segunda-feira, 18 de março de 2019

Chicago PD - Terceira Temporada

Aqui está uma pequena compilação de episódios que comentei da terceira temporada da série policial Chicago PD. Segue sendo ainda uma das séries que mais gosto no momento. Claro, tenho que admitir, que o formato é bem de acordo com o meio televisivo mainstream dos Estados Unidos, mas nem isso, essa convencionalismo, tira os méritos do programa. Por isso sigo assistindo ainda nos dias de hoje. Pretendo mais à frente publicar novas postagens sobre as temporadas que virão. Enquanto isso fiquem com essa coletânea de textos de Chicago PD.

Chicago PD 3.05 - Climbing Into Bed
Nos Estados Unidos esse episódio acabou sendo exibido em conjunto com o seguinte, intitulado "You Never Know Who's Who", em uma noite especial do canal para a série "Chicago PD". É a tal coisa, a série policial estrelada pelo sargento Hank Voight foi crescendo cada vez mais de audiência e agora é um sucesso (já está na quarta temporada em exibição). Nesse episódio aqui o detetive Adam Ruzek (Patrick John Flueger) resolve seguir uma quadrilha de assaltantes sem conhecimento do departamento, tudo de forma não oficial. Não precisa ser gênio para entender que tudo acaba saindo errado. Ao lado de um dos criminosos, ele acaba invadindo um pequeno restaurante, vizinho a uma joalheria. Um roubo de milhões é feito, pessoas são mortas e a corregedoria cai no seu encalço. Enquanto Voight e os demais homens de sua unidade tentam descobrir a verdadeira identidade dos criminosos e os autores intelectuais do roubo, Ruzek acaba na geladeira, sem distintivo e sem direito de executar com armas trabalho nas ruas. Voight que já tem problemas demais com a corregedoria certamente não vê com bons olhos tudo o que está acontecendo. Na cena final o jovem policial lhe pergunta se ele está na pior com tudo o que aconteceu. Seria expulso do departamento? "Não sei" - acaba sendo a resposta curta e grossa de Voight ao fechar a porta atrás de si. Pois é, fugir do protocolo pode ser uma grande dor de cabeça. Ande sempre na linha! / Chicago PD 3.05 - Climbing Into Bed (Estados Unidos, 2015) Direção: Lin Oeding, Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.06 - You Never Know Who's Who
Esse episódio é extremamente curioso. imaginem um sujeito, completamente maluco, que consegue convencer outras pessoas que trabalha para a CIA e que na verdade as estariam recrutando para missões especiais, ultra secretas, da agência de inteligência do governo americano! Pois é justamente o que acontece aqui. Um corpo é encontrado dentro de um carro. As investigações demonstram que ao redor do homem que foi encontrado morto gira uma série de sujeitos que acreditam estar trabalhando para a CIA. Agora caberá ao sargento Hank Voight (Jason Beghe) e sua equipe localizar esses "agentes" para que eles parem com a fantasia e que também parem de cometer crimes - sim, muitos deles cometeram inclusive assassinatos, convencidos que estariam trabalhando para o governo! Uma coisa, literalmente, de louco! Nesse episódio também temos o lado mais sentimental, com um garotinho com câncer que sempre sonhou ser um policial. Os tiras de Chicago fazem uma bela homenagem a ele. Por fim a sargentona Trudy Platt (Amy Morton) consegue livrar a barra de um dos homens de Voight cobrando para isso certos "favorzinhos" que fez aos seus superiores no passado. Bom episódio, que foi exibido nos Estados Unidos na mesma noite, em sequência ao anterior. / Chicago PD 3.06 - You Never Know Who's Who (Estados Unidos, 2014) Direção: Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush, Amy Morton.

Chicago PD 3.07 - A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes
Aos poucos estou retomando minha rotina de assistir séries. Aqui vão alguns episódios que assisti recentemente. Uma das minhas séries policiais americanas enlatadas preferidas é Chicago PD. Nessa semana assisti ao sétimo episódio da terceira temporada intitulado "A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes". O enredo foi bem interessante. Tudo começa quando um garoto se mata perto de sua escola. Inicialmente as investigações mostram que ele poderia fazer parte de algum plano para assassinar outros estudantes, ao estilo do massacre de Columbine, só que depois Voight e seu grupo descobrem que as coisas são bem diferentes, envolvendo até mesmo um professor de natação pedófilo. Algo bem mais barra pesada do que eles inicialmente pensavam. O roteiro explora bem o ambiente, muitas vezes doentio, que impera dentro de algumas instituições de ensino nos Estados Unidos. Coisa de louco, literalmente. / Chicago PD 3.07 - A Dead Kid, a Notebook, and a Lot of Maybes (Estados Unidos, 2015) Direção:  Charlotte Brändström / Roteiro: Michael Brandt / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.08 -Forget My Name 
Traduzindo o título original desse episódio para o nome idioma teremos "Esqueça o Meu Nome!". É bem isso. O episódio começa quando vários homens são encontrados mortos em uma caçamba de camionete. Quem são, quem teria os matado, o que aquele crime significa? Bom, essas perguntas terão que ser respondidas por Hank Voight (Jason Beghe) e sua equipe de policiais. O curioso é que tudo havia sido descoberto através da dica de um informante, que depois descobre-se trabalha para a agência de segurança nacional! Isso por si só já seria bem estranho, mas as coisas ficam ainda mais nebulosas quando Voight e seus tiras descobrem que o caso envolve o roubo de informações do serviço de inteligência do governo. Coisa de peixe grande! Pois é, esse episódio é muito bom, "Forget My Name" mistura elementos de filmes policiais com espionagem. Para quem é fã da série é uma ótima pedida! / Chicago PD 3.08 -Forget My Name (Estados Unidos, 2015) Direção: Nick Gomez / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas/ Elenco:Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.10 - Now I'm God
"Agora, eu sou Deus" diz o título original desse episódio. É de fato é o que temos aqui. O vilão é um médico, um especialista em pacientes de câncer. No passado ele tratou da esposa de Hank Voight (Jason Beghe). Agora descobre-se que ele receitava tratamentos de quimioterapia para pacientes que não precisavam dele. Tudo por questão de dinheiro e orgulho pessoal. Para outro médico o tal doutor não passaria de um perigoso psicopata! Quando Voight descobre sobre isso ele fica furioso. Em um primeiro momento, diante das dificuldades de se conseguir provas concretas, ele pensa em fazer justiça com as próprias mãos, porém depois, de forma mais sensata, resolve confiar na justiça, chegando até mesmo a testemunhar perante o tribunal. O enredo desse episódio me lembrou de um caso parecido acontecido no Brasil quando uma máfia de próteses amputava pessoas sem necessidade apenas pela razão de ganhar dinheiro com os equipamentos vendidos! Uma coisa atroz! / Chicago PD 3.10 - Now I'm God (Estados Unidos, 2015) Direção: Holly Dale / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.11 - Knocked the Family Right Out 
Os bandidos desse episódio formam uma quadrilha que usa gás para adormecer suas vítimas. Então eles entram e roubam tudo da casa dessas pessoas. Pior do que isso, enquanto todos os moradores perdem a consciência eles estupram as mulheres. A gota d´água acontece quando uma adolescente de apenas 14 anos de idade é violentada por um desses animais. A quadrilha é formada por jovens, psicopatas que vivem de roubos e festas rave, onde rolam muita droga e perversão. O tipo de vagabundo ideal para o sargento Hank Voight (Jason Beghe) colocar as mãos. No começo as investigações emperram, pois os marginais usam máscaras e luvas, o que dificulta a descoberta de suas identidades, porém aos poucos as pistas vão levando os policiais aos verdadeiros criminosos. Nesse episódio também vemos a saída de um velho conhecido de Voight. Um presidiàrio que ele conheceu quando estava atrás das grades. A parceria pelo visto vai continuar do lado de fora da prisão. / Chicago PD 3.11 - Knocked the Family Right Out (Estados Unidos, 2016) Direção: Mark Tinker / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas/ Elenco:  Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush.

Chicago PD 3.21 - Justice
Imagine atirar em um jovem negro sem ter a certeza de que ele seria o verdadeiro autor de um crime. É o que acontece nesse episódio. Durante uma patrulha a policial Kim Burgess (Marina Squerciati) atira em um suspeito. Ele supostamente havia atirado contra a viatura enquanto essa estava parada, em uma rua deserta. O sujeito veio por trás, na escuridão, e atirou no parceiro de Kim, praticamente à queima roupa. Depois desse incidente veio o que era o de se esperar. Muitos protestos por toda a cidade, principalmente porque o jovem alvejado seria um rapaz negro, sem antecedentes criminais, visto como um bom rapaz pela sua comunidade. Teria sido ele o verdadeiro autor dos disparos ou tudo não passaria de um engano - mais um - de um policial em serviço, que a despeito de tudo nem pensou duas vezes em atirar contra um negro? Bom episódio, inclusive com um bom desenvolvimento do caso no tribunal. / Chicago PD 3.21 - Justice (EUA, 2016) Estúdio: Universal Television / Direção: Jean de Segonzac / Roteiro: Michael Brandt, Derek Haas / Elenco: Jason Beghe, Jon Seda, Sophia Bush, Jesse Lee Soffer, Marina Squerciati, LaRoyce Hawkins.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de março de 2019

Hannibal

Essa série é na verdade uma adaptação para a TV do famoso personagem Hannibal Lecter de "O Silêncio dos Inocentes". No cinema o famoso psicopata canibal foi interpretado por Anthony Hopkins. Por isso havia o receio da série afundar rapidamente. Afinal quem poderia substituir Hopkins? O incrível de tudo é que o ator Mads Mikkelsen conseguiu não apenas substituir o grande ator, como em certos aspectos superá-lo. Em uma série há maior tempo para desenvolver melhor cada personagem. No cinema há apenas um filme para isso. Com isso Mads acabou criando nuances bem mais elaboradas. O seu Hannibal não fica a dever em nada ao do cinema.

Essa série foi exibida entre os anos de 2013 a 2015, totalizando três temporadas. Não tive a oportunidade de assistir todas, ficando restrito mesmo à primeira, por isso não vou opinar sobre as demais. Do que assisti posso dizer que não há o reclamar. Bons roteiros, boa produção e como já deixei claro, uma excelente interpretação do ator Mads Mikkelsen. Aqui nessa postagem consegui reunir as resenhas que escrevi de alguns episódios que assisti. É o tipo de série obrigatória caso você seja um fã de um dos criminosos seriais mais famosos do cinema. Por isso não deixe passar em branco. Segue abaixo os textos compilados.

Hannibal 1.07 - Sorbet
Jantar de alto nível é isso aí. Belas iguarias servidas à mesa pelo sofisticado e elegante Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen). Com uma lista classe A de convidados ele capricha bem no menu. Receitas da mais fina cozinha gourmet. O que todos ignoram é que a carne servida é de... órgãos de seres humanos! Pois é, segue a série de um dos psicopatas mais famosos do cinema na TV. Devo confessar que comecei a acompanhar "Hannibal" com uma certa resistência, afinal o personagem já havia sido imortalizado em uma franquia de filmes realmente maravilhosos no cinema. Haveria espaço para ele no mundo das séries? O fato porém é que essa série televisiva conseguiu criar identidade própria e a cada novo episódio surpreende cada vez mais. Nesse em particular o inspetor Jack Crawford (Laurence Fishburne) quebra a cabeça para colocar as mãos no estripador que anda aterrorizando sua cidade. Quando um jovem é encontrado em uma banheira cheia de sangue, com ferimentos profundos e sinais de brutalização em seu corpo, ele logo associa aos crimes cometidos pelo psicopata que anda perseguindo (que a imprensa batizou de "Estripador de Chesapeake"). Essa porém não é a opinião de Will Graham (Hugh Dancy), pois em sua visão se trata de outro criminoso, com estilo diferenciado. Enquanto eles não chegam em uma conclusão o  Dr. Hannibal Lecter segue preparando seus pratos finos. Fígado cortado em fatias elegantes, baço no liquidificador e coração ao molho! Estão servidos? Ah, antes que me esqueça, nesse episódio temos a participação muito especial da atriz Gillian Anderson (de "Arquivo X"), interpretando a Dr. Bedelia Du Maurier, psiquiatra do próprio Hannibal! Quem diria... / Hannibal 1.07 - Sorbet (EUA, 2013) Direção: James Foley / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris  / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Laurence Fishburne, Gillian Anderson, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.08 - Fromage
Não é raro um tipo de psicopatia gerar algum tipo de interesse em outra. É basicamente isso que temos explorado nesse episódio da série "Hannibal". Perceba que o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) fica particularmente interessado nos métodos de Tobias Budge (Demore Barnes). E quem é ele? Um psicopata que usa as vísceras de suas vítimas para confeccionar delicadas cordas de instrumentos musicais clássicos como violoncelos e violinos. Tobias usa o intestino das pessoas que mata para criar finas e precisas cordas que acabam caindo no gosto dos mais exigentes músicos das principais filarmônicas dos Estados Unidos. O próprio Tobias é um sujeito refinado, extremamente culto e educado, que nas horas vagas se propõe a dar vazão a estranhas experiências, como por exemplo, tentar tocar in natura as cordas vocais de uma pessoa assassinada! Algo que logo chama a atenção de Hannibal que em determinado momento fica em dúvida se deve matar ele ou se tornar seu amigo, embora como saibamos é complicado para um psicopata ter amizade com quem quer que seja, já que a empatia não é algo presente na personalidade desses indivíduos. Outro fato curioso é que nesse episódio vemos que psicanálise demais também pode não fazer muito bem a uma pessoa! Acompanhe a razão: O assassino psicopata Tobias é paciente de um psiquiatra que por sua vez faz análise com Hannibal que por sua vez também é paciente da Dra Bedelia Du Maurier (Gillian Anderson, maravilhosamente fria no papel). E qual é o resultado desse ciclo nada evolutivo? Mais mortes e mortes em cada episódio para seu divertimento! / Hannibal 1.08 - Fromage (EUA, 2013) Direção: Tim Hunter / Roteiro:  Bryan Fuller, Thomas Harris / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.09 - Trou Normand
Abigail Hobbs (Kacey Rohl) deixa mais ou menos claro para o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) que sabia do que acontecia ao seu redor, de todas as mortes e assassinatos das jovens e até mesmo ajudava nos crimes de forma indireta. Isso era algo que Hannibal já desconfiava por causa de sua experiência profissional com assassinos em série. Afinal de contas a insanidade completa também pode ser genética e a mente humana realmente guarda recintos completamente obscuros e sinistros. Enquanto isso Will Graham (Hugh Dancy) começa a perceber que ele próprio está perdendo sua sanidade, sofrendo lapsos mentais, surgindo em lugares sem nem saber como foi parar lá! Claro que ele nunca foi o que podemos chamar de um sujeito normal, mas agora os ataques parecem tomar um rumo totalmente diferente do passado! Para piorar ainda mais o que já anda bem ruim o assassino que ele persegue resolve fazer uma obra de "arte" surreal, uma espécie de totem composto de corpos humanos expostos em uma praia deserta, algo completamente bizarro e assustador. Pelo visto ele deseja não apenas ser descoberto como também reconhecido por seus inúmeros crimes, uma velha obsessão que persegue certos serial killers, sempre dispostos a ganhar alguns minutos de infâmia. O grande atrativo desse episódio em particular vem da presença do ótimo ator Lance Henriksen. Conhecido de tantos filmes e séries, ele aqui surge em um personagem completamente sombrio, um homem atormentado por seu passado. Sem freios morais e éticos, ele acaba cometendo um erro fatal ao eliminar uma pessoa sem saber que ele próprio tinha laços de sangue com ela. Nesse processo acaba descobrindo que sua próxima parada é realmente o inferno. / Hannibal 1.09 - Trou Normand (EUA, 2013) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris, baseados no livro "Red Dragon" / Elenco: Hugh Dancy, Mads Mikkelsen, Lance Henriksen, Caroline Dhavernas.

Hannibal 1.10 - Buffet Froid
Uma garota morando sozinha percebe, pouco antes de pegar no sono, estranhos sons vindos da casa. Para piorar pingos de água começam a cair vindos do sótão. Sem outra alternativa, ainda sonolenta, ela sobe as escadas para ver o que está acontecendo. Há um buraco no teto e ela nem desconfia que também há um invasor dentro de sua residência que entrou lá justamente por aquele buraco em seu telhado. Depois de tentar consertar, ela finalmente volta para seu quarto apenas para ser surpreendida pelo assassino que a espera na escuridão. A morte brutal da jovem se torna mais um caso para Will Graham (Hugh Dancy) sondar, com seus poderes sensitivos, o que teria de fato acontecido na cena do crime. Dessa vez porém ele nota algo estranho. Ele não apenas consegue ver o que aconteceu, como também sentir-se na pele do próprio assassino, algo que o assusta e o deixa desnorteado pois nunca havia acontecido antes. Para o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) tudo aquilo soa clinicamente muito interessante e ele resolve fazer novos exames em Will. Descobre-se, entre outras coisas, que Will sofre de encefalite, o que acabaria alterando sua percepção da realidade, justificando assim em parte suas estranhas visões. Hannibal porém decide preservar essa informação só para si, como algo valioso que poderá ser usado em um futuro próximo. Em relação às investigações, o modo em que a vítima é encontrada leva o Dr. Hannibal a levantar teses sobre a doença mental que estaria por trás das mortes. Pelo que deduz o assassino seria um portador de uma raro distúrbio mental chamado de Síndrome de Carton. Essa alteraria o modo de funcionamento do cérebro, fazendo com que o doente se convencesse de que na verdade já estaria morto! Além disso impediria ao paciente de reconhecer rostos humanos, o tornando violento e irracional. A brutalidade dos crimes seria assim apenas um efeito desse estado mental. Mais um bom episódio da série Hannibal, aqui valorizado por duas novidades: pela primeira vez o espectador verá Lecter brutalizando uma de suas vítimas e Will finalmente passa a ser encarado como um doente e não apenas como um "escolhido" com visões paranormais especiais. / Hannibal 1.10 - Buffet Froid (EUA, 2013) Direção: John Dahl / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris, baseados nos personagens criados no livro "Red Dragon" / Elenco: Mads Mikkelsen, Caroline Dhavernas, Hugh Dancy, Laurence Fishburne.

Hannibal 1.11 - Rôti 
O episódio começa quando o Dr. Abel Gideon, um assassino serial, é enviado para seu julgamento. Ele matou todas as pessoas de sua família. Em sua defesa ele alega que após passar por vários psiquiatras e psicoterapeutas acabou sendo induzido a acreditar que ele seria na verdade o próprio estripador de Chesapeake. Cirurgião respeitado, viu sua carreira e sua vida ruir após os crimes. Durante o transporte da cadeia para o tribunal ele consegue escapar. De volta às ruas começa uma insana jornada de vingança contra todos os psiquiatras que ele considera culpados por sua situação. Enquanto o matador psicopata sai cometendo seus assassinatos, Will Graham (Hugh Dancy) começa a perder o controle de suas visões, ficando aos poucos sem saber distinguir os delírios da realidade ao seu redor. Algo que intriga o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen), Bom episódio de Hannibal. Esse roteiro explora um aspecto bem curioso, a do paciente que acaba ficando mais insano do que nunca após passar por terapias que deveriam lhe curar. A mente humana certamente pode ser um lugar bem misterioso. / Hannibal 1.11 - Rôti (EUA, 2013) Direção: Guillermo Navarro / Roteiro: Bryan Fuller, Thomas Harris / Elenco: Mads Mikkelsen, Hugh Dancy, Caroline Dhavernas.

Pablo Aluísio.

Stalker

"Stalker" (perseguidor) é um termo usado nos Estados Unidos para definir aquelas pessoas que criam obsessões por outras, literalmente as perseguindo por todos os lugares. É algo até muito comum no mundo das celebridades, onde os fãs mais obcecados começam a ir em todos os lugares aonde seus ídolos vão. Com o tempo a coisa pode piorar mais e mais, indo para um lado perigoso. Basta lembrar do caso envolvendo John Lennon que acabou sendo morto justamente por um stalker, um sujeito com problemas mentais que se dizia fã dos Beatles e de Lennon em particular. Todo cuidado é pouco.

Pois bem, essa série explora esse tema. O resultado ficou apenas decepcionante (para não dizer medíocre mesmo). É uma série muito mainstream, que tem medo de ir além, de ser mais ousada ou fora dos padrões. Esse formato quadrado ao extremo e convencional a prejudicou muito. E justamente por ser tão banal não conseguiu sobreviver ao teste da primeira temporada. Após 20 episódios foi cancelada. Esse sempre foi um velho problema que atinge muitas séries da CBS. Eu consegui assistir aos seis primeiros episódios (comentados nessa postagem). Depois me convenci que a série realmente não iria para lugar nenhum e a deixei de lado. Era caso perdido. Pelo tema me interessei inicialmente pela série, mas depois de um tempo cheguei na conclusão que realmente deixava bastante a desejar. Perda de tempo.

Stalker 1.01 - Pilot
Estou começando a assistir com certo atraso essa série "Stalker" que inclusive, se não estou enganado, já foi cancelada nos Estados Unidos. É outro programa assinado e criado pelo Kevin Williamson (da franquia "Pânico" e da série "The Vampire Diaries"). A marca registrada desse produtor é justamente esse tipo de terror mais adolescente, ao estilo horror enlatado para jovens. O foco aqui é desviado para esse tipo de criminoso denominado "perseguidor" (Stalker em inglês), que anda muito em voga atualmente, seja no mundo real ou virtual. São pessoas que se tornam obcecadas por outras e por essa razão passam a acompanhar todos os seus passos de forma oculta, escondida, nas sombras. O termo Stalker pode inclusive se referir tanto ao tipo mais inofensivo que apenas se contenta em ver tudo de longe o que acontece na vida de seu "crush" (um outro termo tirado do mundo adolescente que designa a pessoa perseguida) como também aos psicopatas que se tornam obcecados por determinadas pessoas e partem para a violência física contra elas após um certo tempo. Obviamente a série se concentra justamente nesse segundo tipo, caso contrário teríamos uma série sobre adolescentes apaixonadas e isso não faria muito sentido. Nesse primeiro episódio temos um grupo especializado em casos envolvendo stalkers da polícia de Los Angeles. Eles precisam lidar com dois casos: no primeiro um homem de meia idade, casado, careca e barrigudo, se apaixona por uma jovem que conheceu na academia. Em crise de meia-idade ele acaba se apaixonando e ficando obcecado por seu novo amor. Algo comum que acontece geralmente com homens que não conseguem lidar muito bem com a velhice que vem chegando. Após o breve romance chegar ao fim, ele se torna um stalker na vida da garota. No outro inquérito policial os agentes precisam resolver um estranho caso de obsessão envolvendo dois jovens que foram colegas de quarto numa faculdade. Embora esse primeiro episódio seja bem regular eu pude perceber que tudo caminha mesmo para o mais convencional. O formato é quadradinho, bem mainstream e nada inovador. Pode ser que os episódios seguintes tragam algum tipo de melhoria ou inovação, algo que não vemos nesse episódio piloto que é bem na média do que se vê costumeiramente em enlatados americanos de uma maneira em geral. Nada muito ousado ou inovador. / Stalker 1.01 - Pilot (EUA, 2014) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Mariana Klaveno.

Stalker 1.02 - Whatever Happened to Baby James?
A série "Stalker" é bem na média, feijão com arroz. Passa longe da qualidade de outros programas que atualmente estão em exibição na TV americana. Mesmo assim, para um fim de noite sem compromissos, pode servir como mero passatempo. Aqui uma adolescente começa a perceber que há um perseguidor à espreita. Ela sempre tem essa sensação de estar sendo observada o tempo todo. Suas suspeitas se confirmam quando alguém entra em sua casa, à noite, enquanto está sozinha ao lado do irmão, um garotinho de dez anos de idade. Desesperada, acaba fugindo para o meio da rua, pedindo socorro. As suspeitas da identidade do invasor recaem sobre um pedófilo que mora nas redondezas. As investigações porém se mostram equivocadas. Não se trata de um maníaco, mas sim de uma jovem mãe, acima de quaisquer suspeitas, que mora na vizinhança. Ela perdeu seu jovem filho há poucos meses e não conseguiu superar a perda. Na verdade ela não estava atrás da adolescente - que pensava estar sendo vítima de um stalker - mas sim de seu jovem irmãozinho, pois em sua mente deteriorada ela procura por um "substituto" para o filho morto. Pela sinopse você percebe que não há nada demais no enredo e nem o segredo é algo assim tão surpreendente. Isso porém tem pouca importância. "Stalker" é realmente apenas uma boa diversão sem pretensão. Afinal de contas Kevin Williamson passa longe de ser um Steven Soderbergh. PS: O título do episódio é uma bem sacada homenagem com o clássico estrelado por Bette Davis e Joan Crawford em 1962 chamado "What Ever Happened to Baby Jane?" (O Que Aconteceu com Baby Jane?, no Brasil). / Stalker 1.02 - Whatever Happened to Baby James? (EUA, 2014) Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Kevin Williamson, Sanford Golden / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Stalker 1.03 - Manhunt
Para muitas mulheres o dia do casamento é o mais feliz de suas vidas. Pois é, algumas ainda associam casamento a felicidade absoluta! Mas enfim... Pois é justamente no dia de seu matrinônio que a filha de um renomado policial de Los Angeles encontra seu trágico destino. Ao subir no altar ela é atingida na cabeça por um tiro certeiro, dado por um sniper (um atirador de elite). Imediatamente todas as suspeitas recaem sobre um ex-namorado dela, um veterano dos fuzileiros navais, que jamais conseguiu se recompor após levar um fora dela (a clássica situação que dá origem ao Stalker, o perseguidor rejeitado, que passa a seguir os passos do amor perdido). Para piorar ele havia sido deixado para trás por causa de um amor lésbico! O detetive Jack Larsen (Dylan McDermott), do departamento especializado nesse tipo de caso da polícia de Los Angeles, logo passa a desconfiar desse tipo de solução que para ele parece ser óbvia demais. Mais um episódio de "Stalker" onde aqui os roteiristas focaram em um roteiro do tipo reviravolta, onde nada parece ser o que se pensava ser inicialmente. A série como um todo é na média, nada muito sofisticado ou surpreendente, mas como já escrevi antes tem potencial. Um caso curioso é que o próprio detetive Larsen é na verdade um stalker de sua ex-esposa, uma mulher que o detesta e o ameaça caso ele não vá embora de volta para Nova Iorque. Enfim, vale a pena acompanhar, até porque é mais uma que leva a assinatura de Kevin Williamson, o Workaholic mais obsessivo da TV americana. / Stalker 1.03 - Manhunt (EUA, 2014) Direção: Bronwen Hughes / Roteiro: Kevin Williamson, Brett Mahoney / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Mariana Klaveno.

Stalker 1.04 - Phobia
O Stalker (perseguidor) desse episódio é um tipo diferente de criminoso. Ele não se contenta apenas em seguir os passos, de longe, de seus alvos, mas ir além, explorando a fobia de cada uma para seu próprio prazer sádico pessoal. É um investidor do mercado financeiro que encontra suas vítimas em sites de encontros e namoros. Assim ele descobre que, por exemplo, determinada garota teria fobia do escuro, o que lhe inspira a fazer uma invasão às escuras ou então que tem pavor de serpentes o que o faz encher o quarto de sua vítima com víboras de todos os tipos. Enquanto as jovens se apavoram, gritam em desespero, ele filma tudo, se deliciando com tudo o que acontece. Parece insano demais para você? Pois é, os roteiristas queriam justamente isso. O mais curioso de Stalker é que o personagem principal, o policial Jack Larsen (Dylan McDermott), também é um stalker em sua vida privada, algo que piorou muito quando foi deixado por sua ex-esposa. Dessa maneira ninguém realmente escapa. / Stalker 1.04 - Phobia (EUA, 2014) Direção: Roxann Dawson / Roteiro:  Kevin Williamson, Heather Zuhlke / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk .

Stalker 1.05 -  The Haunting
No começo parece ser um caso clássico de perseguição (stalking). Uma jovem e bonita garota universitária dispensa seu namorado por ele ser emocionalmente infantil e imaturo. Depois ela começa a perceber que ele anda à espreita. Quando é aterrorizada por um cara vestido de palhaço numa loja de fantasias (na verdade o amigo de seu namorado tentando passar uma peça nela), resolve procurar a polícia. O detetive Jack Larsen (Dylan McDermott) começa então a juntar todas as peças. Para sua surpresa ele descobre que na verdade o perseguidor não é seu ex-namorado, mas sim o antigo proprietário da velha casa onde moram. No passado o lugar foi palco de um crime horrível, envolvendo a morte de uma mulher e seu filho por seu próprio marido. Os anos passam e o tal criminoso finalmente é liberado do manicômio judicial. De volta às ruas ela volta para sua casa em busca de um passado que já não existe mais. Mais um episódio divertido de se acompanhar dessa série. Embora "Stalker" seja em muitos aspectos bem convencional ela traz algumas tiradas bem boladas em seus roteiros, como por exemplo o fato do investigador Jack ser ele próprio um stalker de sua ex-esposa! / Stalker 1.05 -  The Haunting (EUA, 2014) Direção: Brad Turner / Roteiro: Kevin Williamson / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Stalker 1.06 - Love Is a Battlefield
Situação clássica: Mulher se divorcia do marido e no divórcio acaba levando praticamente toda a sua fortuna. Acontece que ele a traiu com uma mulher bem mais jovem e por essa razão oitenta por cento de seus bens acabam indo para a ex-esposa traída. Coisa de contratos pré-nupciais bem elaborados. Agora ela denuncia que está sofrendo assédio de um perseguidor, que pode ser ou não ser ex-marido, mas que ao que tudo indica poderá ser ele mesmo, ainda mais agora que está financeiramente arruinado. Para investigar entram em campo os policiais do departamento especializado em stalkers, ou melhor dizendo, perseguidores que ficam obcecados por determinadas pessoas. Esse episódio usa e abusa das chamadas reviravoltas, o que no final das contas não é grande coisa, embora divirta bastante o espectador. A série inclusive é bem na média do que é exibido na TV americana. Kevin Williamson não parece ter se dedicado muito a essa sua nova criação e por essa razão talvez a série tenha ficado apenas na primeira temporada (foi cancelada recentemente). Eu também acho que ficou a dever bastante. Por isso muito provavelmente irei ficando por aqui. Valeu conhecer, mas ir em frente? Acho que não mais. / Stalker 1.06 - Love Is a Battlefield (Estados Unidos, 2014) Direção: Omar Madha / Roteiro: Kevin Williamson, Dewayne Darian Jones / Elenco: Dylan McDermott, Maggie Q, Victor Rasuk.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de março de 2019

Yellowstone

Essa nova série é uma boa dica para quem gosta de western. Na falta de bons novos filmes de faroeste no cinema o jeito é procurar na TV por novidades. E aqui temos uma excelente opção. Kevin Costner é o pai de um clã de fazendeiros de Montana. A história da série se passa na atualidade. Ao mesmo tempo em que cuida de seus negócios, de seu maravilhoso rancho, ele também é a autoridade policial do local. Sim, Costner, que já interpretou Wyatt Earp no cinema, aqui volta a um papel de xerife. Só que ao invés de ser um homem da lei do século XIX, ele agora lida com os problemas atuais que um homem moderno precisa enfrentar.

E os inimigos são muitos. Desde um forasteiro que chega na cidade para promover uma grande corporação de apartamentos de luxo (na fronteira de suas terras), até mesmo um movimento de nativos que vivem em suas reservas e agora pedem por mais direitos. Para piorar o clima de tensão o próprio filho do personagem de Costner é casado com uma mulher descendente dos índios que no passado enfrentaram os pioneiros brancos que chegaram naquela região. Uma série muito boa, com bons roteiros e episódios caprichados. Nos Estados Unidos está sendo exibida no canal Paramount, algo que acredito seja repetido no Brasil. Vamos aguardar.

Yellowstone (Estados Unidos, 2018, 2019) Direção: Taylor Sheridan, Stephen Kay / Roteiro: John Linson, Taylor Sheridan, Ian McCulloch / Elenco: Kevin Costner, Luke Grimes, Kelly Reilly / Sinopse: A série acompanha a vida do rancheiro e xerife John Dutton (Kevin Costner). Ele mora em uma bela propriedade rural de Montana e precisa lidar com diversos problemas envolvendo suas funções de homem de família, xerife e dono de terras.

Pablo Aluísio.

Jekyll & Hyde

O livro original é um marco da literatura de terror. As adaptações para o cinema já renderam todos os tipos de filmes que você possa imaginar, desde pequenos clássicos até produções B horríveis. A influência dentro da cultura pop de "O Médico e o Monstro" é complicada até mesmo de rastrear. Está em inúmeros personagens, como o próprio "Hulk" da Marvel que segundo seu criador, Stan Lee, foi completamente baseado nessa estória. Assim era de se esperar que algo tão popular e influente pelo menos renderia uma boa minissérie. Pena que as expectativas não foram plenamente atendidas (pelo menos em minha opinião pessoal).

Achei bem mediana essa adaptação, a ponto inclusive de não ter me animado de ver tudo. No total apenas quatro episódios de dez, o que mostra claramente que não foi uma série que tenha me empolgado. Apesar da boa produção inglesa penso que os roteiros decepcionaram um pouco, por serem lentos demais. A série foi exibida originalmente em 2015 e até pensaram em uma improvável segunda temporada, mas antes disso foi cancelada. Pois é, nem sempre os grandes clássicos da literatura de terror dão adaptações perfeitas. O mundo das letras e o mundo das imagens são universos próprios. Segue abaixo uma pequena compilação de episódios que cheguei a assistir, antes de abandonar o barco.

Jekyll & Hyde 1.01 - The Harbinger
Apenas mediana essa nova série sobre o famoso clássico da literatura "Strange Case of Dr Jekyll and Mr Hyde" escrito por Robert Louis Stevenson em 1886. Na verdade usaram o enredo do livro original apenas como ponto de partida. O personagem principal não é o Dr. Jekyll de Stevenson, mas sim seu filho, Robert Jekyll (Tom Bateman). A ação se passa na década de 1930 na colônia britânica da Índia. É lá que vive o jovem que foi criado por um casal de indianos. Ele herdou os problemas do pai, ou seja, quando submetido a tensão ou stress muda de personalidade, assumindo um modo de ser agressivo, ofensivo e brigão, surgindo dentro de si o infame Mr. Hyde. A obra clássica original está completamente descaracterizada nessa nova série, até porque fica claro desde o começo que esse novo programa visa conquistar o público mais jovem. Por essa razão surgem monstros (muito bem feitos por sinal) inexistentes no livro, como uma criatura chamada de Arauto, metade homem, metade cão, que profetiza a chegada de um mestre que irá destruir toda a Inglaterra. Os roteiristas criaram também um setor de inteligência do governo inglês especializado em fenômenos sobrenaturais (como se fossem Homens de Preto do século XIX). A produção é muito boa, com cenários e figurinos luxuosos. Pena que não optaram por contar ou adaptar o clássico da literatura de terror. Aqui surge algo mais desfigurado, tentando alcançar um público mais jovem e moderno, o que acabou descaracterizando praticamente tudo. Vou tentar seguir acompanhando, mesmo com um pé atrás. Possa até ser que melhore com o passar do tempo, muito embora não tenha gostado da premissa inicial. Por enquanto o que posso antecipar é que esse episódio piloto deixa um pouco a desejar. Porém como há um certo potencial vou dar o benefício da dúvida. / Jekyll & Hyde 1.01 - The Harbinger (Inglaterra, 2015) Direção: Colin Teague / Roteiro: Charlie Higson / Elenco: Tom Bateman, Donald Sumpter, Natalie Gumede.

Jekyll & Hyde 1.02 - Mr Hyde
No episódio anterior o Dr. Robert Jekyll (Tom Bateman) acaba sendo esfaqueado após uma intensa briga numa taverna. Agora ele está de volta à consciência. Para sua surpresa descobre que o ferimento cicatrizou completamente, sem lhe deixar quaisquer danos físicos. Em meio a lembranças ele se recorda que fora ajudado pelo barman, Garson (Donald Sumpter), que no passado trabalhou para a família Jekyll como assistente pessoal. Robert retorna ao bar em busca de maiores informações e consegue convencer Garson a ir com ele de volta à velha mansão de seu avô. Lá Garson resolveu revelar tudo, levando inclusive Robert e seu advogado até o antigo laboratório de seu avô, onde tudo teria começado. O velho acreditava que o ser humano na realidade trazia duas personalidades distintas em um só corpo. Tentando separá-las ele acabou criando uma poção que acabou por revelar seu pior lado, o Mr Hyde, um sujeito brigão, mal caráter, egoísta, egocêntrico e portador de todos os piores defeitos que um ser humano pode carregar consigo. Assim Robert acaba descobrindo de onde teria vindo essa sua outra personalidade que se manifesta nas horas mais impróprias. E ele também precisa ficar mais atento pois surge um estranho perseguidor em sua vida, o Capitão Dance (Enzo Cilenti). Bom episódio que vai revelando cada mais da trama. Por enquanto "Jekyll & Hyde" ainda vai demonstrando seguir uma linha mais juvenil, com monstros, etc, porém acredito que tem potencial para melhorar. Vou seguir acompanhando. Só espero que não derrape vertiginosamente em sua qualidade. / Jekyll & Hyde 1.02 - Mr Hyde (EUA, 2015) Direção: Colin Teague / Roteiro: Charlie Higson / Elenco: Tom Bateman, Donald Sumpter, Enzo Cilenti, Mohamed Adamaly, Nadika Aluwihare, Michael Ballard.

Jekyll & Hyde 1.03 - The Cutter
Essa série "Jekyll & Hyde" tem boa produção, bom elenco e uma reconstituição histórica de primeira linha. Além disso material não lhe falta já que o conhecido enredo que lhe deu origem é um dos mais celebrados do mundo Sci-fi. O que anda tão errado então? Na minha forma de ver a tentativa dos produtores em transformar a série em um produto mais comercial, voltado principalmente para o público mais adolescente, pode vir a colocar tudo a perder. Há uma série de monstros que vão surgindo do nada, bem apelativos e já não tão bem feitos, que tiram parte de graça ou do suspense que poderia vir a cada episódio. E isso tudo já vai ficando claro aqui no terceiro episódio da primeira temporada (cedo demais para esse tipo de coisa acontecer). Nessa linha de séries de terror "Jekyll & Hyde" já anda comendo poeira de programas bem melhores como "Salem" e até mesmo "The Frankenstein Chronicles". Nem vou comparar com "Penny Dreadful" porque aí já seria covardia demais. Ainda darei mais chances para melhorar, mas se continuar com esses momentos bem tolinhos realmente deixarei para trás, sem arrependimentos. / Jekyll & Hyde 1.03 - The Cutter (EUA, 2015) Direção: Colin Teague / Roteiro: Charlie Higson / Elenco:  Mohamed Adamaly, Nadika Aluwihare, Tom Bateman.

Jekyll & Hyde 1.04 - The Calyx
Sim, ainda estou insistindo em "Jekyll & Hyde". Um dos motivos - além de gostar da estória original - é sua direção de arte. Tudo é tão caprichado em termos de visual, figurinos, design, cenários, etc, que me faz seguir em frente mesmo sabendo que os roteiros não são lá grande coisa e nem que tudo esteja sendo desenvolvido muito bem. Na verdade ficou óbvio desde o começo que a produtora ITV quis criar um produto vinculado ao público mais jovem, adolescente. Não há nada de errado nisso, desde que venham a melhorar em termos de roteiro que muitas vezes são fracos demais. Nesse episódio aqui há um elemento novo na trama, um cálice que conteria o coração de um ser demoníaco do passado. O problema estaria em abrir tal artefato. Apenas uma pessoa com uma força descomunal poderia fazê-lo. Por essa razão os vilões vão atrás de Hyde. Capturam Robert Jekyll (Tom Bateman) e fazem de tudo para que ele finalmente se transforme em Hyde, passando para o seu lado, abrindo o tal cálice contendo o coração de Lord Trashy. Aqui nesse episódio há a destruição de um dos principais vilões da série, o Capitão Dance (Enzo Cilenti), o que me deixou surpreso pois pensei que ele seria o principal antagonista de Jekyll e Hyde. Enfim, temos que reconhecer que ainda falta muito para Jekyll & Hyde ser tão bom como material que lhe deu origem, mas pelo sim e pelo não vamos continuar acompanhando. / Jekyll & Hyde 1.04 - The Calyx (Inglaterra, 2015) Direção: Joss Agnew / Roteiro: Charlie Higson / Elenco: Tom Bateman, Ruby Bentall, Amy Bowden, Enzo Cilenti.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Quando as Luzes se Apagam

Esse filme de terror até chegou a fazer uma boa carreira nos cinemas. No total conseguiu faturar mais de 159 milhões de dólares nas bilheterias. Isso em um filme que custou meros 4 milhões - um lucro e tanto! Apesar disso, do bom resultado comercial, é um filme apenas mediano. O roteiro soa bastante repetitivo quando fica naquela situação de criaturas surgindo com as luzes apagadas e desaparecendo quando elas são ligadas. E aí começa a tal coisa.. Liga, desliga, liga, desliga... chega um momento em que aquilo tudo cansa! Quando essa situação surge pela quinta ou sexta vez na tela o espectador acaba perguntando a si mesmo porque os roteiristas não criaram outras situações de sustos, ficando batendo sempre na mesma tecla!

E olha que havia espaço dentro do enredo para desenvolver bons momentos de terror. A personagem principal se chama Rebecca (Teresa Palmer). Desde quando era apenas uma garotinha ela via coisas sobrenaturais, entidades do mundo espiritual, algumas delas bem aterrorizantes. O tempo passa e ela precisa conviver com isso. Um entidade em especial chamada Diana volta, agora interessada no jovem irmão de Rebecca, o que acaba criando uma situação no mínimo delicada (e perigosa). No geral o filme não me agradou muito. A intenção de sempre ser o mais comercial possível acabou estragando o lado mais artístico do filme. Quando se tenta mirar mais na bilheteria do que em bons roteiros geralmente a criatividade desaparece. Assim nem apagando as luzes para ela voltar.

Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, Estados Unidos, 2016) Direção: David F. Sandberg / Roteiro: Eric Heisserer, David F. Sandberg / Elenco: Teresa Palmer, Gabriel Bateman, Maria Bello / Estúdio: New Line Cinema / Sinopse: Desde quando era apenas uma garotinha, Rebecca sempre teve a capacidade de ver seres do mundo sobrenatural. Agora ela precisa proteger seu jovem irmão, já que uma assombração chamada Diana parece ter muito interesse nele. Filme premiado pela Australian Cinematographers Society.

Pablo Aluísio.

Negócio Arriscado

Esse foi um dos primeiros filmes de sucesso da carreira do ator Tom Cruise. Só que não espere por algo muito especial. Na verdade é uma típica comédia dos anos 80. E isso hoje em dia significa tanto coisas boas, interessantes e nostálgicas, como também meio bobinhas, ultrapassadas pelo passar dos anos. Aqui Tom Cruise (bem jovem) interpreta um adolescente cujos pais decidem viajar. E ele fica sozinho em casa. Pronto, já pensou bem no que isso iria causar? Hoje em dia um roteiro desses, com um personagem jovem que praticamente vira um cafetão usando sua a casa dos pais como bordel iria dar o que falar, mas nos anos 80 tudo isso era visto com grande naturalidade. As comédias juvenis tinham mesmo esse tom de picardia.

Pois é, o personagem de Tom Cruise então transforma a casa em praticamente um bordel, com muitas garotas bonitas à disposição. Ele vê tudo não como uma farra inconsequente, mas sim como uma forma de ganhar dinheiro fácil e rápido, afinal sexo vende bem... e tem muitos consumidores interessados no tal produto. Então é isso. Foi uma bom cartão de visitas da carreira do Tom Cruise. Não foi o filme que iria colocar ele no topo das bilheterias, claro, mas serviu para mostrar aos produtores que aquele jovem ator tinha potencial.

Negócio Arriscado (Risky Business. Estados Unidos, 1983) Direção: Paul Brickman / Roteiro: Paul Brickman / Elenco: Tom Cruise, Rebecca De Mornay, Joe Pantoliano / Sinopse: Jovem garotão fica sozinho em casa quando seus pais viajam e decide que quer ganhar dinheiro rápido e fácil. Como? Enchendo a casa com lindas garotas á disposição.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de março de 2019

Se a Rua Beale Falasse

O filme acabou sendo bem decepcionante. Nada do que eu estava esperando. A simples menção da Rua Beale no título me fez pensar imediatamente na música negra americana. Para quem gosta da música dos anos 50 e 60 essa associação é bem óbvia. Foi justamente nesse lugar que tivemos o berço do jazz e de tantos outros gêneros musicais importantes. Por isso pensei que o filme teria pelo menos uma rica trilha sonora de época, da primeira à última cena. Passou longe disso. O filme decepciona completamente nesse aspecto. É um drama pesado na verdade, mostrando um jovem casal de negros americanos no começo de seu relacionamento. Ela tem 19 anos de idade, ele 22. Estão apaixonados, mas não possuem qualquer tipo de estabilidade financeira para entrar em um casamento, apressado e fora de hora.

Daí começam os problemas. Ela fica grávida, ele vai preso, acusado de estuprar uma mulher latina. Com tudo contra, eles ainda assim resolvem enfrentar a situação - terrível para qualquer casal, é bom salientar. O nível de dramaticidade do filme é realmente acentuado. Não existem alívios ou situações amenas. Alivio cômico? Nem pensar. É um filme que vai soar até mesmo um pouco familiar para muitas jovens famílias brasileiras, com gravidez na adolescência, encarceramento de jovens negros, etc. Essa realidade poderia ser transportada para qualquer periferia pobre do nosso país que não haveria maiores diferenças na história. O mesmo drama social, o mesmo descaso. Seu maior problema é a duração, o que torna o filme um pouco arrastado e com bons momentos apenas pontuais. Com duração excessiva, achei tudo um tanto cansativo.

O filme concorreu a três categorias no Oscar. O diretor e roteirista Barry Jenkins foi indicado ao Oscar por melhor roteiro adaptado. Não venceu. Provavelmente sua mão pesada para o texto contribuiu para a derrota. Quem acabou vencendo foi Regina King por melhor atriz coadjuvante. Prêmio merecido? Sinceramente, não. Seu papel é relativamente pequeno e só tem uma cena mais forte, digna de nota. Provavelmente os membros da academia a escolheram por uma questão social, de valorizar o trabalho do elenco negro do filme. Não era necessário esse tipo de voto. Enfim, temos aqui um filme socialmente consciente, pesado, contando uma história importante, mas também sem muita leveza, exagerando na dose de dramaticidade.

Se a Rua Beale Falasse (If Beale Street Could Talk, Estados Unidos, 2018) Direção: Barry Jenkins / Roteiro: Barry Jenkins, James Baldwin / Elenco: KiKi Layne, Stephan James, Regina King, Teyonah Parris / Sinopse: Uma jovem negra americana se apaixona e fica grávida. Seu marido é levado para a prisão, acusado de estupro. A família então tenta ajudar a mãe de primeira viagem, que não tem recursos para criar um filho.

Pablo Aluísio.

Nunca te Vi, Sempre te Amei

A história é baseada em fatos reais e foi escrita em forma de romance pela própria autora Helene Hanff. O título nacional é equivocado. Não há um clima de romantismo ou paixão no ar entre os dois personagens principais. Ao invés disso temos uma amizade entre a escritora, aqui cliente da lojas de livros, e todos os demais empregados da pequena empresa. O nome original do filme (84 Charing Cross Road) traz justamente o endereço da livraria, afinal é um filme à moda antiga, do tempo em que as pessoas ainda se correspondiam através de cartas. Antes de virar filme esse enredo rendeu uma boa peça teatral que ficou alguns anos em cartaz em Nova Iorque e Londres. Sua origem teatral inclusive fica bem óbvia na narrativa que o roteiro imprime. Para um palco se mostra de fato ideal. Ambiente fechado, praticamente apenas dois cenários (Nova Iorque e Londres) e a força do texto declamado. Ideal para ótimos atores, principalmente os que tiveram formação nos palcos da vida.

Só que nesse duelo de interpretações quem acaba vencendo (mesmo utilizando esse termo de forma equivocada) é a americana Anne Bancroft. Sua personagem é mais rica em dramaturgia, tem mais personalidade, além de ser o principal foco de movimentação do enredo. Sempre fumando um cigarro atrás do outro, falando sem parar, com uma fina ironia na ponta da língua, ela acaba ofuscando o bom e velho Hopkins, que tem um personagem mais contido.

Aliás esse choque cultural nascido entre o modo de ser de uma nova-iorquina estressada e o estilo de vida mais pacato, educado e modesto dos ingleses forma a espinha dorsal narrativa do filme. No começo da história os ingleses ainda viviam em um sistema de racionamento muito severo. Assim qualquer presente que a escritora americana mandava - fosse um presunto ou  enlatados em geral - acabava sendo comemorados pelos empregados da loja como verdadeiras dádivas. Nada mais comum em um país que ainda estava se recuperando dos escombros da II Guerra Mundial. Enfim, é isso. Uma boa película com o charme do cinema inglês aliado ao estilo mais cru e direto dos filmes americanos. De fato uma bela combinação cinematográfica.

Nunca te Vi, Sempre te Amei (84 Charing Cross Road, Inglaterra, Estados Unidos, 1987) Direção: David Hugh Jones (como David Jones) / Roteiro: James Roose-Evans, baseado no livro de Helene Hanff / Elenco: Anthony Hopkins, Anne Bancroft,  Judi Dench, Maurice Denham / Sinopse: A história de amizade entre um vendedor inglês de livros e uma americana, leitora voraz de livros raros.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Madame Butterfly

Título no Brasil: Madame Butterfly
Título Original: M. Butterfly
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Geffen Pictures
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Henry Hwang
Elenco: Jeremy Irons, John Lone, Barbara Sukowa, Ian Richardson, David Neal, Annabel Leventon

Sinopse:
Durante a revolução cultural na China, em meados da década de 1960, um diplomata francês se apaixona por uma das cantoras da ópera de Pequim. O que ele nem desconfia é que ela na verdade é ele, um homem travestido de gueixa japonesa.

Comentários:
Gostei desse filme bem diferente da filmografia do diretor David Cronenberg. Como se sabe esse cineasta ficou famoso ao dirigir filmes estranhos, diferentes, com toques de terror ao estilo grotesco. Basta lembrar de "A Mosca", "Scanners - Sua Mente pode Destruir" e "Gêmeos - Mórbida Semelhança". Nada parecido com dramas românticos passados em paisagens e países exóticos do oriente. Além das bonitas paisagens o grande mérito desse filme é realmente seu elenco. Jeremy Irons dá vida a esse diplomata, muito fino e elegante, chamado René Gallimard que cai de amores por Song Liling que mais parece uma daquelas gueixas tradicionais, mas que na verdade é um homem, interpretado por John Lone. O estilo é mais sofisticado, com uso das cores fortes da China da época (com destaque para o vermelho que representa a paixão). Um bom filme, um drama que diante da mentalidade do mundo atual se mostra ainda mais pertinente.

Pablo Aluísio.