste foi entregue pela Paramount a Arthur Jacobson, veterano do cinema mudo. O roteiro era novamente baseado em um conto escrito por Zane Grey, autor bastante popular naquela década, a ponto inclusive do poster do filme trazer seu nome em destaque.

É interessante notar que nesse ano de 1935 o ator realizou poucos filmes. Ele havia sofrido uma queda de cavalo que o deixou fora de combate por alguns meses. Quando finalmente viu que estava bem novamente escolheu um filme mais ameno para atuar. Nada de cavalos ou perseguições perigosas pelo deserto do Arizona. Assim Scott surgiu no romance dançante estilo "champagne e bolhas" intitulado "Nas Águas da Esquadra". Embora o título do filme leve muita gente a pensar que se tratava de um filme de guerra com a marinha americana, ele era na realidade um musical, com muita dança e números coreografados. Randolph Scott não era a estrela da fita, mas sim o inesquecível casal formado por Fred Astaire e Ginger Rogers.

O ator só voltaria a montar um cavalo e vestir suas roupas de cowboy no faroeste "O Inválido Poderoso" (Rocky Mountain Mystery). Mais uma adaptação de um livro de western assinado por Zane Grey. Em algumas cenas Randolph Scott surgia mancando o que levou o diretor Charles Barton a lhe perguntar se estava tudo bem, tudo OK. O ator disse que não havia problemas, que eles deveriam continuar a rodar o filme. A história girava em torno do assassinato de vários herdeiros de uma rica mina no Texas. Cabia a Scott tentar desvendar o mistério. Bom filme, valorizado por uma bonita fotografia em preto e branco. Além disso o tal mistério envolvendo os crimes mantinha o espectador interessado até o final do filme.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Montgomery Clift - Hollywood Boulevard - Parte 2

Montgomery Clift sempre teve um relacionamento muito complicado com seu pai. Isso se referia à sua vida pessoal e profissional. O pai queria que Monty arranjasse um trabalho convencional, que estudasse para ser advogado ou médico. Monty não queria saber de passar sua vida dentro de um consultório ou escritório. Ele queria atuar. O pai achava que ser ator era algo completamente indigno, até vergonhoso. Atuação era coisa de prostitutas e vagabundos na mente dele. Monty porém via isso como uma visão grotesca e antiga, que sequer merecia comentários. Por isso resolveu ser ator em Nova Iorque. Estudar para isso.

Em relação à vida amorosa também havia muitos conflitos. O pai queria que ele se casasse, que formasse uma família. Monty detestava essa ideia. Na verdade ele não queria ser como seu pai, tendo uma vida completamente enfadonha, vivendo de migalhas em um casamento infeliz. Tão ruim era a ideia do casamento que Monty jamais se casaria. Ele adorava ser solteiro, explorar outras possibilidades. Além disso o que ele menos desejava era uma esposa mandona, que o controlasse. A vida de casado era completamente fora de seus planos. E obviamente isso o levou a ter brigas e mais brigas com o pai, até o dia em que o ator viu que era hora de morar sozinho. Ele alugou um apartamento em Nova Iorque foi à luta.

Depois de passar por um exame extremamente concorrido finalmente foi aceito no Actors Studio. Essa foi uma escola lendária de arte dramática, fundada por Elia Kazan e outros grandes professores e diretores, tanto de teatro como de cinema. Estudando e trabalhando em peças pela cidade, Monty foi firmando sua reputação como ator talentoso e profissional. Sempre era pontual nos ensaios e nunca esquecia suas falas. No Actors Studio conheceu Marlon Brando. O colega estava indo para Hollywood, após se consagrar nos palcos de teatro de Nova Iorque. Monty não tinha, pelo menos naquele momento, esse tipo de ambição. Ele queria antes se tornar um grande ator de teatro, para só depois, quem sabe, virar um ator de cinema.

Isso duraria pouco. Monty era um ator profissional e vivia de seu trabalho. Sempre que surgia uma boa proposta de trabalho ele tinha que levar em consideração. Em 1948 um produtor de Hollywood chamado Lazar Wechsler entrou em contato com a agente de Monty em Nova Iorque. Ele queria contratar o ator para atuar no filme "Perdidos na Tormenta" que seria dirigido por Fred Zinnemann. O cachê era excepcionalmente bom, o equivalente a quatro meses de trabalho duro como ator de teatro em Nova Iorque. Monty engoliu todas as reservas que tinha contra os filmes e pegou o primeiro avião para a costa oeste. Ele estava prestes a fazer seu primeiro filme na cidade, algo que definitivamente mudaria sua vida dali em diante. 

Pablo Aluísio.  

MacArthur

É tradicional no cinema americano a produção de filmes enfocando os grandes líderes militares do país nos conflitos em que os Estados Unidos se envolveram ao longo da história. Foi assim com o clássico “Patton” e é assim também com esse “MacArthur”. O tom do filme é quase documental, privilegiando o lado mais histórico dos acontecimentos, tentando reproduzir com fidelidade os principais momentos da carreira de Douglas MacArthur (1880 – 1964). Esse general ficou muito famoso durante a II Guerra Mundial por causa de seus feitos marcantes durante o maior conflito da história da humanidade. O filme começa enfocando a queda das Filipinas durante o ano de 1942. MacArthur era o comandante militar americano na região e não conseguiu manter a presença do exército ianque no país. Diante das circunstâncias recebeu ordens de se retirar. Ele não queria retroceder e ficou possesso com a ordem vinda do Presidente. 

Ficou famosa na época sua declaração de que “iria voltar” para expulsar as forças japonesas de lá. E tal como prometeu cumpriu sua promessa alguns anos depois. Mas isso foi apenas uma pequena parte da trajetória do general durante a chamada Guerra do Pacifico. MacArthur ainda participaria da rendição incondicional do Império Japonês e por fim cairia em desgraça por causa de seu desastrado envolvimento na Guerra da Coreia quando foi finalmente deposto de seu comando após sugerir ao presidente Truman que invadisse a China e a Coreia do Norte, varrendo o perigo comunista do oriente! De fato ele não era um homem de deixar alguma missão pela metade!

Não há outra conclusão a se chegar: MacArthur é realmente um excelente filme para quem quer saber mais sobre a história da II Guerra Mundial. Gregory Peck, como sempre, está fenomenal, interpretando um personagem que por si só já era muito carismático e polêmico. Douglas MacArthur tinha uma personalidade forte e marcante o que acabou lhe valendo a posição de ser um dos comandantes que venceram a guerra contra o Japão no Pacifico. Era um grande estrategista, um militar talentoso, mas também um excêntrico no modo de ser e agir. O sujeito por si só já era uma figura pois usava um cachimbo feito de espiga de milho e detestava todos os políticos de Washington, especialmente o presidente Truman. Ambos eram pessoas bem diferentes e geralmente entravam em atritos. Na verdade mais de uma vez MacArthur se referiu ao presidente como um “caipira”! Enfim, temos aqui uma excelente aula de história, filmado com muita classe e bom gosto. Se tiverem oportunidade de assistir, não percam.
 
MacArthur (MacArthur, Estados Unidos, 1977) Direção: Joseph Sargent / Roteiro: Hal Barwood, Matthew Robbins / Elenco: Gregory Peck, Ivan Bonar, Ward Costello / Sinopse: Cinebiografia do general Douglas MacArthur, comandante das forças americanas durante a chamada Guerra do Pacífico, palco de conflito entre Estados Unidos e Japão durante a II Guerra Mundial. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Drama (Gregory Peck).

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de janeiro de 2023

O Pálido Olho Azul

Esse filme é um lançamento recente da Netflix e um dos mais assistidos dos últimos dias. Conta a história da morte de um jovem cadete, em uma academia militar tradicional. Seu corpo foi encontrado enforcado em uma árvore próxima onde estudava. Tudo é um mistério. Foi um suicídio ou ele foi assassinado? Assim, o diretor decide contratar um investigador para descobrir o que aconteceu. Interpretado pelo ator Christian Bale, esse detetive precisa descobrir os lances e as minúcias dessa morte misteriosa. Nesse processo, acaba sendo ajudado por um jovem cadete que iria se tornar um escritor famoso no futuro. Basta ouvir nome que você vai saber de quem estou falando. Nada mais, nada menos do que o gótico Edgar Allan Poe. E conforme as investigações vão se sucedendo, descobre-se que há algo a mais do que inicialmente poderia se supor. 

Gostei do filme de um modo em geral, mas tenho algumas críticas a fazer ao seu roteiro. Todos os elementos da narrativa estavam bem delimitados e tinha tudo para funcionar muito bem. Só que existe uma mania atual em certos roteiristas que me irrita muito! Sempre querem colocar um plot twist na história ou como se pode dizer, em nossa língua nativa, um tipo de reviravolta surpreendente. Isso é particularmente irritante quando você chega em uma determinada cena e pensa que o filme vai terminar, pois o mistério foi solucionado e não há mais nada de muito importante a se desenvolver. Então, lá vem o roteiro com mais uma reviravolta caprichosa, tentando unir todos as pontas da história. Nem tudo precisa ser explicado em minúcias. Na vida real também existe o acaso. Não precisa estar tudo interligado. Mesmo assim, com essa pequena ressalva do filme ter na realidade dois finais, eu ainda o recomendo. Com boa produção e uma história que mantém o interesse, esse é um dos filmes para se assistir nesse início de ano.

O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye, Estados Unidos, 2022) Direção: Scott Cooper / Roteiro: Scott Cooper / Elenco: Christian Bale, Harry Melling, Simon McBurney / Sinopse: Academia Militar em West Point, Estados Unidos. Ano de 1830. Um detetive experiente é contratado para investigar a morte misteriosa de um jovem cadete. 

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de janeiro de 2023

Chamas da Vingança

Esse é o segundo filme baseado nesse livro de Stephen King. A primeira adaptação cinematográfica foi produzida nos anos 80, mais precisamente em 1984. Em termos de comparação, o primeiro filme realmente segue sendo o melhor e por uma razão muito simples. Tinha um elenco realmente muito bom. Só para se ter uma ideia, o ator George C. Scott estava no filme e a garotinha era interpretada por Drew Barrymore. Isso sem falar também no fato de que Martin Sheen também fazia parte do elenco. Isso não quer dizer entretanto que esse segundo filme não tenha lá seus méritos. Ele foi muito criticado por parte da crítica americana. Eu vou ser um pouco mais sensato por aqui. 

Embora o filme tenha seus problemas e isso é inegável, eu diria que até que gostei dessa segunda adaptação. Claro que eu tenho uma queda por filmes baseados em Stephen King, mas isso por si só, não justifica tudo. Eu teria sim algumas ressalvas em relação ao roteiro, que parece bem menos desenvolvido do que o primeiro filme. Além disso, alguns problemas técnicos em termos de efeitos especiais me incomodaram. Recriar o fogo, através de tecnologia digital, é um problema até mesmo nos dias atuais. Quase nunca soa realista para o espectador. Então esse é um problema que surge quando a garotinha ataca seus inimigos. Fica aquela sensação de que você está assistindo a algo que não está acontecendo, que não é real. De qualquer forma o filme pode servir como um cartão de visitas ou um convite para quem gostou da história. Tem o livro e o primeiro filme para conhecer melhor. E isso não deixa de ser algo interessante.

Chamas da Vingança (Firestarter, Estados Unidos, 2022) Direção: Keith Thomas / Roteiro: Scott Teems / Elenco: Zac Efron, Ryan Kiera Armstrong, John Beasley, Sydney Lemmon / Sinopse: Charlie é uma garotinha incomum e especial. Ela consegue colocar fogo em pessoas e coisas apenas com a força de sua mente. E precisará fugir de pessoas que querem colocar as mãos nesse seu poder. Ao lado do pai, foge pelas estradas americanas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Arquivos de Graceland - Parte 11

Lisa Marie Presley, filha de Elvis Presley, morre nos Estados Unidos - A cantora Lisa Marie Presley morreu nos Estados Unidos. A notícia de sua morte foi divulgada na manhã desta sexta-feira. Os principais órgãos de imprensa dos Estados Unidos já tinham divulgado que ela havia sofrido uma parada cardíaca ontem. Levada ao hospital com vida, foi colocada em coma induzido pela equipe médica. Seu estado era grave, mas estável, segundo alguns boletins do hospital onde ela se encontrava. Porém, seu coração não resistiu aos danos e ela faleceu, após algumas horas na UTI. 

A mãe Priscilla Presley divulgou uma nota em que diz: “É com coração pesado que eu devo compartilhar essa notícia devastadora que minha linda filha Lisa Marie nos deixou. Ela foi a mulher mais apaixonada, forte e amável que eu já conheci. Pedimos privacidade enquanto tentamos lidar com essa perda profunda. Obrigado pelo amor e pelas orações”

Lisa Marie Presley foi uma celebridade desde o primeiro momento de sua vida. Foi a única filha do casal Elvis Presley e Priscilla. Depois que os pais se separaram, ela foi morar em Los Angeles, onde alegou ter sido abusada sexualmente por um dos amantes da mãe, com quem tinha um relacionamento complicado. Há alguns anos tentou uma carreira musical. Lançou 3 álbuns. O primeiro deles chegou entre os 5 mais vendidos na época de seu lançamento. A sombra do pai muito famoso, porém, atrapalhou seus planos. A comparação muitas vezes injusta com a carreira do pai lançou uma sombra impossível de superar em sua própria carreira musical.

Com vida pessoal conturbada, casou-se 4 vezes. Foi casada com o cantor Michael Jackson por dois anos. Com o ator Nicolas Cage o casamento foi ainda mais curto, durando menos de 3 meses. Seu último casamento foi com o músico Michael Lockwood. Seus últimos anos de vida não foram felizes. A morte de seu filho Benjamin Storm Keough a devastou completamente. O jovem Ben Presley se matou com um tiro durante a pandemia.  Problemas com vício em drogas também foram noticiados. Lisa Mary Presley tinha 54 anos de idade e deixa 3 filhas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O Troll da Montanha

Durante muitos anos, o cinema nórdico europeu foi considerado intelectual e cult, que só fazia filmes para um seleto grupo de pessoas de um nível cultural mais elevado. O cinema americano era visto como um cinema comercial, pop por excelência. Claro, são generalizações, mas de certo modo, assim eram vistos as nacionalidades cinematográficas no mundo até bem pouco tempo atrás. Hoje em dia, essa divisão está cada vez mais precária. O cinema europeu já produz filmes que são feitos para puro entretenimento. Exatamente o caso que temos aqui, um filme acima de tudo bem pop. A história é contada sob o ponto de vista de uma pesquisadora que testemunha eventos extraordinários. No passado, ela foi colocada em contato com a lenda do Troll. Puro folclore norueguês. Só que esses monstros lendários se transformam em realidade quando uma empresa de construção de estradas abre uma grande fenda dentro de uma Montanha. 

Isso acaba despertando um Troll gigantesco que começa a marchar em direção à Oslo, a capital da Noruega. E como se pode enfrentar um monstro como esse, que é feito da mesma matéria-prima que uma montanha? Antigamente praticamente não havia muitos filmes sobre esse tipo de criatura mitológica, o Troll. Era raro, mas agora virou modinha. Nos últimos tempos, esse deve ser o terceiro ou quarto filme de Troll que eu vejo. Pelo visto, os mostrengos estão em alta. De qualquer maneira, como se pode perceber, temos aqui um filme pipoca! Não espere grandes divagações ou nada do tipo. "O Troll da Montanha" acaba se revelando mesmo apenas um bom entretenimento de pura diversão. 

O Troll da Montanha (Troll, Noruega, 2022) Direção: Roar Uthaug / Roteiro: Roar Uthaug / Elenco: Ine Marie Wilmann, Kim Falck, Mads Sjøgård Pettersen / Sinopse: As obras de construção de uma estrada no meio de uma Montanha na Noruega desperta o sono milenar de um gigantesco monstro, um Troll, que começa a caminhar para destruir a capital norueguesa de Oslo.

Pablo Aluísio.

Nosso Planeta

Nosso Planeta
Série documental que está disponível na Netflix. Em 8 episódios, vemos aspectos diversos da natureza do planeta Terra em vastas regiões ao longo do Globo terrestre. Tudo filmado com extremo bom gosto e excelente qualidade técnica. Abaixo, deixo meus comentários sobre cada um dos episódios que assisti.

Nosso Planeta 1.01 - One Planet
Esse primeiro episódio é um cartão de visitas do programa. Lindas imagens captadas ao redor do planeta Terra, o único, até onde se saiba, que mantém vida em nosso Universo. Aqui somos apresentados para diversas regiões do mundo, onde vivem animais fantásticos. Desde as regiões do deserto, passando pela África e suas vastas planícies. Onde vivem animais que precisam sobreviver em situações extremas. Essa série de documentários da natureza é realmente essencial para quem gosta desse tipo de programa. Um primor de técnica, imagens bonitas da natureza, e fotografia de primeira linha. E como tempero final, sempre temos uma reflexão sobre os caminhos errados que o ser humano tem tomado em nosso planeta. A ecologia é um fator de extrema importância para o mundo em que vivemos. / Nosso Planeta 1.01 - One Planet (Estados Unidos, 2019) Direção: Adam Chapman.

Nosso Planeta 1.02 - Frozen Worlds
Nesse episódio, somos levados a conhecer os mundos gelados do planeta Terra. E quais seriam esses lugares? Estamos falando da Antartida e do Artico. Toda a fauna desses regiões é apresentada e debatida no episódio. Então temos orcas, as baleias assassinas, baleias jubartes, focas, leões marinhos, morsas e principalmente, os tão conhecidos Pinguins. Todos vivendo em regiões onde a natureza anda sofrendo bastante por causa do aquecimento global. Essa série documental realmente tem belíssimas imagens, de encher os olhos. Tudo é extremamente bem fotografado e caprichado. E os roteiros sempre apresentam um aviso sobre os rumos que o nosso planeta está tomando. A mensagem ecológica sempre está presente. / Nosso Planeta 1.02 - Frozen Worlds(Estados Unidos, 2019) Direção: Sophie Lanfear. 

Nosso Planeta 1.03 - Selvas
Esse terceiro episódio enfoca a grandiosidade das florestas tropicais pelo mundo afora. Começa mostrando a maravilhosa Floresta do Congo, onde vive um dos animais mais fantásticos do planeta Terra. Estou me referindo aos gorilas. Depois o episódio mostra florestas tropicais riquíssimas em espécies de animais e plantas. Bornéu e Guiné são enfocados de maneira pormenorizada. Por fim, mostra a mais exuberante Floresta tropical do mundo. É claro que estou me referindo a nossa Floresta amazônica. Surgem animais como a onça-pintada. Animais que só existem na Amazônia. Uma aula de belas imagens mostrando a grandeza da natureza que deve ser preservada sempre. Um detalhe importante sobre essa série é que ela é produzida em parte com doações da entidade ecológica WWF, conhecida mundialmente. O recado está mais do que dado, o ser humano precisa preservar o nosso planeta. / Nosso Planeta 1.03 - Jungles (Estados Unidos, 2019) Direção: Huw Cordey.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Elvis Presley - Jailhouse Rock - Parte 4

Raramente Elvis Presley gravava duas vezes uma mesma música em estúdio. Isso aconteceu poucas vezes em sua longa discografia. Posso me lembrar imediatamente de "Blue Suede Shoes", que foi gravada em 1956 para seu primeiro álbum na RCA Victor e em 1960 numa versão mais acústica para o filme "G.I.Blues". Outro caso que me vem na mente agora foi a da canção "Love Letters", gravada inicialmente na segunda metade da década de 1960 e depois regravada na década seguinte, dando origem inclusive ao título de um de seus álbuns oficiais. "You Don't Know Me" também ganhou duas versões de estúdio. Uma para o filme "Clambake" e outra para ser lançada em single. Nesse caso Elvis justificou dizendo que gostava bastante da música e que não havia ficado satisfeito com sua versão para o filme de Hollywood.

Então chegamos no estranho caso de "Don't Leave Me Now". Essa canção surgiu pela segunda vez na discografia de Elvis no EP que trazia as músicas do filme "Jailhouse Rock". Os fãs da época estranharam já que essa mesma balada também havia sido lançada no álbum "Loving You", nesse mesmo ano. O que aconteceu? Composta pela dupla Aaron Schroeder e Ben Weisman, essa música ganhou duas versões de estúdio em um curto período de tempo. Falha da RCA Victor, esquecimento por parte de Elvis ou uma escolha do próprio cantor que preferiu melhorar a música? As cartas ficam na mesa, sem uma resposta definitiva.

Outra música composta pelos ótimos Jerry Leiber e Mike Stoller para esse filme da MGM foi a conhecida "(You're So Square) Baby I Don't Care". A versão final foi completada no dia 3 de maio de 1957. Durante as filmagens aconteceu um fato engraçado. O guitarrista Scotty Moore se esqueceu que o filme tinha que seguir uma continuidade. Assim ele tirou e colocou os óculos entre as tomadas de cena. Dois takes básicos de filmagens foram produzidos. Um mais de perto, mostrando Elvis e banda em primeiro plano. Outro mais distante, do outro lado da piscina. No primeiro Scotty surge sem óculos escuros. No segundo ele está com eles. Na montagem final as duas cenas foram editadas em conjunto, o que criou um estranho efeito em quem assistia ao filme. Era o guitarrista que fazia seus óculos desaparecerem em um estalar de dedos! No fundo um erro de continuidade mesmo.

No final de tudo a RCA Victor decidiu que "Jailhouse Rock" não ganharia um álbum completo em LP, como havia acontecido com "Loving You". Ao invés de gravar mais cinco faixas para o lado B, algo que nem iria dar muito trabalho para Elvis e banda, a gravadora decidiu que iria colocar no mercado um mero EP, mais conhecido no Brasil como compacto duplo. Assim havia feito com "Love Me Tender" e assim fariam com "Jailhouse Rock". Olhando para o passado esse foi outro erro crucial na discografia de Elvis. Trilhas sonoras tão importantes, com músicas tão marcantes, precisavam de álbuns completos, com toda a riqueza de detalhes. Lançar em um formato de vinil considerado menor, de segundo escalão, era uma decisão completamente equivocada.

Pablo Aluísio.