Supostamente baseado em fatos reais, o filme mostra um instituto de tratamento psiquiátrico do século XIX que tinha a proposta de tratar mulheres com problemas mentais. Usando de métodos científicos avançados para a época, o lugar acabou virando referência. Depois da morte de seus pais, abalada e fragilizada emocionalmente, a jovem Isabel Porter (Allie Gallerani) resolve passar uma temporada na instituição. Ela pensa que o lugar na verdade seria uma espécie de spa mais sofisticado, só que ela estava completamente equivocada sobre isso. Ao ser internada ela passa aos cuidados do Dr. Cairn (James Franco), um psiquiatra que aparente ser um médico comum. Por trás da fachada de profissional respeitado se esconde um sujeito completamente sádico e insano que vai colocar a sanidade mental de sua paciente no limite. Ele desconstrói a personalidade de Isabel, a manipulando psicologicamente de todas as formas. O resultado acaba sendo o pior possível.
Esse filme me pareceu como uma tentativa de voltar ao passado. De certa maneira ele me lembrou dos antigos filmes da Hammer dos anos 70, só que sem o mesmo charme e criatividade. O roteiro avança muito na esquisitice, colocando no meio do caminho uma estranha e bizarra seita de rituais satânicos que usa como sacrifícios humanos as pobres garotas que estão internadas no tal instituto. Esse exagero em seu enredo faz com que o filme perca todo o seu potencial de assustar. Isso se dá em razão do absurdo que vai se tornando cada vez mais frequente. Como se não bastassem todos aqueles homens fazendo rituais ridículos de satanismo que não convencem ninguém, ainda temos que aturar um James Franco usando um bigode postiço, tentando se passar como médico de filmes de terror. É uma caracterização absurda e nada convincente também.
O filme assim é bem fraco. Todo o potencial de se criar horror dentro de uma instituição psiquiátrica se perde. A caracterização histórica não é boa e os atores não parecem bem inseridos dentro da trama. O roteiro não é nada original, usando de clichês ridículos, com direito até mesmo a uma assistente corcunda e sinistro. James Franco produziu, dirigiu e atuou nesse projeto bem pessoal. Não sei quais eram suas verdadeiras intenções, só sei dizer que tudo acabou sendo muito mal executado. Ele é mais divertido em suas comédias sobre maconheiros da Califórnia. Nunca deveria ter tentando entrar nesse tipo de filme de terror. Definitivamente não é a sua praia.
O Instituto (The Institute, EUA, 2017) Direção: James Franco, Pamela Romanowsky / Roteiro: Adam Rager, Matt Rager / Elenco: Allie Gallerani, James Franco, Vincent Alvas, Pamela Anderson, Carmen Argenziano / Sinopse: Jovem da aristocracia resolve passar uma temporada em uma instituição psiquiátrica no século XIX sem saber que o lugar na verdade é uma hospício, onde a tortura e a violência são constantemente usados contra as pacientes internadas.
Pablo Aluísio.