Sou suspeito para escrever sobre esse CD pois sempre adorei esse álbum. Aliás essa fase como um todo é muito boa, com Elvis Presley caprichando em interpretações suaves e ternas de lindas canções românticas. "Something For Everybody" em edição especial já havia sido lançado antes, mas isso não tira o interesse nesse título. Os fãs do velho e bom vinil também não terão do que reclamar uma vez que no mercado americano, europeu e japonês também já foi anunciado o lançamento do disco no formato LP - para matar as saudades dos colecionadores saudosistas. A se lamentar apenas o fato que no Brasil não há nada programado nesse sentido. A nota que diferencia esse CD / LP duplo do anterior é que aqui não teremos as versões oficiais do disco de 1961, mas apenas os takes alternativos. Não deixa de ser uma experiência muito gratificante acompanhar Elvis em estúdio tentando chegar no take ideal, pena que muitas das versões já são velhas conhecidas dos colecionadores. Mesmo assim, pela bonita direção de arte, vale a pena ter mais esse item em sua coleção. Data de lançamento: Novembro de 2014.
FTD The Something For Everybody Sessions (2014) - 1.There's Always Me (take 2) 2.Give Me The Right (takes 3, 2) 3.It's A Sin (takes 1, 2) 4.Sentimental Me (take 1) 5.Starting Today (take 1) 6.Anything That's Part Of You (take 2) 7.Gently (takes 1, 2) Side B 1.I'm Coming Home (take 2) 2.In Your Arms (take 1) 3.Judy (take 4) 4.I Want You With Me (take 1) 5.I Slipped, I Stumbled, I Fell (low key) 6.Little Sister (takes 7, 8, 9) 7.His Latest Flame (takes 3, 4) 8.I Slipped, I Stumbled, I Fell (take 11) Side C 1.I Feel So Bad (take 1) 2.I'm Coming Home (takes 1, 3) 3.Gently (take 3) 4.There's Always Me (take 4) 5.Judy (takes 2, 3) 6.Good Luck Charm (take 1) 7.Put The Blame On Me (master) Side D 1.Little Sister (take 6) 2.His Latest Flame (takes 10, 11, 12) 3.Anything That's Part Of You (takes 4, 5) 4.There's Always Me (takes 5, 6, 7, 8, 9) 5.Judy (takes 5, 6, 7) 6.I'm Coming Home (takes 5, 4).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de novembro de 2005
Elvis Presley - FTD Moody Blue
"Moody Blue" como todos os fãs de Elvis sabem, foi o último disco lançado em vida por Elvis Presley. Algumas cópias chegaram ao mercado em bonito vinil azul, para celebrar a longa carreira de sucesso de Elvis na RCA Victor - em caso raro de superstar que nunca deixou seu selo desde os primeiros anos de êxito comercial internacional. De modo em geral gosto bastante do disco original, mesmo sendo em parte no estilo mosaico. De uma forma ou outra o álbum conseguiu alcançar uma personalidade própria, unindo faixas da sessões realizadas nas salas das selvas em Graceland com pontuais gravações captadas ao vivo em shows de Elvis pelos Estados Unidos afora. Na época do vinil havia uma certa limitação no número de músicas que podiam ser inseridas em um álbum. O normal geralmente era ter entre 10 a 12 canções divididas em dois lados. Quando "Moody Blue" chegou ao mercado a RCA escolheu 10 canções, o que tinha se tornado praxe na discografia de Elvis nos anos 1970, pelo menos em seus discos de estúdio. O fato é que nos últimos anos de sua vida Elvis foi ficando cada vez mais arredio em gravar em longas sessões, como aconteceu em 1969 ou 1970. A idade e os anos cobraram seu preço. Dito isso vamos tecer alguns breves comentários sobre cada canção e sua presença nesse título.
Unchained Melody - Elvis não a gravou em estúdio. Era aquele tipo de música que ele ensaiou especialmente para os shows ao vivo, onde tinha oportunidade maior de soltar o vozeirão e tirar algumas notas ao piano. É sem dúvida uma das mais marcantes do álbum, mas curiosamente o CD não a aproveita como deveria. São apenas duas versões, a oficial, com a maquiagem sonora que o produtor Felton Jarvis lhe deu e uma versão crua, denominada undubbed que já havia sido lançada antes no CD "Spring Tours '77". Deveria ter sido mais bem aproveitada, sem dúvida.
If You Love Me - Bom country que chegou a tocar razoavelmente bem nas rádios americanas da época. Novamente o ouvinte só terá versão oficial e a crua (undubbed). Bem decepcionante para falar a verdade, afinal de contas outras versões ao vivo poderiam ter sido encaixadas.
Little Darlin' - Igualmente pouco aproveitada. O selo FTD apenas disponibiliza a versão oficial que foi enriquecida com metais e demais instrumentos providenciados por Felton Jarvis e a versão crua, tal como foi gravada e depois usada pela RCA no disco original. Uma pena pois "Little Darlin'" tem versões bem melhores na discografia não oficial de Elvis que circulam por aí há anos e anos. Pelo visto os produtores do selo FTD colocaram na cabeça que só iriam aproveitar as versões que fizeram parte do disco original.
He'll Have To Go - Baladona triste e depressiva que nunca conseguiu se destacar muito. Para muitos sua melancolia e tristeza a impediram de ser melhor apreciada. Além da versão original o CD traz a chamada rough mix que já tinha saído antes no Jungle Room Session. E isso, infelizmente, é tudo.
Let Me Be There - A versão do disco original foi pincelada do álbum ao vivo gravado por Elvis em Memphis em 1974. Na época os fãs reclamaram porque afinal de contas era uma reprise. Nesse CD do selo FTD é a única presente.
Way Down - Talvez o mais próximo que Elvis chegou de gravar novamente um rock ´n´ roll em sua vida, muito embora a música esteja mais para country rock. Finalmente uma canção bem explorada pelo CD. São seis versões. A oficial do álbum original, sua versão crua sem overdubbs, um ensaio inédito, a versão denominada 2A que já havia sido lançada no box Platinum, a versão 2B, inédita, e finalmente a rough mix, também inédita. Se você gosta de "Way Down" o CD não vai lhe decepcionar.
Pledging My Love - A canção da roleta russa. Gosto da versão original, tem muita fluência e ótimo arranjo - superior até de outras faixas da Jungle Sessions. A grande novidade do CD é um ensaio que desbanca para o take 3, ambos inéditos. Também temos a oportunidade de ouvir pela primeira vez os takes 1 e 2, mostrando que a música foi sendo contruída aos poucos, em doses homeopáticas. Obras primas nascem assim.
Moody Blue - A canção mais anos 70 do disco. Elvis odiava discoteca, mas essa canção tem claras influências do estilo musical. Ele tentou levar a canção para os shows, mas isso foi bem raro. Talvez naquela altura de sua vida Elvis achasse que sua letra poderia atrapalhar sua execução nos palcos, por essa razão nas raras vezes que a cantou ao vivo o fez lendo a letra em uma folha. Algumas versões já tinham sido lançadas antes nos CDs "Made In Memphis" e "Jungle Room Session", mas os takes 1, 8 e 9 estão pintando pela primeira vez aqui.
She Thinks I Still Care - Essa música tem uma curiosidade. Seu take alternativo 2B que pode ser ouvido no box "Walk a Mile in My Shoes" é bem melhor do que a versão original que saiu no vinil de 1977. Para quem quiser tirar a dúvida essa versão foi encaixada aqui novamente. Fora ela temos a versão 2A que já tinha sido lançada no CD "Jungle Room Session" e os takes 3 e 4 que já tinham sido lançados no box "Made In Memphis". Para quem procura alguma versão inédita da canção temos boas novidades: os takes 7, 9 e 15 são completamente inéditos!
Its Easy For You - Essa música fechava o disco original. Os takes 3 e 4 são também totalmente inéditos. Por fim chamo a atenção para o fato de que esse título do selo FTD ainda trazer versões das músicas "America The Beautiful", "Softly As I Leave You" e "My Way" que não fizeram parte do projeto original de "Moody Blue" embora tenham sido gravadas na mesma época. Pessoalmente achei a inclusão inoportuna e desnecessária, mas para o fã que vai desembolsar uma bela quantia para ter o CD, certamente não haverá do que reclamar.
Pablo Aluísio.
Unchained Melody - Elvis não a gravou em estúdio. Era aquele tipo de música que ele ensaiou especialmente para os shows ao vivo, onde tinha oportunidade maior de soltar o vozeirão e tirar algumas notas ao piano. É sem dúvida uma das mais marcantes do álbum, mas curiosamente o CD não a aproveita como deveria. São apenas duas versões, a oficial, com a maquiagem sonora que o produtor Felton Jarvis lhe deu e uma versão crua, denominada undubbed que já havia sido lançada antes no CD "Spring Tours '77". Deveria ter sido mais bem aproveitada, sem dúvida.
If You Love Me - Bom country que chegou a tocar razoavelmente bem nas rádios americanas da época. Novamente o ouvinte só terá versão oficial e a crua (undubbed). Bem decepcionante para falar a verdade, afinal de contas outras versões ao vivo poderiam ter sido encaixadas.
Little Darlin' - Igualmente pouco aproveitada. O selo FTD apenas disponibiliza a versão oficial que foi enriquecida com metais e demais instrumentos providenciados por Felton Jarvis e a versão crua, tal como foi gravada e depois usada pela RCA no disco original. Uma pena pois "Little Darlin'" tem versões bem melhores na discografia não oficial de Elvis que circulam por aí há anos e anos. Pelo visto os produtores do selo FTD colocaram na cabeça que só iriam aproveitar as versões que fizeram parte do disco original.
He'll Have To Go - Baladona triste e depressiva que nunca conseguiu se destacar muito. Para muitos sua melancolia e tristeza a impediram de ser melhor apreciada. Além da versão original o CD traz a chamada rough mix que já tinha saído antes no Jungle Room Session. E isso, infelizmente, é tudo.
Let Me Be There - A versão do disco original foi pincelada do álbum ao vivo gravado por Elvis em Memphis em 1974. Na época os fãs reclamaram porque afinal de contas era uma reprise. Nesse CD do selo FTD é a única presente.
Way Down - Talvez o mais próximo que Elvis chegou de gravar novamente um rock ´n´ roll em sua vida, muito embora a música esteja mais para country rock. Finalmente uma canção bem explorada pelo CD. São seis versões. A oficial do álbum original, sua versão crua sem overdubbs, um ensaio inédito, a versão denominada 2A que já havia sido lançada no box Platinum, a versão 2B, inédita, e finalmente a rough mix, também inédita. Se você gosta de "Way Down" o CD não vai lhe decepcionar.
Pledging My Love - A canção da roleta russa. Gosto da versão original, tem muita fluência e ótimo arranjo - superior até de outras faixas da Jungle Sessions. A grande novidade do CD é um ensaio que desbanca para o take 3, ambos inéditos. Também temos a oportunidade de ouvir pela primeira vez os takes 1 e 2, mostrando que a música foi sendo contruída aos poucos, em doses homeopáticas. Obras primas nascem assim.
Moody Blue - A canção mais anos 70 do disco. Elvis odiava discoteca, mas essa canção tem claras influências do estilo musical. Ele tentou levar a canção para os shows, mas isso foi bem raro. Talvez naquela altura de sua vida Elvis achasse que sua letra poderia atrapalhar sua execução nos palcos, por essa razão nas raras vezes que a cantou ao vivo o fez lendo a letra em uma folha. Algumas versões já tinham sido lançadas antes nos CDs "Made In Memphis" e "Jungle Room Session", mas os takes 1, 8 e 9 estão pintando pela primeira vez aqui.
She Thinks I Still Care - Essa música tem uma curiosidade. Seu take alternativo 2B que pode ser ouvido no box "Walk a Mile in My Shoes" é bem melhor do que a versão original que saiu no vinil de 1977. Para quem quiser tirar a dúvida essa versão foi encaixada aqui novamente. Fora ela temos a versão 2A que já tinha sido lançada no CD "Jungle Room Session" e os takes 3 e 4 que já tinham sido lançados no box "Made In Memphis". Para quem procura alguma versão inédita da canção temos boas novidades: os takes 7, 9 e 15 são completamente inéditos!
Its Easy For You - Essa música fechava o disco original. Os takes 3 e 4 são também totalmente inéditos. Por fim chamo a atenção para o fato de que esse título do selo FTD ainda trazer versões das músicas "America The Beautiful", "Softly As I Leave You" e "My Way" que não fizeram parte do projeto original de "Moody Blue" embora tenham sido gravadas na mesma época. Pessoalmente achei a inclusão inoportuna e desnecessária, mas para o fã que vai desembolsar uma bela quantia para ter o CD, certamente não haverá do que reclamar.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de novembro de 2005
Elvis Presley - The Jungle Room Sessions
FTD The Jungle Room Sessions - É seguramente um dos dez mais importantes títulos da coleção FTD. Aqui temos pela primeira vez o resgate de alguns momentos das sessões realizadas na chamada Sala das Selvas em Graceland. Como se sabe foi uma sessão de gravação completamente fora dos padrões. Elvis se recusou a ir até Nashville para gravar novas músicas para a RCA e como a gravadora não tinha nenhum local disponível em Memphis as sessões tiveram que ser improvisadas em sua própria casa, na mitológica mansão Graceland. Ao longo dos anos muito se especulou sobre o que teria levado Elvis a se indispor com a RCA Victor. Problemas profissionais, pessoais e de saúde montam um mosaico amplo que nos faz entender as circunstâncias dessa decisão. Na vida profissional Elvis demonstrava estar exausto e cansado diante de tantos compromissos. Embora não gravasse há meses em estúdio, ele vivia de cidade em cidade, cantando e se esgotando em turnês sem fim pelos Estados Unidos. A situação era ainda mais grave tendo em vista as condições pessoais do cantor. Não raro ele mostrava claros sinais de que não estava bem, mesmo assim encarava longas e exaustivas agendas para cumprir seus compromissos assumidos. Ordens do Coronel Parker.
Na vida pessoal as coisas também não andavam muito bem. Elvis ainda tentava de alguma forma exorcizar o fantasma da traição de Priscilla em sua vida. Para isso se envolvia com beldades bem mais jovens do que ele. Agora estava apaixonado por uma garota chamada Ginger Alden. Ao contrário de sua namorada fixa anterior, Linda Thompson, Ginger não tinha ainda idade e maturidade suficientes para ter um relacionamento construtivo com Elvis, até porque ele seguia em frente na sua auto destruição pessoal causada por remédios de tarja preta. Isso obviamente abalou bastante sua saúde, o que acabou completando a tríade de fatores que impossibilitaram Elvis de se locomover até um estúdio profissional de gravação. A boa notícia é que em termos técnicos essas gravações não foram tão prejudicadas como se alardeou. Claro que a crítica não gostou muito do resultado na época do lançamento dos discos originais, mas hoje em dia poucos ainda se levantam para falar mal das músicas, até porque o consenso parece mesmo apontar para uma qualificação de mais um grande trabalho por parte de Elvis, mesmo sob circunstâncias adversas.
Outro fato digno de nota é salientar que as sessões também trouxeram uma luz para os bastidores das gravações. Durante muitos anos se escreveu que Elvis estaria severamente deprimido dentro da sala das selvas, mal balbuciando alguma palavra audível. Na realidade, como se prova esses registros, a situação não era tão negra como se supunha ser. Elvis está até mesmo brincalhão, tirando onda, rindo e fazendo piadas (como ocorre quando o cachorro late ao fundo ou o telefone toca, estragando as gravações). Nada de um Elvis saindo do caixão como um Drácula morto-vivo que tanto foi retratado até mesmo em biografias ditas sérias e bem escritas. Sim, ele estava bem acima de seu peso, tinha problemas de todos os tipos, mas seu espírito ali parecia contradizer que nuvens negras sempre estavam acima de sua cabeça o tempo todo. Ao que parece nem Elvis parecia se levar muito à sério durante esses dias, afinal de contas ele estava em casa, caso se enchesse de tudo, poderia simplesmente ir até a cozinha tomar um pouco de água ou então ir embora para seu quarto dormir.
Como praticamente fazia em todas as gravações, Elvis pouco mudou o seu estilo de agir na sala das selvas. Ele ainda sentava no centro, rodeado de seus músicos, para ir aos poucos escolhendo as faixas que gravaria. Uma a uma, Felton Jarvis ia executando as canções que estavam disponíveis. Se gostava Elvis dizia algo como "Vamos lá rapazes, essa vale a pena enfiar a cara" - caso contrário soltava algum palavrão do tipo "Essa música é uma m... Passe outra!". Também não há maiores surpresas no estillo musical adotado nessas sessões. Elvis continou seguindo a linha country romântica que vinha usando em seus últimos discos. O curioso é que isso provém do próprio gosto pessoal de Elvis na época. Ao contrário do que muitos pensam, Elvis não se interessava mais em ouvir estações de rádio que tocavam Rock. Na verdade ele havia perdido interesse pelo rock há muitos anos. Só cantava seus velhos rocks para não decepcionar seus fãs nos concertos, mas fora isso ele nem mais conhecia os novos artistas e bandas que faziam sucesso. Mal sabia quem era o Led Zeppelin ou o Pink Floyd. Para Elvis o importante era mesmo saber o que estava no ouvido do povão que adorava country music. Assim em momentos de descanso ou quando estava no carro, Elvis mandava sintonizar as principais estações country de Memphis. Não é por outra razão que esse estilo musical se proliferou em seus discos na fase final de sua carreira.
Pablo Aluísio.
Na vida pessoal as coisas também não andavam muito bem. Elvis ainda tentava de alguma forma exorcizar o fantasma da traição de Priscilla em sua vida. Para isso se envolvia com beldades bem mais jovens do que ele. Agora estava apaixonado por uma garota chamada Ginger Alden. Ao contrário de sua namorada fixa anterior, Linda Thompson, Ginger não tinha ainda idade e maturidade suficientes para ter um relacionamento construtivo com Elvis, até porque ele seguia em frente na sua auto destruição pessoal causada por remédios de tarja preta. Isso obviamente abalou bastante sua saúde, o que acabou completando a tríade de fatores que impossibilitaram Elvis de se locomover até um estúdio profissional de gravação. A boa notícia é que em termos técnicos essas gravações não foram tão prejudicadas como se alardeou. Claro que a crítica não gostou muito do resultado na época do lançamento dos discos originais, mas hoje em dia poucos ainda se levantam para falar mal das músicas, até porque o consenso parece mesmo apontar para uma qualificação de mais um grande trabalho por parte de Elvis, mesmo sob circunstâncias adversas.
Outro fato digno de nota é salientar que as sessões também trouxeram uma luz para os bastidores das gravações. Durante muitos anos se escreveu que Elvis estaria severamente deprimido dentro da sala das selvas, mal balbuciando alguma palavra audível. Na realidade, como se prova esses registros, a situação não era tão negra como se supunha ser. Elvis está até mesmo brincalhão, tirando onda, rindo e fazendo piadas (como ocorre quando o cachorro late ao fundo ou o telefone toca, estragando as gravações). Nada de um Elvis saindo do caixão como um Drácula morto-vivo que tanto foi retratado até mesmo em biografias ditas sérias e bem escritas. Sim, ele estava bem acima de seu peso, tinha problemas de todos os tipos, mas seu espírito ali parecia contradizer que nuvens negras sempre estavam acima de sua cabeça o tempo todo. Ao que parece nem Elvis parecia se levar muito à sério durante esses dias, afinal de contas ele estava em casa, caso se enchesse de tudo, poderia simplesmente ir até a cozinha tomar um pouco de água ou então ir embora para seu quarto dormir.
Como praticamente fazia em todas as gravações, Elvis pouco mudou o seu estilo de agir na sala das selvas. Ele ainda sentava no centro, rodeado de seus músicos, para ir aos poucos escolhendo as faixas que gravaria. Uma a uma, Felton Jarvis ia executando as canções que estavam disponíveis. Se gostava Elvis dizia algo como "Vamos lá rapazes, essa vale a pena enfiar a cara" - caso contrário soltava algum palavrão do tipo "Essa música é uma m... Passe outra!". Também não há maiores surpresas no estillo musical adotado nessas sessões. Elvis continou seguindo a linha country romântica que vinha usando em seus últimos discos. O curioso é que isso provém do próprio gosto pessoal de Elvis na época. Ao contrário do que muitos pensam, Elvis não se interessava mais em ouvir estações de rádio que tocavam Rock. Na verdade ele havia perdido interesse pelo rock há muitos anos. Só cantava seus velhos rocks para não decepcionar seus fãs nos concertos, mas fora isso ele nem mais conhecia os novos artistas e bandas que faziam sucesso. Mal sabia quem era o Led Zeppelin ou o Pink Floyd. Para Elvis o importante era mesmo saber o que estava no ouvido do povão que adorava country music. Assim em momentos de descanso ou quando estava no carro, Elvis mandava sintonizar as principais estações country de Memphis. Não é por outra razão que esse estilo musical se proliferou em seus discos na fase final de sua carreira.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Elvis Movin' Mobile
Elvis Movin' Mobile - Aqui temos um exemplar do outro lado da discografia de Elvis: quem pensa que a discografia de Elvis Presley se resume a seus discos oficiais dos selos BMG e FTD está redondamente enganado. Ao lado de sua discografia oficial existe um outro universo paralelo de lançamentos que superam em muito o número de discos oficiais lançados. É o mundo dos Bootlegs, discos que são lançados todas as semanas pelo mundo afora sem autorização que trazem shows, gravações inéditas, takes desconhecidos, etc. Estima-se que existam pelo mundo mais de 5.000 títulos piratas do Rei do Rock, desde lançamentos americanos, europeus, japoneses e até de países distantes como Tailândia e Birmânia.
Entre esses títulos existem CDs totalmente toscos, mas também CDs de luxo que superam em muito a qualidade dos discos oficiais de Elvis. E é nesse mundo corsário que vamos mergulhar a partir de hoje: o universo não oficial da discografia de Elvis. Toda semana iremos trazer um CD bucaneiro escolhido dentre os lançados para comentar em nossa nova seção: Elvis Bootleg. Assim você irá conhecer o que de melhor é lançado sobre Elvis nesse mundo infinito. O primeiro a comentar é esse "Elvis Movin' Mobile", que traz um show gravado em Mobile no dia 2 de junho de 1975. Vem também com algumas músicas bônus de uma outra apresentação de Elvis em Cincinnati no dia 21 de março de 1976 e um encarte de luxo com mais de 12 fotos coloridas de ótima qualidade dessa perfomance. Destaque para a capa (muito bonita por sinal). Selo: Madison Label. Data de lançamento nos EUA: outubro de 2004.
Elvis Movin' Mobile - 1 - I Got A Woman / Amen ; 2 - Love Me ; 3 - If You Love Me (Let Me Know) ; 4 - Love Me Tender (with false start) ; 5 - All Shook Up ; 6 - Teddy Bear / Don't Be Cruel ; 7 - Hound Dog ; 8 - The Wonder Of You (with false start) ; 9 - Burning Love ; 10 - Introductions by Elvis of vocalists, band ; 11 - Johnny B. Goode ;12 - Drum solo ; 13 - Bass solo ; 14 - Piano solo ; 15 - Introductions by Elvis of vocalists, orchestra ; 16 - School Day ; 17 - T-R-O-U-B-L-E ; 18 - I'll Remember You ; 19 - Why Me Lord? ; 20 - Let Me Be There (with reprise) ; 21 - An American Trilogy ; 22 - Funny How Time Slips Away (with reprise) ; 23 - Little Darlin' ; 24 - Mystery Train / Tiger Man ; 25 - Can't Help Falling In Love / Closing Vamp. Bonus: track 26 - Let Me Be There (previously unreleased stereo recording) March 21, 1976 Evening Show in Cincinnati OH.
Pablo Aluísio.
Entre esses títulos existem CDs totalmente toscos, mas também CDs de luxo que superam em muito a qualidade dos discos oficiais de Elvis. E é nesse mundo corsário que vamos mergulhar a partir de hoje: o universo não oficial da discografia de Elvis. Toda semana iremos trazer um CD bucaneiro escolhido dentre os lançados para comentar em nossa nova seção: Elvis Bootleg. Assim você irá conhecer o que de melhor é lançado sobre Elvis nesse mundo infinito. O primeiro a comentar é esse "Elvis Movin' Mobile", que traz um show gravado em Mobile no dia 2 de junho de 1975. Vem também com algumas músicas bônus de uma outra apresentação de Elvis em Cincinnati no dia 21 de março de 1976 e um encarte de luxo com mais de 12 fotos coloridas de ótima qualidade dessa perfomance. Destaque para a capa (muito bonita por sinal). Selo: Madison Label. Data de lançamento nos EUA: outubro de 2004.
Elvis Movin' Mobile - 1 - I Got A Woman / Amen ; 2 - Love Me ; 3 - If You Love Me (Let Me Know) ; 4 - Love Me Tender (with false start) ; 5 - All Shook Up ; 6 - Teddy Bear / Don't Be Cruel ; 7 - Hound Dog ; 8 - The Wonder Of You (with false start) ; 9 - Burning Love ; 10 - Introductions by Elvis of vocalists, band ; 11 - Johnny B. Goode ;12 - Drum solo ; 13 - Bass solo ; 14 - Piano solo ; 15 - Introductions by Elvis of vocalists, orchestra ; 16 - School Day ; 17 - T-R-O-U-B-L-E ; 18 - I'll Remember You ; 19 - Why Me Lord? ; 20 - Let Me Be There (with reprise) ; 21 - An American Trilogy ; 22 - Funny How Time Slips Away (with reprise) ; 23 - Little Darlin' ; 24 - Mystery Train / Tiger Man ; 25 - Can't Help Falling In Love / Closing Vamp. Bonus: track 26 - Let Me Be There (previously unreleased stereo recording) March 21, 1976 Evening Show in Cincinnati OH.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Elvis Presley - Things Get Loose in Tuscaloosa
Things Get Loose in Tuscaloosa - Mais um lançamento do selo Audionics. Aqui pelo menos temos uma gravação de palco de melhor qualidade. Se trata de um soundboard do concerto realizado na tarde de 3 de junho de 1975 nessa pequena cidade do Alabama chamada Tuscaloosa. Esse é um reflexo dos rumos que a carreira de Elvis tomou nos anos 1970. O Coronel Parker literalmente lotou a agenda do cantor, muitas vezes com shows realizados pela tarde e à noite em cidadezinhas sem muita expressão.
Ao invés de Parker levar Elvis para os maiores palcos do mundo em Londres, Paris e Madrid (cidades que ofereciam pequenas fortunas a Elvis na época por um concerto), o velho empresário preferia mandar o astro para pequenas localidades do sul dos Estados Unidos. Deixando um pouco de lado esse aspecto mais empresarial o que temos aqui é uma boa apresentação de Elvis, mesmo que incompleta, onde ele tenta criar uma cumplicidade maior com seu público. Certamente vale como curiosidade histórica.
Things Get Loose in Tuscaloosa - ...Amen / I Got A Woman / Love Me / If You Love Me / Love Me Tender / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Hound Dog / The Wonder Of You / Burning Love / Introductions / Johnny B. Goode / School Days / Bridge Over Troubled Water / T-R-O-U-B-L-E / Hawaiian Wedding Song / Let Me Be There / American Trilogy / Funny How Time Slips Away / Little Darlin' / Mystery Train - Tiger Man / Can't Help Falling In Love / Closing Vamp.
Pablo Aluísio.
Things Get Loose in Tuscaloosa - ...Amen / I Got A Woman / Love Me / If You Love Me / Love Me Tender / All Shook Up / Teddy Bear - Don't Be Cruel / Hound Dog / The Wonder Of You / Burning Love / Introductions / Johnny B. Goode / School Days / Bridge Over Troubled Water / T-R-O-U-B-L-E / Hawaiian Wedding Song / Let Me Be There / American Trilogy / Funny How Time Slips Away / Little Darlin' / Mystery Train - Tiger Man / Can't Help Falling In Love / Closing Vamp.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
Elvis Presley - Echoes of Aloha
Echoes of Aloha - Depois do "Aloha From Hawaii" o que sobrara para Elvis? Era de se esperar que ele, após realizar o maior show de sua carreira, levantasse vôos ainda mais altos, quem sabe realizando sua tão aguardada turnê mundial! Infelizmente não era bem isso que o Coronel Parker planejava. Assim Elvis voltou para uma sonolenta temporada em Las Vegas. Com problema de saúde e entediado no palco, já que Vegas não mais lhe representava desafios, o cantor tentou ser o mais profissional possível.
"Echoes of Aloha" traz as apresentações do dinner show nos dias 10 e 13 de fevereiro de 1973, justamente a temporada de ressaca do Aloha. O som da apresentação do dia 13 é bem ruim, mas as gravações do dia 10 são surpreendentemente boas. A lamentar apenas o claro cansaço físico e mental do cantor nesses concertos. Mesmo assim, com altos e baixos em termos de qualidade, é um bom item para se ter em sua coleção. O lançamento é do selo Audionics.
Echoes of Aloha - 1. Also Sprach Zarathustra 2. See See Rider 3. I Got A Woman/Amen 4. Love Me Tender 5. You Don't Have To Say You Love Me 6. Steamroller Blues 7. You Gave Me A Mountain 8. Fever 9. Love Me 10. Blue Suede Shoes 11. Heartbreak Hotel 12. Johnny B. Goode 13. Hound Dog 14. What Now My Love 15. Suspicious Minds 16. Band introductions 17. Celebrity introductions 18. I Can't Stop Loving You 19. American Trilogy 20. Can't Help Falling In Love 21. Closing Vamp / Announcements Bonus (Feb. 10 DS) [Soundboard]: 22. You Gave Me A Mountain (incomplete) 23. Love Me 24. Blue Suede Shoes 25. I Can't Stop Loving You 26. American Trilogy 27. Can't Help Falling In Love 28. Closing Vamp.
Pablo Aluísio.
Echoes of Aloha - 1. Also Sprach Zarathustra 2. See See Rider 3. I Got A Woman/Amen 4. Love Me Tender 5. You Don't Have To Say You Love Me 6. Steamroller Blues 7. You Gave Me A Mountain 8. Fever 9. Love Me 10. Blue Suede Shoes 11. Heartbreak Hotel 12. Johnny B. Goode 13. Hound Dog 14. What Now My Love 15. Suspicious Minds 16. Band introductions 17. Celebrity introductions 18. I Can't Stop Loving You 19. American Trilogy 20. Can't Help Falling In Love 21. Closing Vamp / Announcements Bonus (Feb. 10 DS) [Soundboard]: 22. You Gave Me A Mountain (incomplete) 23. Love Me 24. Blue Suede Shoes 25. I Can't Stop Loving You 26. American Trilogy 27. Can't Help Falling In Love 28. Closing Vamp.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - Kicking And Rolling / Elvis At The Forum
Kicking And Rolling
Dando prosseguimento às resenhas com breves comentários vamos tecer algumas palavras sobre esses dois bootlegs. Esse é o primeiro, um lançamento do selo Straight Arrow intitulado "Kicking And Rolling". O CD traz o midnight show (apresentação da meia-noite) de Elvis realizado em 18 de fevereiro de 1973 na cidade de Las Vegas. Essa temporada de Elvis é particularmente conhecida pela realização de shows bem abaixo da média o que segundo alguns biógrafos se deve exclusivamente ao abuso de remédios por parte do cantor naquela ocasião. Inclusive consta em vários biografias que Elvis quase teve uma overdose fatal após Linda o encontrar suando e enrolado numa toalha na suíte do hotel. Ele obviamente estava tendo um ataque, mas como o cantor tinha virado uma mina de ouro para empresários e promotores de shows tudo foi devidamente varrido para debaixo do tapete. O fato é que Elvis começou a abusar bastante das drogas, o que inevitavelmente se fez notar em alguns de seus concertos. É ouvir para conferir.
Kicking And Rolling - 01. Also Sprach Zarathustra (Theme from "2001 A Space Odyssey") - 02. Opening Vamp / C. C. Rider - 03. I Got A Woman / Amen (medley) / Big Boss Man (one line) - 04. Love Me Tender - 05. You Don't Have To Say You Love Me - 06. Steamroller Blues - 07. You Gave Me A Mountain (with reprise) - 08. Fever - 09. Love Me - 10. Blue Suede Shoes - 11. Johnny B. Goode - 12. Hound Dog (slow & fast) - 13. What Now My Love - 14. Suspicious Minds - 15. Instrumental Intermezzo / Elvis attacked on stage - 16. I Can't Stop Loving You - 17. An American Trilogy - 18. Can't Help Falling In Love - 19. Closing Vamp. Special bonus:20. C. C. Rider - 21. Steamroller Blues - 22. You Gave Me A Mountain - 23. Fever - 24. What Now My Love (with reprise).
Elvis At The Forum
Esse CD traz o show inédito realizado por Elvis no dia 11 de maio de 1974 em Los Angeles (concerto da tarde). Na ocasião a apresentação se transformou em um grande evento que levou milhares de pessoas ao Forum de Inglewood. Belo complemento para quem já tem o outro CD do selo FTD unindo várias apresentações de Elvis nessa mesma cidade intitulado "Live in L.A". Como todos sabem 1974 foi um dos anos mais loucos da vida de Elvis. Não se sabe exatamente a razão, mas ele parecia bem fora de si em vários momentos. Algumas biografias afirmam que nesse ano ele teria começado uma má sucedida investida no uso de cocaína líquida, que em fusão com outras drogas que tomava regularmente o teria deixado completamente alucinado, dentro e fora dos palcos. Bad Trip. Vários shows mostram um Elvis ligadaço, mas esse aqui curiosamente é considerado uma de suas apresentações mais convencionais e tranquilas. No repertório Presley resolveu apostar no estilo "feijão com arroz". As únicas boas novidades vem das versões de "Big Boss Man" e "Help Me" (uma bela canção que infelizmente sempre foi bastante subestimada pelos fãs e pelo próprio Elvis Presley).
Elvis At The Forum - Also Sprach Zarathustra - See See rider - I Got A Woman/Amen - Love Me - Trying To Get To You - All Shook Up - Teddy Bear/ Don't Be Cruel - Love Me Tender - You Can Have Her - Steamroller Blues - Hound Dog – Fever - Polk Salad Annie - Why Me, Lord? - Suspicious Minds - Introductions - I can't Stop Loving You - Help Me - An American Trilogy - Let Me Be There (reprise) - Funny How Time Slips Away - Big Boss Man - Can't Help Falling In Love - Closing Vamp – Announcer: Elvis has left the Building
Pablo Aluísio.
Dando prosseguimento às resenhas com breves comentários vamos tecer algumas palavras sobre esses dois bootlegs. Esse é o primeiro, um lançamento do selo Straight Arrow intitulado "Kicking And Rolling". O CD traz o midnight show (apresentação da meia-noite) de Elvis realizado em 18 de fevereiro de 1973 na cidade de Las Vegas. Essa temporada de Elvis é particularmente conhecida pela realização de shows bem abaixo da média o que segundo alguns biógrafos se deve exclusivamente ao abuso de remédios por parte do cantor naquela ocasião. Inclusive consta em vários biografias que Elvis quase teve uma overdose fatal após Linda o encontrar suando e enrolado numa toalha na suíte do hotel. Ele obviamente estava tendo um ataque, mas como o cantor tinha virado uma mina de ouro para empresários e promotores de shows tudo foi devidamente varrido para debaixo do tapete. O fato é que Elvis começou a abusar bastante das drogas, o que inevitavelmente se fez notar em alguns de seus concertos. É ouvir para conferir.
Kicking And Rolling - 01. Also Sprach Zarathustra (Theme from "2001 A Space Odyssey") - 02. Opening Vamp / C. C. Rider - 03. I Got A Woman / Amen (medley) / Big Boss Man (one line) - 04. Love Me Tender - 05. You Don't Have To Say You Love Me - 06. Steamroller Blues - 07. You Gave Me A Mountain (with reprise) - 08. Fever - 09. Love Me - 10. Blue Suede Shoes - 11. Johnny B. Goode - 12. Hound Dog (slow & fast) - 13. What Now My Love - 14. Suspicious Minds - 15. Instrumental Intermezzo / Elvis attacked on stage - 16. I Can't Stop Loving You - 17. An American Trilogy - 18. Can't Help Falling In Love - 19. Closing Vamp. Special bonus:20. C. C. Rider - 21. Steamroller Blues - 22. You Gave Me A Mountain - 23. Fever - 24. What Now My Love (with reprise).
Elvis At The Forum
Esse CD traz o show inédito realizado por Elvis no dia 11 de maio de 1974 em Los Angeles (concerto da tarde). Na ocasião a apresentação se transformou em um grande evento que levou milhares de pessoas ao Forum de Inglewood. Belo complemento para quem já tem o outro CD do selo FTD unindo várias apresentações de Elvis nessa mesma cidade intitulado "Live in L.A". Como todos sabem 1974 foi um dos anos mais loucos da vida de Elvis. Não se sabe exatamente a razão, mas ele parecia bem fora de si em vários momentos. Algumas biografias afirmam que nesse ano ele teria começado uma má sucedida investida no uso de cocaína líquida, que em fusão com outras drogas que tomava regularmente o teria deixado completamente alucinado, dentro e fora dos palcos. Bad Trip. Vários shows mostram um Elvis ligadaço, mas esse aqui curiosamente é considerado uma de suas apresentações mais convencionais e tranquilas. No repertório Presley resolveu apostar no estilo "feijão com arroz". As únicas boas novidades vem das versões de "Big Boss Man" e "Help Me" (uma bela canção que infelizmente sempre foi bastante subestimada pelos fãs e pelo próprio Elvis Presley).
Elvis At The Forum - Also Sprach Zarathustra - See See rider - I Got A Woman/Amen - Love Me - Trying To Get To You - All Shook Up - Teddy Bear/ Don't Be Cruel - Love Me Tender - You Can Have Her - Steamroller Blues - Hound Dog – Fever - Polk Salad Annie - Why Me, Lord? - Suspicious Minds - Introductions - I can't Stop Loving You - Help Me - An American Trilogy - Let Me Be There (reprise) - Funny How Time Slips Away - Big Boss Man - Can't Help Falling In Love - Closing Vamp – Announcer: Elvis has left the Building
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
Lisa Marie Presley - Storm & Grace
Definitivamente ser filha de Elvis Presley já é um peso e tanto. Se Lisa fosse advogada ou médica isso até que seria atenuado, ela seria vista como uma pessoa normal que por acaso era filha de uma grande celebridade do passado. O problema é que Lisa resolveu seguir os mesmos passos do pai, se tornando também cantora. Aí complicou realmente. Todo e qualquer trabalho dela trará imediatamente o fantasma do pai sobre sua música. Não há saída. Os dois primeiros CDs de Lisa foram bons, mas não memoráveis. Esse terceiro trabalho da cantora me soou ainda mais deprimido do que os trabalhos anteriores. Ela tem essa natural tendência a ser uma pessoa introspectiva, soturna, pessimista. Lisa poderia ser definida como uma espécie de artista da linha country rock dark, tamanha a presença de uma visão pessimista do mundo em suas letras e melodias. Ela própria admitiu isso no lançamento do CD ao afirmar que vinha de mais um período turbulento de sua vida (não explicou exatamente quais seriam essas razões) e que se encontrava em um momento de busca desesperada por um pouco de paz interior. Isso obviamente se refletiu nas suas composições. Outro fato que chama a atenção é que Lisa passou muito tempo sem lançar nada. Lá se vão sete anos desde que ela lançou seu disco anterior. Apenas a insistência da Universal fez ela retornar a carreira musical. Ao que consta Lisa entrou tarde demais na carreira. Ela tinha sonhos de ser uma nova Madonna, mas como isso ficou muito longe de sua realidade as coisas pelo visto desandaram. Lisa pareceu frustrada com seu sucesso limitado (muitas vezes inclusive restrito aos próprios fãs de seu pai).
Sem trilhar caminho próprio ou estourar como ela tinha inicialmente previsto, ficou uma sensação de frustração que a fez ficar longe dos palcos, dos shows e dos estúdios nesses últimos anos. O que posso dizer é que uma forma ou outra o tempo lhe fez bem. Ela definitivamente parece mais equilibrada em seu comportamento e em sua arte. Quando foi lançada pela primeira vez Lisa deu entrevistas desastrosas, onde parecia estar em algum tipo de competição para ver quem falava mais bobagens e besteiras. Abriu aspectos de sua vida íntima de forma desnecessária e parecia vulgarizada e fora de realidade. Agora ela parece se portar melhor, já não abre mais a guarda tão facilmente e se colocou numa postura mais reservada, para seu próprio bem. O CD de certa maneira reflete bem isso. Lisa, que passa grande parte do ano morando na Inglaterra, parece que finalmente absorveu o melhor lado da fina educação britânica. Afinal de contas mulheres vulgares e de boca suja, que falam sobre questões de intimidade sem qualquer tipo de pudor são extremamente desinteressantes. Logo perdem a importância e a relevância para os homens. Lisa parece que aprendeu a lição. Se no aspecto comportamental ela melhorou - e muito - musicalmente ainda não produziu sua obra prima. Esse CD segue a sina dos anteriores, é igualmente bom, mas também provavelmente será esquecido em pouco tempo.
Lisa Marie Presley - Storm & Grace
1. Over Me
2. You Ain't Seen Nothin' Yet
3. Weary
4. Soften The Blows
5. So Long
6. Un-Break
7. Close To The Edge
8. Storm Of Nails
9. How Do You Fly This Plane
10. Sticks and Stones
11. Storm And Grace
Pablo Aluísio.
Sem trilhar caminho próprio ou estourar como ela tinha inicialmente previsto, ficou uma sensação de frustração que a fez ficar longe dos palcos, dos shows e dos estúdios nesses últimos anos. O que posso dizer é que uma forma ou outra o tempo lhe fez bem. Ela definitivamente parece mais equilibrada em seu comportamento e em sua arte. Quando foi lançada pela primeira vez Lisa deu entrevistas desastrosas, onde parecia estar em algum tipo de competição para ver quem falava mais bobagens e besteiras. Abriu aspectos de sua vida íntima de forma desnecessária e parecia vulgarizada e fora de realidade. Agora ela parece se portar melhor, já não abre mais a guarda tão facilmente e se colocou numa postura mais reservada, para seu próprio bem. O CD de certa maneira reflete bem isso. Lisa, que passa grande parte do ano morando na Inglaterra, parece que finalmente absorveu o melhor lado da fina educação britânica. Afinal de contas mulheres vulgares e de boca suja, que falam sobre questões de intimidade sem qualquer tipo de pudor são extremamente desinteressantes. Logo perdem a importância e a relevância para os homens. Lisa parece que aprendeu a lição. Se no aspecto comportamental ela melhorou - e muito - musicalmente ainda não produziu sua obra prima. Esse CD segue a sina dos anteriores, é igualmente bom, mas também provavelmente será esquecido em pouco tempo.
Lisa Marie Presley - Storm & Grace
1. Over Me
2. You Ain't Seen Nothin' Yet
3. Weary
4. Soften The Blows
5. So Long
6. Un-Break
7. Close To The Edge
8. Storm Of Nails
9. How Do You Fly This Plane
10. Sticks and Stones
11. Storm And Grace
Pablo Aluísio.
terça-feira, 25 de outubro de 2005
Elvis Presley - Elvis In Atlanta
Outro CD novo que está chegando nas lojas dos Estados Unidos, Europa e Japão é esse "Elvis in Atlanta". É uma edição dupla trazendo os concertos realizados por Elvis em Atlanta (capital do estado da Georgia) nos dias 30 de abril e 1 de maio de 1975. Nessa ocasião Elvis procurou divulgar um pouco seu último disco "Elvis Today" que estava nas lojas naquele momento. Por isso ele canta duas das faixas mais conhecidas do álbum, "My Boy" e "T-R-O-U-B-L-E", que inclusive eram muito bem-vindas renovações em seu repertório musical, que por essa época andava sendo criticado por quase sempre trazer a mesma seleção de músicas, ano após ano. Infelizmente essas duas apresentações estão incompletas, pois não foram gravadas “See See Rider” e “I Got A Woman / Amen”, sempre presentes nos shows e a introdução "Also sprach Zarathustra", o conhecido tema de abertura de seus concertos na década de 1970.
A capa ficou até bem bonita, com Elvis usando um figurino diferente. Por essa época ele procurou inovar um pouco, deixando as jumpsuits brancas de lado, preferindo esse novo corte, que até lembrava um terno, com cores mais escuras. Interessante que depois de algumas apresentações ele chegou na conclusão de que elas não tinham causado o mesmo impacto de suas antigas roupas de palco. Por isso as descartou. Outro fato digno de nota é que esse novo lançamento do selo FTD vem com qualidade Soundboard, bem superior aos CDs do tipo Audience, porém inferiores às gravações oficiais feitas pela RCA Victor. No geral os dois shows em Atlanta são bons, sem incidentes desagradáveis. Para os colecionadores o CD é uma boa opção, já que traz dois shows ainda inéditos no mercado. Nem em bootlegs eles tinham sido lançados antes. O preço de lançamento no exterior está na média de 32 dólares. Agora é comprar para conferir.
Elvis Presley - Elvis In Atlanta (2017)
Disc 1 - April 30, 1975
01) Love Me / 02) If You Love Me (Let Me Know) / 03) Love Me Tender / 04) All Shook Up / 05) Teddy Bear / Don’t Be Cruel / 06) I’ll Remember You / 07) Help Me / 08) How Great Thou Art / 09) Introductions / 10) My Boy / 11) T-R-O-U-B-L-E / 12) It’s Now Or Never / 13) Let Me Be There / 14) An American Trilogy / 15) Burning Love / 16) Funny How Time Slips Away / 17) That’s All Right / 18) Can’t Help Falling In Love / 19) Closing Theme.
Disc 2 – May 1, 1975
01) Love Me / 02) If You Love Me (Let Me Know) / 03) Love Me Tender 04) All Shook Up / 05) Teddy Bear / Don’t Be Cruel / 06) Help Me / 07) Why Me Lord / 08) Burning Love / 09) Introductions / 10) My Boy / 11) T-R-O-U-B-L-E / 12) I’ll Remember You / 13) Let Me Be There / 14) An American Trilogy / 15) Help Me Make It Through The Night / 16) That’s All Right / 17) Can’t Help Falling In Love / 18) Closing Theme.
Pablo Aluísio.
A capa ficou até bem bonita, com Elvis usando um figurino diferente. Por essa época ele procurou inovar um pouco, deixando as jumpsuits brancas de lado, preferindo esse novo corte, que até lembrava um terno, com cores mais escuras. Interessante que depois de algumas apresentações ele chegou na conclusão de que elas não tinham causado o mesmo impacto de suas antigas roupas de palco. Por isso as descartou. Outro fato digno de nota é que esse novo lançamento do selo FTD vem com qualidade Soundboard, bem superior aos CDs do tipo Audience, porém inferiores às gravações oficiais feitas pela RCA Victor. No geral os dois shows em Atlanta são bons, sem incidentes desagradáveis. Para os colecionadores o CD é uma boa opção, já que traz dois shows ainda inéditos no mercado. Nem em bootlegs eles tinham sido lançados antes. O preço de lançamento no exterior está na média de 32 dólares. Agora é comprar para conferir.
Elvis Presley - Elvis In Atlanta (2017)
Disc 1 - April 30, 1975
01) Love Me / 02) If You Love Me (Let Me Know) / 03) Love Me Tender / 04) All Shook Up / 05) Teddy Bear / Don’t Be Cruel / 06) I’ll Remember You / 07) Help Me / 08) How Great Thou Art / 09) Introductions / 10) My Boy / 11) T-R-O-U-B-L-E / 12) It’s Now Or Never / 13) Let Me Be There / 14) An American Trilogy / 15) Burning Love / 16) Funny How Time Slips Away / 17) That’s All Right / 18) Can’t Help Falling In Love / 19) Closing Theme.
Disc 2 – May 1, 1975
01) Love Me / 02) If You Love Me (Let Me Know) / 03) Love Me Tender 04) All Shook Up / 05) Teddy Bear / Don’t Be Cruel / 06) Help Me / 07) Why Me Lord / 08) Burning Love / 09) Introductions / 10) My Boy / 11) T-R-O-U-B-L-E / 12) I’ll Remember You / 13) Let Me Be There / 14) An American Trilogy / 15) Help Me Make It Through The Night / 16) That’s All Right / 17) Can’t Help Falling In Love / 18) Closing Theme.
Pablo Aluísio.
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