quarta-feira, 6 de julho de 2005

Elvis Presley: The Searcher

Esse é um documentário sobre Elvis Presley que está sendo exibido no Brasil pelo canal HBO. É dividido em duas partes. Na primeira somos levados aos primeiros anos de Elvis, quando ele saiu de uma origem humilde para se tornar o cantor número 1 dos Estados Unidos, sendo coroado logo no começo da carreira como o verdadeiro Rei do Rock. Afinal o novo estilo musical, batizado de rock, começava a dominar as rádios da América naquele período histórico. Nessa primeira parte vemos Elvis ainda bem jovem, muito apegado à mãe, procurando por novos caminhos, querendo acima de tudo trazer uma vida melhor para sua família.

Na segunda parte vemos Elvis voltando do exército, tentando retomar os rumos de sua carreira. É interessante porque o documentário demonstra bem a divisão entre as escolhas pessoais de Elvis em relação à sua música (bem presentes em discos como Elvis is Back e His Hand in Mine) e o material imposto por Hollywood, onde a vontade do cantor se tornava nula. Eram músicas que ele não acreditava, mas que gravava, por imposição contratual. O documentário é rico em imagens raras e fotos pouco conhecidas. Na frente de tudo está a ex-esposa Priscilla Presley que colaborou bastante na produção. Se você gosta de Elvis Presley e quer conhecer mais sua história se torna uma ótima dica na programação da TV a cabo. Não vá perder.

Elvis Presley: The Searcher (Estados Unidos, 2018) Direção: Thom Zimny / Roteiro: Alan Light / Elenco: Elvis Presley, Priscilla Presley, Tom Parker, Steve Allen, Ann-Margret, Chet Atkins / Sinopse: Documentário sobre o ator e cantor Elvis Presley, desde os seus primeiros anos, passando pelo estrelato em Hollywood até seu final, quando foi encontrado morto no banheiro de sua mansão Graceland no ano de 1977,

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de junho de 2005

O escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley - Parte 2

A briga judicial entre Lisa Marie Presley e seu ex-marido Michael Lockwood segue em frente. Entre derrotas e vitórias, eles continuam a troca de acusações pela imprensa. Lisa Marie Presley havia acusado o ex-marido de ter material criminoso envolvendo pedofilia em seus computadores pessoais. Todos os equipamentos foram então recolhidos pelo departamento de polícia. Na semana passada saiu o resultado da perícia. O xerife do condado resolveu não indiciar Lockwood em seu inquérito policial pois segundo ele nenhum material comprometedor foi encontrado nos HDs dos computadores.

O resultado foi uma vitória para Michael Lockwood. Ele disparou dando entrevistas, dizendo que Lisa Marie queria destruir sua imagem e sua reputação com falsas acusações, mentiras dizendo que ele era pedófilo. Lockwood também afirmou que Lisa não conseguiu se livrar de seu vício em cocaína, tendo largado o tratamento pelo meio do caminho. "Lisa mente e ainda está com problemas de dependência química! Ela é mentirosa e viciada!" - disparou Lockwood.

O ex-marido de Lisa também deixou claro que vai recorrer da decisão de primeira instância que lhe negou o pagamento de uma pensão mensal. Os advogados de Lisa afirmaram ao juiz do caso que ela estaria falida, sem condições financeiras de bancar essa pensão. Também disseram que a pensão não tinha razão de ser pois Lockwood era músico profissional e não tinha sua capacidade de trabalho comprometida, nem por sua saúde e nem por sua idade. O juiz acolheu as teses da defesa e o pedido de Lockwood foi negado! O ex-marido porém não se dá por derrotado. Ele também parece disposto a brigar pela guarda das duas filhas, pois as meninas gêmeas agora estão sob a guarda da avó, Priscilla Presley, após o órgão de proteção à infância de Los Angeles ter determinado a retirada delas da guarda de sua mãe, Lisa Marie. Pelo visto novos capítulos dessa briga virão em breve.

Pablo Aluísio.

O escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley - Parte 1

E o escandaloso divórcio de Lisa Marie Presley segue em frente. Na última sexta-feira houve uma audiência judicial na corte de Los Angeles. Essa foi a primeira aparição pública de Lisa Marie Presley desde que ela se retirou para se submeter a um tratamento de recuperação e reabilitação de seu problemas de vício em relação a cocaína. Nessa semana Lisa também perdeu a guarda das duas filhas de oito anos que foram morar com a avó, Priscilla Presley.

Lisa parecia bem de saúde, posou para fotos e sorriu para os fãs de Elvis que foram até o fórum de Los Angeles. Parecia bem disposta e saudável. Algumas fontes afirmam que ele entrou recentemente em um programa dos N.A. (Narcóticos Anônimos) para ajudar em sua recuperação de sua dependência química.

Em meio a tantos escândalos Lisa conseguiu uma vitória nas tribunais. O juiz negou o pedido de seu ex-marido Michael Lockwood que havia solicitado uma pensão mensal de 40 mil dólares a ser paga por Lisa, afirmando que estaria morando de favor na casa de um amigo, dormindo em seu sofá. Lockwood afirmou ao juiz que esse valor seria justo pois ninguém conseguiria viver com dignidade com menos do que 40 mil dólares mensais (algo em torno de 130 mil reais!).

O juiz indeferiu seu pedido dizendo que Lockwood não havia perdido sua capacidade de trabalhar, que não sofria de nenhuma doença grave e que poderia arranjar um emprego para superar suas dificuldades financeiras. Além disso explicou que as duas filhas estavam sob a guarda da avó Priscilla e que nada justificaria o pagamento de uma pensão a ele.

Indignado o ex-marido de Lisa Marie declarou que ela está tentando destruir sua reputação ao afirmar que ele tinha material de pedofilia em seus computadores. "Eu estou enojado com o que foi feito contra mim! Nada foi provado e eu irei provar que fui vítima de uma armação!" - gritou aos jornalistas ao deixar o tribunal. Ele também afirmou que irá recorrer da decisão que negou sua pensão mensal, além de seguir em frente para ter sua parte na fortuna de Lisa Marie Presley. O advogado de Lisa, por outro lado, negou que sua cliente tenha tanto dinheiro como afirmado por Lockwood. "Minha cliente passa por dificuldades financeiras, excelência!" - teria dito o advogado de Lisa ao juiz do processo de divórcio - "Ela está falida!" - Concluiu.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Elvis Presley - RCA Studio C

Em março de 1972 Elvis foi até o estúdio C da RCA em Hollywood para gravar novas músicas. Inicialmente os planos eram de gravar material inédito para ser lançado na trilha sonora do novo filme de Elvis pela Metro chamado "Elvis on Tour". Foi programada uma semana de gravações e as expectativas do produtor Felton Jarvis eram muito boas. Porém Elvis tinha outros planos e só apareceu mesmo por três dias.

No total ele gravou poucas músicas - sete apenas - porém nos chama a atenção até hoje a qualidade das faixas e a boa receptividade que essas canções tiveram depois. Na primeira noite de trabalho Elvis gravou apenas três músicas. Os trabalhos começaram com "Separate Ways" que havia sido escolhida pelo produtor para ser o lado A do próximo single de Elvis. Por essa razão resolveram caprichar bem nos arranjos, trazendo belos solos de violão. A letra era bem significativa para Elvis naquela ocasião pois ele estava bem no meio do turbilhão de problemas causados por seu divórcio da esposa Priscilla.

Logo após vieram as não tão marcantes "For the Good Times" e "Where Do I Go from Here?". Essas ficaram um bom tempo arquivadas, sendo que a última, por exemplo, só veio a ser lançada tempos depois no disco "Elvis", também conhecido como "The Fool Album". Essa primeira noite foi considerada pouco produtiva pelo produtor Felton Jarvis pois ele tinha planos de gravar pelo menos seis, sete faixas, até o dia amanhecer, mas Elvis não parecia tão disposto.

No dia seguinte Elvis foi ainda menos produtivo. Ele só gravou duas canções. Parecia um pouco cansado das longas viagens e dos concertos sem fim. Mesmo assim puxou energia para uma das canções mais populares dos anos 70, o hit "Burning Love". Era uma velha sugestão da RCA Victor, tentando fazer Elvis gravar músicas mais embaladas, alegres, não ficando tão restrito apenas às baladas românticas e ao material country. A outra gravada nesse mesmo dia foi "Fool" que no ano seguinte se tornaria a música de trabalho do disco "Elvis".

E para finalizar essas curtas, porém extremamente bem sucedidas faixas, Elvis terminou seu trabalho no dia 29 com a gravação da imortal "Always on My Mind" seguida da também excelente "It's a Matter of Time". Fazendo um panorama em cima da seleção de repertório é impossível negar que todas essas músicas tinham algo em comum e retratavam de certa maneira o momento emocional que Elvis vinha passando em sua vida. Até parecia que o cantor queria compartilhar com todos os fãs a triste realidade de um casamento destruído, fracassado. O fim de um sonho romântico que não se concretizou.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de junho de 2005

Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 2

Elvis Presley sempre foi um cara muito tímido. Em seus anos de colegial ele nunca se destacou muito no círculo social dos estudantes de sua classe. As únicas coisas que chamavam a atenção nos corredores da escola eram seus cabelos e suas roupas, que fugiam do padrão. Ele porém nunca se comportou como um rebelde sem causa ao estilo James Dean. No fundo era um estudante calado, educado e completamente na dele.

Assim quando Elvis se viu diante de um microfone nos estúdios da Sun Records ele ficou um pouco intimidado. A velha timidez apareceu mais uma vez. Elvis e seu violão foram gravados. Ele interpretou "My Happiness" de um jeito muito acanhado, com uma vozinha tímida, quase desaparecendo. A secretária da Sun que atendeu Elvis naquela tarde chegou a comentar anos depois: "Elvis foi provavelmente a pessoa mais tímida que já havia entrado na Sun até aquele momento!".

O produtor e dono da Sun Records Sam Phillips não estava no estúdio naquela tarde. Por isso a secretária Marion Keisker resolveu anotar em um pequeno bloco de notas a frase: "Elvis Presley, bom cantor de baladas, entrar em contato. Fone...". Elvis ficou surpreso ao ouvir Marion dizendo que iria passar seu nome para Sam, para quem sabe algum dia ele for chamado para um teste. Tudo era possível. Então Elvis pagou quatro dólares pela gravação e saiu com o primeiro disco de Elvis Presley da história. Um pequeno acetato com um selo tosco, batido a máquina de escrever, trazendo  apenas o nome da música e do cantor. Tudo meio mal feito, amador.

Elvis jogou o acetato no banco de seu caminhão e voltou para casa pois o expediente na companhia de energia de Memphis havia chegado ao fim. No começo Elvis pensou que Marion estava apenas sendo gentil, dizendo que iria indicar seu nome para Sam Phillips. Ela era uma dessas senhorinhas simpáticas, sempre pronta a dizer algo agradável. Elvis porém estava errado, Marion havia falado sério. Quando Sam chegou ao estúdio ela lhe disse que um rapaz muito interessante tinha aparecido na Sun naquela tarde para gravar um disquinho. Era um garoto apenas, sem banda, tocando apenas com seu violão. Um lobo solitário. Sam disse de pronto: "Ligue para ele então! Vamos fazer uma audição!". Sam vivia dizendo: "O dia que encontrar um branco que cante como um negro eu vou ficar rico!". Será que Elvis Presley era essa pessoa?

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Os Primeiros Anos - Parte 1

Em 1953 Elvis Presley era apenas um jovem que havia terminado o colegial. Fazia pouco tempo que ele havia começado a trabalhar em seu primeiro emprego como motorista de caminhão da companhia de eletricidade da cidade de Memphis. De vez em quando Elvis levava seu violão, o colocando no banco ao lado da cabine de seu caminhão. Enquanto a equipe consertava os fios elétricos, Elvis ficava dedilhando seu instrumento, cantando algum sucesso que ouvira nas estações de rádio.

Como era pobre, Elvis não via possibilidades de ir para uma universidade. Nos Estados Unidos as universidades eram privadas e caras e ele simplesmente não tinha dinheiro para bancar algo assim. Além disso tinha que trabalhar para ajudar no orçamento muito apertado de sua família. Elvis morava ao lado de seu pai e sua mãe em um conjunto habitacional construído pelo governo Roosevelt que tinha como objetivo justamente dar moradia para famílias de baixa renda de todo o Sul do país. Era parte do New Deal, o programa do governo que procurava levantar o país depois da grande depressão. O objetivo era ajudar as famílias mais pobres do país, um programa social de habitação popular.

Assim cursar uma universidade estava fora dos planos e das possibilidades de Elvis. Ao contrário disso e seguindo os conselhos de seu pai ele se matriculou em um curso técnico para se tornar eletricista. Seu pai Vernon, um homem que havia trabalhado nos campos de algodão, sabia como era importante aprender uma profissão, além disso como ele uma vez disse ao filho: "Esses eletricistas ganham muito bem Elvis! Entre um conserto e outro eles enchem os bolsos!". Embora gostasse de cantar e tocar violão, não passava pela cabeça de Elvis se tornar um músico profissional. A classe artística era mal vista naqueles tempos, coisa de vagabundos da Beale Street, a rua onde se concentrava os bares de Memphis.

Embora não tivesse planos de ser um dia alguém que viesse a viver de sua música, Elvis tinha curiosidade em saber como soaria sua voz em um disco! Sua curiosidade acabaria o levando a tentar a sorte ao ver um anúncio da Sun Records, pequeno selo musical de Memphis, que fazia discos caseiros para quem pagasse o valor cobrado. Ao passar pelo estúdio viu o anúncio e decidiu gravar uma versão de uma velha canção chamada "My Happiness" de 1933. Durante muitos anos se espalhou a lenda de que Elvis teria gravado esse disquinho para dar de presente para sua mãe, mas isso não foi verdade. A família Presley não tinha vitrola e nem sua mãe estava fazendo aniversário naquela época. A verdade pura e simples é que Elvis tinha curiosidade e queria ouvir sua voz gravada em um acetato! Será que sua voz ficaria bem numa gravação?

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de junho de 2005

Elvis Presley - O Fim do casamento de Elvis e Priscilla - Parte 2

Como todo casal que termina um casamento, o tempo entre a separação de fato e a audiência de divórcio na justiça foi marcado por tensões, remorsos e brigas entre Elvis e Priscilla. Para ela foi um tempo de reencontrar sua própria liberdade. Ela adotou um figurino mais moderno, soltou os cabelos, deixou de lado aquele estilo imposto pelo ex-marido, abriu um negócio próprio e pela primeira vez em sua vida, como confidenciou em seu livro, tinha finalmente tomado as rédeas de sua vida em suas próprias mãos.

Para Elvis foi um tempo sombrio. Ele se sentiu traído por Priscilla, que ele havia escolhido para ser sua esposa. Jamais esperaria por isso. Em um primeiro momento pensou em agir com violência, mas acabou sendo aconselhado por pessoas amigas e leais, como Joe Esposito e J.D. Sumner. Esse último, com muita experiência de vida, lembrou a Elvis que ele deveria ser um bom cristão e nunca mais pensar em fazer algo de mal a Mike Stone, o amante de Priscilla. J.D. lembrou a Elvis um trecho do evangelho em que Jesus dizia que se deveria perdoar setenta vezes sete, ou seja, o perdão deveria ser ilimitado. Elvis abaixou a cabeça, fez uma oração ao lado de seu vocalista e nunca mais voltou a falar novamente em mandar matar Mike Stone.

Elvis e Priscilla só voltariam a se encontrar na justiça, na sala de audiências de seu divórcio. Eles se trataram muito bem, como se nunca tivessem se separado. Priscilla ficou alarmada pelo estado físico de Elvis. Ele parecia muito acima do peso, suando em demasia, obviamente magoado e entristecido, mas procurando não demonstrar isso. A imprensa sensacionalista fez um grande alvoroço, com muitos repórteres e jornalistas pelos corredores da vara de família. Elvis sorriu e tentou passar a imagem de que tudo estava bem. "Somos os melhores amigos agora!" - falou brevemente a uma jornalista que de súbito colocou um microfone em sua frente.

Aos advogados Elvis deu apenas um comando: "Darei tudo o que Priscilla quiser! Não quero problemas e nem brigas nesse divórcio!". E de fato Elvis cedeu a todos os pedidos da ex-mulher. Ela pediu uma generosa pensão para a filha Lisa Marie, mais um acréscimo que deveria ser depositado todos os meses para suas despesas pessoais. Priscilla alegou que Elvis a teria impedido de trabalhar e ter uma profissão enquanto eram casados e que por isso dificilmente arranjaria um emprego no mercado de trabalho pois não tinha as qualificações exigidas. Elvis não contestou. No final da audiência eles saíram de braços dados e Elvis deu um beijo de despedida na ex-mulher. O casamento, dito por muitos, como a união dos sonhos, estava definitivamente acabado.

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - O Fim do casamento de Elvis e Priscilla - Parte 1

O fim do casamento de Elvis e Priscilla
Depois de longos anos de agonia, Priscilla resolveu se divorciar de Elvis. Embora o marido aparentasse estar aguentando bem o tranco de manter apenas as aparências de um matrimônio falido, Priscilla decidiu que não queria viver mais daquele jeito. Ela sabia que alguns membros da máfia de Memphis já tinham ido até Elvis para alertá-lo de que ela estava sendo vista em restaurantes com outros homens e por isso se sentia como que se estivesse aprisionada numa farsa. Ela não aceitava que os amigos de Elvis ficassem bisbilhotando sua vida pessoal e íntima. Além disso há muito tempo o casamento tinha acabado na prática. Elvis não a procurava mais sexualmente, ambos passavam pouco tempo juntos e ela já havia percebido que Elvis inventava mil desculpas para simplesmente não ficar mais ao seu lado. Era o fim.

Some-se a tudo isso o fato de que Priscilla estava apaixonada por Mike Stone, o instrutor de karatê que ironicamente havia sido indicado pelo próprio Elvis. Eles começaram a sair juntos depois das aulas, iam em lanchonetes, cinemas, restaurantes e em pouco tempo Priscilla ficou perdidamente apaixonada por ele. Como Elvis não lhe dava atenção, Mike estava sempre por perto para apoiá-la. O casamento de Elvis e Priscilla estava tão destruído que ela montou um ninho de amor na Califórnia, alugou um apartamento para se encontrar com Mike Stone e passava dias com o novo namorado, sem nenhum tipo de problema por parte de Elvis que mal lhe ligava para saber onde estava.

Depois de muito pensar Priscilla confrontou Elvis em seu apartamento de Las Vegas, durante uma de suas temporadas. "Elvis eu vou deixar você!" - ela disse com convicção. Elvis, deitado na cama, com o cabelo despenteado, meio grogue por causa das pílulas para dormir, não entendeu direito. "O que você está querendo dizer com isso?" - perguntou atordoado. "Eu quero dizer que o casamento acabou, estou indo embora! Quero o divórcio!". Elvis ficou boquiaberto com aquilo. Ok, ele sabia que o casamento ia de mal a pior, mas algo tão radical como aquela decisão de sua esposa o deixou em estado de choque. Meio aturdido com a notícia Elvis ainda encontrou  as palavras para perguntar: "O que aconteceu? Perdi você para outro homem?". Lágrimas vieram aos seus olhos, mas o diálogo além de tenso foi curto. Priscilla deu as costas e foi embora.

Elvis ficou mal, muito mal. A mulher que ele havia investido grande parte de sua vida acabava com tudo ali na sua frente, sem qualquer tipo de tentativa de reconciliação ou retorno. Priscilla parecia decidida! Era o fim! No começo Elvis ficou sem saber como reagir. Em um primeiro momento ele ficou realmente destruído emocionalmente, porém aos poucos foi descobrindo toda a verdade! Priscilla sim o havia trocado por outro homem e ele era Mike Stone, o professor de arte marciais que Elvis havia indicado a ela. Desnecessário dizer que Elvis ficou furioso com tudo aquilo! "Desgraçado! Desgraçado! Mike Stone deve morrer! Tragam meu rifle e minhas pistolas! Junte todos, vamos acabar com esse miserável!" - gritava o cantor em sua suíte de Las Vegas enquanto seus homens de confiança corriam para todos os lados atrás das armas de fogo. A tempestade estava apenas começando.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de junho de 2005

Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 2

Elvis On Tour - Parte 2
Sobre o filme o diretor ainda considerou: "Era muito material filmado para um filme de no máximo 90 minutos. Meu primeiro copião tinha 4 horas! Uma pena porque muito material rico foi cortado mesmo! Pegamos cenas incríveis de Elvis mas que não aproveitamos porque não havia espaço na metragem. A aparência física de Elvis também nos deu muito trabalho. Em um show ele aparecia jovem, bonito, bronzeado e esbelto, mas no dia seguinte ele se apresentava gordo, pálido, suado e com a aparência nada saudável. Fiquei perplexo em acompanhar tamanha mudança física em tão pouco espaço de tempo. Era uma situação de altos e baixos, ao limite. Mas tirando isso, essa experiência atrás das câmeras foi muito produtiva para o meu trabalho de diretor. E depois foi muito instrutivo participar de um projeto desses. Posso dizer com certeza que todos os documentários de shows que foram lançados depois de Standing Room Only – esse era o seu nome inicial, do qual gosto muito – beberam de sua fonte. Basta dar uma olhada nos projetos dos Rolling Stones e do Led Zeppelin. Sem dúvida nos copiaram!"

Quando lançado o filme foi muito bem elogiado pela crítica americana e muito disso se deu em decorrência de seu visual inovador e dinâmico. A revista Rolling Stone não poupou elogios e afirmou que "Finalmente havia sido lançado o primeiro filme de Elvis Presley". O coronel Parker já estava por essa época em negociações com a TV para a realização de um grande especial com Elvis, que iria ser transmitido via satélite para o mundo. Por isso pressionou os produtores para lançarem "Elvis On Tour" logo, pois caso contrário o filme iria acabar se transformando em concorrência para o especial de TV.

O pior aconteceu com a trilha sonora do filme. Parker simplesmente resolveu cancelar seu lançamento, pois ele estava mesmo apostando em dois outros projetos de discos gravados ao vivo – um no Madison Square Garden e outro do especial via satélite – e por essa razão se tornava inviável o lançamento de mais um disco ao vivo. Três discos iguais, com apresentações ao vivo de Elvis, seriam demais para o mercado! Mas uma coisa é certa: todo esse trabalho acabou valendo muito a pena. Quando foram anunciados os nomes dos filmes que iriam concorrer ao Globo de Ouro - o segundo mais prestigiado prêmio da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, atrás apenas do Oscar - "Elvis On Tour" estava presente na lista, disputando na categoria de "melhor documentário do ano".

Elvis, bastante nervoso, acompanhou a noite de premiação de sua suíte no Las Vegas Hilton. Quando o mestre de cerimônias finalmente leu o nome do ganhador de melhor documentário do ano de 1972 – "Elvis On Tour" de Pierre Adidge e Bob Abel – Elvis deu um pulo da poltrona e simplesmente explodiu de felicidade! Não havia espaço dentro da suíte para tamanha comemoração por parte de Elvis e dos caras da Máfia de Memphis! O Rei também não deixou barato e nessa mesma noite deu uma das maiores festas que Las Vegas já presenciou! Todos correram para cumprimentá-lo e lhes dar os parabéns. Elvis não se conteve de tanta alegria e entre abraços, lágrimas e risos anunciou com muito orgulho que finalmente havia vencido o Globo de Ouro. Era a primeira vez que um filme de Elvis Presley ganhava um prêmio dessa importância. Foi uma das maiores glórias de sua já tão gloriosa carreira. Elvis estava mais do que nunca... Triunfal!

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - Elvis On Tour - Parte 1

Elvis On Tour - Parte 1
No verão de 1972 Elvis foi informado pelo coronel Parker que a MGM estava interessada em filmar um documentário que mostrasse suas concorridas turnês pelas cidades dos Estados Unidos. A direção seria entregue a um dos maiores documentaristas em atividade e o aclamado diretor de cinema Martin Scorsese iria coordenar parte dos trabalhos de edição e montagem. Em Las Vegas, nesse mesmo mês, Elvis se encontrou pessoalmente com os produtores Pierre Adidge e Bob Abel. A conversa foi muito franca, tanto do lado de Elvis como dos produtores que lhe disseram abertamente: "Depois do sucesso do filme Woodstock entendemos Ter chegado o momento de filmar um documentário mostrando a origem de tudo isso, desse movimento social: você! Não gostamos de That's The Way It Is e seus filmes dos anos 60 foram tão ruins que ficamos até surpresos em como a MGM conseguiu comercializá-los. Apreciamos seu trabalho atual, mas preferimos as músicas que você cantava nos anos 50" Elvis, por sua vez, disse que não se sentiu muito à vontade nos estúdios da MGM durante as gravações de "That's The Way It Is" por causa das enormes câmeras de cinema que foram instaladas durante as filmagens, atrapalhando o movimento e a espontaneidade dele e do seu grupo de apoio. A conversa se prolongou e foi muito produtiva, os realizadores prometeram a Elvis que ele seria filmado por câmeras especiais, do tipo portátil e que seu raio de ação não seria limitado por falta de espaço como no caso de "That's The Way It Is". Pierre Adidge disse a Elvis, com seu forte sotaque francês, que esse filme seria produzido com a utilização do que havia de mais moderno em termos de edição de filmagem.

Tudo seria de primeira linha. Elvis deveria se mostrar de forma autêntica, agir de maneira habitual e espontânea, e não se importar com a equipe de filmagem que iria acompanhá-lo para todos os lugares. A intenção era filmar Elvis não só no palco, mas também nos camarins, no contato com os fãs, interagindo com os músicos, sem roteiros ou scripts pré determinados, tudo o que se queria captar era a verdadeira essência do mito Elvis Presley. Para tanto a equipe da MGM já começaria a gravar algumas cenas como teste nos seus próximos shows e iria acompanhá-lo nos estúdios da RCA em sua próxima sessão de gravação onde ele iria registrar novas músicas - entre elas uma tal de "Always On My Mind" e outra de um novo compositor, uma canção que Elvis tinha ouvido e gostado muito chamada "Burning Love"! A parte da direção musical ficaria inteiramente sob controle de Elvis e de seu produtor Felton Jarvis, sem intervenção do pessoal da MGM. Três dias depois Elvis se reuniu com a TCB Band e os avisou que sua próxima turnê seria filmada para o cinema. Elvis resolveu providenciar uma mudança no repertório com a introdução de novas canções nos shows. Trabalho duro pela frente!. Enquanto a RCA lançava o single "American Trilogy" - com "The First Time Ever I Saw Your Face" no lado B - Elvis começava sua turnê no leste do país, com a MGM gravando tudo o que acontecia nessa primeira rodada de shows. Elvis foi filmado dentro do avião, antes dos shows, conversando com fãs, enfim, todo o delírio que acontecia ao redor de uma turnê do rei do rock foi registrado pelo pessoal do estúdio.

Mais de 250 pessoas da equipe de filmagem acompanharam Elvis e banda nesses quinze shows realizados em várias cidades, como Buffalo, Indianapolis, Detroit, Dayton, Hampton Roads, Knoxville, Charlotte, Macon e Jacksonville. Segundo alguns membros da equipe que participaram do time da MGM mais de 40 horas de material foram filmados para "Standing Room Only" – o nome original do filme, depois mudado para "Elvis On Tour" (Elvis Triunfal no Brasil) – mas que nunca foram mostrados ao público. Shows inteiros foram filmados e não aproveitados, ficando no chão da sala de edição de Martin Scorsese. Esse precioso material pode um dia ser lançado, mas atualmente jaz nos arquivos dos estúdios MGM em Hollywood. Sem dúvida muita coisa foi gravada, mas a principal apresentação de Elvis nessa turnê ficou de fora!!! Talvez o pior erro cometido pelos produtores de "Elvis On Tour" foi não Ter filmado os shows de Elvis no Madison Square Garden em Nova Iorque. Até hoje a MGM não consegue dar uma resposta satisfatória por ter deixado passar essa apresentação – uma das mais importantes da carreira de Elvis – em branco. Como é que cometeram uma bobeada dessas? Durante a coletiva à imprensa em NY os jornalistas perguntaram a Elvis e ao Coronel porque não iriam ser filmados seus shows no MSQ? Os dois saíram pela tangente e não souberam responder a pergunta!!! – até mesmo porque essa era uma decisão da Metro e não de Elvis e nem do Coronel Tom Parker. Ninguém sabe ao certo porque essa infeliz decisão de não filmar em Nova Iorque foi tomada.

A última coisa a ser gravada para esse documentário foi uma entrevista particular que Elvis deu nos estúdios da MGM para os realizadores da película. A intenção era usar esses trechos falados entre as imagens com cenas dos shows, mas essa ideia foi abandonada depois. Essa entrevista que continua em grande parte inédita até hoje, teve mais de duas horas de duração e Elvis falou sobre tudo: a origem de sua música, seus ídolos de infância, sobre sua vida pessoal etc. Desse rico material só foi aproveitado um pequeno trecho em áudio, de alguns segundos, que foi utilizado durante as cenas de Elvis na TV americana nos anos 50. Muitos anos depois de seu lançamento, Martin Scorsese durante entrevista à revista Premiere, deu seu depoimento sobre sua participação em Elvis On Tour: "Standing Room Only foi um documentário que participei nos anos 70. Esse projeto foi filmado durante vários shows do cantor Elvis Presley pelos Estados Unidos afora. Ele acabou se tornando um grande exercício de cinema para mim porque o considero de certa forma um predecessor da linguagem dos vídeo clips atuais, da linguagem moderna da MTV. Essa edição foi muito dinâmica, quisemos mostrar um ritmo alucinante onde tudo acontecia ao mesmo tempo agora. Havia shows de Elvis em que colocávamos 12 câmeras rodando de forma simultânea, tudo focado nele e na banda, de todos os ângulos possíveis. Claro que esse vasto material se transformou num inferno na sala de montagem! No final porém acho que tudo ficou muito bom. Fiquei realmente satisfeito com o filme".

Pablo Aluísio.