Foi um dos grandes Papas da história. Giovanni Maria Mastai-Ferretti nasceu em um berço liberal na cidade de Senigália, na Itália, em 13 de maio de 1792 (reparem que na mesma data em que séculos depois ocorreria a aparição de Nossa Senhora em Fátima). Sua família era conhecida por sempre abraçar as ideologias mais progressistas, mais modernas. Na juventude foi impedido de seguir carreira militar, como muitos jovens de sua época, por causa de um sério problema de saúde: Giovanni tinha ataques de epilepsia frequentes. Muito religioso, desde cedo demonstrou ter vocação para os assuntos de Deus. Resolveu então dedicar-se ao estudo da teologia. Em poucos anos se tornou sacerdote católico, se tornando padre em 1819, com a idade um pouco acima da média da de outros membros do clero ao iniciarem sua carreira religiosa. Foi enviado então para servir na América do Sul, no Chile, onde ficou por longos anos. Foi uma grande experiência de vida pois deu a Giovanni a oportunidade de conhecer outros povos, outras culturas, outras manifestações religiosas do catolicismo. Em 1825 retornou para a Itália onde começou a alcançar postos mais importantes dentro da hierarquia da Igreja católica. Dois anos depois foi nomeado arcebispo na cidade de Spoleto e em 1840 se tornou cardeal na diocese de Imola.
Muito por causa de sua linhagem familiar, Giovanni foi por décadas considerado um representante da ala mais liberal e progressista da Igreja, abrindo diálogo com todos os setores da sociedade, inclusive com a maçonaria. Esse rótulo o acompanhou e quando seu nome surgiu com força no conclave para escolher o sucessor de Gregório XVI, ele foi apoiado justamente por esses setores mais reformistas. Eleito Papa em 1846, Giovanni resolveu adotar o nome Papal de Pio IX em homenagem a Pio VIII, a quem tinha uma admiração muito especial. Queria se espelhar nele como novo Papa da Igreja. Todos esperavam que Pio IX promovesse profundas reformas estruturais e de liturgia dentro da Igreja. No começo de seu pontificado ele foi visto como a grande esperança dos liberais por toda a Europa. Afirmava-se que a maçonaria havia celebrado sua eleição. De fato no começo de seu reinado no trono de Pedro, Pio IX realmente nutriu grandes esperanças em se aliar com esses tipos de movimentos sociais, mas um fato mudou seu modo de ver a questão.
Agentes da Igreja Católica interceptaram mensagens maçônicas que em códigos secretos traziam planos para literalmente destruir a Igreja. Nas mensagens líderes maçônicos influentes planejavam infiltrar membros ligados a eles dentro do próprio clero católico. Era uma forma de desestabilizar as bases de fundação da Igreja por dentro de sua própria estrutura. Pio IX ficou profundamente abalado com as revelações. A partir desse ponto ele entendeu que aqueles que se diziam seus aliados e amigos na verdade estavam planejando sua queda. Pio IX resolveu reagir e começou a tomar uma série de medidas para reforçar os dogmas e os princípios católicos mais importantes. Abraçando o conservadorismo dentro de seu estilo de governar Pio IX começou a surpreender todos os que diziam que ele iria adotar uma linha extremamente liberal. No documento Syllabus Errorum condenou diversas ideologias que começavam a dominar corações e mentes por todo o mundo naquela época. Condenou em especial o comunismo, o socialismo, o racionalismo e a maçonaria. Foi um choque para seus antigos admiradores liberais.
Pio IX também entendeu que a única forma de combater os setores anti-católicos era se tornar extremamente católico. Reforçar o Papado, a crença nos santos e na virgem Maria, pontos sempre atacados por setores protestantes. Começou uma série de canonizações em série, algo inédito dentro da história da Igreja. Assim determinou que os processos de canonização fossem mais céleres e rápidos (alguns levavam séculos para se chegar numa conclusão definitiva). Na visão de Pio IX a Igreja precisava de mais exemplos positivos, de mais santos consagrados em sua história. Em 1854 proclamou o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria, algo que causou forte reação dos protestantes europeus que defendiam que Maria era apenas uma mulher comum, como todas as outras. Isso porém não deveria ser considerado por católicos e Maria deveria ser sempre valorizada, algo que ficou muito claro na encíclica Ineffabilis Deus.
Dando continuidade em sua valorização do catolicismo o Papa Pio IX convocou o Concílio Vaticano I com a presença de mais de 700 bispos de todo o mundo. Nessa ocasião, procurando valorizar a figura do Papa, foi confirmado o dogma da infalibilidade papal. Os protestantes arrancaram os cabelos de tanta indignação. Os católicos celebraram. Era mais um ato de valorização da religião católica por parte de Pio IX, como sempre valorizando a Virgem Maria, os Santos e o Papa. Outra preocupação do Papa foi reforçar a presença católica em países onde havia ocorrido problemas políticos envolvendo a Igreja no passado. Na Inglaterra, onde a Igreja Católica havia sido praticamente banida por ordens do Rei Henrique VIII, a Igreja voltou a organizar seus quadros. A hierarquia foi restabelecida e muitas propriedades que tinham sido roubadas pelo antigo monarca foram devolvidas para a Igreja Romana. Em países onde havia ocorrido uma verdadeira guerra de intolerância religiosa contra católicos por parte de setores protestantes, Pio IX conseguiu das autoridades locais a garantia de proteção dos templos católicos, seus sacerdotes e os fiéis. Com isso o catolicismo começou a crescer novamente após ter sido banido por décadas por governos protestantes, principalmente nos países nórdicos da Europa.
Pio IX governou por mais de três décadas (seu papado durou 31 anos e sete meses) e foi o mais longo da história, atrás apenas de Pedro, apóstolo de Jesus e considerado o primeiro Papa. Ele enfrentou problemas sérios como a perda dos territórios papais e chegou a sofrer risco real de ser assassinado por seus inimigos. Em determinada ocasião precisou fugir de Roma, disfarçado de padre, para não ser morto por assassinos contratados. Enfrentou com coragem a ferrenha oposição de maçons, protestantes, judeus e comunistas. Sua decisão de reforçar o catolicismo foi seu maior legado. Pio IX mostrou grande inteligência e inspiração ao conduzir a Igreja Católica em um dos períodos mais duros da história, quando a fé católica estava sendo atingida por todos os lados e por setores poderosos da sociedade. Sua firmeza de caráter e perseverança em defender a Igreja é um exemplo que deve ser seguido por todos os católicos. Ele morreu aos 85 anos de idade em 7 de fevereiro de 1878. Em setembro de 2000 o Papa João Paulo II o beatificou. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 7 de fevereiro. Um merecido reconhecimento por um homem que lutou bravamente por sua fé e suas crenças católicas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Santidade e sua Fundamentação Biblica
É curioso que dentro da doutrinação evangélica se recuse de forma veemente a figura do santo. Muitos evangélicos inclusive afirmam que os católicos estão errados ao reconhecerem santos - pessoas que por sua vida dedicada ao evangelho se tornam objetos de admiração entre os cristãos da Igreja Católica. É um ponto de vista bem equivocado, só entendido sob uma ótica de puro desconhecimento das escrituras sagradas. Não é verdade que apenas teria havido um santo ao longo da história e esse seria Jesus. Na verdade a santidade é desejada por Deus para todas as suas criaturas. O homem nasce para a santidade, apenas os desvios de uma vida repleta de pecados e iniquidades poderia justificar seu desvirtuamento do caminho. Duvida? Vamos aos pontos expressos na própria Bíblia. Veja esse trecho escrito por Pedro, um dos apóstolos mais próximos de Jesus Cristo: "Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem" (1 Pedro 1:15). Pedro, fundador do catolicismo sob orientação direta de Jesus, deixa bem claro que o seu mestre certamente era santo, mas que desejava de coração que todos aqueles que seguissem sua palavra também se tornassem santos, levando uma vida de santidade.
Outro trecho bíblico que não abre margens para dúvidas: "Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo." (Levítico 19:2). Aqui temos exatamente o que escrevi na primeira parte de meu texto. Deus chama todos para a santidade. Sejam santos, povo de Deus, pois Deus já é santo e esse é o seu desejo, expresso em vários versículos da Bíblia. Não haveria razão para a existência das escrituras se o próprio Deus não quisesse que todos os homens também trilhassem o caminho da santidade. A salvação virá como premiação de uma vida honesta, íntegra e justa. Assim todos os que seguirem essa trilha também serão santos e terão uma vida plena ao lado de Deus após nossa existência terrena. A santidade não é em absoluto privilégio apenas de Deus. É vontade Dele que todos caminhem pela estrada que leva à salvação. Tudo muito simples e de fácil entendimento. Se você ainda não se convenceu dessa fundamentação que tal ler esse outro trecho extremamente relevante da Bíblia: "Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros com qualquer animal que se move rente ao chão." (Levítico 11:44). Mais uma vez a ordem, o desejo de Deus: Sejam santos também!
Um dos problemas focais da ideologia protestante é que ela tenciona convencer o cristão de que haveria um certo paganismo no reconhecimento de santos dentro da Igreja Católica. Os santos seriam a nova versão para a galeria de deuses das religiões romanas e gregas antigas. Esse argumento é uma bobagem. Santos católicos não são deuses do paganismo. Quando a igreja Católica canoniza um cristão ela apenas está reconhecendo de forma oficial que aquela pessoa foi virtuosa em sua vida, que não se dobrou às tentações do mundo e que andou fiel aos ensinamentos de Cristo ao longo de sua existência. Um modelo a ser seguido pelas fileiras católicas ao redor do mundo. Isso encaixa perfeitamente com o texto bíblico, com o pensamento dos antigos religiosos que a escreveram. Essas pessoas consideradas santas pela Igreja nada mais fizeram do que viver de acordo com o desejo de Deus.
Para reforçar ainda mais a verdade de fé que estamos defendendo aqui vão mais alguns trechos bíblicos que são claros como as águas da glória eterna, leia com atenção: "Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade." (Tessalonicenses 4:7). "Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor." (Hebreus 12:14). São apenas mais dois exemplos que demonstram que sim, as escrituras confirmam sem sombra de dúvidas a santidade de pessoas comuns, como eu e você. Basta querer e caminhar no lado bom e justo da vida, na palavra de Jesus. Igualmente Deus quer que todos sejamos santos. Ao se afirmar que apenas Jesus seria santo o próprio crente está se colocando fora da possibilidade de também almejar sua própria santidade. Ao agir assim também está perdendo a oportunidade de ir ao encontro dos desejos de Deus. De forma indireta renega até mesmo aos próprios anseios de Deus para nossa existência.
Pablo Aluísio.
Outro trecho bíblico que não abre margens para dúvidas: "Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo." (Levítico 19:2). Aqui temos exatamente o que escrevi na primeira parte de meu texto. Deus chama todos para a santidade. Sejam santos, povo de Deus, pois Deus já é santo e esse é o seu desejo, expresso em vários versículos da Bíblia. Não haveria razão para a existência das escrituras se o próprio Deus não quisesse que todos os homens também trilhassem o caminho da santidade. A salvação virá como premiação de uma vida honesta, íntegra e justa. Assim todos os que seguirem essa trilha também serão santos e terão uma vida plena ao lado de Deus após nossa existência terrena. A santidade não é em absoluto privilégio apenas de Deus. É vontade Dele que todos caminhem pela estrada que leva à salvação. Tudo muito simples e de fácil entendimento. Se você ainda não se convenceu dessa fundamentação que tal ler esse outro trecho extremamente relevante da Bíblia: "Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros com qualquer animal que se move rente ao chão." (Levítico 11:44). Mais uma vez a ordem, o desejo de Deus: Sejam santos também!
Um dos problemas focais da ideologia protestante é que ela tenciona convencer o cristão de que haveria um certo paganismo no reconhecimento de santos dentro da Igreja Católica. Os santos seriam a nova versão para a galeria de deuses das religiões romanas e gregas antigas. Esse argumento é uma bobagem. Santos católicos não são deuses do paganismo. Quando a igreja Católica canoniza um cristão ela apenas está reconhecendo de forma oficial que aquela pessoa foi virtuosa em sua vida, que não se dobrou às tentações do mundo e que andou fiel aos ensinamentos de Cristo ao longo de sua existência. Um modelo a ser seguido pelas fileiras católicas ao redor do mundo. Isso encaixa perfeitamente com o texto bíblico, com o pensamento dos antigos religiosos que a escreveram. Essas pessoas consideradas santas pela Igreja nada mais fizeram do que viver de acordo com o desejo de Deus.
Para reforçar ainda mais a verdade de fé que estamos defendendo aqui vão mais alguns trechos bíblicos que são claros como as águas da glória eterna, leia com atenção: "Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade." (Tessalonicenses 4:7). "Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor." (Hebreus 12:14). São apenas mais dois exemplos que demonstram que sim, as escrituras confirmam sem sombra de dúvidas a santidade de pessoas comuns, como eu e você. Basta querer e caminhar no lado bom e justo da vida, na palavra de Jesus. Igualmente Deus quer que todos sejamos santos. Ao se afirmar que apenas Jesus seria santo o próprio crente está se colocando fora da possibilidade de também almejar sua própria santidade. Ao agir assim também está perdendo a oportunidade de ir ao encontro dos desejos de Deus. De forma indireta renega até mesmo aos próprios anseios de Deus para nossa existência.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Maria nos Evangelhos - Parte 1
Aqui nessa série de textos vamos mostrar as citações sobre Maria nos evangelhos, começando pelo Evangelho Segundo Lucas. A intenção é resgatar a importância de Maria dentro das escrituras. A primeira citação de Maria em Lucas vem no capítulo 1, versículos 26 e 27 que diz: "26 Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria.". Estamos no contexto do nascimento de Jesus e Maria surge pela primeira vez nos evangelhos. Deus envia o anjo Gabriel a uma pequenina e inexpressiva cidade da Galiléia chamada Nazaré. O povo judeu estava sob domínio da Roma Imperial e aquele lugar não tinha maior importância sob o ponto de vista militar ou econômico por parte de Roma. Embora a Judéia fosse considerada agora província romana, o fato é que não poderia haver lugar mais periférico e humilde do que aquele naquele período histórico.
Maria é apresentada como a virgem prometida em casamento a José, da casa de Davi. Infelizmente não há maiores detalhes, como por exemplo, a idade de Maria nesse momento tão crucial de sua vida ou a maneira como conheceu José. Alguns autores defendem que José seria muito mais velho do que Maria e talvez ela fosse sua segunda esposa, o que explicaria os "irmãos de Jesus" citados em determinados trechos do novo testamento. Eles seriam filhos de José em seu primeiro casamento. São meras suposições pois nada confirma esse tipo de tese. Segundo a tradição provavelmente José fosse mais velho do que Maria porém a diferença de idade entre eles se perdeu nas areias do tempo. É impossível afirmar qualquer coisa com certeza nesse sentido. Outro fato que chama a atenção é a valorização da virgindade da mulher, algo que é colocado na apresentação de Maria, confirmando sua pureza como mulher. Muito provavelmente Maria tivesse entre 16 a 17 anos, ou seja, era uma adolescente, já que essa era a faixa etária tradicional para casamento das mulheres de sua época.
Outro aspecto que parece confirmar a Maria em sua adolescência vem de suas aparições de Fátima e Lourdes, pois ela surge aos seus interlocutores como uma mulher bem jovem - mais jovem até do que vemos em imagens mais tradicionais. Deus envia então para falar com essa jovem mulher um anjo, Gabriel. Aqui ele cumpre uma das funções tradicionais dos seres angelicais, a de mensageiro, aquele enviado diretamente por Deus para passar uma mensagem extremamente importante para a humanidade. Lucas prossegue: "28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegrate, cheia de graça!- O Senhor está contigo”. 29 Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.". Agora imagine essa jovem adolescente, que está prestes a se casar com José ter em sua presença algo tão magnifico como um anjo do Senhor. Como ele se apresentou a Maria? Também não sabemos, porém pela reação de Maria perante sua presença somos levados a considerar que o anjo Gabriel se apresentou em forma humana, não tão fora do comum. Na verdade Maria fica surpresa não com sua aparência, mas com suas palavras. O anjo lhe designa como "Cheia de graça", graça de Deus, obviamente.
Gabriel então lhe passa uma mensagem espetacular como deixa claro o Evangelho de Lucas: "30 O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. 31 Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. 33 Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria fica completamente atordoada já que ela era virgem e não poderia estar grávida. Diante de sua perplexidade ela se dirige a Gabriel perguntando: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?”. O anjo então lhe explica: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, 37 pois para Deus nada é impossível” Depois dessa revelação espantosa temos a primeira amostra da delicada e devota personalidade de Maria ao se resignar dizendo: "“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Um exemplo perfeito e maravilhoso do amor a Deus e sua vontade.
Pablo Aluísio.
Maria é apresentada como a virgem prometida em casamento a José, da casa de Davi. Infelizmente não há maiores detalhes, como por exemplo, a idade de Maria nesse momento tão crucial de sua vida ou a maneira como conheceu José. Alguns autores defendem que José seria muito mais velho do que Maria e talvez ela fosse sua segunda esposa, o que explicaria os "irmãos de Jesus" citados em determinados trechos do novo testamento. Eles seriam filhos de José em seu primeiro casamento. São meras suposições pois nada confirma esse tipo de tese. Segundo a tradição provavelmente José fosse mais velho do que Maria porém a diferença de idade entre eles se perdeu nas areias do tempo. É impossível afirmar qualquer coisa com certeza nesse sentido. Outro fato que chama a atenção é a valorização da virgindade da mulher, algo que é colocado na apresentação de Maria, confirmando sua pureza como mulher. Muito provavelmente Maria tivesse entre 16 a 17 anos, ou seja, era uma adolescente, já que essa era a faixa etária tradicional para casamento das mulheres de sua época.
Outro aspecto que parece confirmar a Maria em sua adolescência vem de suas aparições de Fátima e Lourdes, pois ela surge aos seus interlocutores como uma mulher bem jovem - mais jovem até do que vemos em imagens mais tradicionais. Deus envia então para falar com essa jovem mulher um anjo, Gabriel. Aqui ele cumpre uma das funções tradicionais dos seres angelicais, a de mensageiro, aquele enviado diretamente por Deus para passar uma mensagem extremamente importante para a humanidade. Lucas prossegue: "28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegrate, cheia de graça!- O Senhor está contigo”. 29 Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.". Agora imagine essa jovem adolescente, que está prestes a se casar com José ter em sua presença algo tão magnifico como um anjo do Senhor. Como ele se apresentou a Maria? Também não sabemos, porém pela reação de Maria perante sua presença somos levados a considerar que o anjo Gabriel se apresentou em forma humana, não tão fora do comum. Na verdade Maria fica surpresa não com sua aparência, mas com suas palavras. O anjo lhe designa como "Cheia de graça", graça de Deus, obviamente.
Gabriel então lhe passa uma mensagem espetacular como deixa claro o Evangelho de Lucas: "30 O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. 31 Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. 33 Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria fica completamente atordoada já que ela era virgem e não poderia estar grávida. Diante de sua perplexidade ela se dirige a Gabriel perguntando: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?”. O anjo então lhe explica: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril, 37 pois para Deus nada é impossível” Depois dessa revelação espantosa temos a primeira amostra da delicada e devota personalidade de Maria ao se resignar dizendo: "“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Um exemplo perfeito e maravilhoso do amor a Deus e sua vontade.
Pablo Aluísio.
Maria nos Evangelhos - Parte 2
Maria era de uma família profundamente religiosa. Ela era filha de Santa Ana e São Joaquim, segundo a tradição oral que atravessou séculos e séculos dentro do catolicismo. Nessa mesma tradição católica encontramos o nome das duas irmãs de Maria, são elas: Maria Salomé e Maria de Cleofas. Indo mais adiante no passado alguns textos muito antigos atribuem a origem de Santa Ana e São Joaquim. Ela pertenceria ao núcleo familiar do sacerdote Abraão e ele seria da Casa de David. O pai de Maria teria sido repreendido pelos sacerdotes por não ter construído uma família pois Santa Ana era estéril e já estava com idade avançada. Joaquim então teria se retirado ao deserto onde em penitência pediu a Deus que seu casamento gerasse filhos, ao qual foi atendido por um anjo que lhe avisou que sua esposa estaria grávida. Desse milagre teria nascido Maria, mãe de Jesus. Todo esse contexto histórico serve para explicar porque, ao receber o aviso de que daria luz a Jesus, Maria aceitara sem contestar a graça que lhe era dada. Por ser de uma tradicional linhagem familiar muito religiosa, de uma fé que se perdia no tempo, não era de se esperar outro comportamento por parte dela. Maria era uma jovem de Deus, consagrada a Ele e muito ciente de seus deveres. Além disso sua própria concepção teria sido divina. Outro fato importante, digno de nota: Joaquim e José seriam ambos da casa de Davi, ou seja, muito provavelmente tinham algum tipo de parentesco, mesmo que distante.
No Evangelho Segundo Mateus também encontramos referência a Maria logo nos primeiros versículos. No capítulo 1, versículo 16 ela é identificada como sendo a esposa de José, da Casa de Davi. Essa parte traz a genealogia de Jesus, desde Abrãao. No capítulo 2 sobre o nascimento de Jesus ela surge também com extrema importância, de acordo com o texto das escrituras que diz: "18 Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20 Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23 “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”. 24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa. 25 E não teve relações com ela até o dia em que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus."
Esse trecho é por demais interessante pois mostra como os evangelhos se comunicam entre si. No Evangelho Segundo Lucas acompanhamos o ponto de vista de Maria, quando Gabriel, o anjo do senhor, lhe comunica que está grávida e que seu filho seria fruto da ação direta do espírito santo. Nele também acompanhamos como Maria, surpresa, perguntava ao anjo como isso seria possível já que ela ainda não conhecia seu marido José! Aqui no Evangelho de Mateus o ponto de vista mostrado é o de José. Podemos perceber que José descobre que Maria está grávida - e como ele não tinha ainda consumado seu casamento com ela pensa em acabar com seu casamento ao dispensar Maria secretamente, ou seja, sem escândalos ou máculas. Ele não queria denuncia-la publicamente pois o adultério naquela sociedade era considerado um crime grave, apenado com a morte. Se houvesse uma denúncia pública Maria estaria condenada. Antes de colocar seu plano em ação porém novamente temos a intervenção de um anjo que surge a José em sonho, lhe explicando que Maria sim, estava grávida e daria luz a um filho, mas que esse seria fruto direto do espírito santo. Diante da mensagem José atende aos desejos do Senhor.
O anjo não é identificado pelo texto bíblico. Teria sido novamente Gabriel, o mesmo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus? Não sabemos, a bíblia se cala sobre isso. Apenas nos informa que seu aparecimento foi realizado de forma diferente da maneira como foi realizado com Maria. Aqui ele surge em sonhos, expondo os planos de Deus a José. Com Maria ele aparece pessoalmente, em forma humana, na presença dela onde se encontrava naquele momento. É uma aparição mais concreta, pessoal. Em relação a José também surge outro nome para o Messias que está para nascer - "Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”. Essa frase vem para confirmar que Jesus era o próprio Deus que se fazia homem. Jesus, o Messias, não seria apenas um enviado de Deus, mas o próprio Deus, pois sua presença significaria isso mesmo: Ele, o Altíssimo, estaria entre os homens através de Jesus, caminharia ao lado dos homens, comeria e beberia com eles, sofreria alegrias e tristezas em sua existência material e terrena. Deus estaria ao nosso lado, fisicamente, conosco. Esse se torna assim o momento mais importante e crucial de toda a história humana. Por fim e não menos importante os Evangelhos de Lucas e Mateus confirmam o dogma da virgindade de Maria, da Imaculada concepção de Jesus Cristo. Os Evangelhos de Marcos e João, por outro lado, não tratam sobre os acontecimentos do nascimento de Jesus e por essa razão não enfocam esse vital acontecimento na história de Jesus.
Pablo Aluísio.
No Evangelho Segundo Mateus também encontramos referência a Maria logo nos primeiros versículos. No capítulo 1, versículo 16 ela é identificada como sendo a esposa de José, da Casa de Davi. Essa parte traz a genealogia de Jesus, desde Abrãao. No capítulo 2 sobre o nascimento de Jesus ela surge também com extrema importância, de acordo com o texto das escrituras que diz: "18 Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. 20 Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23 “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”. 24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa. 25 E não teve relações com ela até o dia em que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus."
Esse trecho é por demais interessante pois mostra como os evangelhos se comunicam entre si. No Evangelho Segundo Lucas acompanhamos o ponto de vista de Maria, quando Gabriel, o anjo do senhor, lhe comunica que está grávida e que seu filho seria fruto da ação direta do espírito santo. Nele também acompanhamos como Maria, surpresa, perguntava ao anjo como isso seria possível já que ela ainda não conhecia seu marido José! Aqui no Evangelho de Mateus o ponto de vista mostrado é o de José. Podemos perceber que José descobre que Maria está grávida - e como ele não tinha ainda consumado seu casamento com ela pensa em acabar com seu casamento ao dispensar Maria secretamente, ou seja, sem escândalos ou máculas. Ele não queria denuncia-la publicamente pois o adultério naquela sociedade era considerado um crime grave, apenado com a morte. Se houvesse uma denúncia pública Maria estaria condenada. Antes de colocar seu plano em ação porém novamente temos a intervenção de um anjo que surge a José em sonho, lhe explicando que Maria sim, estava grávida e daria luz a um filho, mas que esse seria fruto direto do espírito santo. Diante da mensagem José atende aos desejos do Senhor.
O anjo não é identificado pelo texto bíblico. Teria sido novamente Gabriel, o mesmo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus? Não sabemos, a bíblia se cala sobre isso. Apenas nos informa que seu aparecimento foi realizado de forma diferente da maneira como foi realizado com Maria. Aqui ele surge em sonhos, expondo os planos de Deus a José. Com Maria ele aparece pessoalmente, em forma humana, na presença dela onde se encontrava naquele momento. É uma aparição mais concreta, pessoal. Em relação a José também surge outro nome para o Messias que está para nascer - "Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”. Essa frase vem para confirmar que Jesus era o próprio Deus que se fazia homem. Jesus, o Messias, não seria apenas um enviado de Deus, mas o próprio Deus, pois sua presença significaria isso mesmo: Ele, o Altíssimo, estaria entre os homens através de Jesus, caminharia ao lado dos homens, comeria e beberia com eles, sofreria alegrias e tristezas em sua existência material e terrena. Deus estaria ao nosso lado, fisicamente, conosco. Esse se torna assim o momento mais importante e crucial de toda a história humana. Por fim e não menos importante os Evangelhos de Lucas e Mateus confirmam o dogma da virgindade de Maria, da Imaculada concepção de Jesus Cristo. Os Evangelhos de Marcos e João, por outro lado, não tratam sobre os acontecimentos do nascimento de Jesus e por essa razão não enfocam esse vital acontecimento na história de Jesus.
Pablo Aluísio.
Barba Negra
Ele acabou se tornando uma espécie de símbolo da pirataria. Seu visual, sua imagem, tudo é bem icônico, ainda nos dias atuais. Só que por trás do clichê realmente existiu esse pirata que era conhecido como Barba Negra. Ele aterrorizou a costa das 13 colônias dos Estados Unidos no século XVII. Era violento, bárbaro, mas também sabia vender sua própria imagem, colocando chamuscos de fogo entre a barba, para assustar ainda mais suas vítimas. Acabou sendo decapitado a mando da coroa inglesa que não aguentava mais seus saques e roubos e isso após conseguir um indulto de seus crimes passados. E o mais interessante de tudo é que ainda hoje não se sabe ao certo onde foi parar seu tesouro. Provavelmente enterrado em alguma ilha do Caribe.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
São Vicente
São Vicente foi um mártir e santo católico que viveu durante o século IV em um período turbulento para a fé cristã na Europa. Os imperadores romanos continuavam a perseguir todo aquele que se tornasse cristão. As comunidades dessa religião eram perseguidas e seus membros mortos de forma violenta. A tortura era uma prática comum para se chegar aos seus líderes. Qualquer escrito cristão era imediatamente destruído e queimado em grandes fogueiras pelos soldados romanos. Como praticamente todos os mártires dessa época poucas informações precisas chegaram até nós sobre Vicente. O que se sabe com relativa certeza foi que Vicente foi um diácono cristão que viveu entre os anos 270 a 303 na região de Saragoça, território que hoje em dia pertence à Espanha.
Sua memória é reverenciada há muitos séculos o que leva vários historiadores a acreditarem que seu exemplo de vida e morte foi muito significativo para os cristãos da época. Muito do que sabemos de São Vicente vem do poeta Prudêncio que resolveu contar parte de sua heróica vida em seus versos. Claro que ele adicionou um pouco de sua imaginação nos escritos, porém o núcleo da vida de São Vicente foi preservado dentro da história. Através dos textos de Prudêncio podemos chegar em informações importantes, como a certeza em torno de seu nome, o fato dele ter sido um diácono e o local de sua morte e sepultamento.
De acordo com essas informações e demais fontes ele teria sido martirizado por causa de um edital do imperador romano que ordenava a prisão de todos os líderes do movimento cristão na Espanha, como bispos e diáconos. Vicente foi capturado na cidade de Valência e levado para uma masmorra romana naquela mesma noite. Foi acorrentado e começou a ser torturado de forma cruel. Mesmo passando fome e sendo submetido a uma rotina de torturas não aceitou rejeitar o nome de Cristo e nem entregar outros cristãos ao seu carrasco. Depois de sofrer muito em seu cativeiro foi enviado até o governador romano da região, o general Dacian, que enfurecido por causa de suas atitudes resolveu intensificar ainda mais as torturas contra Vicente.
Milagrosamente a postura de Vicente acabou perturbando o próprio governador que ficou impressionado pela fibra demonstrada pelos membros daquela religião. Abalado, o general romano lhe propôs um trato. Ele entregaria seus escritos cristãos, lhe diria onde poderiam ser encontrados para serem queimados, negaria a Cristo e aceitaria a divindade do imperador romano e ele, Vicente, seria libertado no mesmo dia. O diácono porém recusou sua proposta. Assim as torturas continuaram. Mesmo preso Vicente continuou a evangelizar e chegou a converter seu próprio carcereiro. Dacian chorou de raiva quando soube disso, mas estranhamente, ordenou que o prisioneiro fosse poupado por enquanto de novas ssesões de torturas infames. Os ferimentos porém eram muitos e Vicente morreu poucos dias depois sem negar a Cristo e nem sua fé. Seu exemplo de amor a Deus acabou servindo como fator de conversão para vários romanos da época que acabaram se convertendo ao presenciarem a história de seu martírio.
Pablo Aluísio.
Sua memória é reverenciada há muitos séculos o que leva vários historiadores a acreditarem que seu exemplo de vida e morte foi muito significativo para os cristãos da época. Muito do que sabemos de São Vicente vem do poeta Prudêncio que resolveu contar parte de sua heróica vida em seus versos. Claro que ele adicionou um pouco de sua imaginação nos escritos, porém o núcleo da vida de São Vicente foi preservado dentro da história. Através dos textos de Prudêncio podemos chegar em informações importantes, como a certeza em torno de seu nome, o fato dele ter sido um diácono e o local de sua morte e sepultamento.
De acordo com essas informações e demais fontes ele teria sido martirizado por causa de um edital do imperador romano que ordenava a prisão de todos os líderes do movimento cristão na Espanha, como bispos e diáconos. Vicente foi capturado na cidade de Valência e levado para uma masmorra romana naquela mesma noite. Foi acorrentado e começou a ser torturado de forma cruel. Mesmo passando fome e sendo submetido a uma rotina de torturas não aceitou rejeitar o nome de Cristo e nem entregar outros cristãos ao seu carrasco. Depois de sofrer muito em seu cativeiro foi enviado até o governador romano da região, o general Dacian, que enfurecido por causa de suas atitudes resolveu intensificar ainda mais as torturas contra Vicente.
Milagrosamente a postura de Vicente acabou perturbando o próprio governador que ficou impressionado pela fibra demonstrada pelos membros daquela religião. Abalado, o general romano lhe propôs um trato. Ele entregaria seus escritos cristãos, lhe diria onde poderiam ser encontrados para serem queimados, negaria a Cristo e aceitaria a divindade do imperador romano e ele, Vicente, seria libertado no mesmo dia. O diácono porém recusou sua proposta. Assim as torturas continuaram. Mesmo preso Vicente continuou a evangelizar e chegou a converter seu próprio carcereiro. Dacian chorou de raiva quando soube disso, mas estranhamente, ordenou que o prisioneiro fosse poupado por enquanto de novas ssesões de torturas infames. Os ferimentos porém eram muitos e Vicente morreu poucos dias depois sem negar a Cristo e nem sua fé. Seu exemplo de amor a Deus acabou servindo como fator de conversão para vários romanos da época que acabaram se convertendo ao presenciarem a história de seu martírio.
Pablo Aluísio.
Maria nos Evangelhos - Parte 3
Jesus Cristo nasceu durante o reinado de Augusto César. Ele era o sobrinho de Júlio César e havia assumido o controle de Roma após uma longa guerra civil que devastou a República Romana. Depois de matar a Rainha Cleópatra e o general Marco Antônio ele assumiu todos os poderes da complexa sociedade romana em torno de si mesmo. Foi o fim do período histórico conhecido como República, dando origem ao Império Romano. Assim Augusto foi o primeiro imperador da história de Roma. Durante seu longo período no poder houve também a chamada Pax Romana, pois o Templo de Marte, Deus da guerra, foi lacrado, o que significava que não havia guerras dentro das fronteiras da dominação de Roma. Jesus nasceu justamente dentro das fronteiras do império romano pois sua terra natal havia sido convertida numa província de Roma. Havia um sistema repressivo brutal para quem se insurgisse contra o Império, mas também havia estabilidade dentro dos domínios do imperador.
Isso proporcionou que pessoas das mais diversas partes do mundo conhecido pudessem viajar sem precisar temer por governos ou exércitos estrangeiros pois no fundo tudo pertencia à Roma. Por isso quando Maria e José decidiram ir para o Egito, para fugir as perseguições de Herodes, eles nada mais estavam do que se movendo dentro do vasto Império Romano. Os romanos criaram um vasto sistema de estradas seguras para que suas tropas e seus cidadãos pudessem viajar por elas sem temer por suas vidas. De milhas em milhas havia postos avançados mantidos pelo exército romano onde os viajantes podiam descansar, se alimentar ou passar a noite. Para José a ida para o Egito significava assim não apenas segurança para sua família, mas também oportunidade de trabalho pois como operário não lhe faltaria trabalho no Egito, agora sob controle de Roma, onde muitas obras públicas estavam sendo feitas.
A ida de Maria, José e Jesus para o Egito está no evangelho segundo Mateus em seu capítulo intitulado "A fuga para o Egito". Lá está escrito todos os acontecimentos: "13 Depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14 José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16 Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. 17 Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais”.
Esse período em que Jesus viveu no Egito é pouco explorado pelo evangelho. Apenas se informa depois sobre seu retorno: "19 Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino”. 21 Ele levantou-se, com o menino e a mãe, e entrou na terra de Israel. 22 Mas quando soube que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Depois de receber em sonho um aviso, retirou-se para a região da Galiléia 23 e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado nazareno”. Alguns historiadores afirmam que Herodes teria morrido quando Jesus contava com 3 ou 4 anos de idade, não se sabe com certeza. O que podemos afirmar com segurança é justamente o que diz o texto biblíco sobre esse momento em que alertado por um anjo, José rumou com a família santa de volta a Israel.
Pablo Aluísio.
Isso proporcionou que pessoas das mais diversas partes do mundo conhecido pudessem viajar sem precisar temer por governos ou exércitos estrangeiros pois no fundo tudo pertencia à Roma. Por isso quando Maria e José decidiram ir para o Egito, para fugir as perseguições de Herodes, eles nada mais estavam do que se movendo dentro do vasto Império Romano. Os romanos criaram um vasto sistema de estradas seguras para que suas tropas e seus cidadãos pudessem viajar por elas sem temer por suas vidas. De milhas em milhas havia postos avançados mantidos pelo exército romano onde os viajantes podiam descansar, se alimentar ou passar a noite. Para José a ida para o Egito significava assim não apenas segurança para sua família, mas também oportunidade de trabalho pois como operário não lhe faltaria trabalho no Egito, agora sob controle de Roma, onde muitas obras públicas estavam sendo feitas.
A ida de Maria, José e Jesus para o Egito está no evangelho segundo Mateus em seu capítulo intitulado "A fuga para o Egito". Lá está escrito todos os acontecimentos: "13 Depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14 José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16 Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. 17 Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais”.
Esse período em que Jesus viveu no Egito é pouco explorado pelo evangelho. Apenas se informa depois sobre seu retorno: "19 Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino”. 21 Ele levantou-se, com o menino e a mãe, e entrou na terra de Israel. 22 Mas quando soube que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Depois de receber em sonho um aviso, retirou-se para a região da Galiléia 23 e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado nazareno”. Alguns historiadores afirmam que Herodes teria morrido quando Jesus contava com 3 ou 4 anos de idade, não se sabe com certeza. O que podemos afirmar com segurança é justamente o que diz o texto biblíco sobre esse momento em que alertado por um anjo, José rumou com a família santa de volta a Israel.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Santo André
Hoje é o dia em que a Igreja Católica celebra a memória de Santo André. Quem foi ele? André, o Apóstolo, é conhecido como o "primeiro chamado" ou seja, aquele primeiro ao qual Jesus Cristo chamou para seguir ao seu lado em sua missão. Ele era irmão de Pedro (São Pedro), o apóstolo ao qual Jesus fundou sua Igreja. O nome André vem do grego e significa "Bravura" ou "Homem de Valor". Era comum em judeus daqueles tempos a adoção de nomes helênicos por causa da influência da cultura grego-romana em sua região. Seu nome de origem, da língua aramaica, se perdeu nas sombras do tempo, segundo a visão de alguns historiadores. Em outra tradição da religião Ortodoxa, a figura de Santo André se confunde com a de Bartolomeu I, o primeiro patriarca.
Historicamente o que se sabe sobre ele com certeza foi que, além de ser irmão de Simão Pedro, era também pescador no mar da Galiléia, tendo nascido na vila de Bethsaida, em ano desconhecido. Ele era um dos homens presentes quando Cristo se aproximou do barco de Pedro o convidando a ser um "pescador de homens". Não tardou a seguir os passos do Cristo, vivendo ao seu lado até sua morte na cruz. Segundo o evangelho de João, André já tinha se tornado discípulo de João Batista antes da vinda de Cristo. Depois quando reconheceu em Jesus a figura do Messias o seguiu nas pregações pela terra santa. Na Bíblia ele é considerado um dos apóstolos mais próximos a Jesus, tendo estado na Santa Ceia e em momentos decisivos na vida do Messias.
Depois da crucificação de Jesus, André seguiu as palavras de seu mestre que mandou seus apóstolos divulgarem o evangelho pelo mundo afora. Segundo registros milenares presentes na biblioteca do Vaticano, André teria viajado por terras distantes, do Mar Negro ao rio Dnieper, indo parar em Kiev, chegando até Novgorod na atual Rússia. Segundo registros teria ainda pregado na Trácia e em Bizâncio. Talvez por sua presença em terras tão longínquas tenha se tornado posteriormente padroeiro da Ucrânia, Romênia e Rússia. Sua missão evangelizadora daria origem ao Patriarcado de Constantinopla, que futuramente daria origem à Igreja Ortodoxa.
Com a pregação também veio a perseguição das autoridades do Império Romano pois o cristianismo em seus primórdios era considerada uma fé fora da lei, que atacava os alicerces da cultura e da política de Roma. Cristãos eram considerados criminosos e geralmente condenados à pena capital. Capturado, teria sido levado até a cidade de Patras (Patrae) em Acaia, no litoral norte do Peloponeso, na Grécia. Condenado, teria sido apenado com a pena de morte na cruz, tal como ocorrera com Jesus Cristo em Jerusalém. Ao contrário da cruz romana porém, André teria sido martirizado em uma cruz em formato de "x", conhecida pelos romanos como "Crux Decussata" que pelos séculos que viriam passaria a ser denominada de "Cruz de Santo André". Supostamente o próprio André teria pedido para ser crucificado dessa forma pois sentia-se indigno de morrer como seu mestre e messias, Jesus.
Com sua morte e pelo fato de ter sido um dos doze apóstolos de Cristo, logo se tornou um dos primeiros santos canonizados pela Igreja Católica. No século III surgiu um suposto evangelho escrito por Santo André porém as autoridades da Igreja o rejeitaram por não ter a veracidade comprovada. Segundo o Papa Gelásio I o suposto evangelho apócrifo não teria sido escrito por André, mas sim por um autor de nome Leucius Charinus. Diante disso o livro foi incluído no Decretum Gelasianum, que rejeitava evangelhos de origem duvidosa ou não comprovada. Segundo a tradição os restos mortais de Santo André estão preservados na Basílica de St Andrew em Patras, na Grécia. De acordo com uma lenda, St. Regulus foi um monge em Patras que descobriu sua sepultura após receber revelações em um sonho. Séculos depois parte dos ossos encontrados foram levados de Patras para Constantinopla, por ordem do imperador romano Constantino II em torno de 357 e depositados na Igreja que homenageava o apóstolo. Sua data é celebrada no dia 30 de novembro.
Pablo Aluísio.
Historicamente o que se sabe sobre ele com certeza foi que, além de ser irmão de Simão Pedro, era também pescador no mar da Galiléia, tendo nascido na vila de Bethsaida, em ano desconhecido. Ele era um dos homens presentes quando Cristo se aproximou do barco de Pedro o convidando a ser um "pescador de homens". Não tardou a seguir os passos do Cristo, vivendo ao seu lado até sua morte na cruz. Segundo o evangelho de João, André já tinha se tornado discípulo de João Batista antes da vinda de Cristo. Depois quando reconheceu em Jesus a figura do Messias o seguiu nas pregações pela terra santa. Na Bíblia ele é considerado um dos apóstolos mais próximos a Jesus, tendo estado na Santa Ceia e em momentos decisivos na vida do Messias.
Depois da crucificação de Jesus, André seguiu as palavras de seu mestre que mandou seus apóstolos divulgarem o evangelho pelo mundo afora. Segundo registros milenares presentes na biblioteca do Vaticano, André teria viajado por terras distantes, do Mar Negro ao rio Dnieper, indo parar em Kiev, chegando até Novgorod na atual Rússia. Segundo registros teria ainda pregado na Trácia e em Bizâncio. Talvez por sua presença em terras tão longínquas tenha se tornado posteriormente padroeiro da Ucrânia, Romênia e Rússia. Sua missão evangelizadora daria origem ao Patriarcado de Constantinopla, que futuramente daria origem à Igreja Ortodoxa.
Com a pregação também veio a perseguição das autoridades do Império Romano pois o cristianismo em seus primórdios era considerada uma fé fora da lei, que atacava os alicerces da cultura e da política de Roma. Cristãos eram considerados criminosos e geralmente condenados à pena capital. Capturado, teria sido levado até a cidade de Patras (Patrae) em Acaia, no litoral norte do Peloponeso, na Grécia. Condenado, teria sido apenado com a pena de morte na cruz, tal como ocorrera com Jesus Cristo em Jerusalém. Ao contrário da cruz romana porém, André teria sido martirizado em uma cruz em formato de "x", conhecida pelos romanos como "Crux Decussata" que pelos séculos que viriam passaria a ser denominada de "Cruz de Santo André". Supostamente o próprio André teria pedido para ser crucificado dessa forma pois sentia-se indigno de morrer como seu mestre e messias, Jesus.
Com sua morte e pelo fato de ter sido um dos doze apóstolos de Cristo, logo se tornou um dos primeiros santos canonizados pela Igreja Católica. No século III surgiu um suposto evangelho escrito por Santo André porém as autoridades da Igreja o rejeitaram por não ter a veracidade comprovada. Segundo o Papa Gelásio I o suposto evangelho apócrifo não teria sido escrito por André, mas sim por um autor de nome Leucius Charinus. Diante disso o livro foi incluído no Decretum Gelasianum, que rejeitava evangelhos de origem duvidosa ou não comprovada. Segundo a tradição os restos mortais de Santo André estão preservados na Basílica de St Andrew em Patras, na Grécia. De acordo com uma lenda, St. Regulus foi um monge em Patras que descobriu sua sepultura após receber revelações em um sonho. Séculos depois parte dos ossos encontrados foram levados de Patras para Constantinopla, por ordem do imperador romano Constantino II em torno de 357 e depositados na Igreja que homenageava o apóstolo. Sua data é celebrada no dia 30 de novembro.
Pablo Aluísio.
Papa Anacleto
Anacleto foi o terceiro Papa da história. Ele sucedeu a Pedro, apóstolo e primeiro Papa, e Lino (ou Linus), o segundo bispo de Roma. Esse Papa teve um diferencial importante em relação aos demais. Ele era grego de nascimento, porém cidadão romano, o que já demonstrava que o Cristianismo deixava de ser uma religião seguida apenas por estrangeiros, para ser abraçada pelos próprios romanos. A palavra de Cristo havia criado fundações importantes dentro da própria sociedade da cidade eterna. Nessa época o culto ao Cristo era considerado crime em Roma. Não fazia muito tempo que Nero havia realizado uma das maiores perseguições contra os cristãos na história de Roma. Muitos foram sacrificados e mortos, alguns na arena, onde eram jogados aos leões para satisfazer os anseios sádicos de uma população ávida por diversão, mesmo sendo profundamente cruel e sanguinária.
Anacleto ou "Cletus" como também era conhecido, se tornou líder do movimento cristão no mesmo ano em que Vespasiano subiu ao trono de Roma. Imperador enérgico e violento, ele continuou a campanha de Nero contra a nova fé que se alastrava pelos quatro cantos do Império. Assim Cletus, apesar de ser um cidadão romano, seguiu liderando os cristãos na clandestinidade, pois caso fosse descoberto seria condenado à morte. Como era um homem culto e letrado resolveu trazer bases de administração da nascente Igreja Católica. Dividiu o território de Roma em grupos, chamadas de paróquias. Cada paróquia deveria ter um responsável por aqueles fiéis. Os cultos eram realizados muitas vezes em catacumbas para que nenhum cristão fosse capturado por autoridades romanas.
Durante algum tempo historiadores da Igreja debateram a tese de que Anacleto e Cletus, citados em livros antigos, eram pessoas diferentes e não o terceiro Papa da história. Após um minucioso estudo das fontes históricas chegou-se finalmente à conclusão que Anacleto nada mais era do que um nome que Cletus assumiu após se tornar bispo em Roma. Começou assim a tradição de Papas adotarem nomes dinásticos, algo parecido com o que acontecia com os próprios imperadores romanos. O seu nome de origem era Cletus, já Anacleto era seu nome Papal.
Curiosamente muitos soldados romanos que descobriam cristãos escondidos acabavam sendo convertidos pela fé. Como tinha cidadania romana Cletus se empenhou pessoalmente na conversão de seus próprios compatriotas. Com leituras do novo testamento e discussão das escrituras, ele com seu planejamento, colheu excelentes frutos. Essa competência administrativa da Igreja lhe valeu o título de Anacleto, palavra de origem grega que significa "Impecável". Seu papado durou doze anos e durante esse período o Cristianismo entrou definitivamente nas casas das mais influentes famílias de Roma. Inicialmente o Cristianismo foi considerado uma seita formada basicamente por escravos e pessoas marginais, porém a presença de pessoas da própria elite de Roma, como Cletus, mudou essa concepção.
Cletus também adquiriu a propriedade do monte do Vaticano com doações de seus fiéis. No local havia se dado o martírio de Pedro e Cletus sonhava em construir um belo templo no mesmo local onde foi fincada a cruz de Pedro. Seu sonho acabou se materializando, muitos séculos depois, na bela construção da Basílica de São Pedro. Livros seculares na biblioteca do Vaticano também indicam o número de paróquias fundadas por Anacleto em Roma. Foram inicialmente 25 paróquias locais, cada uma com um número próximo de 50 a 60 membros. Esses foram os primeiros cristãos romanos da história. Cletus também firmou a primeira noção de hierarquia dentro da igreja, ao colocar sob seu poder a nomeação dos líderes dessas paróquias - função que séculos depois daria origem ao cargo de Padre na hierarquia católica.
Não se sabe ao certo a causa de sua morte, mas ao que tudo indica Cletus morreu de forma natural, com idade avançada, entre 75 a 80 anos, uma expectativa de vida muito superior à média da época. Seus sucessores resolveram construir uma pequena tumba no monte Vaticano, onde acabou sendo enterrado, junto aos restos mortais de Pedro e de Linus, o segundo Papa da história. Seu grande legado foi trazer as primeiras normas administrativas e de hierarquia dentro da Igreja, ideias que seriam desenvolvidas depois, gerando ótimos frutos para a instituição como um todo. Seu nome (como Cletus) acabou incluído no Cânone Romano da Missa. Embora a data exata de sua morte tenha se perdido nas neblinas dos séculos a Igreja Católica resolveu dedicar o dia de 26 de abril em sua memória. Cletos faleceu no ano 92 e ao ser canonizado recebeu o título de Santus Anacletus, ou em nossa língua, Santo Anacleto.
Pablo Aluísio.
Anacleto ou "Cletus" como também era conhecido, se tornou líder do movimento cristão no mesmo ano em que Vespasiano subiu ao trono de Roma. Imperador enérgico e violento, ele continuou a campanha de Nero contra a nova fé que se alastrava pelos quatro cantos do Império. Assim Cletus, apesar de ser um cidadão romano, seguiu liderando os cristãos na clandestinidade, pois caso fosse descoberto seria condenado à morte. Como era um homem culto e letrado resolveu trazer bases de administração da nascente Igreja Católica. Dividiu o território de Roma em grupos, chamadas de paróquias. Cada paróquia deveria ter um responsável por aqueles fiéis. Os cultos eram realizados muitas vezes em catacumbas para que nenhum cristão fosse capturado por autoridades romanas.
Durante algum tempo historiadores da Igreja debateram a tese de que Anacleto e Cletus, citados em livros antigos, eram pessoas diferentes e não o terceiro Papa da história. Após um minucioso estudo das fontes históricas chegou-se finalmente à conclusão que Anacleto nada mais era do que um nome que Cletus assumiu após se tornar bispo em Roma. Começou assim a tradição de Papas adotarem nomes dinásticos, algo parecido com o que acontecia com os próprios imperadores romanos. O seu nome de origem era Cletus, já Anacleto era seu nome Papal.
Curiosamente muitos soldados romanos que descobriam cristãos escondidos acabavam sendo convertidos pela fé. Como tinha cidadania romana Cletus se empenhou pessoalmente na conversão de seus próprios compatriotas. Com leituras do novo testamento e discussão das escrituras, ele com seu planejamento, colheu excelentes frutos. Essa competência administrativa da Igreja lhe valeu o título de Anacleto, palavra de origem grega que significa "Impecável". Seu papado durou doze anos e durante esse período o Cristianismo entrou definitivamente nas casas das mais influentes famílias de Roma. Inicialmente o Cristianismo foi considerado uma seita formada basicamente por escravos e pessoas marginais, porém a presença de pessoas da própria elite de Roma, como Cletus, mudou essa concepção.
Cletus também adquiriu a propriedade do monte do Vaticano com doações de seus fiéis. No local havia se dado o martírio de Pedro e Cletus sonhava em construir um belo templo no mesmo local onde foi fincada a cruz de Pedro. Seu sonho acabou se materializando, muitos séculos depois, na bela construção da Basílica de São Pedro. Livros seculares na biblioteca do Vaticano também indicam o número de paróquias fundadas por Anacleto em Roma. Foram inicialmente 25 paróquias locais, cada uma com um número próximo de 50 a 60 membros. Esses foram os primeiros cristãos romanos da história. Cletus também firmou a primeira noção de hierarquia dentro da igreja, ao colocar sob seu poder a nomeação dos líderes dessas paróquias - função que séculos depois daria origem ao cargo de Padre na hierarquia católica.
Não se sabe ao certo a causa de sua morte, mas ao que tudo indica Cletus morreu de forma natural, com idade avançada, entre 75 a 80 anos, uma expectativa de vida muito superior à média da época. Seus sucessores resolveram construir uma pequena tumba no monte Vaticano, onde acabou sendo enterrado, junto aos restos mortais de Pedro e de Linus, o segundo Papa da história. Seu grande legado foi trazer as primeiras normas administrativas e de hierarquia dentro da Igreja, ideias que seriam desenvolvidas depois, gerando ótimos frutos para a instituição como um todo. Seu nome (como Cletus) acabou incluído no Cânone Romano da Missa. Embora a data exata de sua morte tenha se perdido nas neblinas dos séculos a Igreja Católica resolveu dedicar o dia de 26 de abril em sua memória. Cletos faleceu no ano 92 e ao ser canonizado recebeu o título de Santus Anacletus, ou em nossa língua, Santo Anacleto.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de agosto de 2011
Santa Margaret (1070–1093)
Uma santa que foi exemplo da devoção a Deus. Ela era uma princesa inglesa que foi ao lado de sua mãe para a Escócia. A Inglaterra havia caído em mãos de um soberano tirano e sanguinário. Para escapar de perseguições políticas, mãe e filha foram para o norte, na fria e ainda rústica Escócia. Lá sua gentileza e caridade chamaram a atenção dos nobres escoceses, entre eles o Rei Malcolm que logo se encantou com seu charme e suavidade. A Escócia naqueles tempos medievais ainda não tinha a sofisticação dos hábitos e modos de ser dos ingleses. Era uma terra rural, onde a educação e os bons modos ainda não estavam disseminados entre as pessoas.
Assim o Rei Malcolm teve que aprender as regras de etiqueta da corte da Inglaterra para cortejar adequadamente Margaret. Após um breve romance o monarca escocês ficou tão encantando com sua amada que resolveu lhe pedir em casamento. Foi uma união feliz e duradoura, com filhos bonitos e bons, tal como o exemplo de vida de sua querida mãe. Logo Margaret começou a ser adorada por seu povo. Era uma rainha bondosa e muito prestativa, que distribuía pessoalmente alimentos para os mais necessitados e pobres. Margaret também introduziu civilidade e regras de educação a serem seguidos por todos do reino. Sua pureza de coração era admirada e a fama de sua virtude ultrapassou as fronteiras de seu reino.
Margaret foi uma bênção para todos os povos da Escócia. Como a maioria da população ainda era analfabeta ela incentivou seu marido a criar uma rede nacional de escolas para educação dos camponeses e demais membros pobres do povo. Ela trouxe professores ingleses para a Escócia e foi a criadora pioneira do sistema educacional de seu país, isso em um tempo em que esse tipo de política pública era rara na Europa medieval.
Ao lado da implantação de escolas em toda a Escócia, Margaret escreveu ao Papa Estevão IX em Roma para que ele enviasse religiosos pois iria construir igrejas católica por todo o reino. Nesse momento de sua vida, quando tudo parecia caminhar bem, surgiu uma grave disputa pelo trono e na guerra que se sucedeu seu marido e seu filho foram mortos em batalha. Margaret então subiu ao trono como Rainha da Escócia. Após vencer seus inimigos ela lamentou a morte de parte de sua família ao declarar: "Eu agradeço ao Deus Todo Poderoso a enorme tristeza que senti em minha vida nesse momento, pois entendo que isso foi um presente divino para que eu purificasse meu coração de seus pecados através do sofrimento e da tristeza".
A Rainha Margaret conseguiu em seus últimos anos trazer paz e prosperidade para a Escócia e como benção final viu seu filho David também se tornar um grande homem de Deus. Ele inclusive também seria canonizado pelo Vaticano algumas décadas depois. Hoje, 16 de novembro a Igreja celebra o dia de Santa Margaret, amém!
Pablo Aluísio.
Assim o Rei Malcolm teve que aprender as regras de etiqueta da corte da Inglaterra para cortejar adequadamente Margaret. Após um breve romance o monarca escocês ficou tão encantando com sua amada que resolveu lhe pedir em casamento. Foi uma união feliz e duradoura, com filhos bonitos e bons, tal como o exemplo de vida de sua querida mãe. Logo Margaret começou a ser adorada por seu povo. Era uma rainha bondosa e muito prestativa, que distribuía pessoalmente alimentos para os mais necessitados e pobres. Margaret também introduziu civilidade e regras de educação a serem seguidos por todos do reino. Sua pureza de coração era admirada e a fama de sua virtude ultrapassou as fronteiras de seu reino.
Margaret foi uma bênção para todos os povos da Escócia. Como a maioria da população ainda era analfabeta ela incentivou seu marido a criar uma rede nacional de escolas para educação dos camponeses e demais membros pobres do povo. Ela trouxe professores ingleses para a Escócia e foi a criadora pioneira do sistema educacional de seu país, isso em um tempo em que esse tipo de política pública era rara na Europa medieval.
A Rainha Margaret conseguiu em seus últimos anos trazer paz e prosperidade para a Escócia e como benção final viu seu filho David também se tornar um grande homem de Deus. Ele inclusive também seria canonizado pelo Vaticano algumas décadas depois. Hoje, 16 de novembro a Igreja celebra o dia de Santa Margaret, amém!
Pablo Aluísio.
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