Randolph Scott foi ator, produtor e galã numa carreira que contabilizou mais de uma centena de filmes, se tornando em sua época um dos mais populares atores de Hollywood. George Randolph Crane nasceu em 23 de janeiro de 1898 em Orange County, Virgínia, filho de uma família tradicional da região. Quando era adolescente seus pais se mudaram para a tradicional e elegante cidade de Charlotte na Carolina do Norte. Depois de se alistar no exército e prestar serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial, Scott voltou para sua casa resolvendo retomar seus estudos na Georgia Tech. Lá começou a praticar esportes e se tornou um bom jogador de futebol americano. Depois transferiu-se para a Universidade da Carolina do Norte onde se formou em engenharia, se especializando na área têxtil e de maquinário pesado. Sua ambição era entrar nas florescente indústria local. Mas o destino tinha outros planos para o futuro engenheiro.
Enquanto estava na Faculdade, Scott resolveu tentar realizar um velho sonho de entrar para o mundo do cinema. Através de um amigo, Jack Heath, resolveu procurar o milionário Howard Hughes, na época um conceituado produtor de cinema, além de ser um dos industriais mais ricos dos EUA. Era um magnata com fama de lunático que gostava de lançar novas carreiras. Esse seu lado “mecenas” se destacava bastante em sua personalidade. Hughes gostou de Randolph e lhe deu uma carta de apresentação para a Fox, onde ele finalmente conseguiu ser escalado para seu primeiro papel, em "Call The Far" de 1929. Por essa época chamou a atenção de Cecil B. DeMille que o mandou para uma escola de teatro em Pasadena para adquirir experiência como ator. Lá acabou sendo contratado para ser o treinador de diálogo e dublê do grande astro Gary Cooper que simpatizou com ele o escalando para participar de seu novo filme, "The Virginian". Eram fisicamente parecidos e Scott agarrou com unhas e dentes a oportunidade.
A Paramount sentiu um grande potencial no jovem cowboy e assim o contratou. Sua voz suave e agradável, com seu forte sotaque sulista, era justamente o que o estúdio andava procurando. Para adquirir experiência a Paramount escalou o ator para filmes dos mais diferentes gêneros, desde romances, até filmes de aventura, passando até mesmo por comédias. Assim ele foi aparecendo em vários filmes do estúdio, sempre em papéis coadjuvantes. Além de adquirir costume com os sets de filmagens, Scott foi também ficando conhecido do público em geral. Por essa época fez amizade e se tornou grande amigo de outro ator aspirante ao estrelato, Cary Grant. Era a década de 1930, havia muita confiança entre ambos que um dia seriam grandes astros. Para economizar nas despesas, que não eram poucas, resolveram irem morar juntos por um período. Se tornaram tão próximos e camaradas que após algum tempo surgiram boatos infundados de que teriam tido um relacionamento homossexual, fato nunca comprovado que deve ser encarado como mera fofoca maldosa.
O momento de virada em sua carreira aconteceu quando realizou o western "O Último dos Moicanos", em 1936. Logo todos perceberam e ele também, que aquele era o caminho a seguir. O sucesso viria mesmo nos faroestes que a partir desse ponto iria estrelar pelos anos seguintes. Após realizar vários faroestes B, Scott novamente surgiu em um grande clássico do gênero. Ao lado de Tyrone Power e Henry Fonda apareceu no grande sucesso de público e crítica, “Jesse James”. De fato esse pode ser considerado seu último papel realmente coadjuvante pois a partir desse ponto de sua carreira seu nome iria ficar cada vez mais em evidência, o transformando finalmente em um ator de ponta que estrelaria seus próprios filmes. No mesmo ano interpretou Wyatt Earp em “Frontier Marshall” e conseguiu um grande sucesso de bilheteria. Desse momento em diante Randolph Scott iria colecionar um grande sucesso atrás do outro, sempre no gênero western. A estrela acabara de nascer nas marquises dos cinemas.
Scott ainda participaria de filmes de outros gêneros como Capitão Kid, mas seu caminho estava traçado. Seria no western que ele seguiria fiel e firme até o fim de sua carreira no cinema. Ao lado de seu eterno companheiro de cena, o cavalo palomino Stardust, Randolph estrelou uma sucessão de bons filmes de western que logo se tornaram êxitos. A partir de 1946 ele se especializou nesse tipo de filme e os faroestes viriam em série nos anos seguintes, fazendo com que o ator fosse um dos mais reconhecidos e populares do gênero.
A partir dessa fase de sua carreira ele conseguiria seus maiores sucessos de bilheteria em produções como Albuquerque, Águas Sangrentas, Colt 45, Fúria ao Entardecer, O Homem Que Luta Só, Sete Homens Sem Destino, O Resgate do Bandoleiro, O Entardecer Violento, A Sétima Cavalaria, Cavalgada Trágica e vários outros que são exemplos perfeitos do tipo de produção que fizeram sua fama e sucesso, o transformando em um homem muito rico pois a certa altura de sua carreira se tornou ele próprio produtor de seus filmes de western. Seus melhores filmes seguramente foram àqueles que rodou ao lado do talentoso diretor Budd Boetticher, um verdadeiro artesão do gênero. Com roteiros bem escritos e argumentos inteligentes a dupla fez alguns dos grandes faroestes da época.
Em 1962 Randolph Scott resolveu pendurar as esporas. Se considerava satisfeito, com 105 filmes no currículo. O cinema estava mudando lentamente e ele sentiu que fazia parte de uma geração passada. Sua despedida de Hollywood não poderia ter sido mais gloriosa. Ao lado do diretor Sam Peckinpah rodou “Pistoleiros do Entardecer” até hoje considerado uma das obras primas do cinema americano. Depois desse filme resolveu se aposentar definitivamente. Estava com 64 anos de idade, relativamente jovem, mas tomou a decisão de se retirar e nunca mais voltou atrás. Ao longo dos anos seguintes surgiram muitos convites para uma última participação nas telas, mas Randolph educadamente declinou. Ele sabia que estava saindo por cima e não queria comprometer sua imagem. Inteligente, se tornou um homem de investimentos, lucrando muito com aplicações financeiras bem sucedidas no mercado de ações. Também se dedicou em seus últimos anos a uma antiga paixão: o golf. Não era raro ver Scott jogando nos principais clubes da Califórnia. Retirou-se dos holofotes e viveu assim, tranquilo, até seus últimos momentos ao lado de amigos e família. O velho cowboy morreu em 1987 em seu bucólico rancho. Apesar de tantos anos fora da tela sua morte foi bem divulgada pela imprensa mundial mostrando pela última vez que ele foi realmente um dos mais queridos ídolos de Hollywood em sua chamada era de ouro.
Pablo Aluísio.
domingo, 26 de novembro de 2006
sábado, 25 de novembro de 2006
10 Curiosidades sobre o filme "Cavalgada"
1. Esse foi o primeiro filme produzido pela Fox a ganhar o Oscar de Melhor Filme.
2. Betty Grable, futura estrela do cinema, está no filme. Ela tinha apenas 16 anos de idade e foi creditada como a "Garota Loira no Sofá". Ela está na cena da grande festa.
3. Esse filme tem o roteiro baseado numa das poucas peças de Noël Coward que nunca foram refilmadas, provavelmente devido ao enorme custo da produção.
4. A peça original, que deu origem ao roteiro e ao filme, estreou em Londres no dia 6 de setembro de 1931 e teve 405 apresentações em um dos principais teatros da cidade.
5. Embora o filme tenha estreado na cidade de Nova York em 5 de janeiro de 1933, ele não foi lançado nacionalmente nos Estados Unidos até o dia 15 de abril.
6. O filme tem uma homenagem ao Titanic, colocando o grande navio em destaque. Foi uma maneira do estúdio em homenagear todos os mortos, na data de seu 21º aniversário de naufrágio.
7. Foi o segundo filme mais visto do ano, se tornando um grande sucesso de bilheteria nos cinemas americanos e europeus.
8. O American Film Institute o incluiu na lista dos 100 filmes mais importantes da história. Votaram em sua inclusão na lista diversos críticos, historiadores e especialistas em cinema.
9. Noël Coward recebeu 100 mil dólares pelos direitos da peça e pelas músicas que ele escreveu para o filme. Esse valor foi considerado uma pequena fortuna para a época.
10. O Oscar original de melhor filme se perdeu. Até hoje a Academia procura pelo prêmio, para que seja levado até o museu da instituição em Hollywood. É um dos itens mais cobiçados pelos colecionadores.
Pablo Aluísio.
2. Betty Grable, futura estrela do cinema, está no filme. Ela tinha apenas 16 anos de idade e foi creditada como a "Garota Loira no Sofá". Ela está na cena da grande festa.
3. Esse filme tem o roteiro baseado numa das poucas peças de Noël Coward que nunca foram refilmadas, provavelmente devido ao enorme custo da produção.
4. A peça original, que deu origem ao roteiro e ao filme, estreou em Londres no dia 6 de setembro de 1931 e teve 405 apresentações em um dos principais teatros da cidade.
5. Embora o filme tenha estreado na cidade de Nova York em 5 de janeiro de 1933, ele não foi lançado nacionalmente nos Estados Unidos até o dia 15 de abril.
6. O filme tem uma homenagem ao Titanic, colocando o grande navio em destaque. Foi uma maneira do estúdio em homenagear todos os mortos, na data de seu 21º aniversário de naufrágio.
7. Foi o segundo filme mais visto do ano, se tornando um grande sucesso de bilheteria nos cinemas americanos e europeus.
8. O American Film Institute o incluiu na lista dos 100 filmes mais importantes da história. Votaram em sua inclusão na lista diversos críticos, historiadores e especialistas em cinema.
9. Noël Coward recebeu 100 mil dólares pelos direitos da peça e pelas músicas que ele escreveu para o filme. Esse valor foi considerado uma pequena fortuna para a época.
10. O Oscar original de melhor filme se perdeu. Até hoje a Academia procura pelo prêmio, para que seja levado até o museu da instituição em Hollywood. É um dos itens mais cobiçados pelos colecionadores.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 24 de novembro de 2006
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
William Holden - Alvarez Kelly
Tenente Kelly (1966) - O ator William Holden já estava bem abatido por seus problemas com alcoolismo quando entrou no set de filmagens de "Tenente Kelly", faroeste lançado em 1966. Mesmo assim ainda continuava a ser um excelente ator, que cumpria suas obrigações com o estúdio. No filme ele interpreta um comerciante que vende provisões e bens para o exército da União durante a guerra civil e que acaba caindo nas mãos dos confederados - o exército sulista, a favor da manutenção da escravidão.
O vilão é justamente um oficial confederado, interpretado pelo também ótimo Richard Widmark. Seu objetivo é acabar com a dita retaguarda de abastecimento dos "casacos azuis", ou seja, os nortistas, o exército de Lincoln. O filme tem ótimas cenas e um clímax realmente muito bom. O diretor Edward Dmytryk era um cineasta veterano, muito competente nesse tipo de produção. Um western de primeira linha, realizado já em uma fase de crepúsculo do gênero, uma vez que as bilheterias cada vez mais modestas começavam a afastar os grandes estúdios de cinema desse tipo de faroeste.
Tenente Kelly
(Alvarez Kelly, Estados Unidos, 1966)
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Franklin Coen
Elenco: William Holden, Richard Widmark, Janice Rule
Pablo Aluísio.
O vilão é justamente um oficial confederado, interpretado pelo também ótimo Richard Widmark. Seu objetivo é acabar com a dita retaguarda de abastecimento dos "casacos azuis", ou seja, os nortistas, o exército de Lincoln. O filme tem ótimas cenas e um clímax realmente muito bom. O diretor Edward Dmytryk era um cineasta veterano, muito competente nesse tipo de produção. Um western de primeira linha, realizado já em uma fase de crepúsculo do gênero, uma vez que as bilheterias cada vez mais modestas começavam a afastar os grandes estúdios de cinema desse tipo de faroeste.
Tenente Kelly
(Alvarez Kelly, Estados Unidos, 1966)
Direção: Edward Dmytryk
Roteiro: Franklin Coen
Elenco: William Holden, Richard Widmark, Janice Rule
Pablo Aluísio.
Cine Western
Charles Bronson
O ator Charles Bronson com figurino de bandoleiro mexicano em foto promocional de um de seus vários filmes de faroeste.
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
terça-feira, 21 de novembro de 2006
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